Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

segunda-feira, 13 de julho de 2015

O terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo.


Conversa ao pé do fogo.
O terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo.

                  Um dia eu escrevi aqui dizendo que fui o Terceiro Escoteiro Escriba da Patrulha Lobo. Era assim no passado, pelo menos em nosso grupo o São Jorge. Um amigo passou a me chamar assim. Sinceramente gostei. Até me orgulhei. Fiquei pensando no passado quando todos nós apresentávamos a quem quer fosse dizendo sua posição na Patrulha. Era bom, era sadio, um orgulho danado e olhe não importava se fosse o primeiro ou o sétimo Escoteiro. O primeiro era o monitor, ainda indicado pelo Chefe, mas prevalecendo a antiguidade. O segundo era o sub monitor. O terceiro tinha seu tempo na patrulha e assim o quarto, o quinto o sexto e o sétimo. A formatura não se modificou. O Monitor à frente e o sub por último. Soube por fontes fidedignas que a maioria dos países onde tem o movimento Escoteiro se formam assim também. Nossa apresentação pessoal a chamado do Chefe era supimpa. Posição de sentido, olhando os olhos do Chefe, meia saudação e gritante a dizer: Chefe, o terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo se apresentando!

                   Um pouco militarizado? E daí? Isto dava um certo ar de importância para nós. Fico pensando os novos pensadores, os novos doutores em pedagogia, filosofia e tantos outros que abominam o regime militar. – Escoteiros? Nunca eles dizem. Eles tem experiência no tema? Vivenciaram? Fizeram pesquisas dos que assim procederam se deu ou não certo? Bobagem, eles só imaginam. Por causa de uma ditadura que também sou contra criaram raízes negativando o pseudo militarismo Escoteiro. Tudo bem podem dizer passado é passado, mas o que foram fazer os escoteiros no desfile olhe bem a palavra desfile no Ibirapuera este ano e em todos os anos anteriores? Escoteiros não marcham, andam com orgulho e cabeça em pé, não fazem ordem unida. Pamonha de chefia que não sabe o que diz. Desculpe o termo. Eu fui com orgulho o terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo. Gostava de juntar os cascos e me apresentar.

                   Era assim mesmo, nos orgulhávamos do que fazíamos. O intendente, o cozinheiro, o bombeiro lenhador, o construtor de pioneirías o aguadeiro o lenhador e tantos cargos criados da imaginação. Sempre tínhamos dois ou mais cargos na patrulha no campo e na sede. Havia um certo respeito entre nós. A patrulha tinha união. Éramos mais que irmãos. Pudera ficávamos anos quase sempre com a mesma função e ninguém reclamava. Sair? Nunca ninguém pensou ou pensava em fazer. Quando o monitor passava para seniores a gente até chorava. Havia reuniões na sede, em casa de cada um para tratar de todos os assuntos que uma patrulha deve tratar. Havia Conselhos de Patrulha, Conselho de Tropa e Corte de Honra. Só participei de uma quando fui a Sub Monitor e o monitor faltou. Fazíamos atas e eu me orgulhava da que fazia da patrulha. Onde você via um logo tinha outro e outro. Sete meninos metidos a homens como disse um pafúncio escritor ou cantor.

                    Uma vez recebemos uma visita de um Grupo Escoteiro de Nova Lima, cidade próxima a Belo Horizonte. Comandado pelo Chefe Dedé. Um parrudo Chefe do interior que foi anos mais tarde exonerado. Os motivos não vou dizer aqui. Que bonito quando chegaram mais de cem meninos, uniforme caqui, chapelão, uma banda de fazer inveja. O desfile deles e nós na cidade encantou todo mundo. Nos demos as mãos, acampamos na Ilha dos Araujos, local ermo arborizado hoje uma pequena cidade. Eles sempre sorrindo e nós também. Chefe João Soldado me chamou para fazer um relatório. Junto o Chefe Dedé. Melhor lembrar que ele naquela época já era Insígnia. Estiquei-me todo, juntei os cascos. – Chefe! Terceiro Escoteiro escriba da patrulha Lobo se apresentando. O Chefe Dedé me olhou, não se assustou. Ficou em posição de sentido e me saudou – Prazer Escoteiro, Chefe Dedé do Grupo Escoteiro Nova Lima. Orgulhoso em te conhecer! Fez uma continência, me deu a mão esquerda apertou, sorriu de tal maneira que nunca mais esqueci aquele momento.

                    Era uma patrulha de escol, nem melhor nem pior do que muitas que ficaram marcadas na mente dos velhos escoteiros de outrora e quem sabe dos novos de hoje também. Não sou militar, mas tenho admiração por eles. Erros todos cometem, sejam eles ou chefes escoteiros. Sinto que esta vazia tomada de posição, onde nada se pode fazer sem um ou outro a criticar, deviam primeiro analisar, ver o que deu certo ou não. Não fazer como hoje, muito palavrório, muita explicação, mas escotismo mesmo daqueles de BP quase nada. Escotismo é movimento, é campo, é acampamento. É perguntar a escoteirada o que eles querem fazer e orientar mostrando o melhor caminho a seguir. Não como muitos que postam em todo lugar: Escoteiros! Amanhã vamos plantar, vamos limpar a praça e mostrar que podemos ajudar. Sem críticas, mas perguntem primeiro e expliquem depois.


                    Apenas uma pequena história, do terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo. Fiz minha passagem e depois minha rota para os seniores. Até hoje estou dando meu Sempre Alerta. Orgulho de ser um como todos vocês. Se ainda pudesse pegava meu tarol ou meu tambor, engatava uma terceira e saia a marchar por aí. Ver o povo batendo palmas se orgulhando, ver os foguetes no ar saudado a marcha ou o tocar de um clarim. Mas por favor, não critiquem, pois em termos de acampamentos de grandes atividades aventureiras, de ter uma mente sã, amor no coração e orgulho de sua lei, não fico a dever nada a ninguém que foi ou é Escoteiro. Eu faço de tudo para que os jovens de hoje também tenham orgulho, pelo menos fiquem dois anos em uma patrulha não um só, pois tem aqueles que sabemos que nunca irão sair. Mas não seria tão bom que daqui a sessenta anos, eles ou elas orgulhosamente também pudessem dizer: - Eu sou o quarto Escoteiro Cozinheiro da Patrulha Águia. Com muito orgulho!  

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