Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sábado, 23 de julho de 2016

Liberdade é um direito de todos.


Liberdade é um direito de todos.


                   Eu não tenho o dom da razão. Não sou perfeito principalmente em afirmar que meu escotismo foi o melhor de todos. Erros foram cometidos e ninguém pode dizer que no passado se fez o melhor escotismo de todos os tempos. Aprendi muito em minha vida e aprendo até hoje. Se eu pudesse hoje ser um Chefe Escoteiro teria muita coisa nova para dar aos jovens, menos a liberdade de ir de encontro as minhas convicções do verdadeiro Espírito Escoteiro. Arcaico? Tem razão os que me chamam assim. Tenho visto alguns dizendo que o chapelão ficou no passado e até mesmo criticaram o Vulcabrás só porque um dia fiz um artigo sobre ele. Viva o chinelo e a sandália de dedo. Disseram que nós os antigos da ordem da Jarreteira devíamos olhar melhor o escotismo moderno, cheio de alegrias, onde seniores nas suas aventuras anuais se divertem riem, se abraçam e cantam usando somente a ponta do lenço, alguns com vestimenta e camisa solta, outros sem, alguns com pilsen outros de brinco e assim falam maravilhas do escotismo moderno.

                   Quem sou eu para condenar. Até mesmo nos Acampamentos de Férias que fazem sucesso entre os jovens a uma insistência enorme com os pais para voltar. Suas atividades não tem sistema de patrulhas, tem sim milhares de programas feitos para os jovens e vá dizer que eles também não aprendem muito no jogo da vida. Dizer que tudo tem seu preço, que muitos de uma patrulha ou Tropa não podem ir por não poder pagar, são coisas do passado. Hoje muitos chefes se desdobram para pagar e todos poderem participar. Sou um Velho Escoteiro que vibra com meu tempo. Tive um Chefe que foi meu exemplo, uma patrulha que amei. Sei que não sou moderno, pois nem mesmo tenho celular e outro dia uma jovem me perguntou qual era meu Whatsapp para ela colocar em seu grupo e pedi desculpas por não ter. Ainda defendo meu passado, acho que é meu direito assim como os demais modernos tem também direitos em festejar o escotismo que fazem hoje.

                   Muitas vezes sou até insistente com meu Caqui, minha calça curta, meu chapelão e meu lenço bem dobrado e colocado. Sou um saudosista da Jarreteira e do penacho que ainda fazem o orgulho dos escoteiros de Portugal, do sapato Vulcabrás engraxado e brilhando. Sou exigente com o brilho das estrelas de atividade de metal, da fivela do cinto, do meião com suas listras perfeitas. Tenho longas saudades da Segunda Estrela, da Segunda Classe, da Primeira e das Eficiências gerais.  Defendo o garbo e para isto procuro dar o exemplo. Exemplo? Este é um dos meus enganos. Hoje muitos não vivem estes sonhos como éramos no passado. Existem diversas formas de ver o escotismo de ontem e o de hoje. Nem sempre o garbo significa o mesmo para cada um. Não tenho o direito de dizer que o passado era perfeito se os jovens de hoje estão a brilhar nos seus objetivos, se estão participando com mais determinação e se estão aprendendo o que todos nós esperamos para o engrandecimento da nação. Jovens de caráter, palavra, honra e tudo aquilo que esperamos de alguém que teve uma esmerada educação escoteira.

                     Tudo tem uma razão de ser e não podemos ficar preso a um passado há não ser tê-lo como objetivo de melhorar o presente pensando que o futuro exigirá de nós muito mais. Dos que discordam da minha maneira de pensar, do escotismo que tenho grande orgulho de ter feito, eu entendo a posição de cada um. Só não concordo com o tom jocoso, a falta de cortesia, a maneira de querer desmerecer aos que disseram o que acreditam e principalmente com a falta de respeito na maneira de responder ou mesmo impor frases prepotentes e maliciosas, como se nós os antigos escoteiros devêssemos nos calar e não publicar nossos pensamentos. Tenho visto muitos como eu que ainda querem falar do que viveram. Gostam disto. Se sentem bem. Tiveram uma experiência que muitos adotaram como filosofia de vida. Entretanto não vejo nenhum deles defendendo suas posições de maneira descortês, mal educada, porque não dizer autoritária, tirana, arbitrária ou mesmo prepotente desfazendo dos que os outros pensam ou fazem.

                  Tenho me afastado de dar opiniões a este ou aquele que discordam, pois aqui pelo que tenho visto nos últimos seis anos de Facebook ou mais dois de Orkut, vejo que os resultados destas discussões ficam presos entre meia dúzia não mais. Quem sabe um tete a tete em uma conversa ao pé do fogo, ou mesmo em um encontro casual daria melhor resultado em ouvir e analisar o pensamento e a maneira de agir de cada um. Eu dificilmente irei mudar minha concepção. Estou velho demais para isto. Poderia até concordar se sentir que os resultados obtidos estão sendo alcançados. Somente os resultados podem dar uma abrangência melhor do certo e o errado. Francamente sei que no passado ouve muitos erros. Eles quem sabe são culpados pelos dias de hoje. Quem sabe os erros foram grandes demais para produzir o que estamos vendo hoje.

                   Não abro mão do cavalheirismo, da cortesia no trato com todos. Errado ou não acredito que isto faz parte dos membros escoteiros do Brasil e do Mundo. Nossa Lei é clara e ela não é para dar rumo somente aos jovens a nós adultos também. Se tenho seguidores fico feliz se outros pensam de outra forma aceito. Não sou e nunca fui à vela do barco que foi para o alto mar e não soube voltar. Aqui nunca neguei meu passado. Me orgulho dele. Das dezenas de contatos que recebo ninguém pode dizer que neguei os pedidos ou mesmo uma explicação. Tento sempre ser educado, cavalheiro, e até mesmo aprendi a pedir desculpas coisas que no passado não fazia. Não posso me dar ao luxo de ser o que não sou. Acredito que hoje a EB (Escoteiros do Brasil) se tornou uma potencia do que era antes. Tem uma estrutura de fazer inveja a outras organizações que se interpuseram contra como a AEBP, FAT, Florestais, Católicos, tradicionais e Desbravadores. Ela não precisava agir arbitrariamente querendo se apossar de tudo sobre escotismo principalmente da metodologia que sei Baden-Powell não deu diretos a ninguém a falar e agir em seu nome. 

                 Sei querer ser humilde demais, pois não o sou, quem sabe sou sim um homem que viveu o seu tempo e agora sabe que tem de aceitar os novos tempos mesmo que seja diferente dos seus. Aqueles que discordam de minha maneira de pensar do passado aceito suas ponderações. Mas não precisamos ser egoístas ao ponto de dizer que o que faço é o melhor, que a EB tem feito e caminhado para o sucesso do escotismo brasileiro. Tenho mesmo evitado certos sites, certos grupos onde a voz da razão em minha opinião deixa a desejar. Não é com rancores, com descortesia que iremos impor nossas opiniões. Se isto acontece e continua me desculpem, mas este é o escotismo que nunca pensei em encontrar. Sucesso a todos, os antigos e os novos. Que cada um faça o melhor pelo Movimento Escoteiro respeitando individualidades e ações que uns e outros querem fazer para se sentirem felizes.

Bom caminho para o Sucesso e Sempre Alerta.       

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