Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Curiosidades. O lenço Escoteiro.


Curiosidades.
O lenço Escoteiro.

Mais do que uma simples peça do uniforme? Claro que sim! O lenço escoteiro é um pedaço de tecido de forma triangular, parte fundamental do uniforme de todas as organizações escoteiras ao redor do mundo. A peça foi adotada pelo fundador do movimento escoteiro Robert Baden-Powell por ter dimensões muito próximas as de ataduras triangulares muito usadas em primeiros socorros. Usado geralmente em cerimônias, o lenço é enrolado, colocado ao redor do pescoço e então preso com um anel. Cada Grupo Escoteiro tem liberdade para definir as cores e o emblema de seu lenço. É uma tradição em acampamentos e eventos ao redor do mundo trocar lenços com outros escoteiros, sendo que alguns chegam a formar verdadeiras coleções.

Todas as unidades estaduais e a unidade nacional da UEB possuem lenços próprios. O lenço nacional, usado em cerimônias e eventos internacionais, é azul e tem por emblema o cruzeiro do sul bordado em branco. (me parece que foi alterado). O Lenço de Giwell é um dos mais antigos lenços escoteiros do mundo, adquirido ao se completar as etapas da insígnia de madeira (curso treinamento de chefes escoteiros).

PENSAMENTOS DE BP:
O lenço Escoteiro
Eu tive uma questão proposta a mim sobre a relação entre a boa ação e o nó do lenço escoteiro. Minha idéia era que o Escoteiro, pela manhã, deveria fazer um nó extra em seu lenço ou deixá-lo por fora de seu colete até que tenha feito à boa ação do dia, quando então poderia voltar ao uso ordinário do lenço por dentro do colete ou com um nó simples nele. Por essas estúpidas palavras da minha parte algumas impressões confusas surgiram no estrangeiro, mas penso que não importou muito – as boas ações eram realizadas todas do mesmo jeito.

Com o passar do tempo vimos que o lenço tinha muitas utilidades e era questão de honra cada um aprender a usá-lo e conhecer suas diversas utilidades. Todos aprendem a usa-lo como tipoia, como fabricar uma maca, amarras diversas principalmente em talas feitas para estancar hemorragia, transportar pesos na cabeça, servindo de almofada. Numa situação temporária, fazer de cinto. Tapar, por exemplo, massa a levedar, ou alimentos frescos. Para filtrar água com sujidades naturais (poeira, folhas, erva) Para proteger o pescoço do sol, usando-o normalmente.

Durante muitos anos, os lenços dos escoteiros eram quadrados, dobrados em triângulo e depois enrolados. Na lista de material individual pedido aos rapazes de Brownsea, constava um lenço, preferencialmente de cor verde escuro. Nas pontas, é tradição dar-se um nó simples para lembrar a Boa Acção diária. O termo em inglês para o nosso lenço é “neckerchief” ou “scarf”. Só por volta de 1923 é que se tornou hábito usar uma anilha nos lenços, pois, até aí, era simplesmente usado um nó tipo gravata. Os escoteiros americanos só começaram a usar o lenço no uniforme a partir de 1920.

No Brasil o lenço escoteiro deve ter catetos medindo de 60 a 90 cm, sendo os grupos escoteiros responsáveis por suas cores e emblema.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Você sabe para que serve o movimento Escoteiro?


Conversa ao pé do fogo.
Você sabe para que serve o movimento Escoteiro?

Alguns chefes tem comentado comigo sobre o que seria qual a finalidade do escotismo no mundo de hoje. Confesso que sou como muitos que repetem o Velho chavão de que o escotismo é uma escola de cidadania etc. e etc. Muitas vezes assisti programas em rádio e TV com lideres escoteiros sendo entrevistados e sinceramente não sei se eles transmitiram para os ouvintes ou telespectadores o que pensavam transmitir sobre a finalidade do escotismo. Uma vez junto a um Líder Regional que era entrevistado por uma rádio de uma cidade do interior o repórter de supetão me perguntou: - E o Senhor Chefe, qual sua opinião do valor do escotismo na sociedade de hoje? Putz! Não estava preparado para a resposta. Por muitos anos quis montar uma maneira simples para ajudar a muitos quando perguntados ou mesmo quando implantarmos esquemas para que a sociedade local conheça melhor o escotismo.

Se analisarem bem as formas atuais de marketing que fazemos para o publico não traz uma imagem de uma organização perfeita na educação e formação, pois ainda somos olhando como um movimento excessivamente infantil e ineficaz, pois ainda não viram seus resultados com adultos ex-Escoteiros atuando na liderança nacional. O escotismo para muitos ainda é uma diversão de criança. Não temos respaldo no mundo pedagógico e sociológico de hoje. Pensadores educadores e mestres de universidades afins desconhecem nosso valor. Não temos ninguém da nossa liderança escoteira para dizer o que somos e o que pretendemos. O que somos? Na mais que uma maneira prática de formar jovens para a vida. Uma organização infantil e juvenil sui-generis que bem feita e bem aplicada tem enormes contribuições a dar a juventude. Afinal somos poucos em nosso país que ainda pensam em forjar caráter, honra religiosidade, transparência, palavra e boas ações. Isto posto nos faz únicos na maneira de agir com jovens.

Através de um sistema próprio e bem bolado por Baden-Powell nosso fundador, ele nos deixou uma maneira simples e divertida onde o jovem aprende por si mesmo, acredita no que faz e pela consciência de uma lei e promessa tem uma nova visão da vida para que no futuro ele saiba onde se encaixa na coletividade. O escotismo tem tudo para motivar o jovem a ser alguém a respeitar e ser respeitado. Jogos, atividades ao ar livre, seja na mística de uma sociedade criada por Kipling em uma Floresta, com lobos mostrando como podem sobreviver com regras próprias, ou através do sistema de patrulhas, onde jovens vivenciam entre si, aprendem a se respeitar, a dar o possivel e o impossível para o bem de todos, onde cada um aprende que servir não é só uma palavra, mas uma maneira para sobreviver. Aprender a fazer fazendo sempre foi uma das melhores formas para o crescimento individual e coletivo. Partir para a busca de objetivos seja através de provas técnicas, seja através da vivencia em patrulha ou Tropa o jovem tem tudo para criar uma atmosfera de amor e fraternidade.

No escotismo temos grandes oportunidades de colaborar na formação individual do jovem, pois ao se libertar da infância ou puberdade ele terá na sua vida futura uma enorme facilidade para escolher qual o melhor caminho a tomar. A vida é feita de escolhas, nós mais velhos chamamos de livre arbítrio. Sem uma formação moral nenhum homem ou mulher saberá até onde vão seus objetivos muitas vezes caminhando por estradas tortuosas e de um futuro incerto. Lembremos que não temos o dom de formar sem uma boa dose de conhecimentos, tais como liberdade de ação e deixar que o jovem conheça a si mesmo no caminho para o sucesso. Escotismo não é tudo, mas sim uma maneira de colaborar com os pais, com a escola e a religião (Caso a família assim pensar). Os pais escoteiros sabem do seu valor, mas aqueles que não conhecem sempre acham muito senões para prosseguir na liberdade individual dos seus filhos.

Por falta de conhecimento, de formação de adultos preparados para atuar como chefes, por falta de apoio das autoridades, e muito mais estamos parados no tempo sem ter um reconhecimento dos nossos valores. Dependemos de lideres escoteiros para através de um bom marketing mostrar para que viemos e o que pretendemos. Até hoje estamos parados no tempo. Não é fácil chegar lá. Há uma gama enorme de voluntários chegando com novas ideias esquecendo que adaptar é válido a uma época que difere muito da do passado. Mas aos poucos desfiguram os ideais do fundador e o que pensamos ser válido para uma boa formação do jovem para sua vida futura. Quem sabe um dia chegaremos a topo da escala educacional onde o respeito e a condução séria de um escotismo perfeito possa ser realmente aplicado e recompensado. Quem ganha? Nós, os pais, a sociedade a nação.

Não sei se me fiz entender. Acredito que temos muitos lideres escoteiros com o dom da escrita melhor que o meu. Temos que fugir do lugar comum. Caminhões com barracas, um fogão e café ao prefeito, montar em parques e rodas de meninos a cantar não sei se ainda é o melhor caminho. Bem bolado uma exposição escoteira, mas será que atingimos o publico alvo? No passado ouve uma grande massa de escoteiros em vários países através do título Serviço Comunitário dando uma nova visão ao escotismo em seus países. Não sei até que ponto foi válido. Enquanto países de primeiro mundo mostram seus resultados com homens famosos ou não dando seu testemunho do escotismo no nosso não temos quase ninguém. Não tenho mesmo o dom de dizer como fazer e qual o passo para o sucesso nesta caminhada. Só posso dizer que tudo que a União dos Escoteiros do Brasil tem feito até hoje carece de resultados.


Quem sabe um dia chegaremos lá. Mas não somos governos onde os planos de hoje não interessam aos eleitos de amanhã. Temos que pisar fundo para mostrar que o escotismo é uma verdadeira escola de formação de jovens onde a escola, a igreja e até os pais vem falhando. Não substituímos, mas temos uma força tremenda se usarmos o sistema educacional bolado por Baden-Powell. Os anos passam e estamos a cada dia perdendo tempo com discussões inúteis, falta de entrosamento, falta de diálogo e tantas outras situações que está transformando o escotismo nacional em um movimento elitista. Não era o que pensava o fundador. Obrigado.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Um Bravôo aos religiosos que fazem escotismo.


Conversa ao pé do fogo.
Um Bravôo aos religiosos que fazem escotismo.

                  A ideia não era de escrever o que seria o escotismo sem a religião. Nada disto. Afinal temos que respeitar os ateus e agnósticos e isto faz parte da formação moral escoteira e respeito com os outros. Acredito que não sou douto neste introito bem difícil para meus parcos conhecimentos. Talvez o título devesse ser outro. Quem sabe o que seria do Escotismo sem os religiosos. Afinal no passado eles tiveram importantes participações da vida escoteira nacional. Hoje pela manhã quando ia percorrer meus mais de mil metros me preparando para a São Silvestre de São Nunca, vi que o sol apareceu lindo demais para não aproveitar. Na volta na varanda peguei minha cadeira e cochilei, não sem dar uma lida no jornal. Eu tenho facilidades para cochilar onde sento ou deito. Vantagens dos velhos da terceira idade. Mas eis que me veio à memória os contatos que tive no passado com pastores, padres e outros religiosos.

                   Nestas lembranças não quero desmerecer nenhum líder religioso. Nada disto. Mas tenho que reconhecer que apesar dos pesares, dos ditos e não ditos, das acusações de pedofilia e outras “tantas cositas más” a Igreja Católica com seus quase cento e vinte milhões de adeptos no Brasil praticantes ou não, trouxe uma enorme contribuição ao escotismo. Acredito mesmo que ela ainda não foi devidamente homenageada por isto. No passado exceto os desbravadores poucas religiões evangélicas se interessavam pelo escotismo. A Religião Católica predominava. Os párocos acreditam que o escotismo era uma maneira de se atingir a formação da juventude. Seja na espiritualidade ou acreditando no método de Baden-Powell.

                  Sei que podemos ter dezenas de exceções. Sei também que hoje mudou muito. Casos contraditórios, mas eu na minha vida Escoteira tenho eternas lembranças dos meus amigos religiosos. Quantos e quantos padres foram meus amigos. Visitavam minha humilde morada. Fizeram refeições na minha mesa junto à família Ferraz. (adoravam a comida da Célia) Até o batismo de dois deles foi feito em minha residência por um deles. Vi dezenas deles de uniforme, calças curtas, orgulhosos, lutando em uma sessão ou dando cursos em estados ou cidades distantes. Dormi em barracas com vários. Juntos construímos lindos altares nos acampamentos. Pioneirías do mais alto escalão. Ajudei no possível quando celebravam as missas, pois menino fui coroinha. Tentei como comissário me aproximar de outros lideres religiosos e fui bem aceito, mas o escotismo não deu frutos na época. Dois deles se ombrearam comigo na luta para a expansão do escotismo em meu estado. Faço questão de tirar meu chapéu para eles.

                    Perco a conta de pensar quantos grupos iniciaram suas atividades sob o auspício da igreja católica. Considero os que ainda sobrevivem e os que já foram fechados sobem aos milhares. Sei de muitos ex-Escoteiros que lá cresceram. Sei de muitos párocos que deram de tudo para que os escoteiros não ficassem ao relento. Sei de centenas de outros que o próprio pároco vestiu a calça curta e saiu por aí de lenço e mochila nas atividades aventureiras cantando a pleno pulmões como era belo ser Escoteiro. Lembro-me do saudoso Chefe Padre Henrique quando chegamos ao topo do pico da Bandeira. Seu semblante era digno de se olhar. E na jornada com Chefe Padre João quando chegamos ao arraial e o povo veio aplaudir. Quando souberam que era padre foi uma festa. Lembro-me do Chefe Padre João Fagundes, naquele CAB Escoteiro e no terceiro dia descobrimos que oito chefes se mandaram do curso sem avisar? Só porque a temperatura desceu a dois graus abaixo de zero?

                    Labuta aqui labuta ali sempre fiz amigos entre religiosos. Aqui em São Paulo quando cheguei e comecei a dar cursos os convidava para ajudar na equipe e celebrar a missa aos domingos. O Padre Tonino da Vila dos Remédios e o Padre Danilo de Barueri nunca recusaram um convite para colaborar nos cursos. A missa era sagrada. Era um tabu que não se podia esquecer. – dizia aos alunos: Amanhã pela manhã, teremos missa no campo. Os que forem de outras religiões estarão dispensados para junto a outros ou sozinho fazer suas orações. Interessante. No outro dia estavam todos na missa. Desculpem-me se não aprofundar nesta seara. Não sou muito de discutir religião. Escolhas são pessoais e cada um dia vai decidir o que quer ser. Eu desde a idade de 17 anos sou espírita. Espiritualista por assim dizer. Mas o que dizer destes homens de Deus, que deram tudo pelo escotismo e ainda continuam dando? Em 1966 participava de um Grupo Escoteiro no alto da serra em Belo Horizonte no Convento dos Franciscanos. Frei Marcolino era nosso benfeitor. O Prior de lá sempre escondia lideres ou não procurados pela policia politica.

                   Um dia de reunião, na formatura do cerimonial, lobos escoteiros seniores em posição de sentido e um policial do DOPS chegou e gritou: Com que direito? Aqui só tem subversivo e comunista. Nada dissemos. Frei Marcolino foi até ele e pausadamente disse – Meu irmão são escoteiros, jovens que querem aprender honra e civismo. São filhos de Deus como você. Ele nada disse e foi embora. Claro não antes de revistarem todo o convento. Levaram quatro pobres diabos e dois Freis que chamaram de comunistas. As batidas eram frequentes, mas os religiosos nunca desistiram e ajudar.  Eu mesmo quase fui “premiado” em uma batida em minha casa a minha procura. Estava em Belo Horizonte com minha esposa e a casa vazia. Trabalhava na Usiminas e nosso grupo tinha o lenço vermelho e branco. Quando chegamos em Cel. Fabriciano um Padre da paróquia veio correndo – Chefe Osvaldo. Alguém denunciou o Senhor e o Chefe Carlos. Por causa do lenço vermelho o chamaram de comunista. Já vieram aqui atrás do Senhor. Ele me defendeu. O padre. A história é longa. Um dia quem sabe vou contar.

                      E é por isto que louvo a Igreja Católica. Sei que tem casos diferentes, sei que muitos darão exemplos mil de erros cometidos. Eu não. Não importa o que dizem. Para mim os meus amigos padres que foram muitos e aí incluo o Bispo Dom Lara que faz questão de vestir uniforme, tem uma morada eterna no meu coração. Acampei com eles em lugares impossíveis, em noites de lua cheia, excursões sublimes e os louvo como homens de Deus e protetores do Escotismo. Nunca tiveram duvidas em vestir o uniforme de calças curtas. Lembro-me de dois padres que de calça curta foram comigo a uma entrevista com O Governador Magalhães Pinto no Palácio da Liberdade, e outras vezes em audiências com o Secretário da Educação.


                      Não tenho o que reclamar da igreja católica. O Escotismo deve há eles muito. A estes padres que fizeram de tudo para o crescimento do movimento Escoteiro no Brasil. Nenhuma religião ou mesmo outra organização no Brasil fez tanto. A eles, meus amigos padres que já se foram e os que ainda estão vivos, me desculpem por não colocar o nome de cada um. Foram muitos. Aceitem meu Anrê, meu bravo, meu aperto de mão e meu Sempre Alerta, e me curvo fazendo uma reverência com meu chapéu de três bicos!

terça-feira, 24 de maio de 2016

Conversa ao pé do fogo. John “Bob” Thorton.


Conversa ao pé do fogo.
John “Bob” Thorton.

                    Ele me olhou de cima em baixo e sorriu. Um sorriso debochado, como a dizer então esta é a figura? Porque me convidou a visitá-lo em seu Grupo Escoteiro? Confesso que não me senti constrangido. Conhecia este tipo de Chefe e sabia era um destes deslocado no contexto de fraternidade. Lembrei-me de Pescoço longo, ou melhor, Sebastião Silva, um negro da Patrulha Antílope que me surpreendeu uma noite em volta de um fogo em frente sua barraca: - Chefe, quando alguém se vangloria de ser um homem honrado, depois de dar sua palavra, esta deve ser sagrada. E mesmo que a estrada seja longa feia ou bela, custe o que custar nem que ele tenha de ser morto, sua palavra deve ser mantida! Alma de Escoteiro era Pescoço Longo. Ele sim para mim era um verdadeiro Escoteiro. Olhei de novo para “Bob” sem encarar. Um óculos Ray ban escuro, parecendo ser legítimo, um chapéu de lona tipo canadense. Vestimenta novinha com a camisa solta e um Tênis Mizuno Wave que custa por baixo R$. 1500,00 de cor vermelha.

                Uma verdadeira figura. Olhei seus meninos não mais que uns doze. Olhos ao longe, pensamento distante pedindo a Deus para aquilo acabar. Não estavam nem um pouco interessado em quem seria o convidado da semana (Ele fazia isto para impressionar aos demais chefes do Grupo). Fiquei pensando por que ele estava vestimentado assim e os seus meninos não. Alguns ainda de caqui e dois com a vestimenta. Deduzi que foram herdados de alguns que desistiram e doaram seus uniformes. Pensei comigo que o Chefe deve ser igual à Tropa. Nem mais nem menos. Porque ele teria direito de ser diferente? Mesmo com aquela figura bonachão, seu olhar era insolente, atrevido e mal-educado. Portava a IM e fingia ser humilde usando lenço do grupo e o colar. Dois monitores escorados no bastão esperavam calados. Aprenderam assim. Fiquei com pena, pois ali eu sabia que o futuro daqueles meninos não era promissor.

                      Passei os olhos pelos 12 heróis que estavam a servir seu líder e fiquei triste porque não estavam sendo servidos. Para que o escotismo se o jovem não tem seus sonhos que um dia pensou em realizar? Pensei melhor como deveria ser a reunião. Afinal quem deveria ser o herói? Ele o “Bob” todo orgulhoso e posudo ou os meninos que um dia sonharam em ser um? Eu sabia que a alma mais forte e mais bem constituída é aquela que os sucessos não orgulham e que não se abate com os revezes. Mas se voltasse novamente em dois anos nem quatro jovens eu iria encontrar novamente. Ah “Bob”! Por que não quer ver a realidade? Queres poder a troco de que? Tem lucro? Tem paga? Ou quem sabe se sente bem “comandando” a meninada que um dia vai fugir para nunca mais voltar?

                  Lembro-me uma vez que um destes tipos prosapiosos, falador, metido a entendido publicou que se a norma aceita tem número nos estatutos ou no POR não temos porque discutir. Se entrou no escotismo tem que aceitar a disciplina se não melhor sair. É... Calar, ouvir e cumprir. Norma correta? Eu já vi tantos que se dizem Escoteiros mostrando seu saber que procurava me manter a parte sem discutir. Hoje é perda de tempo. Quem se acha em estado de graça não vai mudar. “Bob” era um deles. Era capaz de desfiar todos os artigos do Estatuto, do POR e quem sabe das normas internacionais usadas pela WOSM. Seu estilo mostrava orgulho em agradar a si mesmo e aos demais vaidade. Sentia-me incomodado. Não queria ser indelicado, mas o escotismo dele não era o meu.

Foi formal ao me receber, não me apresentou a ninguém e durante o tempo que fiquei lá não vi o Diretor Técnico ou alguém da diretoria. Afinal ele não ia perder a oportunidade de mostrar o seu saber Escoteiro e queria me impressionar. Será que ele não sabia que eu não era nada na UEB? Não tinha cargo, não pertencia à corte, nem mesmo tinha algum título de nobreza ou uma casta para apresentar. É a vaidade quer aplauso. Clac, Clac, Clac. O que dizer para ele? Fraternidade? Amor? Sinceridade? Ele teria respostas na ponta da língua. De novo me veio à mente Pescoço Longo. – Chefe, serei um cão, um macaco ou um urso. Tudo menos aquele animal vaidoso que se vangloria tanto de ser racional. – Posso? Perguntei. – Ele disse sim sem saber o que eu iria fazer. Dirigi-me a cada patrulha. Dei um abraço e um sempre alerta posudo. Claro juntei os castos com garbo e eles ficaram impressionados. Reuni os monitores, fiz o jogo da Caçada da Onça, deram boas risadas e vi que era hora de partir.

                  “Bob” posso conhecer os chefes da Alcatéia e dos Seniores? Queria também conhecer o Chefe do Grupo. Ele me olhou de soslaio – O que é Chefe do Grupo? Não seria o Diretor Técnico? Ele era mesmo um farsante fantasiado de Escoteiro, ou melhor, de aprendiz de Escoteiro, pois aquele que tem a chama no coração aprende que a vaidade exagerada é presunção e fanfarrice. Ele era fruto do que aprendeu a construir. Difícil mudar. Quem sabe poderia se adaptar a uma linha de ação até usufruir do poder. Sim, o poder encanta, Como disse Fernando Pessoa precisar dominar os outros é precisar dos outros. O Chefe é um dependente. Pensei em dizer para ele que somos todos irmãos. Iria adiantar? Repetir o que ele sabia e não seguia que o egoísmo e ódio têm uma só pátria e a fraternidade não tem? Abracei os demais chefes, fiz questão de cumprimentar todos os lobos (oito) e os seniores. Três guias de olhares lânguidos.

                Em casa fiquei pensando o porquê fiquei tanto tempo no escotismo. Quantas vezes quase desisti? Quantos “Bob” conheci em minha vida? Lembro-me quando em acampamentos em volta de um fogo, Pescoço Longo cantava belas canções e dedilhava mal um violão que a gente nem incomodava. Isto sim é que era viver. E como era bom escutar Pescoço Longo a dizer: - Chefe está se sentindo sozinho? Preencha esse espaço com solidariedade. Há muita gente que precisa de você. Não deixe que as pessoas te façam desistir daquilo que você mais quer na vida. Acredite. Lute. Conquiste. E acima de tudo seja feliz! Ah Pescoço Longo, este sim deveria ser o Escoteiro símbolo do Brasil. Uai! Onde ele anda? Gostaria tanto de revê-lo e lhe dar um enorme abraço e um aperto de mão tão forte que BP e o Zulu que lhe deu a mão esquerda morreriam de inveja!


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Era uma vez... Um "Velho" Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
Era uma vez... Um "Velho" Escoteiro.

                      Eu estava ali, como fazia todas as quintas feiras, na sala grande sentado no meu banquinho de três pés e o "Velho" Escoteiro de olhos cemi cerrados na sua poltrona de vime, já gasta com o tempo parecia dormitar. Os minutos corriam as horas também e resolvi ir embora. O "Velho" nada dizia e como o conhecia de longa data achei que estava num daqueles dias onde não falava, não ria e serrava os olhos como se estivesse partindo para sua grande aventura no céu. Quantos anos eu o conhecia? Muito tempo que nem sei como precisar. Sei que entrei por causa dele. Eu o amava como se fosse meu pai. Amava também a Vovó sua esposa incomparável. Ele beirando os oitenta e seis anos e ela com seus oitenta. Levantei e falei baixinho – Fica com Deus "Velho" Escoteiro. Vou deixar você só. Boa noite! Ele sem abrir os olhos falou com voz pausada e baixa – Não vá. Não quero ficar sozinho agora!

                      Ele levantou com dificuldade e vi que estava sério cabisbaixo e pensativo – Sem me perguntar começou a falar: – Será que valeu a pena? Tenho me perguntado quase todos os dias. Será que valeu a pena? Minha vida poderia ter sido outra. Quem sabe seria bem melhor? – Não estava entendendo onde ele queria chegar. – Ele continuou – Você me conheceu já adulto. Ficamos amigos. Hoje é praticamente o único amigo que eu tenho. Nasci neste bairro, nesta casa, e quantas e quantas pessoas um dia entraram por esta porta, sentaram nesta poltrona e me abraçaram? Onde estão eles? – Dos que cresceram comigo se conta nos dedos os que se arriscam a me visitar. Muitos do nosso Grupo Escoteiro se os quiser ver tenho que ir lá. Lutei em todas as frentes possíveis para ver o escotismo ser reconhecido pela nossa sociedade brasileira. Dei cursos, dirigi seminários, fiz milhares de palestras por todo país.

                       - Houve uma época que nós os adestradores tínhamos força na liderança nacional. Um dirigente que ainda não participava junto com outros mudou os estatutos e o regimento e nos deixou de fora. Sei que hoje eles não se incomodam com isto. Se sentem satisfeitos com o “modus operandi” que atuam. Hoje formaram uma “casta” de lords. Quando tinha forças eu participava nos Congressos que resolveram chamar de Assembleias. Ali não se tem a palavra para dizer o que pensa. Tudo já estava programado. Tento achar uma explicação para entender o que fizeram e até hoje ainda sou um pensante sem ação. Fizeram as mudanças em séries. Tudo aquilo que demorou anos para ser criado, efetivado e se tornado um hábito de comportamento foi alterado.

                        - O Velho Escoteiro continuou: - É meu amigo. A gente vai vivendo e vendo horrorizado isto que vem acontecendo. Me sinto impotente. Uma vez um Escotista teve a audácia de me dizer que existia o lugar próprio para reclamar, sugerir e mudar o que se fizesse necessário. Falar o que para ele? Que participei dezenas de vezes, que tudo ali já tinha sido discutido e aprovado em quatro paredes, que esta conversa de ter voz e voto não tem nenhum sentido? E veja meu amigo. Com uma tacada acharam que deveriam mudar o programa. Acharam. Meia dúzia achou. Ninguém foi consultado. A escoteirada? Passaram longe. Tudo bem. Se queriam mudar que mudassem, mas não, atrás do bem mais precioso que todo Escotista ou Escoteiro daquela época lutou para conseguir. Lá foi a primeira e segunda estrela. Lá foi a segunda e Primeira Classe. Lá foi as eficiências seniores. Prefiro não continuar, pois mudaram demais. E os resultados?

                        - As bandeirantes tem uma lei federal que diz que só ela pode ter meninas no escotismo. O maioral na época fingiu uma aproximação e numa só tacada colocou as moças na associação. Até aí não discuto. Acho que foi uma das boas coisas que aconteceram. E se não fossem elas, nosso efetivo que eles dizem estar crescendo estaria pela metade. Observe que elas crescem e os meninos diminuem. Não contente começaram a mudar também normas e hierarquia. O poder acima de tudo. Enquanto na maioria dos países com escotismo ainda tem o Comissário e o Escoteiro Chefe aqui não. Mudaram para presidente e diretor. Nossa linguagem e apresentação acabou. Mudaram a flor de lis, mudaram coisas que interpretávamos como imutáveis tais como a trilha, a rota a ponte e continuam mudando. Não duvide se um dia mudarem a promessa. Já ouvi buchichos que vão substituir os deveres para com Deus. Se os ingleses mudaram porque não nós? - Dizem. E nossa identidade? Acabou?

                     - Olhei para o "Velho" Escoteiro. Vi que ele estava com lágrimas nos olhos. Precisava desabafar. Esqueci a hora. Precisava ficar ali com ele. – Sabe meu amigo continuou – Dizem que quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente controla o passado. Você eu sei pensa assim também – Não disse nada. Fiz um gesto com a cabeça. Um cantor muito inteligente dizia que um povo sem conhecimento, silencia seu passado histórico, origem e cultura, é como uma arvore sem raízes. Ninguém mas ninguém mesmo disse alguma coisa nos últimos trinta anos. Acostumaram. Aceitaram sem reclamar Dizem que temos uma legião silenciosa se movimentando. É ver para crer. Mas vejo que a maioria tem medo de se expor. Medo? Dirigentes colocando medo em voluntários que nada recebem? Aonde chegamos?

                   - O pior meu amigo, é que muitos que estão a mudar não têm nenhuma experiência no assunto. Esqueceram-se de pesquisar entre os associados, nunca foram transparentes em suas ações, resolveram entre si e pronto. As mudança aconteceram. A famosa BSA que dirige o escotismo americano quando decidiam mudar alguma coisa sabe o que faziam? Pegavam quatro ou cinco tropas, pois lá não tem o Grupo Escoteiro como unidade e faziam experiências por anos com profissionais escoteiros observando e depois vendo o resultado com o jovem já adulto. Só assim aplicavam mudanças. Aqui? Mudam a bel prazer. Amanhã é assim. Conto a dedo estes membros do CAN e do DEN e claro os formadores que podem dizer que estamos cumprindo a meta programada. Gostaria de conhecer as experiência nos seus grupos de origem. O que vejo hoje é novos aplaudindo o aprendizado em cursos e os mais antigos não encontro o sucesso esperado. Cursos? Bem não faltam formadores. Existem aos milhares.


                - O "Velho" Escoteiro estava sentado de cabeça baixa. – Eu já contei para você que entrei como Lobinho, fui Escoteiro e Monitor. Fui Sênior e Pioneiro. Rodei meio mundo. Os amigos que fiz no exterior aqueles ainda vivos nunca deixaram de me escrever. Não posso reclamar. Tive grandes aventuras. Você sabe. Já acampei mais de mil noites e fiz tudo que sonhei junto à natureza. Hoje muitos pensam que estou no fim da vida e não me convidam mais.  Todos se afastaram. Eu nem para aconselhar sirvo mais. Eu vi jovens crescerem e se tornarem homens feitos na comunidade. Eu vi jovens que retornaram ao movimento Escoteiro e hoje estão perplexo com as mudanças e muitos estão a desistir.


                 - O Velho Escoteiro taciturno se calou. Ele um dia tinha me dito que ia dedicar à outra coisa. Iria cultivar um jardim, iria ver as flores que agora não via mais. Desistiu de escrever sobre escotismo, duvidava do alcance de suas palavras. Eu nunca soube como dizer a ele como foi e é ainda importante. Sabia também que tínhamos muitos dirigentes e formadores fanfarrões. Não eram a maioria, mas uns poucos sabichões mandavam ao seu bel prazer. – O "Velho" Escoteiro fez o que quase nunca fazia. Deu-me boa noite, chamou a Vovó que também se despediu de mim e subiram abraçados a escada. Eu me considerava da família. Tinha uma chave da casa. Saí, tranquei a porta e uma chuva torrencial começou a cair. Fui correndo para minha casa a pé. Não deu tempo de pensar e analisar as palavras do "Velho" Escoteiro. Deitei e sem perceber lágrimas começaram a cair em meu rosto. Boa noite "Velho" Escoteiro. Boa noite Vovó. 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Conversa ao pé do fogo. Barracas.


Conversa ao pé do fogo.
Barracas.

- A barraca é o equipamento principal do acampamento. Todas as tropas devem se esforçar para que cada patrulha tenha o numero ideal de barracas conforme o numero de seus patrulheiros. Compete ao Intendente da patrulha a cada 15 ou 30 dias fazer um mutirão com a patrulha para que elas sejam arejadas e os espeques e as fixações sejam bem limpos. Só assim elas irão durar bom tempo. Tem patrulhas que usa barracas sobressalentes, mais leves fáceis para transportar para os acampamentos volantes e jornadas aventureiras. Ao comprar a barraca deve-se pesquisar muito bem, pois a grande variedade de modelos, marcas e materiais pode confundir o comprador. Deve-se ter em mente na hora da compra o número de pessoas a que a barraca se destina, se vai ser levada de carro ou carregada nas costas, etc. 

- Há modelos importados de qualidade superior e mesma faixa de preço que os modelos nacionais, que perdem de longe quando o assunto é acabamento da barraca. Basta comparar. Hoje no Brasil os tipos de barracas mais conhecidos são a Canadense, a mais tradicional e fácil de montar. Existem em tamanhos variados. A barraca tipo Bangalô é mais usada pela chefia por acomodar um maior numero de chefes. Esta barraca é bem pesada e só pode ser transportada com carretinha ou veículo. Hoje em dia a mais usada atualmente é a do tipo Iglu. Tem de todos os tamanhos, mas para acomodar o maior número de patrulheiros a melhor é a cabe cinco escoteiros.  

Montando as barracas.
Diversos são os tipos de barracas, havendo também improvisações com lonas de diferentes tamanhos. Obs.: não se devem armar barracas em terrenos em declives fortes (grandes inclinações), cabeça de morro ou crista de serra, em solo úmido e argiloso, em que possa formar poças de lama, ou em terreno perigoso em que a irregularidade de fincar estacas e espeques prejudicando o trabalho de instalação. Os terrenos arenosos exigem cuidados especiais na fixação dos espeques ou estacas para maior segurança da barraca. 

Espeques ou Estacas - serão cravados no solo de modo a construírem uma boa ancoragem; o ângulo do material a se cravado no solo e de 45 graus em relação ao terreno.
Piso da Barraca - é necessário uma boa impermeabilização. A irradiação do calor terrestre traz sempre umidade pela evaporação.
As paredes da barraca devem estar ajustáveis ao solo, para que não haja corrente de ar e não entre pequenos animais (alguns perigosos).
BARLAVENTO - é o lugar onde sopra o vento.
SOTAVENTO - é o lugar para onde vai o vento.

Armando a barraca.
Não se esqueça de levar em consideração o terreno onde vai acampar. Preveja chuvas torrenciais, enchentes ou mesmo caminhos de animais. Quando armar lembre-se sempre de fazer em volta um pequeno canal de mais ou menos 15 a vinte centímetros de profundidade para evitar que enxurradas entrem no interior da barraca. É importante que todas as vezes que usar para dormir verificar se não entrou animais peçonhentos. (cobras, escorpiões etc.) Claro que isto é dificílimo, mas todo cuidado e pouco. Barracas não são intendêndencia (toda patrulha deve ter a sua para guardar seu material ou alimentos) para guarda de doces, salgados ou mesmo outra guloseima que muitos costumam levar. As formigas do campo encontram com facilidade e descobrir um covil de formigas quando se está dormindo é dor de cabeça na certa.

A barraca deve Ter a porta de entrada voltada para o sotavento, para evitar maiores prejuízos. Pode-se verificar com facilidade a direção do vento: movimento da copa das árvores, soltando no ar folhas, pedaços de papel, uns poucos de pó, umedecendo o dedo e notando de que lado ele esfria mais depressa. A insolação da barraca é indispensável, assim como seu arejamento.

- A maioria dos rasgos, deslocamentos e vazamentos ocorrem porque uma barraca foi montada com muita rigidez; descubra formas de montar a sua barraca para flexionar em condições de ventos fortes. Use cabos absorventes de choque sempre que possível. Verifique o local do seu acampamento quanto a troncos perigosos, raízes protuberantes e rochas afiadas que possam causar danos; Se você precisar armar a sua barraca em um local perigoso, cubra as rochas afiadas.

Remova a sujeira antes de armá-la.
Olhais. Rasgos ao redor de olhais requerem a remoção do antigo olhal e a substituição do material danificado. Faça um corte para remover o olhal usando uma tesoura pequena, tomando cuidado para remover o mínimo possível de tecido. Reforce a área do olhal com fita adesiva de reparos; Prenda a fita em um lado do tecido e dobre-a sobre si mesma para produzir um remendo duplamente reforçado sobre o furo do olhal. Costure o remendo no lugar com uma costura dupla. Coloque o novo olhal com um colocador de olhais e sele as suas extremidades com selante de costura. Sele as extremidades do remendo costurado com selante de costura na superfície externa da barraca.

Vazamentos. Para parar um vazamento no teto ou na superfície superior da sua barraca, aplique selante de costura quando o tecido tiver seco. Vazamentos no piso são provavelmente causados por rasgos. Localize e repare o rasgo; certifique-se de que a parte irregular da sua costura esteja na superfície interna da sua barraca. Sele essa costura. Para proteger o remendo, cubra-o com fita adesiva de reparos.  Para prevenir novas avarias em um piso à prova de água, use uma lona de plástico sob a sua barraca.

O arejamento da barraca.

Deve estar colocada de modo a receber os raios solares, de preferência pela manhã, ou pelo menos durante seis ou oito horas. Por outro lado, sua fixação deve possibilitar o levantamento das abas ou extremidades durante o dia, para que o movimento do ar retire a umidade decorrente da evaporação do solo. Não estando chuvoso o tempo, todo material existente no interior da barraca deve ser inteiramente exposto ao sol. (tema posterior sobre inspeção de campo). Desejo a vocês bom campo e porque não construir seu próprio abrigo quando for acampar?

sábado, 14 de maio de 2016

Vou-me embora para Pasárgada.


Conversa ao pé do fogo.
Vou-me embora para Pasárgada.
Uma adaptação do poema de Manoel Bandeira.

- Hoje o dia para mim foi de coceira no pé. Cabeça balançando, piolho escorregando, vontade de dormir e não mais acordar. Vontade de virar a esquina me esconder na faxina. Será Tristeza? Moleza? Pode ser, mas Escoteiro como eu não foge da raia. Escrevo o que me dá na telha. Digo o que penso, se chorar tiro meu lenço, pois afinal estou no fim da idade e não tenho mais tempo para ter saudade do que podia ter feito e não fiz. Me pergunto bem baixinho: - Valeu a pena chefinho? Alguém se importa? Porque não para de escrever? Se não saia de traz da porta. Amanhã é outro dia. Vou fazer a vida mudar, porei meu uniforme bacana e sairei por aí escoteirar. Vou falar coisas bonitas, contar ditos e não ditas, afinal é de B-P que a turma gosta e o velho chato de galocha, vai vivendo uma ilusão. Pois neste dia tão bonito vai ter escotismo de montão!

Vou-me embora pra Pasárgada!

Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou Escoteiro do rei
Lá vestirei meu caqui querido Com o chapéu que escolherei.

Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não posso acampar,
Lá não tem UEB e burocracia, Só paisagens para amar.
Terei aventuras mil que Que Baden-Powell sorridente
Dirá: Osvaldo felicidades, saiba que Escoteiro não mente.
 ·.
Lá armarei minha barraca No pico do monte feliz.
Andarei de bicicleta escalarei mil montanhas
Subirei na pedra dos sonhos, tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado deito na beira do rio,
Na sombra do abacateiro, pois como bom Escoteiro,
Voltarei de novo a cantar e sorrir.

E quando sentir saudades Mando chamar meu monitor
Para me contar lindas histórias que no tempo de eu menino
Me lembro do meu Chefe a contar.

Vou-me embora pra Pasárgada,
 Em Pasárgada tem de tudo
É outra civilização Tem um processo seguro
De fazer escotismo de montão.

Tem escotismo prá pobre, Tem escotismo sem par...
Tem escoteiras bonitas Para a gente namorar.

E quando eu estiver mais triste mais triste que não tem jeito
Na conversa ao pé do fogo ouvirei histórias do peito.
Vou embora para Pasárgada. — Lá sou Escoteiro do rei —
Terei o grupo que eu quero no bairro que escolherei.

Vou-me embora pra Pasárgada.
Aqui eu não volto mais,
Adeus UEB dona de tudo,
Adeus amigos queridos,
Adeus... Não sei quando vou voltar...


O poema correto de Manoel Bandeira pode ser visto na internet. Ele vai me desculpar!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Ainda existe vida em família neste planeta?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Ainda existe vida em família neste planeta?

                 Ia escrever uma crônica diferente. Muitos gostam das histórias de Baden-Powell, das místicas Escoteiras e quando o tema são os Formidáveis lobos de Seeonee é sucesso na certa. Mas ao fazer a minha caminhada diária, eis que me deparei no Parque que frequento com uma senhora dos seus quase setenta anos, sentada em um banco e vendo-a de longe, achei que tinha um pequeno livro na mão e lia com atenção. Ao me aproximar vi que enganei. Era um celular parecendo ser dos mais modernos e ela absorta não via mais nada em suas volta só o que se apresenta na telinha de quatro ou cinco polegadas. Ao passar em frente cumprimentei e não tive resposta. Ela estava perdidamente viajando nas trilhas da internet dos seus sonhos. Segui meu caminho e fiquei pensando aonde tudo isto vai levar. A modernidade tem seu preço? Viver em família hoje ainda tem as gostosas conversas entre pai e mãe e os filhos nas noites de luar?

                 Acho que não. São tantas as famílias com o novo hábito que dizem as más línguas que ao faltar bateria e energia, a família levanta a cabeça olha em volta e pergunta: - Poxa como você cresceu! E aquela piada da mãe dizendo ao filho: - Filho desliga lá o fogo da panela de pressão, por favor? – E ele – Calma aí, mãe! Tô mandando uma mensagem para a Aline! – Ela retorna: - Filho vai rápido, senão o feijão queima. Eu estou esperando seu tio me atender no Skype! E já vou avisando: - Nada de usar o celular durante o almoço tá? Muito menos na hora de dormir. Este tipo de conversa evidencia uma verdade: - Sem dúvida a internet vem interferindo na forma como nos relacionamos. Isto sem comentar os surgimentos de abreviações, gírias e tantas outras que dizem ser uma norma da “internetês”! Eu francamente não sei o quando as famílias estão sido seriamente afetadas. Se para o bem ou para o mal.

                  Seria “cafona” dizer que no passado era diferente. A gente conversa nas refeições. Contava causos, contava piadas, falava da escola e a noitinha o pai ou a mãe sempre com uma história ou mesmo um violão a dedilhar. E o hábito da leitura? Dizem que isto nos leva a compreender melhor o mundo a nossa volta. Afinal se vivemos na era do conhecimento não seria interessante mergulhar neste mar de informações disponíveis nas páginas de um belo livro? Quantas viagens eu fiz, quantos países eu fui, quantas histórias eu vivi e nunca mais esqueci. Uma época de ler “Os Miseráveis” O pequeno Principe que alcançou uma tiragem de mais de 140 milhões, o caso dos Dez Negrinhos com mais de 100 milhões, O Código da Vince, O Apanhador no Campo de Centeio, Dom Quixote de Miguel de Cervantes, Guerra e Paz de Liev Tolstói, A Montanha Mágica de Thomas Mann, Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márques e tantos outros que não podem faltar a nenhuma biblioteca para ler e sonhar.

                 Não vamos deixar de comentar a leitura de alguma revista ou jornal, os autores, jornalistas ou blogueiro. Vemos as vantagens de uma boa leitura na hora de procurar uma oportunidade no mercado de trabalho, conhecer através da leitura o mundo e ter uma visão crítica da nossa realidade que são credenciais que certamente vão favorecer uma possivel contratação.  Sabemos que quem lê expande seu repertório e fortalece argumentos. Estão ai hoje os iBooks, que ainda não tenho domínio mas ainda sou das antigas, pegar no livro ou no jornal, abrir as paginas, virar, sonhar com cada frases com cada conto com cada artigo.

                   Não sei aonde vamos chegar. Deve ser para melhor. Sou deslocado no tempo e sou ainda daqueles que adora um bom livro, uma boa música que os compositores do passado fizeram e estão aí até hoje iluminando os amantes que amam uma boa orquestra, uma sinfonia ilustrada por uma opera, um concerto e viver neste mundo de instrumentos fantásticos nas mãos de um maestro que iluminado rege sua sonata através de músicos incríveis para dar a cada um de nós o sonho de percorrer um mundo desconhecido e ir descobrindo metáfora por metáfora a beleza deste universo sem par.


                   O mundo gira, as pessoas mudam. Eu ainda estou parado no tempo. Vez ou outra vejo no Facebook mensagens de chefes que estão a tirar fotos das suas reuniões escoteiras, de seus lobinhos, da bandeira e dos jogos que fazem. Reunião moderna? Lembrando Augusto Branco: Ontem você era tudo, hoje tanto faz. O mundo dá voltas, o tempo passa, as pessoas evoluem, a vida é mágica e quem fica parado simplesmente desaparece... Vai ficando prá trás!

quarta-feira, 11 de maio de 2016

A vida como ela é.


A vida como ela é.

                Estava eu com os olhos fechados, pensando na vida, sentado no meu amado vaso do meu banheiro onde tenho tranquilidade e descanso e eis que o telefone toca. Maldito telefone. Detesto. Sempre tocando nas horas mais sublimes e deliciosas da vida. E agora fazer o que? Usei dos meus truques escoteiros quando fugia de alguma cascavel ou uma onça nos acampamentos e conseguir ir até minha sala e segurar aquele aparelho incrivelmente chato. Não tenho mais sossego em minha casa com este horrível aparelho que no passado Alexander Graham Bell inventou. Já o maldisse muitas vezes por ele não nos deixar em paz. Por isto adoro acampamentos. O meu comprei na telefônica e hoje é da vivo. Nem sei mais a quem reclamar. Tentam me vender de tudo e esquecem que sou aposentado e hoje dia 11 do mês já estou duro. Alias fiquei duro desde o dia 30 passado. Rarará! – Mas vamos lá, rouco, sem voz, pois ela não colabora com minha bela figura de Escoteiro Chefe da UEB (Putz grila, estou louco? Logo eu?) disse: - Alô! Uma voz estridente do outro lado da linha. Já ia dizer alguns palavrões, pois pensei que era o Moacir Franco com uma gravação de Marketing. O cara além de chato fala como se fosse meu amigo.

             Mas não era ele. Era voz de mulher. Ora bolas se fossem alguma das minhas amigas Escoteiras tinha a obrigação de atender. – Do outro lado ela disse: - Chefe Osvaldo, é golpe! – Prestei mais atenção. Ela repetiu – É golpe! Vão me crucificar hoje no Senado Federal! – Mama mia! Agora sabia quem era. Nada mais nada menos que a Dilma Presidenta. - Senhora Presidenta, o que posso ajudar? Ela quase chorando, pois é metida a durona disse: - Lembra-se do acampamento na serra da Bocaina que fizemos juntos? Lembra como me tratou como uma rainha? Montou minha barraca, fez minha refeição, me deu café na cama, construiu uma bela pioneiria de uma cadeira de balanço para mim descansar e apreciar a natureza? E os poemas que fez para mim naquela noite de lua cheia a beira do fogo? Voltei no passado longínquo. Quanto tempo. Convidei por convidar e ela prontamente aceitou. Ainda era uma remanescente dos porões da ditadura e com pena levei-a para ver a natureza em flor no pico da Bocaina.

             - Pois não Senhora Presidenta. Hoje nada posso fazer, agora sou um Velho desdentado, senil, dizem que sou chato de galocha e gagá. Mal ando e mal falo e já vou começar a tossir! – Ela insistiu. – Chefe Preciso do senhor. Alguém tem de alertar o Senado, alguém precisa gritar com o Teori Zavaschki, alguém precisa alertar o Ricardo Lesandowski que é golpe. Só o senhor pode fazer isto. Todos acreditam na sua honestidade, na sua lealdade, e no seu critério ético. Dei um sorrisinho maroto. Nunca me convidou para nada em seu governo. Nunca me apresentou aos presidentes da Petrobrás, nem falou com as empreiteiras para dar uma ajudazinha a este Chefe duro que não tem onde cair morto e agora vem me pedir ajuda? Ouvi uma voz próxima ao telefone. Quem seria? Alguém falava com ela para desligar. Ele já entrou com mandato no supremo. – Descobri quem era. A voz conhecida parecida com os vilões de Indiana Jones que no final sempre levavam a pior. Era o Moço da AGU, não confundam AGU com angu. Nada menos que o Doutor José Eduardo Cardozo.

Lembrei-me dele aqui na capital. Tentou tudo para ser da Equipe Nacional de Adestramento e eu o chefão não aceitei. Muitos chefões ficaram PDV comigo. Paciência. Politica só lá em Curitiba com os chefões da UEB comigo não Cara Pálida! Dona Presidenta Dilma gritou com ele: - Deixe eu falar com o Chefe Osvaldo, você vem escrevendo fazendo processos parece a UEB que só quer ver pelas costas as outras associações Escoteiras? Ele pelo menos sempre foi bem recomendado! – Comecei a ficar envaidecido. Pensei até em vestir meu lindo e esplendoroso caqui que sempre está bem passado e sem vincos colocar meu lenço da IM que ganhei em 1966, meu chapéu de abas largas e partir para Brasília. Lembrei que não tinha como ir. Nem minha bicicleta funcionava. Pneu furado e não tinha Money para arrumar. Avião nem pensar. O que fazer?

                  Um barulho enorme na minha rua. Fui até a varanda e vi um helicóptero "Pave Hawk", destes grandes pairando no ar. Vinte Marines desceram com suas cordas, devidamente camuflados com mascaras e armados até os dentes. Algemaram-me. – Ordens do Presidente Obama! Disseram. Ele não quer que o senhor se meta na politica brasileira. Que a Presidente Dilma vá plantar batatas em Porto Alegre! Alguém me amarrou e me içou no ar. A bordo pensei em usar a velha tática do Caça ao Soldado um jogo Escoteiro que quando menino era bom e ganhei muitas medalhas. Nem deu tempo. O helicóptero partiu zumbindo rumo a Cumbica. Lá me esperavam toda a cúpula das forças armadas brasileiras e americanas. Um jato Raptor, o caça mais poderoso que o F-35, atingindo a velocidade de Mack 1.6 me esperava. – Levem-no para o Pentágono gritou um general. De lá que ele passe uma boa temporada em Guantánamo para ver o que é bom.


                    Gritei. Falei três veze o grito de guerra da UEB. Anrê, Anrê e Anré. Não adiantou. Dedurei toda a direção da UEB. Disse que eles eram culpados e nada. Lembrei-me quando fui aprisionado pelos Corvos, uma patrulha de Conselheiro Pena em um grande jogo no Vale do Rio Doce. Não consegui me safar. Fiquei duas horas preso e a escoteirada se aproveitou para me glosar. Fiquei engasgado, apoplético, a voz saiu gritada e alguém me socorreu. Era a minha adorada e amada esposa. A Célia sempre minha heroína para me salvar. – Acorda Osvaldo, acorda, chega destes pesadelos infernais. – Olhei para ela ainda vermelho e sem voz. Obrigado meu amor. Mais uma vez me safei. Quero ajudar o Brasil, mas assim não dá, não dá mesmo! Ufa!  

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O doce sabor da fofoca.


Conversa ao pé do fogo.
O doce sabor da fofoca.

                Se tem o que mais gosto no acampamento é da Conversa ao pé do fogo. Muito mais que um Fogo de Conselho, pois é o local ideal para contarmos histórias, onde a atenção fica a critério de quem quer ouvir sem o caráter de obrigação. É lá que aprendemos a ouvir, a falar e quando alguém tem um violão e começa a cantar se esquece da noite e fica vidrado nas estrelas no céu. Os lábios acompanham a canção, nota-se que os gritos param de crocitar e parecem prestar atenção na letra e na musica. Podem não acreditar, mas juro pelas barbas azuis de Maomé que um dia uma coruja mexia com a cabeça para um lado e outro acompanhando a turminha cantando a Arvore da Montanha. Teve um dia que até a chama alta do pequeno fogo começou a dançar se elevando aos céus. Mentira? Logo eu um Velho Escoteiro que sabe como contar uma “potoca”?

               Um dos males que nos assolam é a fofoca. Um perigo principalmente entre amigos de um Grupo Escoteiro. É como aquele adágio que dizia que quem conta um conto aumenta um ponto. A fofoca é um perigo. Destrói vidas, cria dúvidas, fazem ressoar na mente o desejo de vingança. Um Chefe um dia me contou que Fofoca não é própria de escoteiros. Explicou e ninguém parecia prestar atenção nele. Eramos uns doze naquele foguito, comendo bananas assadas, tomando um cafezinho e um sulista com seu gostoso chimarrão. Não gosto. Não fui acostumado. Mas se eles gostam saudemos os escoteiros do Rio Grande do Sul. Mas voltemos à fofoca, antes de contar uma passagem interessante ele fez o jogo da Fofoca. Ao pé do ouvido disse uma frase que era para o ouvinte passar ao seguinte até que a mensagem tivesse percorrido todos os chefes no circulo. Foi uma surpresa. Ela chegou toda desvirtuada. Assim é a fofoca que passa entre pessoas de bem espalhando o mal sem olhar a quem.

               Todos sabiam que quem quer que fofoque para você um dia irá fofocar sobre você. Pessoas assim não merecem consideração. Me lembro de uma quadrinha de Mario Quintana: - Não te abras com teu amigo, que ele um outro amigo têm. E o amigo do teu amigo possui amigos também... Sei de muitos Grupos Escoteiros que perderam bons colaboradores por causa da fofoca. Bons escoteiros não permanecem em um lugar que não lhe faz bem. Continuemos com o Chefe que nos fazia um comentário sobre a fofoca. - Sabem meus irmãos escoteiros, ele dizia – Fofoca não é próprio de escoteiros. Não fazem o bem e o mal que trazem destrói o coração de alguém.  A história que vou contar me foi contada por Barbas Brancas um distrital que Deus o tenha já foi morar na terra dos seus ancestrais. Ele contou o seguinte:

                    - Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém. - Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou: - O que você vai me contar já passou pelas três peneiras? - Três peneiras? - indagou o rapaz. - Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

Arremata Sócrates: - Se passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta. Todos se entreolharam. Cada um pensando na historia narrada. O fogo diminuiu e o calor foi substituído pelo frio. A noite profunda naquela clareira nos ensinou uma lição. Aprendemos que a fofoca sempre está a serviço da inveja. Quanto mais invejosa for à pessoa, mais fofoqueira ela é. E o Chefe terminou dizendo: - Ao invés de ficar fazendo fofoca, maldizendo as pessoas por aí, ajoelhe-se e faça uma oração pedindo a Deus pra que Ele ilumine e contenha os seus maus pensamentos. Melhor uma boca calada do que palavras injustas ferindo o próximo, e espalhando a maldade que habita os nossos corações. Se você é do tipo que fala demais, regenere-se. Seja justo e dedique-se a cultuar a perfeição do silêncio.


                     Escotismo, tanto amor para dar e oferecer. Todos naquela Conversa ao pé do fogo sabiam que de agora em diante se alguém viesse lhes contar uma fofoca, havia algum a dizer: - O que vais me contar já passou pelas três peneiras? - Pois é agradeço a Deus por todas as dificuldades que passei na vida. Elas foram grandes adversárias, mas que tornaram minhas vitórias muito mais saborosas. E torno a repetir, não destrua a vida de alguém com uma fofoca, pois um dia ela vai se virar contra você!