Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sábado, 29 de agosto de 2015

Quando setembro chegar.


Crônicas de um Velho Escoteiro.
Quando setembro chegar.

“O que quer que você faça na vida, será insignificante. Mas é muito importante que você o faça. Porque ninguém mais o fará.”

                       Setembro está longe, mas é um mês que eu gosto, é um mês calmo, mês de descansar em minha varanda e como um Velho Escoteiro ficar a cochilar e a lembrar-me dos bons e velhos tempos. Assim é setembro. Todos os tempos, todos os períodos são bons enquanto vivemos. Pode ser no passado ou presente. Podemos fazer diferente, igual e isto não é importante. O escotismo é único e mesmo querendo que outros chefes tivessem tido a oportunidade de passar pelo que muitos antigos escoteiros passaram sei que é impossível. Lembro que era um tempo de ventos calmos, sem os vendavais de hoje. Podíamos sair por aí sem as preocupações que acometem a esta era moderna. Ainda bem que a promessa, as formaturas mal ou bem se mantêm e isto é bom. O sistema de patrulhas está aí, mas dizem que vai mal das pernas. O que não mudou são os sorrisos. Os mesmo ontem e hoje. Adoro-os. Os meninos e as meninas nos fazem rejuvenescer. De vez em quando converso com um e outro e vejo que eles também têm histórias para contar. Formidável. A chama ainda não se apagou e acho que não irá se apagar nunca.

                      Hoje vejo que muitos se complicam para fazerem um programa. Nas mãos dos chefes. Antes não. Em mãos dos escoteiros. Qual o melhor jogo? Do que vocês gostam mais? - Que tal dar sugestões para a reunião, para a excursão e o acampamento? Monitores em ação. Hoje não seria possível dizer a minha mãe e meu pai que iria acampar em Santa Maria de bicicleta. 420 quilômetros ida e volta. Oito dias. Qual Chefe vai? Nenhum! Qualquer pai de hoje não cairia da cadeira se ouvisse isto? E se dissesse que conseguimos passagens gratuitas até Caparaó de trem. Pai, vamos aproveitar as férias. Serão dez dias. – Sabia meu pai que Caparaó significa águas cristalinas que rolam da serra? Sabia pai que lá é onde mais facilmente a gente sobe até o Pico da Bandeira? Olha meu pai o Pico da Bandeira se chama assim porque o Imperador Pedro II mandou colocar uma bandeira em seu cume. Sabia pai que A serra do Caparaó, além do pico da Bandeira, tem ainda o Pico do Cruzeiro, o Pico do Calçado, O Morro da Cruz do Negro, o Pico da Pedra roxa, o Pico dos Cabritos ou do Tesouro, o Pico do Tesourinha e ainda a Pedra Menina?

                    Vai ser difícil qualquer pai entender hoje. - E quem vai com vocês? Ninguém pai. Somos Sênior e o senhor sabe, tropa Sênior, Sênior é, é que é bacana! Ela mata esfola, não tem medo e sabe vencer! Risos. Não cantávamos assim naquela época, mas hoje tudo mudou. Mas e o pai de hoje? Olhos esbugalhados, pensando, que diabos este meu filho e seus amigos escoteiros pensam que é? E se ele nos visse no campo cortando madeira, das grandes, sem serrote especial, apenas uma machadinha e um facão e horas para poder gritar a plenos pulões: - “MADEIRA!” gritávamos. E Lá ia a tora caindo. Hoje não pode. Mas naquela época? Florestas enormes. Entrávamos nela como se estivéssemos passeando no “foot” de nossa cidade. (foot, praça onde aos sábados e domingos a noite ficávamos ali a paquerar as lindas meninas faceiras). De dia ou de noite varávamos trilhas, matas, atravessávamos rios, e quando desse sono era só deitar na relva, na pedra ou em qualquer lugar e dormir. Hoje? Impossível.

                      Já pensou? Um Chefe no nosso campo dando “pitacos”? Nem pensar. Bastava um sisal ou um cipó a 30 cm do chão e ninguém passava. Todos sabiam que deviam ir à entrada onde existia o pórtico bater palma e pedir licença. Afinal era nossa casa e não a casa da “mãe Joana!”. - Chefe, você ensinou ao nosso Monitor, deixe a patrulha fazer, por favor! Vá para sua barraca, faça lá suas pioneirias, sua refeição. Quem sabe hoje à tarde quando da apresentação do jantar pronto o convidamos? Setembro vai chegar e não vai demorar em ir embora. Não dá mais. Agora precisamos tomar cuidado. A marginalidade. Minha prova de jornada? Hoje poucos fazem. - Pai, nós vamos eu e o Nanico fazer uma prova de jornada para a Primeira Classe. Só nós dois. Serão cinco dias. Vamos descer o Rio Boitanga de jangada que nós mesmos faremos e só levaremos sal e óleo. Serão pouco mais de cento e vinte quilômetros de corredeiras até a ilha dos Aimorés. Lá vamos conseguir comida! O que diria o pai hoje com este pedido? Só rindo. - Está louco? Nem pense. Esqueça! Vou tirar você do escotismo.


                  Setembro, tão próximo e vai passar tão rápido. Ainda acredito que podemos fazer muito do que nós os antigos escoteiros fizemos. Não sei. Alguns chefes me dizem que fazem e outros dizem ser impossível. Pode ser que sim pode ser que não. Se eu fosse um “guapo” rapaz e Chefe Escoteiro iria tentar. Tremo só em pensar estar junto a uma Tropa, quatro patrulhas perfeitas, varando enormes trilhas subindo montanhas inesquecíveis. Que saudade! Que vontade de voltar no tempo e sei que não posso. Fico aqui torcendo para que os chefes de hoje lembrem que seus escoteiros precisam de liberdade, de ação de aprender fazendo, sem tutor e com uma boa dose de aventura. Nem que seja vigiada, mas precisam. Lembro-me sempre do passado e das palavras de BP, de tudo que ele nos deixou em seus escritos. Se fosse um Chefe eu ainda teria muito a aprender com eles. Afinal quais os valores de um método se acham que ele não tem mais utilidade?

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Nick Mordekay foi a Assembleia Nacional.


Lendas escoteiras.
Nick Mordekay foi a Assembleia Nacional.

                       Foi sim. Mas antes é preciso voltar um pouco ao passado. Nick Mordekay não era novo e nem antigo Escoteiro. Tinha somente sete anos como escotista. Não tinha filhos no grupo. Passou viu a escoteirada, gostou e porque não ajudar? Foi bem recebido. Viu que eles precisavam de voluntários. Nunca pensou que uma organização pudesse atraí-lo tanto. Depois soube que foi picado pelo mosquito Badeniando. Risos. A tropa de escoteiros não tinha Chefe. Chefe Fantini o Diretor Técnico era quem tomava conta. Nick Mordekay entregou-se de corpo e alma a sua nova tarefa. Fez tudo direitinho. Os cursos que podia fazer ouviu conselhos e orientações do seu Assessor pessoal e aos poucos desenvolvia com amor a programação feita por ele e os Monitores. Assim aprendeu nos cursos.

                      Nick Mordekay era um Chefe Escoteiro simples. Não falava muito e só o necessário. No grupo tinha amigos, mas poucos na cidade que morava. Seus contatos de e-mail eram poucos. Conhecia muitos escotistas dos outros grupos, pois sempre participava das reuniões onde ele era convidado. No seu grupo eram poucos chefes. Ele, Chefe Beth sua Assistente, Noêmia a Akelá e o Chefe Fantini. De vez em quando alguns pais ajudavam, mas eram poucos. Chefe Beth estava com ele por causa das meninas. Ele mesmo fez o convite. Achava que os jovens poderiam procurar os chefes para um aconselhamento e dependendo o assunto ele não era o mais indicado. Chefe Beth era devagar. Quase não ia às excursões e acampamentos. Pudera. Já entrava nos sessenta anos.

                     De uns tempos para cá, Nick Mordekay passou a observar que em um ano mais de vinte e cinco por cento dos jovens da tropa saíram. Notou também que a procura era pouca e sempre um número maior de meninas. Elas pelo menos ficavam mais tempo em atividade. No principio nem notou. Nick Mordekay era o protótipo do bom Chefe escoteiro. Só se preocupar com os jovens do seu grupo e mais nada. Não discutia com outros Chefes alterações mudanças, nada. Ficou cismado quando na sua tropa o número de escoteiras era maior do que de escoteiros. – Porque os meninos saem mais que elas? Pensou. Procurou o Diretor Técnico. Ele nada tinha a acrescentar. Só disse a ele que aplicasse corretamente o programa de progressão Escoteiro. Mas ele fazia isto. Pelo menos acreditava que praticava o que aprendeu nos cursos e nos livros Escoteiros que tinha.

                    Nick Mordekay pediu autorização ao Diretor de seu grupo e procurou o Comissário Distrital. O que ele disse não ajudou em nada. Mesmo assim perguntou – Chefe! Porque não existe um seminário ou mesmo um curso para podermos discutir com quem faz e dá certo, com quem não tem este problema em seu grupo e assim poderíamos aprender? Nos cursos os formadores falam e falam, eu pergunto se ele tem experiência em seu grupo ou resultados e ele sai pela tangente. O comissário coçou o queixo e não soube responder – Porque não vai a Assembleia Nacional? Disse. Lá é o lugar certo. Nick Mordekay não havia pensado nisto. Nunca tinha ido. Era hora de ir. Todos falavam que lá era o lugar onde poderiam sugerir mudar alguma coisa e tirar suas dúvidas. Disseram para ele que lá sim encontraria os Grandes Chefes, os Velhos Lobos e tantos outros da alta hierarquia Escoteira. No dia programado levou sua carteirinha da UEB, pois como Chefe de Tropa ele iria se inscrever para todos os dias do evento. Caro, pagou o que não podia. – Minha nossa! Quanta gente! Ele não conhecia quase ninguém. Cumprimentou um ou outro. Os mais graduados só sorriam e iam em frente. Na secretaria perguntou quando iam discutir temas de interesse aos chefes de tropa. A mocinha lá não sabia dizer. – Olhe aquele ali é o atual Presidente. Fale com ele.

                     Decepção. Até que foi educado. – Meu caro Chefe este ano vamos discutir a mudança de estatutos e você poderá sugerir mudanças não votar por que não é conselheiro. Deu um sorriso azedo e se foi. Nick Mordekay viu que se faziam rodinhas aqui e ali. Todos discutindo os planos, os programas tudo que eles os candidatos a conselheiros se propunham a realizar. Nick Mordekay foi de roda em roda. Ouviu tudo. Pensou consigo – Será que irão fazer tudo isto? Cada região tinha seu candidato. Sempre cercado de correligionários. Nick Mordekay achou aquilo parecido com as eleições em sua cidade. Só faltavam os santinhos. Pelo menos o chão ainda estava limpo. Risos. Soube que em uma sala discutiam um tema. Correu lá – nada! Era uma região discutindo o que apresentar para os Estatutos. O olharam com cara fechada. Ele não sabia das reuniões secretas. Descobriu naquele “montão” de gente outros chefes como ele. Queriam aprender, queriam sugerir, mas não sabiam como. Porque o comissário disse para ele que lá era o lugar certo para mostrar suas ideias?

                      Nick Mordekay ficou decepcionado. Até mesmo com os tais candidatos e tais chapas de diretoria. Pensou que pelo menos uma estaria conclamando a todos caso fossem eleitos, de fazerem um grande mutirão para discutir os temas que os chefes achassem válidos discutir. Que eles seriam transparentes. Que os programas deveriam vir de baixo e não de cima. Não era nada disto. Nick Mordekay pensou que seu problema de saída e abandono dos jovens pelo escotismo era só dele. Ninguém interessou a discutir com ele o tema. Ele achou que os demais tinham grande sucesso nas suas tropas. Quando um retrucou dizendo que se ele fizesse a progressão bem feita isto não aconteceria, Nick Mordekay se sentiu perdido. Ele não era um bom Chefe? Não receberia a Insígnia de Madeira em breve? Nick Mordekay ficou até o ultimo dia na Assembleia Nacional. Conheceu muita gente. Viu muitos se mostrando com suas medalhas. Viu outros tantos sendo agraciados nas sessões solenes com medalhas que ele nem conhecia.

                      Nick Mordekay ficou sabendo que lá na Direção Nacional as assembleias sempre eram assim. Ir lá e apresentar um tema era perda de tempo. Um Chefe que foi uma vez disse ter ficado decepcionado. Não pela confraternização ela foi ótima. Mas não só de confraternizações o escotismo sobrevive. Uma coisa Nick Mordekay aprendeu. Iria estudar muito. Iria fazer cursos e cursos. Iria conquistar sua Insígnia de Madeira. Lutaria depois para ser um formador. Iria ser um dirigente regional. Iria aprender os meandres do poder. Só assim ele acreditava que poderia um dia dizer a todos que todos, mas todos do escotismo deviam ser ouvidos. Deviam votar, deviam decidir o que eles queriam. Deviam discutir os seus problemas e não os que os outros pensavam.

                     O que Nick Mordekay não sabia era que o poder não corrompe os homens; mas os tolos, se eles adquirem uma posição de poder eles sim a corrompem. Leu isto uma vez. Era de George Bernard Shaw. Assim como também disse Benjamim Disraeli que todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele. Ele sabia das promessas de campanha. Será que ele também seria corrompido pelo poder? Será que quando se sentisse seguro no alto do seu pedestal seria o mesmo Nick Mordekay de hoje? É. Nick Mordekay pensava tudo isto quando em uma tarde livre, sentado na praça perto de sua casa ele sonhava. Sonhos utópicos. Sonhos de poder. Acordou assustado com o nariz coçando. Fora picado por uma abelha. Mau sinal. Risos.


                    Nick Mordekay chegou à conclusão que era melhor voltar para sua tropa. Ele sim iria descobrir o porquê um bom número dos seus jovens estavam indo embora. Chega de poder, quem foi quem disse que o poder no escotismo era o poder do nada? Que o poder corrompe? O poder absoluto corrompe absolutamente? Deixe com os outros esta liderança Nick Mordekay. Você é somente um simples mortal. Siga os passos de Charles Chaplin que disse: lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante!   

domingo, 23 de agosto de 2015

Os símbolos escoteiros oriundos de Gilwell Park.


Conversa ao é do fogo.
Os símbolos escoteiros oriundos de Gilwell Park.

O Parque de Gilwell e o Curso da Insígnia de Madeira trouxeram ao Escotismo uma série de símbolos que nos são, ainda hoje, bastante familiares: o lenço, a anilha, o colar de contas, o portão dos leopardos e o machado enterrado no tronco.

 O lenço
Gidney criou o chamado 1º Grupo de Gilwell e o respectivo lenço, em 1921. Fazem parte deste grupo, por tradição, todos os dirigentes, de todo o mundo, portadores da Insígnia de Madeira. Aos primeiros formandos dos cursos era entregue um lenço, de cor exterior cinzenta (cor da humildade) e interior rosa-vermelho, pertença do parque, passando a usar todos um lenço igual, independentemente da posição que ocupassem no escotismo. No final do curso, os lenços eram devolvidos ao parque. Posteriormente, o cinzento exterior foi substituído por um tom bege-areia, não havendo registo de quando passou a ser usada esta cor. Chegou a ser usado um lenço feito totalmente com o tartan do clã Maclaren, em homenagem ao homem que doou o dinheiro necessário para a compra do parque, mas, devido ao custo excessivo do tecido, o tartan passou a figurar apenas num retângulo no vértice do lenço. Inicialmente, o lenço do 1º Grupo era também usado pelo staff do parque, mas, a partir de 1924, passou a ser restrito aos portadores da Insígnia de Madeira. O tartan é propriedade registada do clã Maclaren. O seu uso é permitido apenas no lenço de Gilwell e não pode ser usado para outro fim.

O colar
Originalmente, B-P tinha pensado em oferecer aos formandos do curso dois pendões para o chapéu, à semelhança do que os oficiais americanos usavam. Entretanto, enquanto vasculhava nas recordações que tinha trazido de África e da Índia, encontrou um colar com contas de madeira, tendo optado por estas. Ainda assim, as suas primeiras ideias para o uso das contas foram para o chapéu, a imitar os pendões, ou na casa de um dos botões do casaco. Em breve, B-P decidiu alterar estas ideias, provavelmente pelo fato de que os portadores da Insígnia de Madeira só poderiam usar as contas quando estivessem com o chapéu (ao ar livre) ou de casaco. O uso das contas num colar, usando um atilho de couro, permitiria aos seus portadores usá-las em todas as circunstâncias. A ideia do atilho e do colar poderá ter tido origem noutra recordação que B-P trouxe de África. Durante o Cerco de Mafeking, numa das rondas que B-P fazia frequentemente pela cidade, um rapaz indígena interpelou-o, admirado por ele não andar a assobiar e sorrindo, como era costume. Numa breve troca de palavras, em que B-P se mostrou menos esperançado quanto ao futuro, dadas as condições adversas e dramáticas do cerco, o rapaz ofereceu-lhe um atilho de couro, que lhe tinha sido dado pela mãe à nascença, para dar sorte e afastar os maus espíritos. Nesse mesmo dia, a cidade recebeu a notícia de que o Coronel Plumer e as suas tropas iriam chegar a Mafeking nos próximos dias.

A Insígnia de Aquelá
De 1922 a 1925, aos formandos do curso para Chefes de Alcateia que terminassem com sucesso, era oferecido um dente canino de lobo - A Insígnia de Aquelá -, em vez das contas de madeira. Os formadores destes cursos recebiam dois dentes.
Em 1925, a mesma comissão que decidiu acabar com o uso do dente, instituiu o uso de uma pequena conta colorida, imediatamente acima do nó do colar, para identificar a secção a que respeitava o curso tirado: amarela para lobinhos, verde para escoteiros e vermelha para seniores. Em 1927, a mesma comissão decidiu-se por cancelar o uso da conta. O padre Jacques Sevin, fundador dos Scouts de France, foi um dos recebeu a Insígnia de Aquelá (dois dentes).

Colares com mais de quatro contas
Quando os primeiros países estrangeiros começaram a ministrar os seus próprios cursos de Insígnia de Madeira, os diretores desses cursos eram nomeados representantes do Parque de Gilwell nos seus países, usando um colar com cinco contas, uma suposta tradição lançada por B-P. O próprio B-P usava um colar com seis contas. O outro colar de seis contas que surgiu foi oferecido por B-P a Sir Percy Everett, que o auxiliou desde os primeiros dias do escotismo e esteve diretamente ligado à formação de dirigentes. Em 1949, Everett entregou o seu colar de seis contas ao Chefe de Campo do Parque de Gilwell, John Thurman, para ser usado pela pessoa responsável pela formação de adultos em Inglaterra, tradição que se mantém ainda hoje.

A anilha
 No início da década de 1920, B-P terá sugerido ao staff do parque a criação de uma anilha especial para ser usada com o lenço de Gilwell. William Shankley, um australiano de 18 anos, membro do staff do parque, terá usado um atilho de couro (muito usados para fazer fogo por fricção, uma prática comum nos primeiros cursos) para produzir um Nó de Cabeça de Turco com duas voltas, que foi adotado como anilha oficial de Gilwell. O termo “woggle”, que não é usado fora do escotismo, pode ter sido ideia do próprio Shankley, mas Gidney tornou-o popular, ao publicar um artigo sobre o assunto na revista “The Scout”, em 1923. Em 1943, o Chefe de Campo, John Thurman, instituiu a atribuição da anilha aos dirigentes que completassem a primeira parte (formação básica) do curso, sendo o lenço e o colar de contas atribuídos no final da segunda parte do curso (formação avançada).

O machado no tronco
Francis Gidney, o primeiro Chefe de Campo em Gilwell, procurava um símbolo especial para o parque, que marcasse uma grande diferença entre este e a sede nacional, apesar de ser, também, propriedade da associação. Gidney queria que o símbolo representasse bem as atividades ao ar livre e a técnica escotista, que eram vividas em Gilwell, em contraste com o ambiente administrativo e comercial dos serviços centrais. Os cursos ministrados no parque eram muito práticos e o uso do machado era frequente, sendo dada muita importância a questões de segurança com estes e outras ferramentas. Sempre que não estavam a uso, os machados deviam ser cravados num tronco, para evitar acidentes, pelo que havia bastantes machados em troncos espalhados pelo parque. Foi neles que Gidney se inspirou ao criar o símbolo de Gilwell.

Portão dos Leopardos

Construído por Don Potter, em 1928, é, ainda hoje, um elemento simbólico do Parque de Gilwell. O portão marca a entrada do Parque de Gilwell, embora não seja usado. O portão tem este nome por causa de dois pequenos leopardos, esculpidos em madeira, no topo de cada uma das cancelas. Um dos leopardos desapareceu, há muitos anos atrás, tendo sido substituído, mas voltou a desaparecer, tendo Potter feito outro, em 1997, quase aos cem anos de idade. Potter fez parte do staff de Gilwell durante vários anos, tendo-se especializado no trabalho com madeiras.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Conversando com Lord Baden-powell.


Conversa ao pé do fogo.
Conversando com Lord Baden-powell.

Janeiro de 1912
O ponto de vista dos outros
                      Nossa atitude no Movimento Escoteiro deve ser de não querermos estar em conflito com quaisquer políticas, sejam educacionais, religiosas, ou de outras entidades, mas de ficarmos felizes com seus conselhos ou sugestões. É nosso objetivo estar em paz com todos e fazermos o melhor em nossa própria linha. Provavelmente a maioria de nós está em sintonia com ideais socialistas, embora talvez não vejamos com um mesmo olhar a viabilidade de seus detalhes ou de seus métodos. Nós, no escotismo, desejamos não somente corrigir os males sociais presentes, como também prevenir sua recorrência nas novas gerações, tentar reduzir o grande desperdício de vidas humanas atualmente existentes nas favelas das cidades onde tantos milhares de seres humanos vivem uma existência de miséria pelo desemprego, isto nem sempre por sua própria culpa, mas simplesmente por nunca lhes terem dado uma chance.

                         O nosso principal esforço é atrair os jovens e colocá-los em um caminho correto para o sucesso em sua vida, nos empenharmos para equipá-los – especialmente os mais pobres – com “caráter” e habilidades manuais para que cada um possa pelo menos ter um trabalho. Se após isto ele fracassa, então é sua culpa e não daqueles que estão em posição de ajudar nossos irmãos menos favorecidos, como acontece atualmente. O fato é que a justiça e a honestidade nem sempre fazem parte dos currículos escolares. Se nossos jovens são treinados para enxergarem o ponto de vista de seus companheiros antes do seu próprio no julgamento em um litígio, que diferença faria na maturidade de seu caráter! Esses rapazes não seriam levados pelo primeiro orador que cativa seus ouvidos sobre qualquer assunto, como comumente acontece atualmente, mas desejariam também ouvir o que a outra parte tem a dizer sobre a questão, refletindo por si mesmos como adultos.

                      E assim é com quase todos os problemas da vida, o poder de julgamento individual é essencial, quer seja nas escolhas políticas, religião, profissão, esportes – metade dos fracassos e três quartos dos sucessos parciais entre nossos filhos são devidos à carência disto Queremos que nossos homens sejam homens, e não cordeiros. E na grande proposição da Paz Internacional, tenho para mim que antes de abolir armamentos, antes de se fazer tratados de paz, antes de construir palácios para os delegados das nações se reunirem, o primeiro passo é a formação de todas as novas gerações – em cada nação – guiadas por um absoluto sentimento de justiça.

                  Quando os homens tiverem como instinto na condução das tarefas da vida, olhar as questões com imparcialidade de ambos os lados antes de se tornarem partidários de um deles, então, ao surgir crise entre duas nações, estariam naturalmente mais dispostos a reconhecer a justiça de cada caso e adotarem uma solução de paz, o que é impossível enquanto seus espíritos estiverem acostumados a entrar em guerra como único argumento. No movimento escoteiro temos a nosso alcance grandes oportunidades para introduzir treinamento prático em justiça e honestidade, como jogos e competições de campo, e através de arbitragens, cortes de honra, ensaios e debates na sede.

Lord Baden-Powell of Gilwell.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Porque sou escoteiro?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Porque sou escoteiro?

                           Ei! Eu sei que você sabe. Acho que já falei aqui antes. Sou mesmo um repetitivo, mas acreditem eu sou de outra geração. Dos cabeças brancas. Aqueles que se dizem tradicionalistas e só atrapalham os novos que gostam da modernidade. Mas nunca duvidem eu sou um Escoteiro do coração. E sei que vocês também o são. Eu sei que amam o escotismo como eu. Eu sei que pensam nele todo o tempo e que a cada sábado ele vem forte trazer a alegria e a fraternidade dos amigos que juntos irão fazer atividades mil com esta juventude maravilhosa. Eu peço a Deus para viver mais dez anos e encontrar vocês por aqui a sorrir. Mas se me permitem, com humildade gostaria de dizer algumas palavras porque sou Escoteiro.

- Eu penso que um dia fiz uma promessa. Prometi fazer o melhor possivel, mas como sou adulto prometi muito mais. Não brinquei de fazer. Levei a sério e a levo até hoje. E sei que muitos também são assim; - Eu prezo o garbo e a boa ordem. Faço questão de vestir o uniforme com elegância. Do jeito que aprendi. Meu lenço quando coloco olho no espelho se está correto, bem postado, bem colocado. Meu cinto? Faço questão de limpar e engraxar o couro. Meu sapato? Engraxado. Minha calça cinza de tergal comprida ou a curta caqui? Bem passada. Muito bem passada. Sem vincos não visto. Estes serão o meu uniforme por toda a vida. Não vou vestir outro; (mas aceito que outros façam suas escolhas);

- Horários? Em cima da hora. Nem um minuto mais nem um minuto menos. Pontualidade Escoteira para mim além de sagrada é mais que a inglesa. Se for chegar atrasado prefiro não ir. Se você vai se encontrar comigo e vai se atrasar não venha, telefone avisando. Atraso? Nunca! Não gosto. Marque outro dia; - Horários de reuniões? Só em casos especiais extrapolaram cinco dez minutos. Pedia desculpas aos pais quando atrasava; Sempre fiz questão disto. - Cerimonial da bandeira? Um orgulho ver todos perfilados. Ninguém brincando, sérios e compenetrados com seu garbo e boa ordem. Sei que você também faz assim;

- Inspeção? Adoro. Fiz muitas e até deixei que monitores fizessem comigo muitas vezes. Porque não? Alegria quando um Monitor me olhava de cima em baixo, sério e compenetrado. Olhava o chapéu, o cinto. Os botões abotoados, os quatro dedos da quebra do meião, as listas corretas e quando me pedia para ver as unhas? Olhava se minhas orelhas estavam limpas? Risos. O Monitor ficava orgulhoso em inspecionar o Chefe e eu orgulhoso do Monitor; - Alvorada no acampamento? Para mim sempre uma tradição. Seis horas. Seis e quinze ginastica. Feita pelos monitores. Eu os tinha adestrado antes. Horário de dormir? Sagrado. Nunca depois de onze horas. Oito horas de sono não se discute. Exceção em acampamentos de chefia, época de olhar as estrelas e sonhar;

- Decidir sozinho os destinos da tropa ou do Grupo Escoteiro não era a minha praia. Sem os monitores não sabia o que fazer. Sem os chefes me sentia só. Aprendi assim. Mudar? NUNCA! - Aceitar uniforme pela metade? Mal colocado? Camisa do lado de fora? Lenço torto? Nunca. Nada como chamar o jovem e educadamente ensiná-lo como se porta um uniforme, e contar o que BP disse sobre ele: “Meu jovem, quando você está uniformizado você representa toda a organização Escoteira”. Quem olha para você acredita que ali todos tem orgulho do seu uniforme e sabem que o escotismo é um exemplo de cidadania;

- Sou Escoteiro da maneira que aprendi. Com uma mochila nas costas e fazendo aventuras por este “mundão” afora. Nunca gostei de ficar dando ordens sentado em uma cadeira, fazendo joguinhos, nozinhos e sinaizinhos de pista ou apitando em uma reunião escoteira. Isto nunca foi minha “praia”; - Sou Escoteiro como diz o Roberto Carlos, a moda antiga. Daqueles que gostam de um sorriso. De um abraço gostoso. De dizer eu gosto de você. Dos que gostam de ser o primeiro a dizer Sempre Alerta. De dizer muito obrigado a todos com que convivo no escotismo e fora dele;

- Sou Escoteiro porque amo o escotismo. O amei desde o primeiro dia que eu vergonhosamente olhei de soslaio para o meu Akelá e ele me recebeu na Alcatéia sério sem me dar um sorriso e depois eu o amei por toda vida; - Portanto meus amigos se notarem que sou diferente eu sou mesmo. Não tenho protocolos, se faço cara feia é porque nasci assim, mas meu coração é de ouro, não faço continência por respeito, mas sim por amizade e gosto disto! - Sou Escoteiro porque gosto de cantar, gosto de historias, vivenciá-las, (uma voz danada de feia e rouca) me sentir um herói daqueles que admiro e em qualquer tempo, em longas jornadas, dormindo sob as estrelas, viajando na minha bicicleta de aço, fazendo uma pioneira, subindo uma montanha (ufa!) seja com chuva e com sol era uma alegria só, eu cantava, e como cantava!

- Sou escoteiro porque acredito no movimento e como Escoteiro me dou o direito de discordar de tudo que eu achar errado. Detesto castas, detesto gente metido a besta só porque tem isto e aquilo. Detesto pessoas que querem cargos, querem ser o que não são, querem mandar, ditar ordens sem saber onde estão indo. Não vão me ver nunca batendo palmas para dirigentes. O farei quando ter certeza que se preocupam conosco, que aceitem opiniões, que nos ouçam, que nos consultem e nos deixa participar em tudo que é feito para nos. Sempre acreditei que se estão lá foi porque quiseram e prometeram dar o melhor de si. Então o fazem por obrigação com uma associação que espera muito deles. Mas sempre irão me ver dando Anrê, palmas escoteiras, gritos de guerra a toda essa juventude que está firme nas fileiras escoteiras a qualquer tempo com sol ou com chuva; - Sou Escoteiro porque depois que cresci acreditei que o escotismo é que precisa de mim e não eu dele. Mas me entreguei a ele de corpo e alma;


- Enquanto viver serei Escoteiro e não importa o que aconteça, e quando morrer lá na minha estrela lá em Capella, bem longe escondida atrás da constelação de Auriga, onde será minha morada no futuro, lá bem longe eu continuarei Escoteiro. Afinal uma vez Escoteiro sempre Escoteiro. Escoteiro sempre eu ei de ser, Escoteiro eu serei até morrer! E claro, depois que me for também!

domingo, 16 de agosto de 2015

Qual a diferença entre escoteiros e bandeirantes?


Conversa ao pé do fogo.
Qual a diferença entre escoteiros e bandeirantes?

                   Desde 1909 até hoje essa pergunta ainda existe, com o passar do tempo essa pergunta teve diversas respostas. Muitos sempre tentavam comparar os dois movimentos em quantidade de membros, como em ocupação no espaço terrestre, e quem sabe interplanetário, mas extensa e complexa ficava a resposta para uma simples pergunta. Já podemos considerar essa pergunta uma questão para decidir uma prova de vestibular ou concurso, pois nem mesmo quem participa desses movimentos sabe responder essa resposta de maneira exata, precisa e matemática. Existem diversas formas de responder essa pergunta, muitas delas nem sempre agradam a todos, por isso a complexidade, pois como tentaremos responder aqui essa pergunta, acreditamos que ainda haverá muitas controvérsias.

                 Para começar a responder essa pergunta e tentar ser o mais completo e exato possível, iremos utilizar, aqui, algumas versões que foram coletadas, mas para ficar claro principalmente aos leigos no assunto, vamos primeiro explicar do que se tratam em geral esses movimentos que além de toda a diferença que existe entre eles, ninguém negará que esses dois movimentos são irmãos de mesmo pai e de mesma mãe. Antes de 1909 o Movimento Bandeirante não existia, aliás, esse movimento só começará a existir em 1919, e somente no Brasil. Mas existia somente o Movimento Escoteiro que é oficialmente iniciado em 1907, lá em Londres, feito somente para meninos, aprenderem brincando e explorando o mundo a se tornarem homens de bem.

                   Então em 1909, essa brincadeira conquistou algumas meninas, que seriam as primeiras “scout girls”, mas num mundo masculino. Eis que o Movimento Escoteiro ganhou uma tia, titia Agnes, irmã do Fundador do Movimento Escoteiro Mundial Robert Baden Powell, que logo depois daria uma mãe ao movimento, sua esposa Lady Olave Baden Powell. A partir daí temos dois movimentos irmãos de mesmo pai e mesma mãe, Movimento dos Escoteiros (WOSM) e Movimento das Escoteiras e Guias (WAGGGS). Até aqui acredito que a resposta está simples e tranquila, porem o movimento desses movimentos começou a complicar. E como estamos no Brasil, e a nossa pergunta ainda não consta onde Movimento Bandeirante entra nessa história, vamos pular para 1919 onde enfim o Movimento Bandeirante aparece e começa a complicar essa resposta. 


                   Em 1919 o Movimento das Escoteiras e Guias chega ao Brasil através, como consta nos registro, das mulheres da elite carioca (e juramos isso não é coisa de novela), que simplesmente implantaram o movimento feminino aqui no Brasil, fazendo uma pequena alteração como uma tradução e homenagem, para o nome Bandeirante. 
Ótimo então ficava simples, se um garoto pedisse ao seu pai, que gostaria de ser escoteiro, bastaria levá-lo a um grupo escoteiro, onde diversos meninos iriam brincar e aprender sob os princípios do escotismo a se tornar homens de bem de uma maneira bem masculina. E se fosse uma menina bastava levá-la a um núcleo bandeirante, onde várias meninas aprenderiam e brincariam também sobre os princípios do escotismo, ou como seriam chamadas de bandeirantismo, a se tornarem mulheres de respeito.

                  Não seria nada de mais se em 1919, ser menina e participar de um movimento feminino não fosse visto como algo um tanto revolucionário demais, e olha que não era, pois as meninas aprendiam muito bem a cuidar da casa, a cozinha, a ser prendada, a ser uma ótima esposa, mas sem querer elas aprendiam um pouco mais é claro, mas essa versão talvez seja somente uma hipótese, afinal como o passar do tempo esses movimentos foram vistos também como algo careta e sinônimo de pessoas bobas que usam uniformes e meião. Mas confessamos que mesmo amando nossos uniformes por causa de tudo que eles significam para nós, sabemos que é meio ridículo passear por aí impecavelmente uniformizados, e quanto mais impecáveis estavam os nossos uniformes mais orgulho temos deles, cada distintivo, cada broche, o meião, o cinto, um chapéu, nosso lenço, às vezes rimos daqueles que não entendem. 


             Com o passar do tempo outra hipótese seria que por serem movimentos irmãos, mas talvez também por isso um tanto concorrente e competitivo pela atenção, os movimentos começaram a se misturar, então meninas poderiam ser escoteiras e meninos poderiam ser bandeirantes. Hoje isso já é visto como algo comum, mas existem histórias de que as meninas no movimento escoteiras mesmo aceitas, só poderiam participar realizando tarefas consideradas exclusivamente “de mulher”, mas no movimento bandeirante por ser feminino, não existia tarefa só “de mulher” então os meninos aprendiam logo a dividir todas as tarefas, mas se sentiam umas menininhas e muitas vezes tinha vergonha de dizer que eram bandeirantes.


                Desta maneira o Movimento Escoteiro por toda sua origem e formação masculina ainda tem uma forte presença de aspectos masculinos em suas atividades, e aparência, o que atraí muito meninos e meninas que tem como interesse, atividades mais bruscas, mais agressivas, mais robustas, mais físicas, coisa de pai pra filho. E o Movimento Bandeirante por outro lado pela origem feminina, atraí mais meninos e meninas que gostam de atividades mais delicadas, mais detalhadas, mais floreadas, ou coisa de mãe pra filha. Mas aqui entra outro fato que pode confundir os interessados em ingressar em qualquer um dos movimentos, vale também considerar a característica do grupo escoteiro ou do núcleo bandeirante, pois pode haver núcleos bandeirantes que tem uma forte característica do movimento Escoteiro, como o contrário onde um grupo escoteiro com muitas características do movimento bandeirante. Afinal assim como conhecemos muitos escoteiros que se tornaram bandeirantes, como deve haver também muito bandeirante que se tornou escoteiro.

                Aí surge uma pergunta por que ambos os movimentos que são tão parecidos não se tornam um só? Diríamos que isso é somente uma questão burocrática de briga de irmãos, que se divertem em sempre discordar que são parecidos.
Mas vamos à parte física das diferenças:

Escoteiro
Bandeirante
- símbolo flor de lis (três pétalas)
- símbolo trevo de três folhas
- associado ao WOSM (Mundial)
- associada à WAGGGS (Mundial)
- União dos Escoteiros do Brasil
- Federação de Bandeirantes do Brasil
- uniforme da cor do tipo de escotismo e/ou faixa etária
- uniforme azul marinho, e azul marinho e branco.
- lenço colorido conforme o grupo escoteiro
- 6 cores de lenço conforme faixa etária
- nomenclatura: lobinho, escoteiro, pioneiro, sênior, chefe.
- nomenclatura: abelha ou zangão, fada ou mago, B1, B2, guia, guia-auxiliar, coordenador (a).
- lei: o escoteiro é...
- lei: ser bandeirante é... (antes era: a bandeirante é...).


                 “Como dissemos antes Ser Bandeirante é ser leal e respeitar a verdade”, confessamos sim que estamos puxando algumas sardinhas a mais para o nosso lado. Mas afinal amamos ou não o movimento bandeirante? 

Artigo retirado de um blog bandeirante da Internet.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

E aí Zé, saiba que você é o único culpado!


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
E aí Zé, saiba que você é o único culpado!

              Acho que sim. Ele é um Zé. Atrasado na modernidade. Tem culpa por não aceitar tantas mudanças, culpado por querer ver um escotismo que já não é mais seu. Culpado porque ainda acredita em um escotismo forte e reconhecido pela população brasileira. Mas será que ele tem a solução? Será que não olha para si mesmo e se sinta perdido em um emaranhado de dirigentes, diretores, presidentes e chefes que acreditam que o mundo hoje é outro? Será que ele queria aceitar as mudanças, e mesmo assim fica implicando com tudo que lhe é jogado sem que tenha sido consultado ou pelo menos solicitado a opinar? Porque ele implica tanto? Afinal este escotismo é como uma folha solta e perdida que o vento levou e vai se perder no mar. Nada vai mudar o seu destino. Então porque Zé não se dobra aos donos do poder Escoteiro que acreditam que terão a solução nos seus novos programas e na sua maneira de agir? Porque tenta explicar o inexplicável a tantos que o leem e nem concordam consigo?

                  Esse Zé é demais. Ele devia parar para pensar. Mas pensar o que Chefe? Diz-me o Zé. Este não é o caminho, o caminho outro. É mesmo Chefe? Mas Zé, qual então é o caminho? O seu? Afinal a verdade é só sua? Acorda Zé, abra os olhos e os ouvidos. Afinal você não se olha no espelho? Veja você é um Velho Escoteiro e seu lugar não é mais aqui! – Eu sei Zé que você quer falar, dizer, será que já não falou demais? Olho para si mesmo tu és nada, apenas um humilde servo dos deuses do escotismo. Eles sabem tudo, são doutores, pedagogos, pensadores Professores universitários e você? Quantas vezes te escreveram para dizer que você não sabe de nada, que está errado, que escreves errado, que tem um português arcaico? Zé você é um chefinho de nada, eles nem sabem que você existe! Eles sabem que você é um analfabeto, não fala a linguagem deles que mal terminou uma classe na escola e hoje  sabe alguma aprendeu na Escola da Vida.

                  Você Zé não tem história. Tem? Verdade? Faz escotismo há muito tempo? E daí Zé? – Onde estava o seu diploma superior? Você não tem nada, portanto não azucrina os sábios escoteiros que hoje estão a dirigir seu escotismo que ama. Claro que você tem culpa. Você se fechou no passado e tenta viver em um presente que não é seu. Porque não aceita o real? Porque não aceita a nova visão escoteira? Porque não aceita a nova maneira de se vestir de se trajar? – Isto mesmo Zé, és o único culpado, afinal não adianta dizer que pode ser uma vestimenta ou farda, traje ou uniforme, mas o orgulho de ser um Escoteiro vem em primeiro lugar. O modernismo hoje Zé aceita que alguém põe um lenço no pescoço e saia por aí a dizer que é Escoteiro. Nem me venha dizer que aprendemos com orgulho o exemplo dos chefes, aprendemos que mesmo com o Rock and roll que estava chegando, com a TV preto e branco mostrando uma nova era, de maneira nenhuma esquecíamos nossa machadinha e facão para ir cortar lenha num belo e gostoso acampamento.

                     Zé meu amigo, você é culpado de tantas coisas que fez. Nem venha me dizer que não tem culpa por fazer um escotismo Badeniano, com princípios aventureiros sendo honesto consigo ao obedecer uma Lei Escoteira. Eu sei que nunca aceitou perder um jovem ou um chefe nas tropas que participou e nos grupos que colaborou. Você se arvorou nas ideias de B.P e se esqueceu do resto, que o mundo estava mudando. Não adianta chorar e se sentir culpado pelos pais que azucrinou. Pelos políticos que negociou um lugar ao sol, todos sabiam que seu escotismo era tudo e vinha em primeiro lugar. A evasão era mínima. Era uma luta sem trégua. Ouvir e ser ouvido, aprender a fazer fazendo. Hoje você sabe que não é mais assim. Não adianta fechar os olhos para a má uniformidade, para a maneira que se portam ao copiar dos outros um lenço mal colocado, um chapéu inventado, um calçado de qualquer cor. Esqueça Zé. Em breve você vai para as estrelas e ninguém nem vai chorar por você. Ninguém vai ficar no seu lugar. Olhe os que estão chegando nem querem saber como era ou como vai ficar. Eles adoram a modernidade Zé eles não ouviram falar do passado como era quando faziam de verdade um escotismo que acreditavam.

                         Dificilmente Zé você vai ver meninos e meninas correndo pelas campinas, de mochila e bandeirola deixando que o vento os leve para onde quiser levar. Hoje seu tempo não é mais seu. Aceite uma Alcatéia com oito ou dez, Uma Tropa com duas ou três patrulhas de quatro a cinco cada uma. Aceite e ache tudo normal até as divergências de chefes que deviam se considerar irmãos. Se eles não se entendem Zé caia fora da briga. Nem me venha dizer que nunca aceita o que os donos do poder fazem hoje. No meu tempo! No seu tempo Zé? Risos. No seu tempo é como a história daquela mocinha da TV em seu programa humorístico, para comentar sua vida em Pato Branco. Eu sei Zé que naquele tempo vocês eram irmãos, se respeitavam, trabalhavam como irmãos. Eu sei que acampou com Doutores, Deputados Formadores. Que acampou com Escoteiro Chefe, Regional e o escambal. Nem me venha dizer que dormiam na mesma barraca, lavando as panelas, cortando o vento com o machado, vivendo juntos como uma equipe que queria se acreditava ser uma fraternidade.

                    Zé não discuta você é culpado e está errado. Recolha-se a sua insignificância. Não queira ser um salvador da pátria.  Não tente vender as histórias que conta do passado, elas não tem valor mais. Hoje todos falam em nome da juventude. Ela agora é levada pelos adultos e quando acontece um fato anormal, eles se assustam. Dizem que não foi assim que programaram. Melhor Zé é fazer continência para os novos doutores de escotismo. Eles sabem onde colocar a sintaxe. Onde é o verbo e o adverbio. Nem sabes o que significa o PI. E o cálculo estequiométrico? Lembra do seu menino que lhe disse ter se formado Engenharia Mecatrônica. Zé você sabe o que é isto? Seria a integração sinergética da engenharia mecânica com a eletrônica e o controle inteligente por computador em projetos e processos?


                      Hã! Chega Zé. Melhor parar por aqui. Não tenha duvidas que o erro seja seu. Aceite esta nova concepção do Escotismo. Não vá lutar com os doutores e sua argumentação fantástica. Os velhos tempos foram substituídos pelos novos tempos. Nem vem dizer Zé que conheces de cor e salteador o escotismo de outrora. Você nem entende as novas nomenclaturas que eles fizeram para mudar o escotismo de ontem para o de hoje. Esqueça seu joguinho de caqui, de chapelão. Esqueça que temos um nome a zelar. Deixe os chefões de hoje fazer suas normas que eles mesmos fazem para se manter no poder. Zé não adianta você está errado. Eles sim são os certos!

sábado, 8 de agosto de 2015

A Escola da Vida!


Conversa ao pé do fogo.
A Escola da Vida!

"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.”.

                       Não sei se existe idade para que nós possamos aprender nesta formidável escola do mundo em que vivemos. Uma grande poetiza já dizia que todos nós estamos matriculados na escola da vida desde que nascemos. Nesta escola o mestre é o tempo. A cada dia vamos aprendendo. Não importa a idade, pois o aprendizado não para. Dia e noite. É bom aprender com o silêncio, com os falantes, com os intolerantes e os gentis. Eu posso dizer que sou grato a todos pelo que aprendi e ainda aprendo. Não levo em consideração se são rudes, se são estranhos. A eles sou eternamente grato. De vez em quando penso nas palavras de Baden Powell quando disse que é uma pena que um homem tenha que viver sessenta anos para adquirir alguma experiência de vida, e a leve para o túmulo, cabendo aos que o seguem começar tudo de novo, cometendo os mesmos erros e enfrentando os mesmos problemas.

                     Leonardo da Vinci comentou que a experiência é uma escola onde são caras as lições, mas em nenhuma outra os tolos podem aprender. Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende. São duas coisas distintas – O saber dado pelos mestres nas escolas e a vida como ela é, sendo olhada, guardada em nossa mente e nos fazendo crescer no dia a dia. Outro pensador comentou que, no dia em que guiarmos nossas ações, juízos, estudos e decisões por valores que visam ao sublime em vez da mesquinhez; quando agirmos inspirados mais nos critérios de justiça, da generosidade, da prudência, da temperança do que do interesse do egoísmo, no dia em que agirmos meditando sempre na beleza da doçura, na importância da humildade, no valor da coragem e no lugar da compaixão, nesse dia nosso planeta atingirá aquele estágio supremo que toda evolução técnica teve por meta.

                O escotismo nos deu escolhas. Não importa se entramos nele como jovens ou adultos. Ele o escotismo nos dá caminhos simples, honestos baseadas em uma lei e uma promessa. Aprendemos tanto a cada dia, a cada hora, a cada minuto. Aos poucos vamos fazendo um arquivo em nossa memória impossível de descrever ou escrever. É este arquivo é quem nos ensina como compreender a ser calmo, ponderado, e assim aceitarmos mais alegremente a vida como ela é, sem reclamar e aceitando o que nos foi dado como meta. Fico pensando que muitos jovens ou mesmos outros que ainda não estiveram em todas as salas da escola da vida não querem ainda escolher com aqueles que já passaram por todas elas, carregam experiência e não se perdem no caminho desta escola. Eles os jovens se sentem seguros, Andam com firmeza e acreditam que o que fazem é o certo. Mas isto não é bom? Lá bem distante um dia eles verão que o caminho poderia ter sido outro. Mas e o livre arbítrio?

                Ainda bem que tive a alegria de participar ativamente deste movimento que só me deu alegrias. Os percalços que encontrei foram também aprendizado. Hoje não fico preocupado em não poder estar na ativa e junto ao lado dos jovens. A Escola da Vida e Deus me deu o que preciso para continuar a jornada. Mente clara, pensante, ativa procurando nos seus recônditos uma maneira de ajudar e colaborar. Sim aprendi muito e nunca esqueço as belas palavras de Baden Powell. Ele nos mostrou o valor da natureza em nosso crescimento. Dizia ele que quando um filhote de lobo ouve as palavras “estudo da natureza”, seu primeiro pensamento é sobre coleções da escola de folha secas. Mas estudo da natureza real significa muito mais do que isso, o que significa saber sobre tudo o que não é feito pelo homem, mas criado por Deus.  È ela a natureza uma das grandes matérias da Escola da Vida.

                 Todo homem toda a mulher passa pela escola da vida. Eles são os que sustentam a nação e o mundo com o que aprenderam. São livros não escritos, são matérias do dia a dia. São as alegrias, as dificuldades, os sacrifícios que nos dão a certeza de um dia receber o diploma tão esperado. Mas este diploma é apenas uma etapa. A Escola da Vida não para. Há muito que aprender. Ela nos dá a única riqueza que vamos levar conosco na viagem que um dia iremos realizar. E a cada estação, a cada apito do trem descendo ou subindo iremos encontrar mais e mais escolas. São milhares. Nunca irão parar. Seria bom que todos trocassem ideias como os que passaram por esta escola antes da maturidade. Mas acredito que tem de ser assim. E como dizia o poeta, mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo!

O homem que é cego para as belezas da Natureza perdeu metade do prazer da vida!

Lord Baden Powell.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Comentário de um amigo distante.


Conversa ao pé do fogo.
Comentário de um amigo distante.

                Hoje, dia do Chefe Escoteiro me lembrei deste e-mail que recebi há alguns meses atrás. Não faz tanto tempo assim, pois foi quando fiz diversos artigos comentando o porquê tantos chefes estão deixando o movimento Escoteiro. Tocou-me profundamente. Concordo com ele em muito dos seus tópicos. Nossa diferença é que sou uma espécie de Dom Quixote, lutando contra os moinhos de vento e não desisto fácil. Eu ainda acredito. E mesmo errando vou continuar a tentar mostrar qual seria o melhor caminho para que o escotismo seja conforme BP nos deixou. Se vou conseguir não importa. Minha luta seja o resultado que for me considerarei vencedor. O nome do meu amigo fica em OF. Não que ele pediu, mas achei melhor assim. Vejamos suas palavras:

Guaíba, Berço da Revolução Farroupilha, 16 de maio de 2015.
Meu Caro Monitor,
Sempre Alerta! Nada de SAPS ou qualquer outro modismo inventado para “fazer diferente”. “Fazer a diferença” é o que devemos procurar. Somos uma família onde devemos nos destacar pela qualidade e não pela modicidade. Li os seus artigos sobre a evasão do Movimento Escoteiro e por mais que isso me doa sou obrigado a discordar do senhor. Não há evasão do Movimento Escoteiro no Brasil pela simples razão que o mesmo já está morto, e não se pode sair de algo que não existe mais. Não tenho tanto tempo de Escotismo como o senhor, mas sou do tempo do chapelão, da calça curta, do meião, do cabo solteiro, da moeda no bolso da Boa Ação diária. Sou do tempo em que existiam Escoteiros e Chefes Escoteiros, Patrulhas, Conselho de Tropa e Corte de Honra. Sou do tempo em que durante a semana do Dia do Escoteiro atazanávamos a vida do nosso pobre chefe pelos ofícios solicitando o dispensa do uso do uniforme da escola naquela semana, para podermos ir uniformizados para a sala de aula.

Sou do tempo da malfadada frase: “O Escoteiro é uma criança vestida de idiota, comandada por um idiota vestido de criança.” Mas também sou do tempo em que “Ser Escoteiro” era motivo de orgulho. Do tempo em que aprendia a fazer nós não apenas para trocar de classe, mas para saber na hora em precisar fazer um, e fazer o certo. Do tempo em que as patrulhas faziam atividades em dias diferentes das reuniões de Grupo, para treinar e se qualificar para as especialidades, na busca de sempre estar um passo a frente das outras patrulhas. Do tempo em que o “Sistema de Patrulhas” era aplicado e não apenas um nome no rol das lembranças, onde a Bandeirola de Patrulha era cuidada, honrada e respeitada e nunca era largada no chão.

Como escreveu o senhor, do tempo da B.O.I.A. nos hasteamentos e arreamentos. E para quem não conhece a sigla significa Bandeira, Oração, Inspeção e Avisos. Lembro como o nosso GE (pequeno e um dos poucos no Estado do Rio Grande do Sul que não era patrocinado por ninguém) buscava apoio na comunidade, participava de campanhas, guardava à Pira da Pátria, ajudava na organização do desfile cívico e era conhecido e conceituado na comunidade. Francisco Floriano de Paula e Caio Vianna Martins eram nomes conhecidos. Mas como se diz aqui na minha terra, era no tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Hoje não vemos mais nada disso. Vemos jovens que não tem motivação, pois não existe mais com que motivá-los.

Escotistas (tenho horror dessa palavra) que não sabem o que é Escotismo. Cursos que são uma piada de mau gosto e taxas, taxas e mais taxas. Não se dá o devido valor aos antigos Escoteiros formando as chamadas Patrulhas Dinossauro nos GE. Não se convida os antigos membros para participar ou mesmo visitar um acampamento. E sabe por quê? Pelo simples fato de que os Escotistas de hoje tem medo de ouvir: “No meu tempo de Escoteiro era diferente!” Tem medo de ter que dar explicação para os jovens dos motivos que levaram as mudanças. Culpa deles? Não, pois nem eles mesmos sabem dos motivos, guardados a sete chaves pelos medalhões.  No Brasil o Escotismo criado por BP não existe mais. Temos um simulacro, militarizado ou completamente solto. Uma disciplina imposta ou ignorada e não mais aquela disciplina que vinha de “dentro para fora” na medida em que íamos aprendendo o que era o Movimento Escoteiro.

Tínhamos os “Escoteiros” e não como hoje “Escoteiro disso” ou “Escoteiro daquilo”. Nada contra, pois são tentativas de uma volta as origens, mas que (até onde consegui ver) não conseguiram descobrir a verdadeira origem do Escotismo ou são impedidas de praticá-lo. O senhor listou quatro pontos: - Programa, Apresentação pessoal, Formação/qualificação do Chefe e Ouvir sempre o ponto de vista do jovem. Todos são válidos, mas se não resgatarmos a “Tradição Escoteira” e o “Escotismo de B.P.” eles de nada valerão. Se não devolvermos ao jovem o “Orgulho de ser Escoteiro” ele continuará a buscar isso em outros locais nem sempre muito recomendado.

 É inerente ao jovem participar de um agrupamento de iguais e buscar reconhecimento. B.P. identificou esse fato e criou um movimento voltado para aproveitar essa energia, esse sentimento de agregação, dando um norte e uma filosofia de vida baseada no caráter e na honra. E hoje, aqui no Brasil, foi realizado um excelente trabalho no sentido de desmantelar todo esse esforço e banalizar o termo Escoteiro a tal ponto que o jovem sente vergonha de ser identificado com Escoteiro e chegar à reunião com o seu uniforme ou aquele simulacro de uniforme adotado atualmente.

O senhor deve ter notado que não tenho participado muito das suas postagens. Mas isso não significa que não estou acompanhando-as, mas sim que sei que vou acabar em uma ou outra rusga com alguém. Sou chato demais nesse ponto e para mim, quando eu fiz a minha Promessa Escoteira foi para toda a vida. E a minha promessa não foi para o que se apresenta hoje como Escotismo, mas sim para o Escotismo de Baden Powell que estava em espírito representado na foto colorida sobre a mesa, entre o machado no tronco de Gilwell e a vela votiva com a promessa.

Deixo aqui o meu (considerado arcaico) Sempre Alerta e os meus votos de força e perseverança nessa sua jornada, a qual com certeza eu não escolheria por causa de meu pavio curto.


Um antigo Escoteiro que tem muito orgulho do seu passado.