Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sábado, 30 de abril de 2016

Uma deliciosa atividade aventureira.


Conversa ao pé do fogo.
Uma deliciosa atividade aventureira.

                 - Todos já sabem o que fazer. Vamos apenas recordar as instruções: - Patrulha Quati, irá seguir a S. (sul), no passo duplo vão percorrer seis quilômetros. Patrulha Jaguatirica deve seguir a SSE (sulsueste). A Leopardo vai a SE (sueste). A Touro a E (este). As escoteiras irão a ENE (esnordeste) a Pantera e a Lobo Guará a NE (nordeste). Já sabem, vocês estarão indo em forma de leque. O retorno é só considerar através da bússola o contrário do rumo da ida. Não haverá encontro entre vocês. Chequem as bússolas as pranchetas, o esquadro o transferidor e a régua. Confiram se todos trouxeram a Ração B. Nada para fazer depois. Quando retornarem o relatório e percurso de Giwell deve estar pronto para ser entregue a chefia. O Chefe Walfrido e a Chefe Vanice deram as últimas instruções.

                  Não era um grande jogo. Para eles uma bela atividade Aventureira. Quem deu a ideia foi a Patrulha Touro. Depois salpicada e retocada pelas demais no Conselho de Tropa. Podia-se dizer que todos deram sua contribuição. O tema foi apresentado a Tropa Feminina e feito o convite para fazerem a atividade em conjunto. – A preparação foi longa. A escolha das Colinas do Sultão foi ideia da Chefe Vanice. Era um belo lugar. Muitas árvores formando um lindo bosque. Uma subida simples sem ser íngreme. O Ribeirão do Rocambole era ideal para uma boa aguada e um bom banho quando a atividade chegasse ao seu final. Os dois viram a ultima Patrulha sumir através do capim gordura e das arvores que aqui e ali faziam a beleza do lugar. Claro ambos preocupados. Mas quem não fica? As patrulhas agora estavam sós. Cada uma sabia da importância de cumprir as regras discutidas a exaustão na Corte de Honra e na Reunião de Patrulha. Todos se comprometeram. Afinal o Escoteiro não tem uma só palavra?

                   O que eles iriam fazer? – Varias tarefas. Cada Patrulha iria treinar orientação, não só o Monitor, mas todos deveriam ficar com a bússola pelo menos um quilômetro. A Patrulha iria levar uma máquina fotográfica e tirar fotos de animais pássaros e repteis que encontrassem. Durante a semana com as fotos eles deveriam identificar os bichos na biblioteca ou na Internet. Claro que se fizessem muito barulho não iriam tirar nenhuma foto. Em regime de revezamento cada um seria escalado para o passo duplo. A contagem de distância percorrida seria importante para a confecção do croqui. Também iriam fazer um percurso de Giwell. Quando chegassem ao Ribeirão do Rocambole iriam montar um toldo, um fogão tropeiro e uma refeição simples com arroz, ovos, linguiça e batatas fritas. Sabiam que ia haver inspeção, portanto o local deveria ficar limpo sem vestígios.

                   Na mochila levavam o necessário. Uma muda de roupa, uma capa de plástico para chuva. Material de higiene e estava liberado biscoitos e doces. Melhor do que proibir. O Monitor daria as ordens quando pudessem comer. No local que acampassem poderiam tentar fotos por uma área de no máximo quinhentos metros quadrados. Seria bom levar cantil e quem não tivesse uma garrafa de plástico. A refeição seria por conta deles. Cada um levaria um pouco de arroz, uma linguiça, dois ovos e o Monitor e o sub levariam o alho, o sal e o óleo. Levariam também açúcar e pó de café. Foram treinados a empacotar e guardar na mochila. Todos deveriam manter-se dentro do horário. A saída foi ótima. Às sete e meia já estavam prontos para partir. Oito pais ofereceram seus veículos para transportá-los. Um deles tinha uma Kombi e sobrou lugar.

                  O Chefe e a Chefe e mais dois assistentes iriam em um só carro. Era o suficiente. Eles ficariam no ponto de partida e monitorando as patrulhas em atividade. Sem atrapalhar. Afinal estaria em ação o método de BP. Fazer para aprender, errar se preciso até fazer o certo. Foram treinados para isto a liderar e ser liderado. Só o Monitor foi autorizado a levar celular. Para emergências. Ficou combinado com as patrulhas que às três da tarde eles deviam fazer uma fogueira com muita fumaça e transmitir o sinal de socorro S.O.S. usado no mundo inteiro. Combinou-se com os pais para buscá-los a seis da tarde. Interessante. Nenhum Monitor usou o celular. Tudo valia pontos para receber o Troféu Eficiência. Era uma atividade deles, para eles onde os chefes só iriam observar de longe. Era ponto de honra para cada um dar certo.

                  Ainda bem que conheciam o local e bem. O Capitão Coutinho, dono da fazenda foi Escoteiro e disse para o Administrador/Capataz que a fazenda estaria sempre à disposição dos escoteiros. Às três da tarde quase todas as patrulhas conseguiram transmitir o S.O.S. No jargão era simples. S=- - - O= . . . - Eles ficaram um mês aprendendo código Morse. As cinco em ponto começaram a chegar. A Quati foi à última. Os relatórios o Croqui, o percurso de Giwell foram apresentados. O vasilhame e o material de sapa foi inspecionado. A chefia os esperava com um delicioso chocolate quente com pão e manteiga. Uma alegria geral. Os pais chegaram e se contagiaram com a alegria dos filhos. – Céu de brigadeiro como diz a canção: - ♫ Está tudo azul, o caminho aberto, sopra o vento sul, tudo dando certo, nossa caminhada, neste belo dia, não vai ser mais nada só muita alegria”.


                      Isto mesmo. Só alegria na atividade aventureira quando as patrulhas fazem tudo bem feito, sozinhos claro, dando risadas e cantando: - ♫Para frente, para frente vamos caminhar... Que prazer que alegria é excursionar”. Gosto disto. Adoro isto e dou risadas quando falo e muitos chefes não gostam: - Xô chefes! Deixem seus jovens aprender a fazer fazendo

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Em algum lugar do presente. Um tributo ao Chefe Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
Em algum lugar do presente.
Um tributo ao Chefe Escoteiro.

                      Vejo exclamações, um calor excitante e uma alegria sem fim de Chefes que saúdam com ênfase seus jovens meninos e meninas. Ali estão eles na Tropa Sênior, na Tropa Escoteira ou os simpáticos Lobos azuis das terras de Seeonee. Sempre é bom ver isto, ver que a motivação aflora que ela apaga as pedras encontradas no caminho, que sempre existe um por do sol para a lua rechonchuda e brilhante que sabe no amanhã aquele formoso sol irá retornar. “C’est lá vie”, ou melhor, dizendo a vida é assim mesmo, perder hoje para ganhar amanhã. O Chefe Escoteiro não tem na vida um mar de rosas. Encontra-se sim muitas vezes algumas perfumadas em seu caminho quando vai para o campo a lobear ou escoteirar com seus miúdos curumins saracoteando por estradas ou trilhas tentando ver quando aparece uma borboleta azul ou vermelha, a esvoaçar o céu para fotografar.

                      Seja ele ou ela começando seu aprendizado ou um velho Escoteiro que segue modesto e despretensioso seu conhecimento de anos de experiência, porque não dizer humilde com orgulho seu caminho a seguir.  Ali é sua trilha, sabe que sua senda é olhar para aquela escoteirada ou lobada pensando que um dia eles serão pessoas de bem. Sua prece diária é de um vencedor. Orienta-se com seus amigos, faz cursos, abraça seus assistentes ou chefes e segue seu caminho sem procurar um atalho para encontrar seu desfecho, pois ele não tem fim. Seu coroamento do êxito da sensação de felicidade lhe abrota quando uma pequenina face se abre num sorriso como a dizer: - Obrigado Chefe. Ele sabe que esta é sua paga sua retribuição seu honorário seu prêmio seu galardão. Sabe que o sorriso partindo dos seus pequenos tem valor enorme para lhe dar novo ânimo, sua moral se eleva a confiança aumenta e com determinação lembra-se de sua decisão de um dia ter se tornado um deles, aqueles chefes abnegados que não tem dia e nem lugar para escoteirar...

                     Olha uma nuvem que passa e vê o vento trazer muitas outras, formatos diversos uma delas parecendo à foto do fundador. Homem inesquecível, memorável notável e famoso se igualando aos maiores educadores da humanidade. Seus olhos brilham ao lembrar-se da vida do seu herói. Rataplã ele canta baixinho, um lobo ou um escoteirinho o acompanha – Do arrebol Chefe, Escoteiro vede a luz! A menina escoteira sorri e completa – Rataplã olhai o sol e a Lobinha grita em plenos pulmões - Do Brasil que nos conduz! Fascinante, ele ou ela quase choram de emoção. Isto é bonito demais! É como uma revoada de pardais que resolvem voar sobre o céu azul para saudar aqueles bravos e isto lhes dá enorme sensação do dever cumprido. Sabem que é preciso ousadia para romper a crença da derrota que muitos apostam que vai acontecer. Sabem quem dita às regras muda de rota e quer ser livre e feliz de verdade com aquele batalhão de jovens que os ensina que não tem fim de pista, só o caminho a seguir.

                     O que era antes de estar aqui? Um sábado monótono, tedioso, maçante, enfadonho e aborrecido. Mas tudo muda o passado hoje é presente. Um sorriso cantante lhe faz lembrar que passou a ser um educador. Quem sabe mais que isto, pois lhe chamam de mestre de Chefe de Akelá de tantas coisas que o bom mesmo é saber que se tornou um irmão mais Velho. Quer ajudar e escoteirando vai aprendendo a ensinar. Chega o dia de Promessar. Nunca esqueceu. Data marcante para sempre na memória. Foi uma apoteose. Agradeceu a Deus pela oportunidade de se sentir responsável de poder ajudar, de poder abraçar e falar ao mundo que agora pertencia a maior fraternidade de jovens Badenianos que existe e que nunca será superada por nada. Sabe que ali se estivessem vivos, Aramis, Athos Porthos e D’Artagnan juntariam vozes e abraços a gritar: - Um por todos, todos por um!


                      Volta para casa... Diz sempre alerta e melhor possível. Está sorrindo. Dever cumprido. Deu o que podia para fazer a meninada feliz. Pais e mães o olham espantados ao ver que tem os olhos brilhantes e um sorriso nos lábios. Seria tão bom assim? Pensam eles. A saga que não acaba. O dia que não termina, pois sábado que vem tem mais. Vai para casa abraça seu filho ou sua filha, ela a esposa querida ao seu lado a dizer que valeu. Outros estão sós, mas acompanhados por Deus. Dever cumprido, tarefa realizada sem imposição ou obrigação. Aceito por uma dádiva e alegre em saber que ajudou a fazer seu país melhor. Não é assim que Ele seu mestre B-P disse? – Deixe o mundo melhor do que encontrou! Vida vencida. Dormir com alegria de ter ajudado. Ele sabe que ali pode surgir um dia alguém que vai mudar nosso país!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

As Fantásticas místicas da Insígnia de Madeira e suas contas.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
As Fantásticas místicas da Insígnia de Madeira e suas contas.

                    Há uma profusão enorme de membros por todo o Brasil e no mundo de dirigentes de cursos da Insígnia da madeira. Hoje classificados em DCB (Diretor de Curso Básico) e DCIM (Diretor de curso da Insígnia de Madeira) tem uma escola própria oriunda de Gilwell Park para chegarem a tal honraria. Honraria? Claro que sim. A uma boa gama de escotistas interessados a atingir o patamar de Dirigente de Curso e aqueles que conseguem o Titulo máximo se sentem honrados com tal distinção. No passado os DCC (deputado Chefe de Campo) e AKL (Akelá Líder) eram considerados os mestres escoteiros e muitos chamados de Velho Lobo, uma terminologia oferecida aos grandes navegadores e homens do mar, tal qual o Lobo do Mar. O Almirante Benjamim Sodré foi um dos precursores a receber este título. Já escrevi sobre ele em outro artigo. Com a implantação em Gilwell Park de cursos escoteiros, foram adicionadas contas para designar o grau de formação do Chefe portador da Insígnia. Interessante notar que as contas originais não eram simétricas, variando de tamanho e espessura, o que é natural vez que o Colar de Dinizulu (o IziQu) foi feito a mão.

                           Nota-se que as contas originais que serviram de base para a produção das réplicas eram menores do que aquelas utilizadas atualmente. De todo modo a Insígnia de Madeira padrão possui duas contas. À medida que o Chefe participa de uma série de cursos e é escolhido por um dirigente máximo ele passa a ter três contas tais como os DCB (diretor de Curso Básico). A Insígnia do Chefe Diretor de Curso da Insígnia de Madeira possui quatro contas. Conta-se que só existem duas Insígnias de seis contas. A primeira usada pelo próprio Baden-Powell. Além dele foi seu amigo próximo desde o tempo do Acampamento de Brownsea Sir Percy Everett que recebeu a honraria pelo próprio B-P como um presente de reconhecimento pelos bons serviços prestados à causa. A Insígnia de Madeira com seis contas de Sir Percy Everett, foi doada ao Movimento Escoteiro para ser usada pelo escotista que exercesse o cargo de Diretor de Campo de Gilwell Park.

                    Existe uma dúvida que muitos perguntam. - Se temos uma Insígnia de quatro e seis contas não deveria haver uma de cinco contas? Ela existiu sim, era dada exclusivamente para os chefes Escoteiros especialmente designados para levarem o Curso da Insígnia de Madeira para seu respectivo país. Recebia o título de “Deputy Chief of Gilwell Park” sendo considerado um representante de Gilwell naquele país. Segundo Peter Ford, do Departamento de Arquivos de Gilwell Park, não existe um registro fidedigno de quais chefes tiveram o direito de usar a IM com seis contas. Francis Gidney o primeiro Chefe de Campo de Gilwell Park de 1919 a 1923 e diretor do primeiro curso da Insígnia de Madeira em setembro de 1919 não deixou nenhuma anotação dos seus cursos. Durante a gestão de Francis Gidney fizeram o curso em Gilwell os seguintes escotistas de destaque: o Padre Jacques Sevin, fundador da Scouts de France (percursora da atual Scouts et Guides de France), e que dirigiu o primeiro Curso de Insígnia de Madeira da França, em 1923, em Chamarande nas proximidades de Paris; o chefe C. Miegl, que dirigiu o primeiro Curso de Insígnia de Madeira da Áustria, entre 8 e 17 de setembro de 1922; e por fim, o chefe Jan Schaap que dirigiu o primeiro Curso de Insígnia de Madeira da Holanda, em julho de 1923.

                      Apesar do pioneirismo de cada um, conforme dito anteriormente, não há registro de que eles tenham recebido o título de Deputy Camp Chief, nem que tenham usado a Insígnia de Madeira com cinco contas. Talvez o caso mais famoso envolvendo a Insígnia de Madeira com cinco contas seja o de William “Green Bar Bill” Hillcourt, da Boy Scout of America (BSA). O que ocorreu foi que demorou muito tempo para que o Curso de Insígnia de Madeira fosse adotado pela BSA. As primeiras tentativas, tanto por Francis Gidney quanto por John Skinner Wilson, de implantar o curso nos Estados Unidos, não lograram êxito como nos demais países. O próprio William Hillcourt só recebeu a sua Insígnia de Madeira quando fez o curso em 1936, dirigido por John Skinner Wilson no Schiff Scout Reservation, em Nova Jersey, USA. Nessa época a Insígnia de Madeira com cinco contas já não era mais utilizada, e o cargo de Deputy Camp Chief (D.C.C.) já havia sido extinto.

                      Após isso, demorou mais de uma década para que ocorresse, o primeiro Curso de Insígnia de Madeira da BSA. Isso não só por conta da eclosão da Segunda Guerra Mundial, mas principalmente devido a dificuldades de adaptação. Por fim, o curso acabou acontecendo em 1948, quase 30 anos depois dos primeiros cursos de Gilwell Park. Todavia, apesar do uso da Insígnia de Madeira com cinco contas ter terminado quase vinte anos antes, William Hillcourt, sempre alegou que deveria tê-la recebido, por ter sido o diretor desse primeiro curso promovido pela BSA. Importante lembrar além das contas do Anel de Gilwell. Pergunta-se muito quem foi o autor deste Anel. Dizem que foi Bill Shankley, que com 18 anos era um dos dois funcionários permanentes de Gilwell Park. Utilizou o nó “cabeça de turco” da época que os marinheiros faziam formas decorativas com cordas como hobby. Empregou originalmente uma correia de couro de máquina de costura. Apresentou sua ideia ao Chefe de Campo que a aprovou. Isto tudo no início da década de 1920.

                          Não podemos deixara de ressaltar também o pioneirismo dos Chefes George Edward Fox, que era inglês, e que foi o primeiro portador da Insígnia de Madeira a atuar no país (ele fez o curso em Gilwell Park e recebeu a Insígnia entre 1921 e 1924), e do Chefe David Mesquita de Barros, que era português, e que fez o curso de Insígnia de Madeira em 1929, em Capý na França. Atualmente há uma orientação de que o uso de mais de duas contas na Insígnia de Madeira deve estar vinculado à realização do curso correspondente naquele ano, e assim mesmo, apenas pelo chefe diretor desse curso. Por outro lado, existe ainda uma forte tendência em Gilwell Park no sentido de se utilizar a Insígnia de Madeira com apenas duas contas, inclusive para os chefes que venham a dirigir algum curso de formação.


                                Apesar disso é sempre bom recordar o ensinamento de Baden-Powell no sentido de que a Insígnia de Madeira é o grau de formação mínimo para que um chefe escoteiro possa exercer um trabalho de qualidade à frente de uma tropa escoteira. Mas muito mais importante do que o objeto em si, que é apenas um símbolo, é o que ele representa, ou seja, a qualidade da formação do seu portador, bem como a busca constante pelo aprimoramento por parte do escotista. No escotismo as tradições e místicas são pródigas em tudo que temos e fazemos para desenvolver o escotismo junto aos jovens. Perder tudo isto sem informar a todos os novos chefes que chegaram ou estão chegando seria um desserviço prestado a memoria escoteira.

domingo, 17 de abril de 2016

O dia “D”. Impeachment o dia mais esperado.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O dia “D”. Impeachment o dia mais esperado.

                     O dia D foi o mais esperado durante a Segunda Guerra Mundial. No dia 6 de junho de 1944 marcou-se historicamente com o desembarque das tropas aliadas na Normandia (noroeste da França). Segundo muitos historiadores foi considerado o mais importante da Segunda Guerra Mundial. Hoje, domingo 17 de abril é considerado também o dia D dos Brasileiros. Por um lado os a favor de um impeachment da Presidente do Brasil e os contra este mesmo impeachment. Não se fala outra coisa de norte a sul. O Brasil vive um momento único. Poucos ainda analisaram o que há por vir depois deste dia D. Se por um lado o impeachment acontecer será difícil o novo presidente mudar a situação atual, pois uma minoria não vai ficar de braços cruzados. Se a Presidente continuar e o impeachment não passar no Congresso Nacional ela não terá a mínima condição de governar. Sem representatividade, com muitas acusações de imparcialidade, de mentir a sociedade brasileira sobre a situação do pais e o pior uma acusação de ser conivente com a corrupção de seu partido que transformou a maior empresa brasileira em um balcão de negócios visando à perpetuação do poder.

                      Longe de mim fazer acusações. Aqui sempre lutei e mantive meus ideais lutando por um escotismo grande e forte que poderia ajudar a nação fornecendo homens livres, com caráter, com palavra e ética para que pudéssemos acreditar em um crescimento não só espiritual, mas também como lideres da nação quando esta precisasse deles. Não procurei ver no escotismo através de sua liderança um dia D. Pensava que um dia todos os voluntários pudessem chegar à conclusão que o caminho que estamos fazendo não é o melhor. Dizer que poderíamos ter um impeachment dos nossos dirigentes não seria o melhor caminho. Com ódio e rancores não chegaríamos a lugar algum. Mudar os estatutos, dar vasão ao direito de cada um de votar e ser votado, uma grande Indaba ou mutirão por áreas a nível nacional procurando o melhor caminho, ouvir opiniões, procurar ser mais Escoteiro ouvindo mais do que determinando. Sei que é um sonho único, poucos pensam assim. Aceitam sem maiores discussões as imposições de nossa liderança que deixou de lado o amor, o abraço, a compreensão e o sorriso leal. Aqui como lá ainda temos o sonho de ser alguém de poder ser um a mais para salvar o escotismo brasileiro. Eles estão aí chegando aos borbotões.

                       Nosso dia D político será hoje para nossa liderança do país. Dizer que tudo a partir do dia seguinte serão flores será uma maneira de tentar acreditar no impossível. Muita água vai correr para que possamos atingir a meta de um pais melhor, mais equilibrado, mais leal com homens de caráter e honra a dirigir os destinos da nação. Afinal sou um espiritualista. Acredito na evolução. Acredito que sempre haverá um dia melhor, acredito no que os lá de cima sempre disseram para nós que o Brasil vai ser o coração do mundo e a Pátria do Evangelho. Não importa o credo, a cor, as diferenças sociais. Nada se resolve da noite para o dia, mas tem de haver um recomeço. Que o dia de hoje vença quem vencer seja para melhor. Ainda acredito nos homens, acredito que o escotismo pode modificar homens e mulheres com formação moral acima de qualquer suspeita. Ainda acredito no método Badeniano.


                        Amanhã teremos um novo dia. Para muitos alegria para outros tristeza. Faz parte da vida. Aprendendo hoje, perdendo ou ganhando amanhã. O importante é acreditar que sempre existe um recomeço. Peço a Deus que ilumine o pensamento daqueles que hoje podem julgar pensando que amanhã podem ser julgados. Que vença quem vencer eu ainda acredito no Brasil!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Escalpo – o troféu do guerreiro.


Conversa ao pé do fogo.
Escalpo – o troféu do guerreiro.

Os indígenas da América do norte arrancavam os escalpos (couro cabeludo) aos inimigos e ostentavam-nos orgulhosamente como troféus. No Escotismo, podemos usar uma versão mais civilizada desta ideia: premiar as Patrulhas com “escalpos” conquistados nas suas “batalhas”: jogos, um acampamentos, campanhas, etc., que podem dependurar nos seus bastões totens.

Os escalpos são feitos pelo Chefe com a colaboração de seus assistentes e deverão ter um “sabor selvagem”. Não convém ser, portanto, um bocado de plástico. A imaginação aqui é quem manda. Privilegiam-se os materiais naturais como a “vaqueta” espécie de couro flexível e a madeira. Adicionam-se penas, contas de madeira, missangas, fio de vaqueta, placas de madeira, ramos, etc. O produto final deve ser uma mistura de originalidade e arte.

Onde buscar a matéria prima? Aqui vão umas dicas:
- Nas chamadas “lojas qualquer item por um real” é fácil encontrar colares de contas de madeira, de várias formas e cores, que se podem desmanchar para usar individualmente. Em algumas feiras de artesanato é costume também encontrar uma espécie de contas de barro pintado com motivos “indígenas”;

- Em lojas de ferragens, drogarias e sapateiros é fácil encontrar “vaquetas” (espécie de couro mais flexível) vendido a retalho, isto é, restos de vaqueta usado para confeccionar carteiras, cintos, botas, etc. , vendidos a baixo preço. Nestes locais também é comum encontrar fio de couro simples e flexível;

- Paus de picolé dão ótimas placas para gravar texto, mas também se pode aproveitar madeira de balsa das caixas de fruta, ramos secos descascados no local onde se pretende escrever. Os mais atrevidos poderão recortar a placa com a forma de uma faca, um remo, um índio, de acordo com o imaginário da atividade;

Embora possa parecer necessário um grande arsenal de ferramentas, não é preciso muita coisa. Um canivete bem afiado ou uma pequena faca, canetas de acetato, ferro de soldar para gravar a fogo, ponteiro ou alicate para furar a vaqueta, e pouco mais.

Na vaqueta ou madeira pode-se inscrever o motivo do escalpo: “Melhor patrulha em campo – Acampamento Vila do Conde - Julho 2016” ou “1ºLugar - Grande Jogo - Catavento”, por exemplo. A imaginação e bom gosto devem imperar. Não nos podemos esquecer que, a Patrulha que o ganhar, irá exibi-lo com orgulho durante anos, pendurado no seu bastão totem.

É bonito de se ver um bastão totem cheio de escalpos, cada um com a sua história, cada um diferente de todos os outros. Para um escoteiro, é o orgulho da sua Patrulha, as vitórias alcançadas, esforços dispendidos, o que ele contribuiu para isso. Não esqueça discuta com seus monitores, deixe que eles motivem suas patrulhas só assim o sucesso esperado vai acontecer. Sempre Alerta!

In “Flor de Lis”. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

Quase 30 anos de um dos maiores mistérios do Brasil. O desaparecimento de um Escoteiro.


Quase 30 anos de um dos maiores mistérios do Brasil.
O desaparecimento de um Escoteiro.

(Nota – Este artigo foi escrito por uma escoteira e publicada no site Go Outside – Do blog Scout – Uma aventura aos seus pés.)

25 anos de um dos maiores mistérios acontecidos no escotismo. Um episódio que marcou muito minha infância. Morava na cidade de Lorena que é vizinha à Piquete, fiquei muito assustada com o ocorrido. E desde este evento, comecei a olhar para aquela cordilheira com temor. Porém, eu não sou muito ligada à datas, achava que este acontecimento teria sido em julho, mês das férias, porque em minha memória, eu li os cartazes com as fotos do menino na subida da Serra quando viajei ao Sul de Minas. Contudo, hoje, não sei se por coincidência, pensei o dia todo no assunto. E na pressa, para não tardar muito na data, resolvi fazer uma compilação de alguns textos que achei na net. “O misterioso desaparecimento do escoteiro Marco Aurélio Simon, em 08/06/1985, o pai, Ivo Simon, conta que seu filho tinha 15 anos quando desapareceu. Ele estava numa excursão no Pico dos Marins, junto a seu grupo de escotismo, quando um dos escoteiros se machucou. Marco Aurélio, como monitor da equipe, foi então designado para ir à frente do grupo em busca de socorro. Depois de partir a fim de cumprir a determinação, o escoteiro sumiu sem deixar qualquer vestígio. Hoje, passados 25 anos, a família ainda sofre com incerteza sobre o destino de Marco Aurélio, embora mantenha viva a esperança de reencontrá-lo”.

Fonte: Papo de Mãe
“O jornalista Ivo e a mulher não acreditam na morte do filho desaparecido. "Em nenhum momento eu considerei meu filho morto", diz Neuma. Foi em 8 de junho de 1985 que Marco Aurélio, acompanhado de mais quatro escoteiros e do guia, saiu de casa para uma excursão ao Pico dos Marins. Quando o grupo subia o morro, um dos garotos torceu o pé e o guia decidiu mandar Marco Aurélio de volta na trilha, em busca de socorro. A partir desse momento, o garoto nunca mais foi visto”. “Durante 28 dias, policiais civis e militares vasculharam o pico a pé e com helicópteros. Nenhum corpo, nenhum pedaço de roupa ou rastro na terra foram achados. “A polícia procurou tão bem que um soldado perdeu uma faca no meio do mata e, na busca do dia seguinte, ela foi encontrada”. Mas não houve pistas do meu filho", diz a mãe”.

Arquivos secretos - A família percorreu o País em busca de todo tipo de notícia que chegava de Marco Aurélio. Certa vez, um delegado perguntou se os pais acreditavam em discos voadores e sugeriu que fossem a Brasília e falassem com um general da Aeronáutica, conhecedor de fenômenos extraterrestres. O general disse que podia comunicar-se com ETs por telepatia. Os pais disseram a ele que pedisse aos ETs a devolução do filho. Nunca houve resposta. Fonte: Escoteiro Sempre Alerta. Vinte anos após o escoteiro Marco Aurélio Bezerra Boxada Simon ter desaparecido durante uma excursão ao Pico dos Marins, na divisa de São Paulo e Minas Gerais, a família do rapaz, ainda tem esperança de encontrá-lo vivo.

A tragédia que abalou a família de Ivo também comoveu o país, que acompanhou pela imprensa e pela televisão a busca desesperada por Marco Aurélio. Durante 28 dias, mais de 300 pessoas entre voluntários, bombeiros e equipes especializadas em salvamento e busca na selva vasculharam a região do Pico dos Marins, sem sucesso. ENIGMA - O desaparecimento misterioso de Marco Aurélio e o fato de não ter sido encontrado nenhum vestígio (roupas ou pertences como faca, cantil ou canivete) transformaram-se em um enigma que alimenta as esperanças da família de um dia ainda encontrá-lo vivo.

O grupo chegou a Piquete no dia 6 de junho. Subiram até a base da montanha, onde foram montadas barracas e realizadas diversas atividades próprias do escotismo. No dia seguinte, os escoteiros começaram a caminhada em direção ao cume do Pico dos Marins. Quando o grupo alcançou a altitude de 750 metros, um dos escoteiros se machucou. Os demais desistiram da subida e decidiram retornar à base. Marco Aurélio era o monitor da equipe e foi, segundo contaram os escoteiros, designado pelo guia Juan Bernabeu a ir na frente em busca de socorro. O rapaz foi orientado a deixar sinais na trilha para não se perder. Ele partiu para cumprir a determinação do chefe e nunca mais foi visto.

Na época, levantaram-se várias especulações, inclusive a possibilidade de homicídio, mas nada foi constatado. COMOÇÃO - O desespero da família Simon, principalmente da mãe de Marco Aurélio, Thereza Neuma Bezerra Simons, comoveu a população de Piquete, onde foi montada a base de busca, a ponto de a prefeitura cancelar as festividades de aniversário. Hoje, Ivo diz acreditar que seu filho não foi morto. O jornalista reclama também da falta de apoio da União dos Escoteiros do Brasil e agradece a solidariedade que recebeu de todos os cantos do país. "Isso é reconfortante e ajuda a nossa família a ter esperanças de encontrar Marco Aurélio vivo."

Nem ufólogos conseguiram explicar! Marco Aurélio Simon era um garoto curioso. Tudo o que fugia do convencional despertava seu interesse. Na adolescência, além de se dedicar ao escotismo, chegou a fazer um curso de detetive por correspondência, tamanho era o seu interesse pelos mistérios do mundo. Mas foi a sua própria história que acabou se tornando um dos mais intrigantes enigmas ocorridos em terras brasileiras. Integrante do grupo de escoteiros Olivetano, o rapaz desapareceu durante uma expedição no Pico dos Marins, na divisa entre Minas Gerais e São Paulo, há 30 anos, aos 15 anos de idade. Nenhum vestígio foi encontrado. Nunca.

Foi no dia 6 de junho de 1985 que a saga começou. Os escoteiros do grupo Olivetano subiram até a base da montanha, de 2.424 metros de altitude, e armaram acampamento. A viagem não trazia nenhum desafio excepcional, pelo contrário: o Pico dos Marins já era um destino bastante procurado por turistas e aventureiros. Nem escalada estava incluída no passeio. Para chegar ao topo do morro, bastava fôlego para subir uma trilha aberta na década de 30. No dia 7, os escoteiros, liderados por Juan Bernabeu Céspedes, iniciaram os preparativos para a subida ao cume, que só ocorreria na manhã seguinte. Certo da facilidade do trajeto, Céspede dispensou o guia que seguiria a trilha com o grupo. Mas quando atingiram uma altitude de cerca de 750 metros, um garoto se machucou, e o restante da turma decidiu voltar. Marco Aurélio, que era o monitor, foi designado por Céspedes para ir à frente à busca de socorro. Ainda que a atitude do líder contrariasse as normas escoteiras de que nenhum membro do grupo deveria explorar uma trilha sozinho, Marco Aurélio seguiu a orientação. O combinado era que o rapaz deixasse sinais nas pedras, para que os outros o seguissem em ritmo mais lento por conta do acidentado.

Em um determinado ponto, quando o caminho traçado por Marco Aurélio ficou muito difícil para o grupo seguir, Céspedes desviou, optando por um atalho mais simples para a cidade, para buscar ajuda. Nesse ponto, não encontraram mais nenhuma marca nas pedras. No dia seguinte, o líder decidiu voltar ao acampamento que ficou montado, achando que encontraria Marco Aurélio em sua barraca. Mas encontrou-a intacta, exatamente como havia sido deixada no dia anterior. Nenhum vestígio do garoto foi encontrado.

Durante quase um mês, cerca de 300 policiais participaram da busca pelo escoteiro no Pico dos Marins. “Foi uma das maiores buscas já realizadas no país, mas nada foi encontrado. Nenhuma faca, nenhuma peça do vestuário do Marco Aurélio. Nada”, diz Ivo Simon, pai do escoteiro. A busca foi tão detalhada que um policial perdeu uma faca na mata em um dia e no outro, ela foi achada por outra pessoa. Mas nenhum vestígio do garoto. O inquérito policial foi arquivado em 1990, sem ter chegado a nenhuma conclusão. Algumas das hipóteses levantadas na época para o sumiço: ele teria sido assassinado pelo líder (esta foi à primeira possibilidade levantada pela polícia, que depois a descartou porque Céspedes não tinha instrumentos capazes de matar o garoto e sumir com o corpo), teria caído num buraco (se isso tivesse ocorrido, o cheiro do corpo em putrefação teria chamado a atenção dos cães farejadores que participaram da busca, o que não ocorreu) ou simplesmente fugido (nenhum morador da cidade ou dos arredores viu o escoteiro). A quarta hipótese é de que ele poderia ter sido levado por um disco voador. O Pico dos Marins é considerado uma região com muito poder magnético, o que, segundo místicos, atrairiam naves extraterrestres. Por isso, a família até procurou ufólogos, que também não souberam explicar o que havia acontecido.


Com o fracasso das investigações, a família passou a contar com o apoio de místicos, religiosos e ufólogos. “Fomos a umbandistas, parapsicólogos, espíritas. A maioria diz que ele está vivo”, conta Ivo. Quando procuraram o famoso médium Chico Xavier, morto em 2002 tiveram a seguinte resposta: “Só me comunico com pessoas que desencarnaram”. Por conta disso tudo, a família Simon acredita que o rapaz ainda está vivo. E acompanha como seria a fisionomia do filho pelas transformações no rosto de Marco Antonio, gêmeo univitelino de Marco Aurélio, hoje com 37 anos. “A gente não tem mais onde buscar. Mas se alguém me disser algo, der alguma pista, nós vamos atrás. Não entregamos os pontos. O que me tortura é esse mistério, é não saber o que aconteceu com meu filho”, desabafa Ivo Simon.

sábado, 9 de abril de 2016

Uma Jornada em busca da felicidade.


Uma Jornada em busca da felicidade.

              Hoje é sábado. Poucos aqui para ler meus escritos. A maioria junto à lobada e escoteirada. Uns se divertindo outros sentindo os problemas que estão no ar. Não dá para fugir. Dizer que tudo é alegria tudo é felicidade é enganar ao seu coração. Eu nestes dias preso em minha morada sinto uma saudade enorme de estar com a meninada, cantando, ouvindo, falando e aprendendo com eles. Hoje não dá mais. As pernas não ajudam. O pulmão não me obedece mais. A voz reclama e não quer sair. Fico aqui a escrever e imaginar as centenas de sessões, de lobos, de escoteiros, de seniores das moças e meninas que estão presentes sorrindo por participar de uma fraternidade sem par. Lembrei-me de Mateus – 5 - E com meu coração transbordando de saudades fiz de suas palavras as minhas ao lembrar-se de  tempos idos:

- Bem aventurados os que são chefes porque poderão sorrir. Bem aventurados os sorrisos dos jovens porque estarão aprendendo a ser alguém. Bem aventurados os que participam do escotismo, porque para eles existe um motivo para viver. Bem aventurados os que cantam, correm saltam e gritam Lobo, porque deles serão os tempos de primavera na Alcatéia de Seeonee... Bem aventurados os que querem bem a todos porque deles serão os reinos dos céus...

              Sorrindo sem reclamar volto para minha barraca, onde posso me aventurar pelo mundo no meu pequeno computador, escrever o que penso, onde posso levar para os que acreditam uma palavra amiga.  Olhando esta telinha branca me transformo em uma aragem que corre pelos fios escondidos até chegar onde meus sonhos querem estar. Sim em uma grande ferradura, Alguém dizendo: - Escoteiros firme a Bandeira em Saudação! Não vou chorar. Por quê? Afinal tive tudo isto por anos a fio. Foi bom enquanto durou e dura até hoje preso em celas iluminadas em cada canto do meu coração. Corro pelas estradas que andei, viajo nos sonhos que participei, entro nas minhas historias que irei contar. Repito a mim mesmo que fazer o bem aos outros a si mesmo o faz. O Escoteiro bom sempre prosperará, aquele que oferece ajuda do saber o conforto receberá.

                De novo viajo nas minhas escritas. O peito arfante. Nada arrogante. Se não posso ir até a reunião ou acampamento eles vem até mim. Minha mente me supera. Atravessa montanhas inacessíveis. Olha um vale com uma casinha simples, e começo a contar a história de Corisco, um cavalo que enquanto pode ajudou Blanco a ir para as reuniões dos escoteiros. Até que um dia ele viu que estava velho muito Velho e chegou a hora de aposentar. Blanco chorou quando o viu ajoelhar e deitar na relva no meio do caminho. Como ia chegar aos sábados nas reuniões Escoteiras? Perder Corisco, seu amigo de muitos e muitos anos? Preciso pensar em um enredo para criar. O final quem sabe um dia irei contar...  


Boa tarde desejo de coração que seja um dia feliz para você. Com muitos sorrisos, pense que estarei aí com você em espírito, tentando ajudar no meu Melhor Possivel para que possa alcançar o que todos nós esperamos. Formar e forjar homens e mulheres para a grandeza do Brasil!

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Como seria o verdadeiro Escoteiro?


Conversa ao pé do fogo.
Como seria o verdadeiro Escoteiro?

            Sempre me perguntam se eu conheço o verdadeiro Escoteiro. Aquele que tem Espírito Escoteiro, que você vê seu coração pulsando de amor, que sabe do seu ideal de ajudar o próximo sem pensar em si mesmo. Não é fácil responder. Difícil mesmo. Cada um tem sua maneira de ver e saber quando ali em sua frente tem um com todas as qualidades que se espera de um bom escoteiro ou de uma boa Escoteira. Mas ao meu modo, eu costumo reconhecer aqueles que se sobressaem. Dificilmente comento com alguém. Dizem que eles têm preso no coração na mente, na alma e no coração o espirito de B-P. Como aquela canção que diz que ele está sempre na mente, junto de mim e no meu coração estará.

             Mas quais seriam os verdadeiros sentimentos de um escoteiro? Quem sabe é quando ela ou ele olha para você e diz: - Chefe está ouvindo o ressonar da selva? Está sentindo o seu perfume? E o cheiro da terra Chefe, está sentindo? E ele continua: - Chefe veja este vale florido, olhe os pássaros fazendo acrobacia no ar. Veja no alto daquela colina aquelas árvores com suas flores, observe quantos beija flores lá estão a beber o seu néctar. Chefe olhe o vento, veja como ele faz a relva balançar como se fosse uma grande onda do mar. Chefe observe como a aragem sopram as flores e fazem as plantas sorrirem e a nos traz tantas felicidades. Sentimentos. Doces sentimentos. Quando um dia ele olhou para você e sorriu dizendo – Chefe ponha seus pés na agua fria deste regato, sinta seu corpo vibrar com o que a natureza nos oferece. – Chefe, olhe os peixinhos dançando e cantando como se fossem um Balé se apresentando na primavera do amor.

               Mas seria assim um escoteiro? Amante da natureza? Seria aquele que diz a você – Chefe veja os pássaros no céu, veja o seu lindo revoar! E ali Chefe, veja naquele galho a Gaivota que veio do sul. E lá mais ao longe o Cisne Branco que vagueia nas ondas do mar. Fico pensando. Seria isto mesmo? Seria exigir muito se um dia pudéssemos ver em seus olhos, aquele brilho quando a fogueira é acesa? Em saber que foi ele quem fez o fogo e quando acendeu sorriu como um iniciante? Chefe meu amigo. Não me cobre tanto. Nem sei mais o que digo. Mas você sabe do sorriso, da maneira de cantar, da maneira de brincar e do seu jeito próprio a tratar os seus irmãos.

              Por Deus! Acha que exijo muito? É certo? Pensar que ele proceda dentro dos princípios da lei? Mas este não seria o verdadeiro Escoteiro ou Escoteira? Aquele que demostra respeito, que quando cumprimenta a todos com seu Sempre Alerta tem um sorriso nos lábios? Seria este o Escoteiro ou a Escoteira perfeita? Fico em duvida. Já nem sei mais o que digo e preciso meditar mais. Afinal a perfeição só Deus. Mas que seria bom seria. Ver quando ele respeita e é respeitado, ver que ele sabe o que é ser disciplinado e quando ele disser Palavra de Escoteiro, você pode acreditar. Ver suas notas, os elogios dos professores o respeito dos seus amigos.

              Não sei se respondi a pergunta que meu mesmo fiz. Não sei se tirei a duvida ou se ela aumentou com meu modo de pensar o que seria o verdadeiro escoteiro. Sei que para o jovem ou a jovem escotismo é desafio. Nem todos irão aceitar e lutar pelo seu lugar ao sol. O que sei é que quem forma quem dá quem ensina quem motiva somos nós os chefes. Um trabalho árduo. Quando estamos junto a ele ou ela devemos olhar para frente, pensar que estamos ali para ajudar. Não somos pais e nem mães somos um irmão mais Velho. Sorrindo e compreendendo sua juventude. Ouvindo mais que falando. Se acreditarmos em um escotismo puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações, saberemos um dia só em olhar, vendo seu sorriso, seus olhos faiscantes e sua maneira de conversar que estamos diante de um verdadeiro Escoteiro.

                 Um dia me disseram que o escotismo não é para qualquer um. Não sei, posso não concordar. Escotismo é para todos, sei que uns irão gostar outros não, mas que devemos dar oportunidade a cada um para decidir. Ninguem nasce escoteiro. Ele se torna um pelo hábito de comportamento. Portanto meu amigo somos nós os responsáveis para fazer deste rapaz e desta moça, o verdadeiro Escoteiro que um dia pensamos em colaborar!     


- É um grande jogo, ele dizia sempre,
Seja bem vindo, divirta-se educando.
Aceite as regras, são simples, mas sinceras,
Não complique as coisas, continue acreditando.
Você não vai modificar o mundo, mas para uns poucos,
Serão agradecidos se você for ajudando!

Deixe de lado esta mania de grandeza,
Faça seu trabalho com poucos, mas com certeza.
Acredite cada um vai achar o seu caminho,
Pois este jogo é como pedra de moinho

Se bem aplicado terá alegrias e não tristezas.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Chefes Escoteiros que ficaram na história.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Chefes Escoteiros que ficaram na história.

                 Estamos vivendo uma nova era do escotismo. Lideranças aparecem e desaparecem sem deixar rastro. Alguns permanecem tentando escrever seus nomes nas páginas da história do Escotismo Brasileiro. Ao seu modo estão mudando nosso destino como se eles soubessem onde devemos chegar. São muitos, alguns ficam outros desaparecem e a gente não ouve mais falar. Nas páginas dos novos poetas, pensadores, doutores professores e pedagogos a educação escoteira tem outra forma de fazer e interpretar. As idéias de B-P não servem mais para os tempos do futuro. Dizem que os jovens se preocupam mais com as descobertas da física, da matemática, das descobertas tecnológicas. Assim dizem os novos pedagogos do escotismo. A vida ao ar livre está sendo substituída pela sala de aula, pela sede, por um programa moderno e viver na natureza fazendo aventuras se tornou um empecilho pelas exigências burocráticas que são exigidas.

                      Eu um Velho teimoso e mordaz escrevo o que não devo. Dizem que sou espirituoso e que desconheço a realidade do século XXI. Acho que sou e serei sempre um eterno saudosista dos tempos idos que marcaram uma geração. Homens e mulheres forjados no verdadeiro espírito Escoteiro onde a fraternidade tem seu lugar sem distinção de classe, credo ou mesmo burocracias exigidas para provar que é um Escoteiro do Brasil. Hoje me lembrei de alguns nomes que ficaram na história escoteira. Nomes que dignificaram o Escotismo de Baden-Powell. Nomes que nunca serão esquecidos passe o tempo que passar. Se eles estão lá no Grande Acampamento, se abraçando, confraternizando seja de que pais ou associação for eu não sei. Desculpem-me os que conheceram outros nomes que aqui deixei de citar. Minha única intenção foi de mostrar que já tivemos homens escoteiros que pudemos orgulhar.

                   Quem já ouviu histórias do Velho Lobo? Sim o primeiro a ser chamado assim. Benjamim Sodré, o Almirante famoso que emprestou seu nome para a história escoteira e soube muito bem explorar a metodologia entre os pares que viveu e conheceu. Sua história escoteira é rica em detalhes, em construir felicidades, em dar sem receber e dar um aperto de mão honesto e não só para aquele quem tem o registro na UEB. Vamos pular o grande Velho Lobo e procurar nas páginas da história outro que foi um orgulho para nós. O Ministro Guido Mondin. Ministro? Sim, tivemos um ministro, valoroso, não vaidoso, que fazia questão da flor de lis da lapela onde estivesse. Gostava de dizer que era Escoteiro de coração. Não tinha meias palavras, não gostava de bajulação. Sempre pronto a colaborar com o escotismo brasileiro sem ostentação. Não se colocou em um pedestal, como muitos fazem hoje. Seu poema ficou na história e dizia tudo sobre seu temperamento e do que achava dos novos chefões que hoje pululam por aí.

                         - Escoteiro... - “Despe teu uniforme, interesseiro, Pois não é nele que vive a Disciplina”. Nem por vesti-lo te fazes Escoteiro, Como o exige nossa lúcida doutrina. Que importa a Promessa que te ensina a ser da nossa causa um Cavalheiro, sem a conquista da insígnia peregrina do caráter de um homem verdadeiro? Escotismo é escola de Lealdade, de Amor, de Ação e Inteligência, isenta de arrogância e veleidade. Se não o compreendeste, então importa que o construas primeiro, na consciência. Cumpre a nossa Lei… e depois volta! – Falar mais o que deste homem?

                         Não podemos esquecer-nos do Chefe João Ribeiro dos Santos. Um Escoteiro que preferia o título de Chefe a ser chamado de doutor. Um homem cativante, alegre e conhecer de tantos assuntos que nem podemos imaginar. Seu exemplo foi servir. Servir ao próximo, a comunidade e principalmente o escotismo que era um apaixonado. Suas obras Escoteiras ficaram para sempre marcadas na memória. Suas letras musicais inesquecíveis. Quem não se lembra da divertida “Panelas”? Da “Canção do Lobinho”? E daquela que é cantada até hoje de norte a sul do Brasil? – “Viemos do norte, do sul e do leste, viemos do oeste de todo Brasil”! Demais. Quando milhares de jovens repetiu seu canto dizendo: Lavando as panelas somos todos irmãos? Uma frase que ficou na história. Ele viajava pelo Brasil para dar cursos, foi agraciado na época com os títulos mais desejados de Gilwell Park tais como ADCC (Assistente Deputado Chefe de Campo) e depois DCC (Deputado Chefe de Campo) sabemos que poucos conseguiram ter.

                          E o Chefe Francisco Floriano de Paula? Seus livros foram sucesso e até hoje lembrados. “Para ser Escoteiro” ficou na história. Desmembrado em três partes, Noviço, Segunda Classe e Primeira Classe foram lidos pelos escoteiros de norte a sul do Brasil. Doutor, Professor catedrático, deu sua vida pelo escotismo. Já Velho quase cego estava lá, dirigindo cursos nos campos escola sempre ajudando e colaborando. Tivemos muitos homens escoteiros valorosos, mas não posso me esquecer dele, um exemplo de amor ao próximo, que teve a audácia de conseguir verba estadual para custear cursos a chefes de todo o estado. Tive a honra de tê-lo como Diretor do meu primeiro Curso da Insígnia de Madeira. Tive a honra de apertar sua mão, tive a honra de abraçá-lo como um filho e nunca mais esquecê-lo.

                            Foram muitos os Grandes Chefes que ficaram na história. Discorrer sobre cada um deles seria uma honra, mas precisaria de um livro. Fico aqui algumas pequenas lembranças. O meu amigo Sauro Bartolomei, um sorriso nos lábios, incapaz de uma critica ou uma ofensa. Viajava para onde o convidavam sem nada cobrar. E o meu líder Chefe Darcy Malta, um homem a quem devo tudo na vida escoteira. São tantos meu Deus! Tantos que as lágrimas aparecem só ao lembrar. E hoje? Como são forjados os novos lideres? Tem algum que vai para os anais da história? Que raça temos que não sabe dar a mão sabe ser amigo e dizer que mesmo não sendo da UEB somos todos irmãos? Que raça estamos fabricando onde primeiro se vê brigas, processos condenatórios, exigências burocráticas, corrida atrás de valores financeiros? Aqueles que se arrogam como juiz a dizer que é o dono do nome Escoteiro? Já me perguntei e não reluto em perguntar novamente: - Baden-Powell deu por escrito seus direitos autorais? Disse que o escotismo pertence a algum país? Quem pode se arvorar como dono? Isto é escotismo?


                              Ainda lembro com saudades do nosso passado, do nosso marketing, do proselitismo Escoteiro, de grandes empresas, organizações da mídia que faziam para nós. Hoje? Amigo esqueça. Se vamos ter alguma mídia é melhor não ler. Não vai gostar. Se alguns destes novos lideres que dirigem ao seu modo o escotismo brasileiro vai ficar na história eu não sei. Sei que os resultados não são bons. Falta credibilidade, somos achincalhados e visto pela população como um movimento falido. Falido na apresentação pessoal, no garbo, nas ações, nas palavras e nas suas memórias. Saudades de uma época, de homens dignos que elevaram o nome Escoteiro como orgulho da nação.

domingo, 3 de abril de 2016

Memórias de um “Caderno”. Uma Insígnia de Madeira.


Crônicas de um Velho Escoteiro.
Memórias de um “Caderno”.
Uma Insígnia de Madeira.

                    Quem não tem este sonho? Todos têm. Alguns lutam outros desistem no meio do caminho. Cada tempo, cada momento tem seu lugar na história e na memória de cada um. Dizem que ser Insígnia no passado era mais difícil que hoje. Não sei se é verdade. Até fins da década de setenta, a Insígnia era dividida em três partes. Parte I, o Caderno, Parte II Campo e Parte III observação. De todos o caderno dava medo. Havia um receio enorme do leitor. O que ele iria dizer. A parte II no campo era gostoso, dez dias acampado. Depois caiu para oito, seis e hoje nem se quanto é. A Parte III era observação. Hoje tem muitos AP, naquela época não. Lembro que os que se arriscavam começavam pela parte II. No campo. Oito ou dez dias sempre em um local inóspito. A ideia era todos vivenciassem o sistema de patrulhas como escoteiros. Monitores e demais funções em rodízio, obrigações na patrulha eram cobradas. Não importa se cozinheiro, se intendente ou mesmo um simples aguadeiro.

                      Dez dias. Uma delicia de curso acampado e vivendo a vida de um Escoteiro. No final uma equipe de verdade que aprendeu a respeitar direitos e deveres. Era assim que se esperava dos chefes quando voltassem para suas tropas. Não tinha restaurante, Self Service, nada. Cada patrulha recebia suas rações e cozinhava. Todos aprendiam a serem monitores, cozinheiros, intendentes, almoxarifes, aguadeiro, enfermeiro ou construtor de pioneiras. Horário corrido. Tempo livre só para almoço. As sessões duravam eram diferentes. Em uma sombra, uma árvore, em meu curso teve uma dentro de um remanso de águas geladas. Os temas mais comentados eram Sistema de Patrulhas, Corte de Honra, Jogos, Programando o Programa, Técnicas de Pioneiria, Garbo e boa Ordem, Padrões de Acampamentos, Normas e Regulamentos, Atividades Aventureiras, Métodos e Programas, Tradições e Cerimônias, Psicologia do Adolescente, Jogos, Deveres para com Deus (Lei e Promessa). Eram assim os cursos Em Gilwell.
                        Antes de partir para um Curso Avançado da Insígnia de Madeira, começávamos com um Curso de Adestramento Básico (CAB). Cinco dias, foi alterado para três e hoje nem sei se tem. Sei de muitos que após fazerem a parte II de campo da IM desistiram. O caderno era um osso duro de roer. Um questionário com dezenas de perguntas para serem respondidas. Dizem que hoje em alguns estados ainda fazem assim. Outros não. Não entendo a falta de padronização. Chefe do Norte é diferente do Chefe do Sul? – Você só recebia o lenço se vencesse as três partes. A última um Chefe IM da sua área ficava responsável. Sem essa de amizade, proteção ou bajulação. A gente nem sabia quem era o leitor. Meu “Caderno” foi posto no correio no final de abril de 1963. Olhei para a moça do balcão e paguei como carta registrada. Seis meses e nada. Cobrar? Um belo dia ele veio de volta. Refaça as alíneas II e VIII. Olhei, era sobre o Sistema de Patrulha e Corte de Honra.

                        Passava minhas folgas devorando os livros de BP e do Velho Lobo. Um mês depois lá estava eu no correio a despachar. Quatro meses e ele de volta. Refaça tudo sobre Lei e Promessa e Normas e Regulamentos. Mais três meses e lá estava eu de novo sorrindo para a moça do balcão do Correio. Desta vez demorou quatro meses. Abri o envelope e junto um Certificado de Aprovação. Sorri de orelha a orelha. Agora era esperar a Parte III. Falar com quem? O Escoteiro Chefe é claro. Mandei uma carta. Sem essa de e-mails ou telefone. Tudo escrito à mão. Até o caderno tinha de ser a mão. “O leitor queria ver como era nosso português” e redação. O Chefe Darcy Malta me mandou um ofício. Dizia que seria meu observador. Não tinha como ver o que fazia na tropa (Grupo Escoteiro Walt Disney em Belo Horizonte). Escrevi para ele como eu era o que fazia quantos acampamentos fizemos nos últimos quatro anos, quantos jovens saíram e quantos entraram.

                      Início de 1965, um Ajuri Distrital em Belo Horizonte. Convidados de vários estados presentes. Eu Chefe de um Sub. Campo Senior. A noite um fogo do Conselho só do sub. campo. Foi ali no calor de mais de 110 seniores que recebi minha Insígnia. A mesma que uso até hoje e o colar. Dois tacos. Ri a valer. Uma alegria sem fim. Nunca esqueci tudo que fiz para ser um IM. Os dez dias acampados ficaram gravados para sempre em minha mente. O Ninho de Águia, a ponte levadiça, a ponte pênsil, o caminho do Tarzan e o elevador ficaram na história. Ali aprendi que nada é impossível. Apitos de chamada geral às duas da manhã para capturar uma capivara foi demais. Claro que depois foi solta. À tarde das cobras corais me ensinou a não ter medo. Cada patrulha iria capturar uma e ver quais as venenosas ou não. O fogo do conselho foi imaginável. Os grandes jogos em patrulha, as noites em volta de uma fogueira cantando e dançando com a equipe foi demais.

                        Porque escrevo isto? Afinal não é passado? Amanhã ou em alguns anos os de hoje também não terão suas histórias para contar? Histórias aventureiras? Espero que sim. Não sei como são feitos os cursos de Insígnia hoje. Devem ser supimpas. Mas meus amigos não sei se o Sistema de Patrulha, o mais importante no método de BP está sendo realizado a altura. Os acampamentos aventureiros só com a sessão, liberdade de ação para as patrulhas. Tempo livre fraternidade. Até hoje lembro o que dizia Baden-Powell: - Só os resultados interessam. Resultados de jovens puros nos seus pensamentos nas suas palavras nas suas ações. Ideal e espírito Escoteiro. Jovens que lutávamos para ficarem cinco dez ou mais anos na sua trilha desde lobo até pioneiro. Daqueles que tinham Deus no coração. Daqueles que um olhar bondoso se via em qualquer situação de dificuldade.


                        Eu fui lobo, fui Escoteiro, fui sênior. Aprendi muito e agradeço também aos chefes da Equipe que dirigiram meus cursos. Em plena selva, mas com responsabilidade de saber que ali tinha pessoas que precisam de amor, carinho e uma palavra amiga em qualquer tempo. Dirigi muitos cursos. Muitos insígnias, muitos cursos técnicos, muitos para lobos e seniores. Nunca concordei com os tais cursos de fins de semana para ser um IM. Escrevemos muito sobre a palavra impossível. Eu sou fã dela. Lembro-me daquele general inglês que era mestre em dizer que o possivel fazemos agora, e o impossível daqui a pouco. Oito dias é pouco quando se sai em férias. Afinal é uma vez só na vida! Quem quer faz, quem não quer manda. Hoje não ninguém tem mais tempo. Insígnia de Madeira. Desejo de muitos, conquista de poucos. E o caderno? Puxa! O Meu foi demais!