Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sábado, 31 de dezembro de 2016

Ate o ano que vem!


As cortinas de 2016 vão se fechando. Logo chegará 2017.
Ate o ano que vem!

                    Teria tanto para postar, tanto para contar e dividir com todos minha esperança de um novo ano que começa a partir da meia noite. Sei que daqui a poucos as famílias estarão saboreando uma ceia, sorrindo contanto “causos até que os foguetes começarem a pipocar no ar”. Eu um Velho Escoteiro chato e rabugento não ficarei com eles depois da meia noite. O corpo do Velho Escoteiro vai dormir. Bah! Queria ficar, mas não dá. Este ano não vou postar mais. Até 2017 não haverá historias lendas nada. Quando dormir quero pensar que vem aí um mundo melhor, um Brasil melhor, um escotismo mais forte e unido. Eu acredito e sei que este dia vai chegar.

                   Sei que estamos aos poucos tomarmos pé de um novo tempo que depende da ação de cada um. Eu sei que pessoas honradas, com ética, caráter ilibado irão aparecer e que poderemos confiar a nossa republica com a confiança que nos é devida.  Impossível? Não é. Mesmo com todas as desigualdades, com os desatinos perpetrados por alguns eles os jovens de coração puro que temos aqui na terra irão dar esta alegria para seus pais seus avós. Isto vai disseminar. O tempo para nós é contado nos minutos, nas horas, nos dias e nos anos. A cada fim de um ciclo pedimos a Deus que o próximo seja perfeito no que acreditamos ser a perfeição. Para mim o mundo é uma escola e a cada dia, a cada minuto a cada ano estamos aprendendo. Todos são assim, este aprendizado nos levará ao Mundo Perfeito, ao mundo onde irá reinar para sempre a felicidade.

                   Despeço-me de todos. No ano que vem estarei de volta. Tenho esperanças que logo teremos um mundo melhor. Durmam na paz do Senhor.

FELIZ 2017! 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Montando um campo base, ou melhor, um campo de patrulha.


Conversa ao Pé do fogo.
Montando um campo base, ou melhor, um campo de patrulha.

               Este é um artigo para chefes que ainda não possuem a experiência de montagens de campo de patrulha e são pata tenra na arte de acampar. Sei que a maioria já fez seu batismo de fogo, mas será que ele foi feito dentro dos padrões de Gilwell? Acampar é o ápice da formação escoteira e única escola para manter o jovem participante e aprendendo a fazer fazendo em seu próprio beneficio. Acampamentos modorrentos, cheios de minucias e atividades que tolhem a liberdade de criação e que não fornece o tempo livre necessário para a patrulha crescer aprendendo e fazendo não trazem beneficio e muitos dos participantes preferem ficar na sede a acampar, isto se não resolverem sair do movimento.

               Vamos por parte. Iremos comentar primeiro como seria um campo de patrulha e suas necessidades para dar ao jovem Escoteiro ou escoteira liberdade como se estivesse vivendo com sua própria família e lar. Este sim é o campo de patrulha ideal e exemplar. Outros detalhes sobre o campo de patrulha, tais como programas iremos comentar posteriormente.

- Campo Base ou Campo de Patrulha.
O Campo Base é o campo onde o escoteiro fixa o seu acampamento. Diz-se “base”, pois ainda que o escoteiro faça caminhadas e vá explorar as redondezas ou até mesmo que faça pernoite num outro local, é a este campo que ele vai voltar, e é deste que depois irá partir para casa. Na prática, organizar um campo base é o que chamamos “montar um campo de Patrulha”. - E esta é a primeira coisa a fazer quando chegamos a um acampamento. Lembremos que montar um campo não é só montar as barracas tem muito mais. Nunca se esquecer de antecipadamente ter obtido a permissão do Proprietário e quando partirem deixarem o mesmo melhor do que o encontraram.

- O monitor e o sub e em muitos casos todos os patrulheiros escolhem o local onde irão montar seu campo. O Chefe já instruiu os monitores anteriormente, seja em um acampamento espelho ou então em uma atividade de fim de semana. Escolhido o programa deve dar o tempo necessário para que a patrulha monte pelo menos setenta por cento de sua base de campo. Este tempo é considerado pelo adestramento e conhecimento dos patrulheiros. Neste período o Chefe é um observador atento vendo se as normas de segurança estão sendo utilizadas sem necessariamente intervir a não ser chamando os monitores para uma troca de ideia. Claro que isto é esporádico e não formal.

- Escolhido o campo os patrulheiros e monitores já foram adestrados quanto ao terreno, sua segurança, as intempéries do tempo, de fácil acesso, difícil de ser tomado por enchentes ou chuvas torrenciais onde o campo fica submerso. Em florestas deve-se abrir uma clareira e ter todo tipo de cuidado com o fogo a ser utilizado. Deve ficar próximo de um curso de água e Ops! Nunca a beira da água! Pântanos lagoas ou águas paradas são locais onde habitam muitos insetos nem sempre amigos dos escoteiros. Lembremos que este local escolhido está fora da vista da civilização, veículos utilizados pela chefia, postes de energia, casas ou fazendas e estradas muito movimentadas. Afinal os escoteiros estão vivendo uma aventura diferente do que faziam e fazem em suas vidas normais.

- Bom ter madeiramento para construções de pioneirías e hoje é muito utilizado o Bambu que se bem cortado na base logo irão aparecer novas mudas que em pouco tempo irá reparar o material utilizado no acampamento. Outros utilizam eucaliptos, mas estes devem ser comprados, pois dificilmente se encontram facilmente nas áreas de acampamento. O Assa-Peixe é uma árvore rasteira e boa para pioneirías. Como o bambu ele é de fácil crescimento e muitos locais os proprietários não se incomodam em que sejam utilizados. O Campo Base deve ter uma configuração planejada anteriormente pelo Conselho de Patrulha. Como vai ser a entrada, (pórtico) onde ficaram as barracas, cozinha (com suas necessidades tais como lenheiro, aguadeiro etc.) A sala de jantar que nada mais é que uma mesa com bancos que comporte toda a patrulha e mais um visitante tem importância fundamental.

- A intendência uma barraca ou abrigo feito com disponibilidade do local deve ser bem distribuída para a guarda dos alimentos e material de sapa e cozinha. De responsabilidade do intendente deve ser arrumada constantemente e tudo sempre acima do chão para evitar animais ou mesmo insetos indesejáveis. Um bom intende cuida de seu material sob sua responsabilidade e tem tudo devidamente anotado para evitar sumiços. A latrina deve ser construída levando em consideração o vento reinante. O vento passa primeiro no campo e depois na latrina. Muitas patrulhas sempre tem em frente à Barraca do Monitor um local para fogo, devidamente protegido para as chamas não atingirem as barracas ou outros locais de fácil combustão. A Conversa ao pé do fogo deve ser motivada frequentemente.      

- A delimitação do campo por um sisal ou cipó deve ficar na altura da cintura. Ele é importante, pois a experiência demonstra que muitos animais respeitam o sisal e não ultrapassam. Quanto à limpeza da área do campo, do material de dormida onde todos os dias ficam algum tempo no sol, a lavagem do material da cozinha, de cada um dos patrulheiros iremos comentar em outro artigo posteriormente. Se não esqueci volto ao tema das barracas. Sempre limpas por dentro tendo o cuidado necessário para retirada de galhos, pedras, troncos e outros detritos. Isto aumenta o conforto quando dormir e também garantem uma boa dose de tempo para evitar que se danifiquem.


Em outro artigo iremos comentar sobre pioneirías, artimanhas e engenhocas. Costumo insistir que o acampamento é dos escoteiros. Devemos fazer tudo para ensinar, adestrar e deixar que eles possam viver o espírito de aventuras. O Chefe é um colaborador e irmão mais velho para isto. Bom campo e até outro artigo!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Um dia eu fui Chefe Escoteiro.


Um dia eu fui Chefe Escoteiro.

                    Para quem, como eu, sentiu quando criança o apelo da selva, que me levou a ser um lobo de Seeonee, talvez seja mais fácil falar da coragem necessária nos nossos dias, para assumir como “Chefe” de escoteiros. Esqueça o título. Não é tão importante como o trabalho que vai realizar. São desafios que nos impõe o simples ato de se estar em permanente luta contra alguns “valores” instalados no cotidiano da sociedade em que vivemos. Quem pretenda ser líder de jovens terá, forçosamente, que se entregar de corpo e alma que lhe exige a maior parte das vezes, completa dedicação a um trabalho em tempo quase integral e sem qualquer remuneração, mas com muita “obrigação”, como seja formar pelo exemplo os jovens cidadãos que irão ser os futuros líderes da nossa Pátria, falando do nosso querido Brasil.

                    É este é um enorme desafio que vemos ser imposto ao escotismo dos nossos dias, mas com a manutenção dos valores dos nossos ancestrais transportados para os nossos dias, depois de adaptados às realidades que os nossos jovens hoje têm necessidade de enfrentar, seja no campo ou na cidade. Para um Chefe Escoteiro, há que encontrar forma de vencer as “temíveis” pragas que são os computadores os jogos virtuais as programações “agressivas” das televisões que temos o desenraizamento da vida no campo, os mil e um concertos de “metálica”, “rock” ou outro tipo de musica, a vida sem regras vivida na noite, e tantas tentações, mas que seria fastidioso continuar.

                    No escotismo apenas podemos oferecer as noites de confraternização “ao redor da fogueira”, a realização que é conseguir fazer aquela mesa com amarrações perfeitas, porque é com orgulho que colocam a “técnica” dos nós em ação... E não é que ficou tudo ótimo? E o jogo que foi qualquer coisa para recordar, tal o empenho posto no mesmo... Até para mostrar aos “chefes” que merecem ir ao próximo acampamento nacional, não apenas para jogar, mas para brilhar. No final o escotismo é fiel ao lema: - “Mens sana in corpore sano” – (“Uma mente sã e um corpo são”).

                  Perguntei-me diversas vezes se isto suficiente para uma escola de vida virada para uma formação integral e contínua. Estou convencido que é um grande passo como programa educativo dessa “Escola de vida”. Estive ativo no escotismo desde o sete anos e hoje estou chegando aos 76 anos. Deixei as atividades de campo há alguns anos. Foi uma parte importante da minha vida aquela que passei no escotismo, aprendendo até aos dias de hoje a “Cumprir meus deveres para com Deus e a Pátria obedecendo a Lei do Escoteiro, como disse no dia da minha promessa”.


                  Costumava em meus cursos que colaborei no passado lembrar aos novos chefes que ser Escoteiro não é andar com uniforme, cumprimentar com a esquerda, fazer a saudação, passar alguns dias acampado, seguir pista, lançar canções para o ar... Existe algum muito mais importante que se chama dignificar o Uniforme Escoteiro e ao escotismo que alguém um dia chamou o Uniforme da Alma!                  

sábado, 24 de dezembro de 2016

É NATAL!!!


É NATAL!!!

Sim é natal, mais um entre muitos que tive a honra de ver e participar nestes anos que estou aqui na terra. Escondido em uma Belém longínqua o mundo mudou com sua vinda há mais de dois mil anos. Trouxe esperança, paz, amor e com sua sabedoria deixou um novo sonho que os homens aos poucos vão evoluindo e entendendo o que ele queria dizer. Que o Papai Noel que represento, fale em seu nome mesmo sabendo que Ele não me deu regalias para tal.
Amigos e amigas do Movimento Escoteiro, o bom seria se eu fosse um mágico e pudesse voar além das asas da minha imaginação e abraçar vocês pessoalmente. Falar baixinho em seu ouvido que somos todos irmãos. Dizer que seu sorriso encanta e que sua beleza está escondida no seu coração. Não tenho mágicas para realizar, nem mágico sou. Sou sim um Escoteiro de Corpo e Alma que aprendeu que a fraternidade não é só uma palavra, mas que depende de uma ação de todos nós.
Que os ventos do norte, do sul, do leste e do oeste não deixem apagar esta amizade que criamos e que elas se espalhem por todos aqueles que um dia adotaram Baden-Powell como exemplo no coração.
Dizem que quando é pra dar certo, até os ventos sopram a favor.
Feliz Natal! Doces pensamentos doces palavras e que aquele que nos trouxe a paz continue nos dando o amor para transmitirmos aos outros que precisam de nós!

Sempre Alerta!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

As sementes Africanas do Escotismo.


As sementes Africanas do Escotismo.

Neste Natal ao virarmos a pagina do tempo para saltar para outro ano que se anuncia, volto meu pensamento ao nosso Lider, que está em algum lugar no céu, sabendo que sua obra nunca vai parar. O escotismo existe, queira ou não somos milhões, a juventude festeja galhardamente em seus uniformes em todas as partes do mundo. É neste contexto que me ponho na estrada a caminhar em pensamento rumo a sua última morada: - Paxtu – A casa de Baden-Powell em Nyery, Quenia.

Indo em direção ao Outspan Hotel em Nyeri os visitantes se defrontam com esta placa fixada em uma árvore numa curva da estrada. O Outspan tem um monte de visitantes: alguns que vão lá enquanto visitam Nyeri a serviço ou negócios, outros que vão em férias, há aqueles que a usam como base para a escalada do famoso monte, e há aqueles que lá vão especialmente para conhecer a famosa "Paxtu", a última casa de Baden-Powell, fundador dos Movimentos Guia e Escoteiro. B-P visitou a África oriental pela primeira vez - cada um dos atuais países do Quênia, Uganda and Tanzânia - em 1906, e registrou as suas impressões tanto em palavras quanto em imagens em seu livroSketches in Mafeking and East Africa, publicado em 1907.

Ele não retornou lá até 1935 quando ele realizou inspeções de escoteiros em gincanas organizadas em todo o país. Ele então visitou o seu velho amigo, Major E. Sherbrooke Walker, M.C., que foi o primeiro secretário particular de B-P após a fundação do Movimento Escoteiro e que tinha posse da primeira Fiança de Escotista (n.t.: nomeação?) emitida. Após numerosas aventuras Erie Walker construiu o Outspan Hotel in Nyeri e o ainda mais famoso Treetops. B-P mais uma vez apaixonou-se pela "bela visão das planícies até o topo careca e nevado do Monte Quênia", descrita após a sua visita em 1906, e então quando no inverno de 1937 foi aconselhado pelo seu médico a descansar foi para Nyeri que ele foi.

Quando ele nos deixou', escreveu Erie Walker em seu livro Treetops Hotel descrevendo a partida de B-P do Quênia em 1938, Lord Baden-Powell estava envelhecido. (Ele estava com 81 anos). "Quanto mais próximo de Nyeri, mais próximo da felicidade", ele disse, "Eu voltarei para passar o resto da minha vida no Outspan." 'E então ele nos pediu que construísse uma casa de campo antes dele voltar para aquela que ele disse seria a sua terceira e última vez. Ele marcou um lugar no jardim. "Quanto", ele disse, custará para construir uma pequena casa com uma sala de estar, uma ampla varanda, dois quartos, dois banheiros e duas lareiras?

Eu fiz um cálculo rápido. "Doze mil pés quadrados, a dez shillings por pé quadrado", Eu respondi, "chega a seiscentas libras". (O que nós construiríamos a este custo agora!).
Ele consequentemente te adquiriu ações em nossa pequena companhia com aquele valor, com a qual nós construiríamos a casa, mobiliaríamos, e faríamos um jardim privado, com alegres flores, e com uma fonte e banheira de pássaros em frente à varanda. Ele tinha debatido como chamar a casa e pensou em vários nomes. 'Finalmente ele disse: "Eu chamei aminha casa em Bentley `Pax' porquê eu a comprei no dia do Armistício após a Primeira Guerra Mundial. Eu acho que vou chamar a minha casa aqui de `Pax', também (too em inglês)."

Após isto ela sempre foi conhecida como "Paxtoo", ou "Paxtu". B-P. e Lady B-P comemorou suas bodas de prata em 1937 e escoteiros e bandeirantes de todo o mundo coletaram um fizeram uma coleta para presenteá-los. Nós utilizamos parte do presente de bodas de prata dado pelos Escoteiros e Bandeirantes' escreveu B-P em O Scouter de Maio de 1938, 'para construir para nós mesmos uma casa de campo em Nyeri. Nós a chamamos de "Paxtu", desde que ela será uma segunda "Pax" para nós (two=dois em inglês), e uma lembrança permanente da generosa boa vontade do Movimento. '

Em outubro de 1938, ele retornou para Nyeri para viver em Paxtu, e jamais deixou a África Oriental outra vez. A casa permanece quase igual quando ela foi construída, apesar do velho teto makuti ter sido substituído por um metálico, e o jardim foi drasticamente arrancado em 1964, mas a fonte e a banheira de pássaros permanecem. A casa agora está junta ao bloco principal do hotel com uma série de apartamentos.

Uma descrição da casa foi feita por B-P em uma carta ao ator, Cyril Maude, em1939:
- Nós nos sentamos aqui sob um contínuo brilho de sol (com mangueiras para regar nosso jardim) e jamais, desde que nós chegamos aqui, quatro meses atrás, falhamos em ter um dia ensolarado para um dejejum na varanda. Eu anexo uma foto da cabana que nós construímos para nós e achamos ótima de todas as maneiras. Uma sala estar no centro, com toda a frente aberta, com portas de vidro dobráveis. Em cada lado um quarto de dormir com closet, banheiro, lavatórios, etc. e dependências de empregados ao fundo, com um caminho coberto até o hotel, 200 jardas adiante, de onde vêm todas as nossas refeições. Nós temos água quente e fria, com luz elétrica e aquecimento, um jardim encantador e uma gloriosa vista através da floresta e planície até o Monte Quênia com o seu pico nevado. '

Por vinte anos, até a morte da Srtª Miss Corbett em 1963, a casa foi habitada por Jim Corbett, velho amigo de B-P, autor de Man-eaters of Kumaon e outros livros conhecidos, e sua irmã Maggie. Em 1964 Escoteiros e Bandeirantes do Quênia contribuíram para a compra de um marco que foi colocado no jardim em frente a casa, o qual porta a seguinte inscrição:


"Este monumento foi doado pelos Escoteiros e Bandeirantes do Quênia em memória de Lord Baden-Powell of Gilwell, seu their Fundador, que viveu aqui de outubro de 1938 até a sua morte em oito de janeiro de 1941." Ao mesmo tempo o sinal na alameda de entrada e a placa esculpida em cedro (ilustração nesta página) na própria casa foram doados pela Associação Escoteira do Quênia para manter viva a memória do Fundador, e para guiar os incontáveis visitantes que vêm de toda a parte do globo para visitar a última morada do Fundador e sua tumba no cemitério perto dali.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O esplêndido e inesquecível Grande Uivo.


Conversa ao pé do fogo.
O esplêndido e inesquecível Grande Uivo.

                           Tive a felicidade de ter sido Lobinho e conhecido uma enorme quantidade de chefes de lobinhos. Nos tempos que ainda existiam bondes e charretes eu lobeava pelos campos bem diferentes dos tempos atuais com minha matilha e meu Akelá que fazia questão de que pudéssemos viver como se estivéssemos em plena Jângal de Mowgly. Aos poucos notei que as alterações na maneira de guiar os lobos têm sofrido mudanças, mas a mística ainda é intocada. E o Grande Uivo? Demais. Tudo que tem seu preço e é preciso esperar para participar cria uma atmosfera de descoberta e a gente nunca mais esquece. O que seria o GRANDE UIVO?

 “GRANDE UIVO significa uma forma de mostrar que os Lobinhos estão prontos para obedecer às ordens do Akelá e, mais do que isso, fazê-lo da forma Melhor Possível! Assim, é também uma maneira de reafirmar a sua Promessa e dar boas vindas aos visitantes ou uma data festiva”.

                          Não! Claro que não. Não vou ensinar como se faz grande Uivo. Nunca! Não vim aqui para isto. Só quero contar o que senti na primeira vez. Ou quem sabe muitos aqui que estão lendo este artigo sabem o que quero dizer. Acredito que mesmo a Akelá, o Bagheera, o Balu, a Kaa e tantos outros que são os irmãos mais velhos dos lobinhos devem também sentir quando o Grande Uivo é realizado. Muito ainda não sabem a importância desta cerimonia em sí que por sinal é linda. Talvez a mais linda de tudo que o movimento Escoteiro nos oferece. Pode até ser que se compare a uma investidura pioneira baseada nas lendas do Rei Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda. Talvez seja como eu fiz um dia, há muito tempo atrás, no fundo de uma gruta brilhante a luz de velas, estalactites mil, lá para os lados de Lagoa Santa em Minas em uma caverna ainda inexplorada, mas isto é outra história e não interessa aqui.

                             É incrível ver a face dos lobinhos, das lobinhas quando pela primeira vez fazem o Grande Uivo. É inesquecível. Os olhos? Brilham mais que a luz das estrelas. A face fica corada, o corpo tremendo, e quando entram no círculo e ficam naquela espera angustiante para saber que vai representar os lobos, é de tirar o fôlego. O olhar da Akelá, a perscrutar aqui e ali quem seria o escolhido. O seu olhar de seriedade, o seu sorriso o piscar de olhos e pronto. Escolheu! E ela com sua voz meiga, simpática, amiga e todos a olhando como se estivessem na Roca do Conselho, lá em plena gruta na caverna dos lobos, ela firme no centro do círculo com o felizardo já escolhido que sorri de felicidade diz olhando para ele: Melhor! Melhor! Melhor e melhor?

                        Se você já foi um deles, se você está presente sempre nesta cerimonia, se você sente aquele amor que os lobos tem por aquela cerimônia, então pode ser que vá perder o fôlego como eu faço sempre. E o final daquele momento culminante marca. Eles saltam no ar, como se fossem voar, e com aquela força própria de lobos corajosos, dizem – Simmmm! Melhor! Melhor! Melhor e melhor! - Meus amigos, nesta hora sentimos o chão tremer. O coração bater. E aí, o vento começa a soprar, o sol se sente embaraçado e se é noite de luar, fica aquela bola grande brilhante no céu dançando ao redor dos cometas que também dançam com aquele espetáculo inesquecível. Se fossemos eternos sonhadores veríamos os pássaros se aproximar e cantar sobre a Alcatéia numa homenagem aqueles lobinhos e lobinhas maravilhosos.

                    Uma mística que vem lá de dentro da Jângal. Uma mística que não acaba. Que não cansa. Que dá alegria e todas as vezes que é realizada os lobinhos saltitantes se preparam com amor. O Grande Uivo tem um valor inestimável. Lobo! Lobo! Lobo! - Lôoobooo! Hora de formar, hora de gritar! Melhor? Melhor? Melhor? E melhor?

                       - E, nunca esqueço aquele dia na sede escoteira, problemas mil a matutar como resolver, sentado na escada da sede, pensando como fazer e resolver e eis que a minha frente aparece uma lobinha sorridente, linda no seu uniforme azul aquele olhar que a gente sabe que ali mora um futuro brilhante, fica em posição de sentido e diz com aquela voz infantil que conquista qualquer adulto – Melhor Possível Chefe! Risos. O que dizer? Fiquei em pé rápido, posição de sentido, bate os calcanhares e respondi apressadamente: – Melhor Possível jovem lobinha. Ela saiu sorridente e eu pensando que meus problemas eram nada. Ah! Estes lobinhos maravilhosos e suas maravilhosas poses e sorrisos!   


Grande Uivo, o que seriam os lobos de Seeonee sem ele?

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O escotismo de ontem e de hoje.


Conversa ao pé do fogo.
O escotismo de ontem e de hoje.

                       Não creio estar a falar de algo capaz de causar admiração a quem me lê, porque a evolução que o Escotismo no mundo veio a sofrer desde que Robert Baden-Powell meteu mãos ao trabalho e procurou dar um sentido à vida da juventude do seu tempo, ainda que o tenha feito na perspectiva da sociedade inglesa, um pouco diferente de tudo o que se possa imaginar em termos de cidadania no mundo... Porque eivada de princípios nada consentâneos com a velha, mas sempre atual "Liberdade... Igualdade... Fraternidade..." que a Revolução Francesa disseminou pelo mundo.

                      A Inglaterra sempre foi puritana, arrogante, racista, elitista e outras coisas de igual similitude, mas Lord Baden-Powell of Gilwell, o Fundador do Escotismo, conseguiu fazer aprovar um Movimento que apenas alguém como ele poderia criar, por ser capaz de entender o Mundo de então,  envolvido em ações tendentes à mudança das coisas que respeitavam à liberdade e igualdade dos Povos, levando a que ele, BP - como é carinhosamente conhecido - tivesse estado em missão na Índia e na África do Sul, por exemplo, a tomar parte em guerras  que lhe proporcionaram gerar a ideia de criar um Corpo de Cadetes que viesse a constituir a retaguarda das forças combatentes, executando aquelas tarefas que não exigiam participação nos combates, como por exemplo, a entrega de mensagens ou de gêneros alimentícios entre as populações.

                     Sabendo como estavam a viver os jovens na sua Inglaterra distante, BP começou por escrever o  "Aids to Scouting"  para a formação dos seus soldados, mas depressa  fez publicar na imprensa londrina fascículos do similar dedicado à juventude, a que deu o título de "Scouting for Boys", que foi rapidamente adotado pelas instituições escolares, pois viram naquelas ideias expostas nas páginas do jornal um modo de darem um sentido à vida dos jovens que lhes eram confiados. Em pouco tempo o Escotismo começava a abrir as portas do êxito, pois começavam a organizarem-se patrulhas de jovens em busca de um ideal de vida que os pudesse tornar em jovens cujo destino já não seria uma incógnita, mas sim cientes do seu valor enquanto pessoas capazes de serem arautos de um mundo novo, mais solidário, mais participativo, mais virado para Deus e para o Próximo.

                     Para isso passou a juventude a seguir um ideal em que havia uma Lei, havia Princípios e havia Compromisso de Honra, para além de estarem subordinados a uma Divisa simples, mas eficaz: BE PREPARED  ou SEMPRE ALERTA. Quem está alerta está de algum modo preparado para a vida. Talvez por essa razão a Coroa inglesa manifestou ao herói de Mafeking o interesse em que ele dedicasse o seu tempo ao desenvolvimento do método escotista, o que BP fez com entusiasmo.

                    Não pretendo escrever mais uma biografia do Homem mais conhecido no mundo... E não digo depois de Cristo porque pareceria heresia, uma vez que Deus é intemporal e é tudo em todos, logo não há maior personalidade que esse Deus que se fez Homem... Aí Jesus é o maior de todos os tempos, porquanto é apresentado sempre como Deus, que é, e como Homem, que assumiu ser por amor aos Homens. No que concerne a BP, a dimensão é apenas humana... E aí poderá ser considerado um Cidadão do Mundo em toda a plenitude.

                  O meu intuito é apenas estabelecer fronteiras entre o Escotismo/Escotismo  e o espírito e pensamento do Fundador, vogando no Tamisa dos tempos da Londres Vitoriana até à  Londres onde pontifica Isabel II. Se o irei conseguir, amanhã se saberá, pois está nas mãos daqueles que aceitam o Escotismo como escola de formação integral dos jovens segundo o sistema legado por Lord Baden-Powell, contido na "Bíblia" do Escotismo que se chama “ESCOTISMO PARA RAPAZES”.


Boa caça, o tema poderá ter uma continuação algum dia. 

domingo, 11 de dezembro de 2016

Tarde demais para viver.


Lendas Escoteiras.
Tarde demais para viver.

                      Tirolesa e Mico Preto estavam aboletados no centenário Pé de Jacarandá bem frente ao muro do Colégio Sacre-Coeur de Maria. Seus olhos estavam fixos no pátio do Colégio. No passado era só para meninas, mas com os novos tempos resolveram também voltar à coeducação dentro do moderno sistema de ensino. Nos fins de semana o pátio ficava livre para que o Grupo Escoteiro Domingos Jorge Velho fizesse suas reuniões com seus jovens. Sempre fora assim. Todos os sábados eles corriam até o Colégio e não tiravam os olhos da escoteirada. Madre Noêmia se encantava com os meninos e meninas que brincavam ordeiramente sob as ordens de Madre Carmelita e o Padre Juvêncio. Foi ideia dos dois fundarem o Grupo. Alguns professores se interessaram, fizeram cursos e hoje eles tinham o maior efetivo escoteiro do estado. Nunca abriram mão das normas e exigências católicas para os meninos e meninas.

                     Tirolesa e Mico Preto eram os primeiros a chegar. Viam os carrões chegando e a meninada se reunindo no pátio. Ordeiros disciplinados nunca levantavam a voz e obedeciam sem pestanejar as ordens dos chefes. – Olhe Tirolesa, um dia eu vou ser um! – Disse Mico Preto. – Ele riu. – Nunca vai entrar, observe tem algum preto com eles? Tirolesa riu também. Mas quem sabe nos aceitam, afinal temos direitos não temos? Lembra-se da professora que disse que os Direitos Humanos no protege e que o Racismo Institucional é punido por lei? – Mico Preto deu risadas. Mano, tu esqueceste que tem dois anos que não vamos mais à escola e não tem nem uma semana que uma patrulha no enquadrou?

                      Capitão Apolo sorria, pois a reunião daquela tarde foi excelente. Preparavam o acampamento de inverno e tudo foi discutido, anotado e aprovado. Viu dois meninos negros aboletados em cima do Pé de Jacarandá. – Desçam daí já!
Tirolesa e Mico Preto desceram. Nunca desobedeceram aos mais velhos. – O que estão fazendo aí? – Doutor, disse Tirolesa, estamos vendo os escoteiros, eles são bonitos demais! – Por favor, me chamem de Chefe Apolo. Eu já tinha observados vocês aí há tempos. Porque não me procuram na sede para conversar? – Chefe nem pensar. O guarda do portão disse que nos daria uma surra se fossemos até lá.

                     - Sábado que vem deixarei ordens expressas para vocês entrarem e vamos conversar. Se estiverem a fim de ser pessoas de bem vou ajudá-los. Na semana o Chefe Apolo ligou para a Madre Noêmia para autorizar a entrada deles. Ela não disse nada, mas intimamente não estava gostando daquilo. Negros aqui? Isto nunca aconteceu. Ela sempre foi fiel à raça ariana e se havia motivos de não gostar tanto do Brasil era esta mistura de raças. Agora que o Grupo Escoteiro era reconhecido pela alta sociedade, aceitar dois moleques marginais e ainda por cima negros? Não tem um Grupo Escoteiro na favela? Não autorizou a entrada e nem falou com o Capitão Apolo.

                       Mico Preto e Tirolesa passaram a semana em festa. Moravam próximo a sede dos escoteiros na Favela do Cascudo e prometeram não contar a ninguém. O pai de Tirolesa estava preso, sua mãe quase não vinha em casa, pois vivia na rua drogada. Tirolesa sempre comia na casa de Mico Preto, pois a mãe dele trabalhava de sol a sol. Saia antes do amanhecer e só voltava à noitinha. Não havia ninguém por eles por isto não foram mais aceitos na Escola mais próxima. Parecia tudo combinado. No sábado Tirolesa e Mico Preto iam contente para o “Escoteiro” sorrindo e dizendo um para o outro: - Mano! Conseguimos. Tô até pensando o que eles fazem nos acampamentos. Vai ser demais! Um carro preto parou ao lado deles. Quatro seguranças de terno e óculos escuros os pegaram pela perna e o arrastaram até o carro e sumiram na estrada do Lagarto. Desova de criminosos por parte das tais milícias de vingança.

                      No sábado o Chefe Apolo atarefado nem se lembrou deles. Na varanda do Colégio Madre Noêmia esfregava as mãos de satisfação. Os escoteiros e Escoteiras eram seu orgulho. Gente bonita, gente fina, educada, isto sim era formar jovens para o futuro. Ela sempre acreditou que ali um dia sairia o Presidente do Brasil. A mãe de Mico Preto chorou a perda do seu filho. O procurou em todos os lugares, cemitérios, no IML (Instituto Médico legal), e foi a Delegacia pedir ajuda. O delegado nem olhou para ela: - Dona faça um boletim de ocorrência. Ficou onze horas esperando. – Cor? Perguntou o moço escrevente. Escuro senhor. Escuro ou preto?


                Falar ou dizer mais o que? Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, nós humanos nunca teremos a paz!

Lembrando Baden-Powell.


Lembrando Baden-Powell.

1)     - O Chefe Escoteiro – Por Lord Baden-Powell.
A idéia do Escotismo quando surgiu parecia caminhar bem. Sabia-se que o menino estava preocupado, mas ansioso por fazer tudo àquilo que acreditava. Embora ele tivesse uma ideia de como realizá-lo, havia a pergunta mais importante da necessidade de obter a liderança adulta para organizar a sua administração na prática. De uma forma muito considerável essa questão foi resolvida pelos próprios meninos. Eles tiveram o bom senso de reconhecer que os oficiais crescidos eram necessários, e procuraram os seus lideres em seus respectivos bairros até que encontrassem aqueles dispostos a se tornar seus chefes.

Pessoalmente, eu tinha visto um trabalho dedicado e esplêndido dos voluntários e dos funcionários da Boys 'Brigade, e então eu percebi que havia em nossa população um número considerável de homens patriotas que estariam dispostos a fazer o sacrifício de tempo para ajudar.  Mas eu nunca previ a resposta surpreendente que foi dado por tais homens à chamada do Movimento Escoteiro.

Para eles, é devido o crescimento notável e os resultados alcançados até o momento. Eu tinha estipulado que a posição dos Chefes Escoteiros não seria nem a de um professor, nem de um oficial comandante, mas sim a de um irmão mais velho entre os seus meninos. O importante era juntar as suas atividades e compartilhar seu entusiasmo, e, assim, estar na posição de conhecê-los individualmente, capaz de inspirar os seus esforços e para sugerir novas diversões quando seu dedo sobre o pulso lhe disse que a atração de qualquer mania atual fosse se desatualizando.

O termo Chefe Escoteiro não era novo. Era um título antigo Inglês usado por Cromwell, que tinha "Chefes Escoteiros" em seu exército, e seu ramo de Inteligência estava sob a direção de um "Chefe Escoteiro-Geral”.

2 - Baden-Powell – Cidadão do mundo.
               O segredo de meu sucesso na vida sempre foi à influência de minha mãe. A maneira pela qual aquela extraordinária mulher conseguiu educar-nos, sem que nenhum de nós tenha sido um fracasso; e a maneira pela qual não sucumbiu à ansiedade e às tensões de toda ordem escapa a minha compreensão.
Não somente, apesar de ser viúva e pobre, conseguiu alimentar-nos, vestir-nos e educar-nos, Foi sua influência que me guiou pela vida afora muito mais do que quaisquer preceitos ou qualquer disciplina aprendida na escola. B.P

                Apesar de não ter tido a orientação de um pai, sendo o sétimo filho homem, gozava de bom treino durante as férias, em companhia de meus irmãos mais velhos. Todos eles tinham bem desenvolvido o instinto esportivo e eram bons camaradas entre si, nadadores de primeira classe, jogadores de futebol, remadores, etc. Todos sabiam imaginar e executar o que fosse preciso para substituir o que não podiam comprar, chegando mesmo a construir um barco. Fazíamos nossas próprias cabanas, nossas redes de pesca ou de caça de lebres e pássaros, e assim pegávamos e assávamos nossa comida para satisfação nossa em geral e de nossos estômagos em particular. Tudo isso era mito bom para mim. Foram um aprendizado de valor inesgotável pela minha vida afora, aprimorando a formação de nosso caráter.

               E ainda: No meu tempo de menino, em Charterhouse, logo fora dos muros, havia o “Bosque”, longo terreno arborizado, no flanco de uma colina, estendendo-se por mais de uma milha ao redor dos campos de recreio. Era aí que costumava passar longas horas imaginando ser caçador e escoteiro. Arrastava-me cuidadosamente pelo chão, procurando rastros e tentando me aproximar de esquilos, coelhos, ratos e passarinhos, a fim de observá-los. Fazia armadilhas e quando conseguia pegar um coelho o uma lebre (o que não se dava frequentemente), aprendia penosamente, por experiência própria, a tirar-lhe a pele, limpá-lo e assá-lo. Assim, sem o saber, fui adquirindo um tipo de educação que mais tarde seria de grande valor para mim.

             Esses conhecimentos iniciaram em mim o hábito de reparar em pequenos detalhes ou “sinais” e de tirar conclusões, em outras palavras o hábito inestimável da Observação e da Dedução. B.P.

                 Indiscutivelmente, Baden-Powell desempenhou um papel singular, não apenas como Fundador do Movimento, mas também como seu líder e inspirador. A isto pode-se acrescentar o seu profundo entendimento dos problemas, necessidades, e aspirações do jovem e de sua capacidade para tornar os sonhos em realidade. A promessa e a lei escoteira, conforme o texto original de B.P, escrito em 1907-1908, no livro Escotismo para Rapazes, representa todo um corpo de valores morais, éticos e nacionais, que eram esperados de um cidadão participativo e útil a sua sociedade, na época em que foram escritos tais princípios.


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Um pouco de Baden Powell.


Conversa ao pé do fogo.
Um pouco de Baden Powell.

                    Em 1909, mais de 10.000 jovens realizaram uma exibição de suas perícias escoteiras no famoso Palácio de Cristal, em Londres. Nem mesmo a chuva e o frio, naquela manhã do dia quatro de setembro, puderam arrefecer o entusiasmo deles. Nesta reunião histórica, os rapazes formavam a maioria. Temendo a degeneração das suas ideias, e verificando a necessidade de integrar todos dentro de um movimento que crescia rapidamente, Baden-Powell passou a dedicar-se à organização do Movimento Escoteiro, que não era sua proposta original. Desliga-se do Exército, em 1910, e ingressa no que chamou de sua "segunda vida", dedicada ao crescimento e fortalecimento do Escotismo.

                  Ainda em 1910, é criado o Escotismo do Mar, bem como surgem dentro do Movimento as "Girls Guides", ou seja, as Guias Escoteiras (Bandeirantes). A partir de 1912Baden-Powell passa a viajar pelo mundo divulgando e unindo o Escotismo, que se desenvolve agora como uma "Fraternidade Mundial". Também em 1912, foi publicado o primeiro Manual das Guias, "Como as Moças podem ajudar o Império…" escrito por Agnes Baden-Powell.

                Foi em 1916 que, a pedido das crianças menores que queriam fazer parte do Movimento Escoteiro, Baden-Powell criou o Ramo Lobinho, baseado no Livro do Jângal, de Rudyard Kipling, com auxílio de sua irmã, Agnes. Em 1917, é constituído informalmente o primeiro Conselho Internacional da Associação de Guias da Inglaterra, e, no ano seguinte, é publicado o texto base do Guidismo, escrito por Baden-Powell, especialmente para as guias.

               O Escotismo recebe de William F. de Bois Mclaren uma área de terra, na floresta de Epping, arredores de Londres, onde se instala Gilwell Park o centro de formação de chefes escoteiros (o curso passa a ser chamado de curso para Insígnia da Madeira}. (Os que completam o curso recebem um colar de contas e um lenço com um pedaço de tecido atrás com a trama característica do clã dos McLaren). Em 1930, Lady Olave Baden-Powell é aclamada Chefe Guia Mundial, função que exerceu até 1976, quando veio a falecer.

               A última presença pública de Baden-Powell para os escoteiros foi em 1937, no Quinto Jamboree Mundial em Vogelezang, Holanda, depois do que viajou para o Quênia, onde fixou residência a partir de 1938 juntamente com Lady Olave. Morre nesse local.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A Nação pede socorro.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
A Nação pede socorro.

                 Tinha prometido a mim mesmo só postar aqui o que escrevo sobre o Movimento Escoteiro. Esta era uma das poucas maneiras que poderia ajudar ao meu querido Escotismo que tanto amo e o levarei junto quando partir para minha estrela no céu. Falo de tudo. Conto histórias faço artigos de técnicas Escoteiras, tendo transmitir aos meus amigos minha visão do que vi e aprendi nos meus últimos 68 anos de escotismo. Costumo ser indelicado com dirigentes que nada fazem para construir uma democracia plena se segurando em um Estatuto feito para manter os mesmo no poder. Hoje, no entanto ando meio desacorçoado com os nossos políticos. Não me meto a julgar todos eles. Afinal a democracia diz que eles são escolhidos pelo povo da nação. Se ela não escolheu bem a culpa é de quem?

                  Mas entendo que não é fácil escolher homens dignos, probos, ético, que tenham honra e caráter. O que eles andam fazendo é uma afronta e nem se preocupam em esconder. O livro arbítrio existe para aprendermos a escolher bem, a procurar quem merece ser nosso representante. Hoje basta ter fama no futebol, vôlei ou outro esporte para se candidatar. Chega ao cúmulo sem desmerecer a pessoa a votar em um palhaço (no bom sentido) que canta dança e conta piadas nas redes de TV e Rádio. O que ele fez? Anda escondido quem sabe deixa a turma corrupta para assumir as besteiras que andam fazendo para em 2018 dizer: Votem em mim, pior não vai ficar!

                    A escolha sempre foi sua. É seu direito. Sempre pensei que cada um sabe onde amarra seu bode. No tempo que mandaram para o céu ou o inferno os Czares russos e outros abnegados do poder, houve uma revolta enorme com a plebe querendo casa e os ricos com suas mansões enormes. – Entrem, dividam com os donos seu pedaço! E assim as mansões começaram a receber a plebe e a revolta dos ricos se generalizou. – Um “çabio” (não era dirigente Escoteiro, graças a Deus).
Sabia que os bodes tem um cheiro terrível. Insuportável. Mandou seus compinchas chefes de bairro pegar os que estavam nos pastos e amarrar no centro da sala das mansões. Foi à conta. A grita foi geral. – Com bode não! Com bode não! Tiraram o bode, a paz voltou a reinar nas famílias que moravam juntas.

                    Temos um bode em Brasília. Fede, mas os que vivem lá estão satisfeitos. Antes eu achava que eles gastavam os tubos para se reeleger e o salário nunca iria pagar os quatro ou oito anos naquela sede monumental. Engano meu. Empresas, ricaços, empreiteiras e até estatais davam suporte financeiro. Nota-se que o “cara” se candidata, um simples professor, um ex-policial, um que diz ser doutor ou medico, e logo mudavam de casa, tinham mansões, fazendas e até gado para vender e pagar as despesas dos filhos fora do casamento. A plebe se sentiu traída. Afinal levantar as quatro com a marmitinha e dar duro em seu trabalho enfrentar conduções demoradas e cheias não era fácil. A plebe acreditou que o salvador iria chegar. Dizem que se rezarmos para isto Deus ou Jesus vão mandar todos eles para o inferno.

                  Não foi bem assim. Uma turma da pesada com cargos no judiciário mandou brasa. Cadeia prá ti e prá você! A turma dava com a língua nos dentes para escapar do xilindró. Os bons do Congresso Nacional riam. Tinham foro privilegiado. O tal supremo ficou na berlinda. Não conseguia julgar tantos e quando ia ferrar alguém inventaram o pedido de vista. Vista! Pensei que era à vista do alto da montanha a ver vales verdejantes e rios caudalosos à espera da patrulha que vai acampar. Nada disto. Era para proteger alguém em nome de saber mais sobre o processo. Um escarnio. Vota-se tudo para fugir da Lava Jato, da Lava vergonha, da Lava de gente que não podia ficar de fora de uma cadeia.

                       Sabemos todos nós que a triste realidade de uma NAÇÃO onde a CORRUPÇÃO é a identificação maior para o Mundo. Presidente do Congresso Nacional é RÉU sob acusação dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Congressistas encheram os bolsos do caixa dois. Quem pagou está pagando os que embolsaram ainda impune. Dar nome aos bois resolve? Não serei eu a dar a lista. Ela está no Google e nos sites de jornais e periódicos. E daí? Será que iremos mesmo mandar para a cadeia esta cambada? Será que em 2018 vamos escolher novos homens e mesmo se errarmos em outra os mandarmos as favas? Será que alguém com acusações enormes pode continuar sendo eleito? Sei que em estados onde a oligarquia é forte, tem aqueles que sempre são eleitos e são os piores.

                         Não adianta chorar o leite derramado. É hora de o povo olhar dentro de si e deixar de ser manso, cordeiro, ou melhor, bobo! Ainda temos dois anos pela frente. Claro que irão aparecer milhares que não conseguiram sua boquinha falando maravilhas de quando forem eleitos. Perder um dia, ver seus currículos, ver como estão de processos judiciais e então tentar a sorte. Une Done tê! Chega destes sacripantas que todos sabem quem são. Chega de votações nas madrugas como se fossem ladrões a roubar o povo escondido na escuridão. É hora de escolher bem, de gente que não aceita propina, que não quer ficar rico as custas da nação e claro, a nação é você!

                  Já disse. Sou Escoteiro, prezo a ética, faço questão da minha honra e do meu caráter. Sonho e sempre sonhei em formamos homens e mulheres de bem para termos uma nação forte e responsável. Acreditar na utopia faz parte da minha vida. Quem sabe? Peço desculpas por deixar anotações de escotismo e falar temas que quem sabe não vai resultar em nada. Mas nada resulta mesmo. Se lutamos por uma democracia devíamos lutar também para que o escotismo seja perfeito nas suas leis e normas onde todos teriam direito de voz e voto!

SE TIVESSE CONDIÇÕES DE SAÚDE, ESTARIA PRESENTE NA PASSEATA DE DOMINGO. QUE BOM TER NELA MILHOES COMO A ANTERIOR. PRÁ FRENTE BRASIL!