Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Os pais e o Grupo Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
Os pais e o Grupo Escoteiro.

                Por e-mail e em meu Imbox, recebo muitos relatos de chefes sobre o que acontece em seus Grupos Escoteiros. Uma das mais comuns é sobre a participação dos pais na vida do grupo. Reclamam que não colaboram muitos não se preocupam com a mensalidade mesmo ela sendo pequena. Além de ter passado por isto conheci os mesmos problemas em diversos Grupos Escoteiros. Sempre disse que a responsabilidade deles não estarem colaborando é nossa. Talvez por não sabermos arregimentar, valorizar e até mesmo elogiar. Anotei alguns temas que me enviaram e os escrevi para melhor compreensão:

               - Alguns jovens participam com idealismo, mas nunca vi seus pais e quando peço uma reunião com eles, poucos aparecem. - Em época de eleição da diretoria é uma luta para que alguém se oferecer para ajudar, isto quando comparecem. - Para qualquer atividade que for necessário uma taxa, isto sem falar na mensalidade, a maioria (os pais) não colaboram e não ajudam em nada. - Quando algum escotista pretende participar de alguma atividade ou cursos para aprimorarem seus conhecimentos, sempre arcam com todas as despesas de transporte e taxas, pois o grupo não tem caixa suficiente para pagar. Assim muitos desistem de prosseguirem na trilha escoteira. – Sem a participação dos pais ficamos sem condições de manter o Grupo Escoteiro, e até o registro anual é prejudicado.

              É, é uma situação constrangedora. Costumo ser bem formal nas minhas respostas. Não adianta reclamar se deste o primeiro dia não se tomou as atitudes quando da entrada do jovem. Dizer que quem entra para o escotismo são os pais e os jovens acompanham. Ser claro e objetivo sem ser agressivo ou prepotente ajuda e muito. Alguns grupos tem a sorte de ter dois ou três pais que se entusiasmam, vão atrás, procuram ajudar e estão prontos em todas as atividades do Grupo para colaborar. Infelizmente sabemos que a maioria dos grupos vai mal nestes quesitos. Pior quando alguns pais se metem na vida do filho, querendo o melhor sem perceber que a sessão é um todo e não só de um. Se o pai não comparece mandar o jovem para casa? Quem é o responsável pelo jovem os pais ou o Chefe? Vi bons resultados em Grupos Escoteiros quando da admissão do jovem. Vejam como tratam o assunto:

               - Os pais devem vir acompanhados dos filhos interessados; (se não vierem não tem admissão) - Não aceitar inscrições no grupo trazidos por outros pais, parentes ou chefes e sem a presença do próprio pai ou mãe.  – Eles assinam uma ficha de inscrição e são informados das normas existentes. São automaticamente inscritos no primeiro Curso Informativo (pode ser feito pela própria chefia no grupo ou então ver no Distrito ou Região se existe algum a respeito) este curso não deve ser maior que 4 horas e menor que 2 horas. - Enquanto estas formalidades não forem cumpridas, o jovem não participa diretamente. Ele pode ficar por um tempo observando a movimentação das tropas sem interferir. Cumprido os quesitos o jovem e os pais são apresentados ao grupo após o Cerimônia de Bandeira. Neste dia ele é apresentado ao monitor da patrulha escolhida ou a matilha designada. Boa recepção no inicio facilidade de participação no futuro.

               - São informados do programa do grupo, do horário e recebem uma programação anual onde consta quais atividades eles devem comparecer. É importante o diretor técnico manter um bom contato com os pais. Telefonar, convidar para um café ou mesmo para uma atividade social programada ou não pelo grupo trás bons resultados. Costumava uma vez por mês realizar uma atividade social aos sábados à noite em casa de um dos chefes ou pais que se dispusessem a oferecer suas residências para encontros saudáveis. Cada um leva um salgado, um refrigerante e porque não uma simpática hora dançante? Retrógrado? Saudosista? Sei não. Conheço até hoje muitos que se enturmariam quando as atividades fossem dirigidas para suas idades. Uma vez por ano realizar uma atividade só para os pais e filhos juntos. Bom demais ficar o dia inteiro no campo, realizando atividades Escoteiras com seus filhos, sendo monitor, sendo Escoteiro, cantando e dando o grito de uma patrulha.

                 A exigência da presença em atividades já conhecidas e que os pais devem comparecer são levadas a sério. Perder a paciência, achar que só o Chefe está a fazer e os pais não é tema para uma boa conversa com eles em suas residências ou fora dela. Os filhos não devem servir para lamurias dos chefes ou diretores nestes casos. Se for necessário após várias tentativas pessoais, por escrito ou por telefone sem resultados, melhor mesmo é enviar um dia o filho de volta com uma cartinha explicando. Afinal o Chefe está ajudando e não substituindo a educação dos pais. Lembramos que isto deve ser feita com cautela. Muitos chefes por não estarem devidamente preparados tomam atitudes com os jovens esquecendo que na admissão os pais estiveram presentes e agora quando os problemas aparecem acham que uma corte de honra ou uma atitude drástica vai resolver. Sabemos que atitudes anti-escoteiras não levam a lugar algum. A violência pode parecer fazer bem, mas o bem só é temporário. O mal que faz é que é permanente. Nada deve ser dito ao filho sem antes avisar ou pedir ajuda aos pais.

                 O Grupo Escoteiro é uma grande família. Ali todos devem se dar bem. Compete ao diretor Técnico ao presidente e a todos os chefes manter um clima cordial, valorizando os pais e mostrando a eles a vantagem da formação escoteira. Ninguem gosta de ser tratado diferente. Todos gostam de um abraço, um elogio e uma conversa franca. Se a mensalidade aperta, existe outros meios para arregimentar os que não podem pagar com uma arrecadação bem planejada. A engrenagem do Grupo Escoteiro tem de funcionar a contendo. Atividades recreativas e sociais para pais, comissões bem planejadas, fazer com que o pai se sinta útil sem se sentir constrangido. Valorizar os pais a colaborarem com seus filhos é o melhor caminho a seguir.


                 Sabemos que não é fácil trabalhar em equipe. Uma equipe é parte de um todo. É como ser uma parte fundamental de um corpo, mas sabendo que sem corpo esta parte de nada serve. Ter a capacidade de trabalhar bem em equipe, mostra humildade, tolerância, inteligência emocional e companheirismo. Ninguém é nada sozinho. E se queremos fazer algo grande, importante e que nos traga orgulho, precisamos fazer em equipe. Alcançar o sucesso com um esforço coletivo é muito mais prazeroso. Num trabalho em equipe, ficamos mais motivados e comprometidos, afinal uns dependem dos outros, e todos são responsáveis pelas falhas e pelo sucesso. Por isso, o trabalho em equipe deixa todos mais fortes. O trabalho em equipe é união e amizade em prol de um bem e de um objetivo comum, por isso é muito mais nobre do que uma batalha individual.

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