Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

domingo, 23 de novembro de 2014

Estamos caminhando rumo ao sucesso?


Crônicas de um Velho escoteiro.
Estamos caminhando rumo ao sucesso?

            Deveria me manter na minha sina de Velho chato e antigo Escoteiro tradicionalista. Deveria ficar na minha, quieto, sem ficar sempre dizendo a mesma coisa. Sempre digo a mim mesmo que não ia mais comentar a postura de um uniforme, farda, traje ou como agora dizem se chamara vestimenta. É chover no molhado. Sei que muitos amigos aqui não irão gostar, mas olhe, não escrevo para reprimir e nem criticar ninguém. Não faz parte de minha índole Escoteira magoar alguém. Mas caramba, agora pela manhã sentado na minha cadeira na varanda de meu lar resolvo ler um pouco de Baden-Powell. Putz! Dou de cara com o que um dia escreveu sobre a farda Escoteira (farda, uniforme, traje e vestimenta tudo é a mesma coisa): A farda escoteira, pela sua uniformidade, constitui agora num laço de fraternidade entre os rapazes do mundo inteiro. O uso correto do uniforme e a elegância na aparência de cada Escoteiro, individualmente, torna-o um motivo de crédito para o nosso Movimento. Mostra que está orgulhoso de si mesmo e da sua tropa. Pôr outro lado um escoteiro desleixado, mal vestido, pode causar aos olhos do público, uma péssima impressão sobre todo o movimento. Mostrem-me um desses tipos e lhes afianço que provarei que ele é um daqueles que não conseguiu pegar o verdadeiro Espírito Escoteiro e não se orgulha de ser membro da nossa Grande “Fraternidade”. 

             Errado ele? Cada um deve pensar como quiser, mas acreditem depois do advento da vestimenta fico pensando se estamos realmente fazendo boa apresentação à comunidade, se estamos garbosos e bem apresentados, se estamos elegantes e se nossa apresentação irá fazer com que a sociedade irá nos dar mais créditos que antes. Fico perplexo com o que vejo. Primeiro a escolha pessoal é grande. Dizem ser mais de quinze tipos. Concordo que a cor é uma só, mas vejo em tropas e em grupos muitos vestidos diferentes um do outro. Alguns de calça comprida outros com a curta, alguns de meias brancas, azuis pretas ou outras cores. Camisa solta ou presa dentro da calça, manga comprida ou curta. E os bonés e outras coberturas? Vê-se no mesmo grupo vários tipos e cores. E os calçados? Prefiro não continuar. Dizem-me que o POR define. Será que todos estão ao par? Não sei. Só sei que de vez em quando vejo fotos de cursantes e os dirigentes se portam do mesmo jeito.

                Sempre digo que somos o exemplo. Se eu coloco um lenço preso nas pontas meus jovens farão o mesmo. (inventaram isto e todos copiaram) Se eu estou de camisa solta eles irão copiar, Se eu escolho uma cobertura que gosto porque eles não irão fazer o mesmo? Quando menino ninguém vestia o uniforme antes da promessa. Recebíamos uma aula do Monitor como se manter bem uniformizado e se orgulhar do que vestimos. Vi diversas vezes o Chefe chamando o Escoteiro ou o lobinho em particular para dar a ele conhecimentos sadios e como ele devia se portar e orgulhar do seu uniforme. Pode ser que isto é uma tradição que não cabe mais hoje em dia. A liberdade agora faz parte de muitos adultos e jovens que acreditam poder escolher o que quer e o que vestir. Até admito a mudança mesmo sendo contra a maneira como foi imposta, mas não posso admitir esta parafernália de escolhas que ao meu modo de ver não vai trazer benefícios aos olhos do publico que ainda não se enquadraram com as escolhas que a Direção Nacional nos impôs. Muitos ainda acreditam que colocando o lenço exaltam o escotismo. Não importa se o lenço está sendo usado em roupa civil. O Velho Escoteiro não aceita isto de modo algum.

                 Levamos anos para demonstrar um escotismo autêntico, um escotismo respeitado, um escotismo que sempre foi motivo de orgulho para nossas famílias e para os que nos conheciam. Tivemos homens célebres orgulhosos do nosso movimento. A liberdade hoje desta uniformização não acredito se vai trazer benefícios. Mostrem-me alguma organização, associação ou mesmo nos meios escolares, sem mesmo citar nossas organizações militares onde alguns deles tiveram a liberdade de escolher seus uniformes ou a vestimenta como a querem chamar. Se no POR tudo está definido procurem os dirigentes olhar melhor o que se passa nas associações Escoteiras. O que está acontecendo é culpa única e exclusiva dos dirigentes que criaram tudo isto. Não esqueçam também que os formadores em cursos aplicados tem responsabilidade no exemplo pessoal. Um formador deve ser o primeiro a dar o exemplo e exigir de todos durante a realização do curso.


                   Ah! BP! Olhar você dando exemplo pessoal, faz-me lembrar dos meus tempos de orgulho quando vestia meu uniforme. Recordar que com o caqui e minhas calças curtas cumprimentei amigos, familiares, vizinhos, grandes dirigentes empresariais, homens de toda a gama politica existente, autoridades eclesiásticas, governadores e até um Presidente da republica. Lembrar que em locais remotos tínhamos orgulho de estar bem uniformizados e ser bem recebidos vendo todos dizendo? Olhem! Os Escoteiros estão chegando. Finalmente não posso dizer se é diferente de hoje. Os lideres Escoteiros do passado tinham orgulho do seu uniforme. Faziam questão de se apresentar garbosamente. E os jovens? Tira-se o chapéu para eles com seus sorrisos maravilhosos, com suas patrulhas bem postadas, esperando que o Chefe os visse e dissesse: Parabéns patrulhas! Estou orgulhoso de vocês. A disciplina tinha outro significado. Ninguém criava ou usava o que não era permitido. Ainda bem que era só um e depois com o traje outro. Agora? Mais de quinze! Durma-se com um barulho destes. Um celebre filósofo dizia e eu não tiro uma vírgula: - Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. – É a única!     

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