Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Um Fogo de Conselho perdido em uma noite de luar...


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Um Fogo de Conselho perdido em uma noite de luar...

                            Visitando rosas em meu jardim florido que habita em minha imaginação, entreti-me com a formosura do luar que jorrava suas ondas de prata apaixonadas sobre as pétalas formosas. Um poeta um dia versou sobre a beleza das rosas: - Segue o teu destino... Rega as tuas plantas; Ama as tuas rosas. O resto é à sombra de árvores alheias. Não sei como me vi perdido no luar a sonhar que a primavera havia mandado seu convite para mim. Dizia que seria o mais belo fogo do Conselho que ela e seu luar iriam acordar naquela clareira adormecida. Senti um frenesi, suspirei um suspiro de amor, havia no mundo algum mais lindo que ver um Fogo de Conselho em uma clareira ao luar? Voltava no tempo. Olhava as chamas, os rostos dos jovens vermelhos, olhos fixos naquela fogueira que chorava seus suspiros por fagulhas que se perdiam no espaço e no tempo.
       
                     Quem não ama um Fogo de Conselho? Coisa bonita vestida de chita pronto para agradar seus pupilos com um calor fagueiro queimando leve a face pra a gente nunca mais esquecer. Labareda gostosa, visão cor de rosa que nos faz sorrir. Hora de cantar brincar e sonhar nestas noites de lua e céu estrelado. Ah! Fogueiras. Quem não sentiu o vibrar do clarão no céu? Olhos esbugalhados olhando para dentro dela, querendo descobrir muito mais além daquelas chamas que se espalham com o vento, jorrando fagulhas tão faceiras que nossos olhos percorrem os lados e traslados para ver aonde até onde elas vão. Nunca entendi por que a fogueira atrai. Fecho os olhos e penso que tudo vai começar. O véu da noite esconde tudo de todos. E eis que todos juntos, uma patrulha ou uma Alcatéia, um sustentáculo de Baden-Powell surge naquele lumiar do céu, não dá para saber quantos ao mesmo tempo estão como nós esperando o momento. O momento sublime que um trisco, um fulgor, um lampejo, um brilho colorido vai surgir, a escuridão seja solicitada a se retirar.

                         Nos meus sonhos de criança sinto o calor do fogo, é bom demais, é sublime, é fantástico. A luminosidade que brilha transforma faces, pensamentos, saudades, futuros que agora nem pensamos. Só aquele clarão se faz presente no raiar da escuridão que de susto desapareceu junto ao vento que chegou e partiu. A gente é atraído por aquela chama, quer ver a brasa, a flama. Uma língua de fogo escorre no tempo e no ar. Labareda que nos faz sonhar. Não é o mesmo na lareira, um fogacho escondido, perdido que o fogaréu se foi quem sabe na janela que se abriu. Ali não, ali vive a fogueira, a tocha, o facho e o archote uma lumieira um fogaréu! Sei que em pouco tempo todos vão acordar, não estavam dormindo, estavam sorrindo a esperar... Será um fogo, um conselho, uma aventura, um ato de amor. Será o aquecimento do corpo, irá cozer alimentos, afastar os amigos selvagens que escondidos atrás de árvores estavam ali a espiar...

                     Quem disse que o vento carrega levemente a poeira, que sopra pela janela e balança a roseira? Quem faz e diz ser mais bela que a chama de uma fogueira? Não sei e nem quero saber. Sei que o fogo molha a alma de guerreiros, aqueles que sonham com mundos coloridos e muitas cores no ar. São românticos e sonhadores. Eu você e todos nós estamos ali juntos ao fogo amigo, muitos amores irão surgir. Em volta um clarão que vai atingir as estrelas no céu. Eu sinto meu coração bater, o crepitar da fogueira me fazer renascer, não é tempo esgotado nem chuva no molhado. É força Escoteira, alegre faceira que o Fogo de Conselho vai trazer ramalhetes de flores espalhados no céu. São flores amarelas, vermelhas singelas. Quem sabe vai também trazer a boa nova, a mudança dos tempos, um ato de amor e de felicidade, que a bondade de Deus colocou-nos para nos, fazendo escotismo, gostoso, aprazível, delicioso. Agradável noite de amor fraterno.

                    Ah! Saudades que passam que ficam. Suspiro apaixonado por um fogo qualquer. Ah! Amigos fraternos, amigos eternos que sorriem naquela noite maravilhosa que em só um momento trouxe canções, vozes a entoar emoções, gorjeios em noites perdidas no céu e no mar. São canções lindas, frases sinceras, amor de primavera. Linhas inexistentes, fronteiras abertas demarcações riscadas. Nada impede celebrar ou enaltecer o fraternal companheiro. Um parceiro, um amigo, um colega um camarada meu mano. É ali naquele fogo, tão primoroso iremos guardar saudades eternas, um dia vamos sentir falta, lembrar-se do passado, trazer na memória coisas antigas, pensar em tê-las de volta. Mas o fogo, o trinar do canto da fogueira, um olhar tão amigo, um certo sorriso e dizer: Adeus fogo, adeus...


                 Que os ventos do norte, do sul e do leste, que os ventos do oeste um dia deixem voltar às fagulhas daquela fogueira, aquela ternura do passado, quem sabe fazer delas o presente e uma esperança do futuro. Com as mãos entrelaçadas, ao redor do calor, sorrir cantando que não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus. Manter a esperança que tudo vai voltar e que aquelas saudades eternas serão para cada um de nós o caminho que vai nos levar a paz! 

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