domingo, 25 de fevereiro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Guia do Lobinho.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Guia do Lobinho.

 - “Aos Pais, Akelás, Baloos e Bagheeras, a todos que lidam com Lobinhos, esperando que saibam adaptar as ideias deste Manual (e nenhuma delas é inovação) a vida do menino na Alcateia ou fora dela”.- Chefe Carlos Gusmão.

                     Epa! Calma, não é um novo manual de Lobinhos, nada disso, estou apenas abrindo as páginas do Guia do Lobinho do Chefe Carlos Gusmão de Oliveira Lima. Foi o primeiro que tive a oportunidade de conhecer e ler lá pelos idos de 1958. Simples, apenas 90 (noventa) páginas, mas aprendi muito com ele.

                     Parecia pequeno, mas meus amigos da Alcateia tinha coisa do arco da velha. Tinha a História de Mowgly, formaturas, provas de pata tenra, lei e promessa, bastão totem, máximas da Jângal, lema, saudação, grande uivo , uniforme e religião.  Falava na fraternidade mundial, a Matilha, o conselho de primos, as provas de uma e duas estrelas, bandeira, hino nacional, nós, destreza, higiene, relógio, transito, especialidades... Gente quanta coisa!

                    E as especialidades que ensinava? Muitas. Gostava de Primeiros Socorros, ginásticas, habilidade Manual e Economia. Ensinava o Hino a Bandeira e Nacional. E a passagem? Sentia firmeza quando lia sobre ela. Pequeno o manual, pequeno mesmo, mas me deleitava com a parte de Excursões, Torneios, Visitas e Acantonamentos. Chefe Gusmão dizia que o Campo ou a Floresta eram os melhores locais para divertidas atividades de Lobinhos. 

                   Era no campo que se realizavam os jogos, cantos, provas e muitas vezes um bom banho de cachoeira ou um regato raso. Ele recomendava que se fosse para o campo não esquecesse o calção e toalha. Era bom demais. E as frutas silvestres? Recomendava que não se esquecesse de pedir permissão para excursionar nas terras desconhecidas. Como os escoteiros ele insistia que todos devem deixar o local ainda mais limpo do que encontrou.

                  Falava muito dos torneios de jogos, representações e provas entre os lobinhos. Insistia que o importante é que tudo deve ser bem divertido e perder ou ganhar não deve modificar a alegria dos moradores de Seeonee. Recomendava sempre a fraternidade e para isto nada melhor que visitas a outras alcateias, pois ali se poderia fazer bons amigos para quando passassem para a cidade dos homens eles se reencontrassem novamente mostrando que os Badenianos são irmãos de sangue para sempre.

                 E no final do Manual ele escreveu:

- Quando você já tiver nove anos e seis meses de idade, Akela convidará você para fazer um acantonamento. Voce irá com os chefes e os lobinhos maiores passar três ou cinco dias fora de casa, dormindo no chão, em uma barraca, ajudando na cozinha, fazendo atividades nos campos e vivendo a vida de Mowgly como ele gostava. E finalizava: - “É quase um acampamento de Escoteiros”!

- “Guia do Lobinho, de Carlos Gusmão de Oliveira Lima. Um manual que nunca esqueci”!

Nota – Anos se passaram, Guias e Manuais de Lobinhos deixaram para trás os escritos por Baden-Powell e o Chefe Carlos Gusmão. Muita coisa mudou. Penso que deve ter sido para melhor, mas o Guia do Lobinho do Fundador e do Chefe Gusmão deixaram saudades para quem os leu e teve a oportunidade de aplicar o que ali estava escrito e ensinado. Melhor Possível.

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