Um
dia eu fui Chefe Escoteiro.
Para quem, como eu, sentiu quando criança o
apelo da selva, que me levou a ser um lobo de Seeonee, talvez seja mais fácil
falar da coragem necessária nos nossos dias, para assumir como “Chefe” de
escoteiros. Esqueça o título. Não é tão importante como o trabalho que vai
realizar. São desafios que nos impõe o simples ato de se estar em permanente
luta contra alguns “valores” instalados no cotidiano da sociedade em que
vivemos. Quem pretenda ser líder de jovens terá, forçosamente, que se entregar
de corpo e alma que lhe exige a maior parte das vezes, completa dedicação a um
trabalho em tempo quase integral e sem qualquer remuneração, mas com muita
“obrigação”, como seja formar pelo exemplo os jovens cidadãos que irão ser os
futuros líderes da nossa Pátria, falando do nosso querido Brasil.
É este é um enorme desafio
que vemos ser imposto ao escotismo dos nossos dias, mas com a manutenção dos
valores dos nossos ancestrais transportados para os nossos dias, depois de
adaptados às realidades que os nossos jovens hoje têm necessidade de enfrentar,
seja no campo ou na cidade. Para um Chefe Escoteiro, há que encontrar forma de
vencer as “temíveis” pragas que são os computadores os jogos virtuais as
programações “agressivas” das televisões que temos o desenraizamento da vida no
campo, os mil e um concertos de “metálica”, “rock” ou outro tipo de musica, a
vida sem regras vivida na noite, e tantas tentações, mas que seria fastidioso
continuar.
No escotismo apenas podemos
oferecer as noites de confraternização “ao redor da fogueira”, a realização que
é conseguir fazer aquela mesa com amarrações perfeitas, porque é com orgulho
que colocam a “técnica” dos nós em ação... E não é que ficou tudo ótimo? E o
jogo que foi qualquer coisa para recordar, tal o empenho posto no mesmo... Até
para mostrar aos “chefes” que merecem ir ao próximo acampamento nacional, não
apenas para jogar, mas para brilhar. No final o escotismo é fiel ao lema: -
“Mens sana in corpore sano” – (“Uma mente sã e um corpo são”).
Perguntei-me diversas vezes
se isto suficiente para uma escola de vida virada para uma formação integral e
contínua. Estou convencido que é um grande passo como programa educativo dessa
“Escola de vida”. Estive ativo no escotismo desde o sete anos e hoje estou
chegando aos 76 anos. Deixei as atividades de campo há alguns anos. Foi uma
parte importante da minha vida aquela que passei no escotismo, aprendendo até
aos dias de hoje a “Cumprir meus deveres para com Deus e a Pátria obedecendo a
Lei do Escoteiro, como disse no dia da minha promessa”.
Costumava em meus cursos que
colaborei no passado lembrar aos novos chefes que ser Escoteiro não é andar com
uniforme, cumprimentar com a esquerda, fazer a saudação, passar alguns dias
acampado, seguir pista, lançar canções para o ar... Existe algum muito mais importante
que se chama dignificar o Uniforme Escoteiro e ao escotismo que alguém um dia chamou
o Uniforme da Alma!
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