Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

terça-feira, 28 de junho de 2016

Resultados. Eles acontecem no movimento Escoteiro?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Resultados. Eles acontecem no movimento Escoteiro?

                  Falam muito em Escotismo Moderno. Muitos me condenam por ser um tradicionalista. Mas esquecem de perguntar se no presente não poderíamos alcançar excelentes resultados com o antes o agora e o que virá no futuro. Não posso aceitar Chefes que não se importam com a aparência escoteira, com o garbo e sabendo que a sociedade não perdoa as associações ou organizações que não estão se portando dentro de uma norma não escrita, mas aplaudida pela maioria. Estamos cheios de doutores, pedagogos, pensadores para não dizer arrogantes, vaidosos que fazem questão de questionar e dar exemplo da sua escolha a sua sessão na apresentação pessoal. Filho de peixe peixinho é. Difícil tentar mostrar que nossos resultados não são animadores. Muitos da liderança determinam e parecem saber que só eles sabem como agir e pensar. Muitos que discordam e sabemos que a evasão de adultos é perversa e acontece anualmente. Os poucos que chegam e não conhecem ficam mais tempo. O escotismo que vão ver já está determinado. Outros que já foram pensam diferente. É só ver que ainda somos a única associação que voluntários pagam para colaborar. Dizem alguns que deve ser o Grupo Escoteiro a assumir tais gastos. Balela. Poucos chegaram neste patamar. Por termos uma gama enorme de voluntários humildes, até disciplinados como a associação gosta, fazem do escotismo uma filosofia onde o amor e a fraternidade tem lugar.

                    Quando vejo alguns discutindo ponto de vista, qual é o melhor caminho a seguir prefiro ficar com um pé atrás. Quando escrevem suas jactâncias nem respondo. Conheci um Chefe que me disse: - Vado Escoteiro quer saber o que eles são? Procure ver a atuação dos monitores, das patrulhas e permanência que você já conhece o seu Chefe Escoteiro. Veja se tem Sistema de Patrulhas, se na Alcatéia vivem a mística da Jangal, se acampam frequentemente à moda de Gilwell. Veja na Alcatéia e na Tropa como estão às estrelas de atividade. Se pelo menos existe uma permanecia de dois anos por jovem, se B-P pensava em 10 anos devemos nos contentar com pouco. Não basta ter um ou dois bons se os demais não. Pergunte se eles tem uma pesquisa realizada anualmente para ver se o efetivo permaneceu ou não. Quantas patrulhas ou matilhas vivenciaram com seus membros mais de um ano de fraternidade juntos?

                       É bom saber que não sou o dono da verdade. Cobro sim resultados. Se eles não existem é porque o caminho não foi o esperado. Pergunte a nossa liderança escoteira onde estão. Sempre gritante em dizer que estamos crescendo, que estamos de vento a favor. É interessante os que dizem sobre o escotismo moderno e a nova metodologia do programa Escoteiro. Assusto em ver tantas mudanças. Mudam como criança quer trocar de brinquedo. Em tempo algum consultaram, fizeram pesquisas sérias, foram transparentes na suas decisões. Não vou falar da vestimenta. As cores mudaram. Os que fabricam não levam a sério que as atividades Escoteiras não são escolinha de crianças. É um vexame o que vemos atualmente. Você sabe quem decidiu a vestimenta? Pediram sua opinião por acaso? Porque não conversar, convidar todos que se interessam para ver onde estamos errando? Está dando certo? Onde estão os resultados? Se antes tínhamos homens e mulheres que se orgulhavam do seu passado Escoteiro hoje isto não existe mais. Quem da Liderança para papear, mostrar nossos valores, jactar-se em um bom marketing para crescermos na imprensa falada escrita e televisada? Nem pense que nos Congressos, assembleias você poderá dar sua opinião.

                     Fala-se muito em ouvir os jovens. Dizem que os Jovens lideres são para isto. São jovens de dezoito a 26 anos. Nesta idade eu era pai de quatro filhos. Dizem que se reúnem, escrevem, e fazem ótimos relatórios. Pergunte a alguns deles se deram opinião na vestimenta ou no programa atual Escoteiro ou mesmo em outros temas importantes para o escotismo nacional. Por o Escoteiro e o Sênior partes interessadas, nunca foram consultados? Nem pesquisas fizeram! Afinal são eles a semente do escotismo. Alguém se dirigiu a eles? Os tais seminários nestes congressos são ótimos para se confraternizar e conhecer os novos lideres que estão chegando. Só para simplificar, a vestimenta e o novo programa escoteiro, quantos deram opiniões? Porque taxas tão altas nas atividades nacionais tem taxa até para quem veste o uniforme e vai a outro país. E paga em dólar! Um antigo Escoteiro ria e me dizia: Sinceridade Vado Escoteiro se exprime sem artifício nem intenção de enganar ou de disfarçar o seu pensamento ou sentimento. Pois é aquela antiga escola de amor fraternidade está acabando.  

                       Antes achei que pensava sozinho sobre o destino do escotismo brasileiro. Mas não, estão surgindo antigos e novos chefes que pensam como eu. Não estão satisfeitos com o rumo do escotismo atual. Fico feliz quando vejo um grupo aqui no Facebook com alguns discordando. Ninguem em sã consciência pode afirmar que qualquer um pode atingir um estatus de dirigente, de formador ou mesmo conselheiro Nacional. A corte se reserva a decidir quem vem e quem vai. Quando publico um artigo técnico, onde se fala nas tradições, no aprender a fazer fazendo, na mística e jogos é que dá para medir o conhecimento técnico do escotismo hoje. Culpa dos chefes? Não. Eles recebem o lhe ofereceram. A ponto de um grupo com autorização provisória não poder escolher seu uniforme. Já está implícito o que ele vai usar. Para tudo dizem existem uma norma. Quem as fez? Conheço alguns formadores que nem convidados são para participar. A “panelinha” já existe e ali não tem lugar para eles. Deixo de comentar o curriculum dos cursos. Quem mudou? Quem decidiu mudar? A técnica se foi?

                  Aqui no Facebook tem hora que sinto que os jovens não tem lugar ao sol. Só chefes com certificados, dirigindo, fazendo sinais e algumas promessas. E eles? Os jovens onde estão? Quantas noites de acampamentos, quantas excursões quantos acantonamentos? Claro que faço questão de parabenizar uma IM ou uma condecoração. Mas e o jovem? Será que os chefes de hoje não querem escoteirar? Acampar? Fazer nós, semaforar, Morse de vento, rosas dos ventos para aprender a ser um Chefe Escoteiro e manter o jovem por tempo demais escoteirando? Onde estão os meninos escoteiros aqui no Facebook? Afinal só chefes aparecem? E suas atividades, seus campos de patrulha, o grande uivo dos lobos de Seeonee, as patrulhas e matilhas completas onde estão? Porque não marquetear os Lis de Ouro, os Escoteiros da Pátria, os cordões e correia de mateiro? Onde está o monitor, seu sorriso, sua patrulha completa? Ai eu me pergunto para que serve os cursos da UEB? Acabou a técnica? Afinal Baden-Powell ficou no passado?


             Sei não. Ainda bem que estão aparecendo chefes comentando sobre as mudanças e se perguntando se estão tendo resultados ou não. Até um antigo Chefe comentava que poucos conhecem Sistema de Patrulhas, poucas conhecem a mística da jângal. Veja você Chefe, ele me disse: – Nas atividades distritais, regionais e nacionais as patrulhas e matilhas não existem mais. Agora tem ticket para almoçar, tem jogos individuais, formam equipes para disputas e mais nada. Aqueles acampamento que as patrulhas viviam juntas cozinhavam juntas, jogavam juntas não existe mais. Melhor parar por aqui. O Velho Chefe Escoteiro sonha demais. Precisamos ter mais direitos na participação, precisamos saber o que vão mudar e nos consultar. Precisamos sim de mais democracia.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Os pais e o Grupo Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
Os pais e o Grupo Escoteiro.

                Por e-mail e em meu Imbox, recebo muitos relatos de chefes sobre o que acontece em seus Grupos Escoteiros. Uma das mais comuns é sobre a participação dos pais na vida do grupo. Reclamam que não colaboram muitos não se preocupam com a mensalidade mesmo ela sendo pequena. Além de ter passado por isto conheci os mesmos problemas em diversos Grupos Escoteiros. Sempre disse que a responsabilidade deles não estarem colaborando é nossa. Talvez por não sabermos arregimentar, valorizar e até mesmo elogiar. Anotei alguns temas que me enviaram e os escrevi para melhor compreensão:

               - Alguns jovens participam com idealismo, mas nunca vi seus pais e quando peço uma reunião com eles, poucos aparecem. - Em época de eleição da diretoria é uma luta para que alguém se oferecer para ajudar, isto quando comparecem. - Para qualquer atividade que for necessário uma taxa, isto sem falar na mensalidade, a maioria (os pais) não colaboram e não ajudam em nada. - Quando algum escotista pretende participar de alguma atividade ou cursos para aprimorarem seus conhecimentos, sempre arcam com todas as despesas de transporte e taxas, pois o grupo não tem caixa suficiente para pagar. Assim muitos desistem de prosseguirem na trilha escoteira. – Sem a participação dos pais ficamos sem condições de manter o Grupo Escoteiro, e até o registro anual é prejudicado.

              É, é uma situação constrangedora. Costumo ser bem formal nas minhas respostas. Não adianta reclamar se deste o primeiro dia não se tomou as atitudes quando da entrada do jovem. Dizer que quem entra para o escotismo são os pais e os jovens acompanham. Ser claro e objetivo sem ser agressivo ou prepotente ajuda e muito. Alguns grupos tem a sorte de ter dois ou três pais que se entusiasmam, vão atrás, procuram ajudar e estão prontos em todas as atividades do Grupo para colaborar. Infelizmente sabemos que a maioria dos grupos vai mal nestes quesitos. Pior quando alguns pais se metem na vida do filho, querendo o melhor sem perceber que a sessão é um todo e não só de um. Se o pai não comparece mandar o jovem para casa? Quem é o responsável pelo jovem os pais ou o Chefe? Vi bons resultados em Grupos Escoteiros quando da admissão do jovem. Vejam como tratam o assunto:

               - Os pais devem vir acompanhados dos filhos interessados; (se não vierem não tem admissão) - Não aceitar inscrições no grupo trazidos por outros pais, parentes ou chefes e sem a presença do próprio pai ou mãe.  – Eles assinam uma ficha de inscrição e são informados das normas existentes. São automaticamente inscritos no primeiro Curso Informativo (pode ser feito pela própria chefia no grupo ou então ver no Distrito ou Região se existe algum a respeito) este curso não deve ser maior que 4 horas e menor que 2 horas. - Enquanto estas formalidades não forem cumpridas, o jovem não participa diretamente. Ele pode ficar por um tempo observando a movimentação das tropas sem interferir. Cumprido os quesitos o jovem e os pais são apresentados ao grupo após o Cerimônia de Bandeira. Neste dia ele é apresentado ao monitor da patrulha escolhida ou a matilha designada. Boa recepção no inicio facilidade de participação no futuro.

               - São informados do programa do grupo, do horário e recebem uma programação anual onde consta quais atividades eles devem comparecer. É importante o diretor técnico manter um bom contato com os pais. Telefonar, convidar para um café ou mesmo para uma atividade social programada ou não pelo grupo trás bons resultados. Costumava uma vez por mês realizar uma atividade social aos sábados à noite em casa de um dos chefes ou pais que se dispusessem a oferecer suas residências para encontros saudáveis. Cada um leva um salgado, um refrigerante e porque não uma simpática hora dançante? Retrógrado? Saudosista? Sei não. Conheço até hoje muitos que se enturmariam quando as atividades fossem dirigidas para suas idades. Uma vez por ano realizar uma atividade só para os pais e filhos juntos. Bom demais ficar o dia inteiro no campo, realizando atividades Escoteiras com seus filhos, sendo monitor, sendo Escoteiro, cantando e dando o grito de uma patrulha.

                 A exigência da presença em atividades já conhecidas e que os pais devem comparecer são levadas a sério. Perder a paciência, achar que só o Chefe está a fazer e os pais não é tema para uma boa conversa com eles em suas residências ou fora dela. Os filhos não devem servir para lamurias dos chefes ou diretores nestes casos. Se for necessário após várias tentativas pessoais, por escrito ou por telefone sem resultados, melhor mesmo é enviar um dia o filho de volta com uma cartinha explicando. Afinal o Chefe está ajudando e não substituindo a educação dos pais. Lembramos que isto deve ser feita com cautela. Muitos chefes por não estarem devidamente preparados tomam atitudes com os jovens esquecendo que na admissão os pais estiveram presentes e agora quando os problemas aparecem acham que uma corte de honra ou uma atitude drástica vai resolver. Sabemos que atitudes anti-escoteiras não levam a lugar algum. A violência pode parecer fazer bem, mas o bem só é temporário. O mal que faz é que é permanente. Nada deve ser dito ao filho sem antes avisar ou pedir ajuda aos pais.

                 O Grupo Escoteiro é uma grande família. Ali todos devem se dar bem. Compete ao diretor Técnico ao presidente e a todos os chefes manter um clima cordial, valorizando os pais e mostrando a eles a vantagem da formação escoteira. Ninguem gosta de ser tratado diferente. Todos gostam de um abraço, um elogio e uma conversa franca. Se a mensalidade aperta, existe outros meios para arregimentar os que não podem pagar com uma arrecadação bem planejada. A engrenagem do Grupo Escoteiro tem de funcionar a contendo. Atividades recreativas e sociais para pais, comissões bem planejadas, fazer com que o pai se sinta útil sem se sentir constrangido. Valorizar os pais a colaborarem com seus filhos é o melhor caminho a seguir.


                 Sabemos que não é fácil trabalhar em equipe. Uma equipe é parte de um todo. É como ser uma parte fundamental de um corpo, mas sabendo que sem corpo esta parte de nada serve. Ter a capacidade de trabalhar bem em equipe, mostra humildade, tolerância, inteligência emocional e companheirismo. Ninguém é nada sozinho. E se queremos fazer algo grande, importante e que nos traga orgulho, precisamos fazer em equipe. Alcançar o sucesso com um esforço coletivo é muito mais prazeroso. Num trabalho em equipe, ficamos mais motivados e comprometidos, afinal uns dependem dos outros, e todos são responsáveis pelas falhas e pelo sucesso. Por isso, o trabalho em equipe deixa todos mais fortes. O trabalho em equipe é união e amizade em prol de um bem e de um objetivo comum, por isso é muito mais nobre do que uma batalha individual.

domingo, 19 de junho de 2016

Acampamentos de Gilwell

Acampamento de Gilwell.

Até mais meus amigos, estou indo acampar. Isto mesmo. Na moda de Gilwell pois os demais não são acampamentos escoteiros são campings e é até divertido, mas deixa muita coisa a desejar. Veja e me diga se estou certo ou não.




Acampar? Hora de discutir, preparar e depois deixar o vento nos levar...



  
Chegar na sede, turma sorrindo, e aí escoteirada, vamos partir? Sinto faltar do ar do campo, das árvores, vamos horar e partir, o acampamento está ali a nos esperar.





A trilha é esta, a selva é esta, SSE azimute, mapa e bússola. Logo vamos chegar. Bom demais acampar.





Vamos seguir o Sol, seja no nascente ou no poente, se ele nos levar para longe da civilização melhor.




Se a noite precisarmos bivacar, Escoteiro não se aperta, um tropeiro, um torresmo, ou uma sopa quente vem a calhar.




Se a trilha acabar, porque não escalar? Estique a corda Escoteiro, segura aí e fica ligeiro, pois a patrulha vai subir até a outra trilha achar.



Ei você, aqui é nosso campo de patrulha. Quer visitar? Temos café, bolinhos e a melodia dos pássaros para cantar para você.



Sente-se aqui, é nossa mesa, hoje tem arroz queimado, feijão com folhas secas, tem bife grelhado bem torrado. Mas vai gostar tenho certeza.




Acampar... Excursionar... Não tem nada melhor. Ah! Gilwell, seu acampamento é de mais. Um apito? Dois? Três? O Chefe vem aí para uma inspeção fazer. E sua vez? Quando vai chegar? Não fique nos sonhos, venha conosco acampar!

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Totens e nomes de patrulha.


Conversa ao pé do fogo.
Totens e nomes de patrulha.

Baden Powell dizia que cada Patrulha num Grupo deveria ter o nome de um animal e que era bom critério escolher apenas animais e aves que se possam encontrar na região. Baden Powell achava também que "Cada escoteiro deve saber desenhar sumariamente o animal da patrulha e servir-se do desenho como assinatura." Baden-Powell fez os desenhos de muitos animais que escolheu para um possivel patrulha. Isto não significa que quando da constituição de uma patrulha seja discutido entre seus membros um nome diferente ao aqui sugerido. A foto que acompanha exemplifica o que B-P pensava.

"Totem" é uma palavra dos índios algonquinos. Designa, simplesmente, o "Brasão" ou as "Armas" de uma família. O "Brasão" era pintado ou cravado na maioria dos objetos usados pelo proprietário. As famílias dos índios americanos mandavam esculpir os seus Totens, quando podiam. Geralmente, eram altos pilares ou postes, e em geral, era um cedro admiravelmente trabalhado. O "Brasão" ficava no alto do poste e, em geral, era um animal selvagem, ave ou peixe. Os índios tinham-no como talismã e acreditavam que velava por eles e os protegia.

 É em relação ao totem que as coisas são classificadas em sagradas ou profanas dentro da coletividade. Henry Schoolcraft, ao analisar os totens tribais da América do Norte, disse: "o totem é, na verdade, um desenho que corresponde aos emblemas heráldicos das nações civilizadas e que cada pessoa é autorizada a portar como prova da identidade da família à qual pertence. É o que demonstra a etimologia verdadeira da palavra, derivada de 'dodaim', que significa aldeia ou residência de um grupo familiar".

Cores e sugestões de animais ou pássaros para escolha de uma patrulha.

Jacaré verde e caqui. Antílope azul escuro e branco - Texugo lilás e branco – Morcego azul claro e preto – Urso Castanho e preto – Garça cinzento – Hipopótamo rosa e preto – Cavalo preto e branco – Cão alaranjado – Hiena amarelo e branco – Castor azul e amarelo – Alcaravão cinzento e preto – Melro preto e caqui – Búfalo vermelho e branco – Touro vermelho – Chacal cinzento e preto – Canguru vermelho e cinzento – Francelho azul escuro e verde – Guarda Rios azul de alcião – Leão amarelo e vermelho – Cão de Fila azul claro e castanho – Tetraz castanho e cinzento – Gato cinzento e castanho – Gralha preto e vermelho – Cobra Capelo alaranjado e preto – Esmerilhão azul escuro e castanho – Mangusto azul escuro e alaranjado – Noitibó preto e amarelo – Lontra castanho e branco – Mocho azul – Galo vermelho e castanho – Corvo Marinho Preto e cinzento – Galeirão purpura e cinzento – Cuco cinzento – Maçarico verde – Pantera amarelo – Pavão verde e azul – Pavoncino verde e branco – Pelicano cinzento e roxo.

- Andorinha branco e alaranjado – Rola cinzento e branco – Águia verde e preto – Elefante púrpura e branco – Falcão castanho e alaranjado – Raposa verde – Faisão castanho e amarelo – Tadoma castanho e cinzento – Papagaio do mar cinzento e amarelo – Quati preto e castanho – Carneiro castanho – Ganso Patola amarelo e azul escuro – Cerceta castanho e verde – Tarambola Dourada alaranjado e cinzento – Lagópode castanho claro e escuro – Açor cor de rosa – Cobra Cascavel cor de rosa e branco – Corvo preto – Rinocerante azul escuro e alaranjado – Gaivota azul claro e escarlate – Foca vermelho e preto – Squa azul escuro e caqui – Narceja azul escuro e escarlate – Gazela escarlate e amarelo – Esquilo cinzento e vermelho escuro – Veado roxo e preto – Estorninho preto e amarelo – Cartaxo castanho e preto – Cegonha azul e branco – Petrel azul escuro e cinzento – Cisne cinzento e vermelho – Andorinhão azul escuro – Tigre roxo – Morsa branco e caqui – Noitibó Americano amarelo e castanho – Pato Marreco caqui – Javali cinzento e cor de rosa – Lobo amarelo e preto – Galinhola castanho e lilás – Pica pau verde e roxo – Pombo Bravo azul e cinzento.

Sugere-se que quando do inicio de uma patrulha, a escolha do seu totem e nome deve ser de comum acordo com todos os patrulheiros. Uma escolha é para sempre. Nunca se deve alterar ou mudar só porque uma nova patrulha anos depois achou melhor escolher outro animal ou pássaro. Afinal aquele totem tem muitas histórias para contar e muitos jovens tiveram a honra de segurá-lo ao dar o grito e ali depositaram sua confiança na patrulha e nos amigos que juntos estavam na patrulha.


Nota-se que B-P fez questão de colocar nomes da fauna de muitos países que adotaram o movimento Escoteiro.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Manual das Redes Sociais da UEB. “O grande Irmão”.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Manual das Redes Sociais da UEB.
“O grande Irmão”.

("Grande Irmão", tradução literal de "Big Brother" no original, que na verdade significa "Irmão Mais Velho", em linguagem coloquial inglesa, é um personagem fictício no romance 1984 de George Orwell um dos seus romances mais famoso. 1984 o titulo desencadeia uma avalanche de associações mentais- Comunismo policia politica, nazi fascismo etc. O livro ganhou fama por tratar de forma ficcional de uma das grandes mazelas contemporâneas, o totalitarismo).

                      A União dos Escoteiros do Brasil acaba de Publicar o seu Manual das Redes Sociais. Seu tópico comenta que se trata de um livro desenvolvido no estilo de Facebook, e no documento orientador de Redes Sociais do Corpo Nacional de Escutas. Comenta a força das redes sociais de suas publicações, da responsabilidade de quem administra o perfil ou pagina assim como cada um deve proceder quando escrever temas e claro inclui aí o escotismo. Sugere como devemos escrever evitando com isto risco para o Escoteiro e a própria instituição. Tenta a seu modo orientar e ensina o uso de terminologias (ex. em lugar de patrulha ou Tropa usar equipe ou grupo). Explica quantas publicações devem ser postadas por dia. Ensina também como deve ser manuseada uma Fanpage, o Tuwister e o You Tube. Diz que em momento algum devem ser publicadas informações ou fotos privadas em páginas oficiais da UEB.

                       Bem não quero estender tudo que os lideres escreveram orientaram e até mesmo decidiram como sempre sem perguntar a ninguém. Tornam-se como fazem habitualmente os únicos a decidir por adultos ou até escoteiros com eles devem proceder dentro das normas da associação e agora nas redes sociais. Aos meus amigos e leitores quero deixar bem claro que não tenho registro na UEB. Não falo em nome dela e meus escritos são baseados no que acredito na metodologia de Baden-Powell e na minha vivencia escoteira. Não pertenço a nenhuma associação escoteira no Brasil. Meu primeiro distintivo de promessa foi feito por uma bordadeira já que não tínhamos condições de comprar e somente três anos depois o Chefe me colocou o usual da UEB. Fiz uma promessa de lobo em 1947 e outra como Escoteiro em 1950. Nunca mais renovei por achar que a promessa é uma só e seria um paradoxo renovar como se a primeira tivesse sido esquecida. Por muitos anos me mantive registrado na UEB até quando achei melhor não o fazer mais.

                       Eu não tenho simpatia por alguns lideres que transformaram a UEB em um feudo de poucos e em algum parecido ao livro de George Orwell O Grande Irmão. Não vou entrar em detalhes, mas uma associação que não dá possibilidade a ninguém de opinar, ser consultado, não poder votar e ser votado e praticando um escotismo sem transparência mudando e dando a todos o que decidiram entre quatro paredes como se todos fossem obrigados a aceitar em nome da disciplina escoteira não posso nunca concordar com tais atos. No seu manual a UEB alerta para noticias que denigrem a imagem do movimento, postagem que não tem respaldo no seu programa e seus métodos de ação. Não discordo do manual. Ele é prático em muitas coisas. Ensina muito como fazer uma boa postagem e como escrever. Chega ao ponto de comentar erros gramaticais e que isto não pode ser tolerado para o bem geral do escotismo. Até mesmo aconselho a todos copiarem e ler.

                        Portanto meus amigos como hoje estamos tendo uma caça às bruxas no escotismo, com Regiões levando dezenas ao Conselho de Ética, com desmando por parte de alguns, ao ponto de chefes expulsarem ou tentar expulsar jovens cujos pais perderam o emprego, e com tantas admoestações, ameaças advertências, censuras, insinuações, arrogâncias e sede de poder por parte de muitos, qualquer semelhança ao livro do Orwell não é mera coincidência. A UEB é uma grande ideia surgida há tempos e poderia hoje ser aprimorada. Infelizmente isto não acontece. Lembro-me de um pensador e Escritor inglês que comentou em seu livro Admirável Mundo novo: - Uma organização não é consciente nem viva. Seu valor é instrumental e derivado. Não é boa em si. É boa apenas na medida em que promoveu o bem dos indivíduos que são partes do todo. Dar primazia as organizações sobre as pessoas é subordinar os fins aos meios. Tudo estaria a salvo se todos fossem capaz de ler e emitir toda espécie de opinião, se pela palavra escrita ou pelo voto, os homens pudessem eleger um legislativo que representasse as opiniões que tivessem adotado.

              Assim meus amigos e amigas que me acompanham nas minhas páginas, grupos, Fanpage e blogs, se acham que podem sofrer amanhã admoestações ou mesmo suspensão, sugiro que não leiam mais minhas publicações ou evitem curtirem opinarem ou mesmo compartilhar. Eu mesmo não sei até quando poderei publicar sem que através dos meios que a UEB dispõe o Facebook me proíba ou mesmo cancele o que ainda me resta para dizer o que penso, o que acredito e o que desejo para o Escotismo no Brasil.

Obrigado e um abraço fraternal.

Chefe Osvaldo

terça-feira, 7 de junho de 2016

Eu sou um Escoteiro a moda antiga...


Crônicas de um Velho Chefe escoteiro.
Eu sou um Escoteiro a moda antiga...
(Plagiando um pouco Roberto Carlos)

♫Eu sou um Escoteiro a moda antiga,
Daquele que ainda manda flores;
Aquele que tem na mente o escotismo,
De saber que é um dos seus amores.

Se... Fazer mais de quarenta nós Escoteiros e de marinheiros, treinar a fazê-los de costas, olhos fechados, com uma só mão e até o nó de evasão, se seguir pistas à noite, nas madrugadas; se atravessar rios caudalosos numa jangada improvisada; pagar o que puder para um bom acampamento, não esquecer a noite enluarada, se ter orgulho de ser um primeira classe, ser o terceiro Escoteiro Escriba da Patrulha Lobo com orgulho; se viajar nos sonhos de BP como se fossem reais; se saber abraçar, sorrir, amar ao próximo e dar um sempre alerta gostoso; se tudo isto faz de mim um Escoteiro, então eu sou mesmo um Escoteiro a moda antiga.

♫Eu amo de montão acampamentos,
Que curte uma trilha de aventuras,
Olha apaixonado o céu de madrugada
Na fogueira abraçando a namorada.

Se... Ter orgulho de sua jornada de primeira classe, se nela leu mapas croquis da trilha do caminho, se fez um percurso de Gilwell como manda os mandamentos, se o azimute tirava de letra, se os pontos cardeais, colaterais e sub. colaterais sabia de olhos fechados, se dominava uma bússola silva ou uma prismática com perfeição; Se a distancia cobria sempre com seu passo Escoteiro; se medir distâncias, alturas se tirava de legra; se tirar o chapéu para cumprimentar uma linda Escoteira, se abrir portas, dar sempre preferencia a quem precisa, se saber se portar como um Escoteiro em festas e aniversários não sendo um boca suja sujar o que não é seu; se dirigir aos mais velhos com respeito falando sempre “Senhor”; Se respeitar a todos com educação mesmo o outro não tendo razão, se tudo isto faz de mim um Escoteiro, então eu sou mesmo a moda antiga um Escoteiro. 

♫Eu sou um tipo bem diferente,
Não existem mais em nossos dias:
Gosto de um abraço e um aperto de mão,
E dizer meu Sempre Alerta de montão.

Se... Tratar bem a todos e ser um cavalheiro; se da técnica escoteira fazer dela os seus penhores; se armou barracas nas mais lindas terras do Brasil; Se dormiu em lugares nunca antes imaginados; se gostar de respeito para ser respeitado, se pensar que o escotismo é dos jovens e não é meu nem seu; Se segue todas as regras de segurança; se aprendeu a ouvir e falar menos possivel; Se ensinou e deu alento aos seus monitores; se tem orgulho do seu uniforme seja qual for e o usa com respeito; se não é daqueles que vestem sempre na sede dando maus exemplos; Se sabes respeitar o tempo não perdendo tempo precioso; se tens orgulho de sua palavra de Escoteiro; se não abusa do horário dos outros chegando sempre na hora; se tudo isto faz de mim um Escoteiro, então eu sou mesmo a moda antiga um Escoteiro.

♫Diferente dos padrões modernos e atuais,
Sou do tipo cavalheiro, por isto sou Escoteiro.
Não me comparem com escoteiros intelectuais!

Se... Ser disciplinado sem ser um bajulador; se dar um boi e uma boiada pelas suas ideias e seus pensares; se der valor ao sistema de patrulhas; se afirmar que não há nada mais lindo que um bom acampamento; se aprendeu com orgulho a ser um bom Sinaleiro; Se sorrir nas dificuldades faz parte do seu destino; se aceitar os outros mesmo que pensem diferente de você; se no campo domina com maestria um machado, um facão respeitando a natureza; se amar um lampião a querosene nas noites mais escuras e frias; se gostas mesmo de uma refeição feita por um excelente cozinheiro de patrulha, se tudo isto faz de mim um Escoteiro, então eu sou mesmo a moda antiga um Escoteiro.  

♫Apesar da modernidade que apregoam,
Tantos conceitos e padrões atuais;
Sou do tipo que na verdade
Do passado ainda sente saudades.

- Se... Sonhar que um dia chegaremos ao milhão tão sonhado; se acabarmos com a evasão que assola nosso organização; se pensarmos que a trilha de BP é uma só; se aceitar opiniões ser transparente e democrático; Se em seu grupo evitar a palavra “meu” tudo meu! Se der valor ao que trabalha ao seu lado; Se sonhar que a UEB faça tudo isto sem exceção, que a ENIT não seja a dona de tudo e não dê satisfações; se o orgulho ferino de ser o melhor, da casta dos lords acabar e o velho amor Escoteiro voltar; se houver no coração de cada um mais humanidade Escoteira; se pensarmos que não devemos ter fronteiras intransponíveis pois somos todos irmãos; se tudo isto faz de um Escoteiro, então eu sou mesmo a moda antiga um Escoteiro!  

Eu sou mesmo um Escoteiro a moda antiga.
Que na fogueira adora uma cantiga,
E podem acreditar sou um amante aventureiro,
A moda antiga eu sou e serei sempre um Escoteiro.


Utopia? Sonhos mal sonhados? Impossível? Para mim isto não existe, quem sabe por que sou um Escoteiro a moda antiga! 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Passo Duplo – Passo Escoteiro – Percurso de Giwell. Para Chefes que estão iniciando.


Conversa ao pé do fogo.
Passo Duplo – Passo Escoteiro – Percurso de Giwell.
Para Chefes que estão iniciando.
Técnicas escoteiras, uma maneira de divertir aprendendo.

                                  Vejamos se você em sua Tropa Escoteira tem feito parabéns se não quem sabe pode sugerir aos seus monitores? Estou falando hoje de três itens que acho interessante para a prática mateira. Pratica mateira? Bem alguns podem achar que não. Estou falando do PASSO DUPLO, do PASSO ESCOTEIRO e do PERCURSO DE GIWELL. Teria outros para comentar, mas hoje fico nestes três. Quem sabe podemos voltar novamente com mais alguns, mas ficamos concentrados nestes. Sei que a maioria já fez uma ou várias vezes. Isto é bom. Uma tropa afiada e melhor ainda uma patrulha afiada vale por duas. É como seguir pistas. Eu dou belas gargalhadas quando BP escreveu sobre pistas. Dizia ele: - Uma vez, uma menina inglesa me desafiou na interpretação de pistas. – A filha do Lorde Meath, um dia no jardim, descobrindo pista no chão perguntou-me que pistas eram. – Respondi: “Do gato comum” – E ela: - De que cor era o gato?”– Olhei no chão e nos galhos das árvores vizinhas. Não havia nenhum sinal. Então ela rindo me respondeu: - “O gato era de cor morena clara”. Perguntei-lhe: - Como você sabe? E ela com a maior inocência do mundo: - “Eu vi o gato passar”...!”.

                             Sei que estes três itens parecem à primeira vista muito fáceis. Mas vejamos – Como saber se um Escoteiro ou Escoteira estão preparados? Fazer uma vez só não adianta. O Passo Escoteiro são 40 andando e 40 correndo. Não é uma corrida de campeões. Para que serve? Para treinar o jovem nas caminhadas principalmente se houver uma necessidade de chegar a determinada hora em um local ou mesmo em uma emergência. Quantos na tropa estão preparados? Treinar é fácil. Na sede isto pode ser feito, mas uma reunião feita fora da sede melhor ainda. Que não seja em ruas movimentadas. O treino é individual. Não adianta mandar uma patrulha treinar se não for individualmente. Quem sabe depois de exaustivamente treinado (pelo menos dois quilômetros) aí então a patrulha entra em ação em conjunto. O treino deve ser bem explicado ao Escoteiro através do seu monitor. Manter a respiração uniforme, andar normalmente, correr calmamente sem muita pressa. Conseguiu percorrer os quilômetros sem se cansar? Ótimo. Estão preparados? Mas não esqueça, dentro de um ou dois meses repetir a dose.

             Vejamos agora o passo duplo. Para que serve? Para o Escoteiro aprender a medir distancias. Fácil. Na sede marque com uma trena duzentos metros ou menos não importa desde que seja acima de cem. O Escoteiro (a) deve aprender quantos passos duplos ele percorre em cem metros. Passo duplo significa dois passos valendo por um. Não é uma corrida de obstáculos. Deve se andar normalmente ou caminhar. Melhor ainda com uma mochila como se estivesse indo acampar. Ele anda os duzentos metros contando seus passos duplos. Ao final ele divide por dois e sabe quantos passos seus é necessário para caminhar cem metros. Isto deve ser feito muitas vezes. Treinar sempre em jornadas e caminhadas. Cada um tem seu próprio Passo Duplo. A maneira de caminhar nem sempre é uniforme. Desde que aprendi a muitos e muitos e muitos anos em sempre ando contando meus passos. Tornou-se um hábito de comportamento. Quando mais jovem era 70 passos duplos por cem metros. Hoje passou a ser 85 passos duplos por cem metros. Já não sou como antes. E você? Já sabe qual é o seu passo duplo por cem metros? Não esqueça, a cada ano faça o teste novamente.

                 Todos já devem saber o que seria um Percurso de Giwell. Trata-se de conseguir dados relativos a um trecho percorrido e passá-lo para o papel, traçando o esboço cartográfico. Partindo de um ponto chamado estação inicial, seguir uma estrada anotando os detalhes de interesse o azimute e medindo as distâncias. Material necessário: Prancheta, lápis, borracha, régua, transferidor, papel quadriculado, e bússola prismática. Antigamente se usava muito quando na Jornada de Primeira Classe. Como sei que ainda mantem a prática de jornadas não como no passado, o percurso é deveras interessante. Impossível ensinar por aqui. A literatura escoteira é vasta sobre isto. Conhecer bem a orientação por bussola ou outros meios, sabendo medir distâncias (ver o Passo Duplo) e considerando as diversas estações demarcadas, é um maravilhoso meio de orientação e serve muito para que outras patrulhas o utilizem em suas jornadas se forem fazer o mesmo caminho. Claro que se espera que um Escoteiro (a) esteja devidamente preparado para isto. Fazer um percurso de Giwell é divertido e quem faz uma vez nunca mais esquece. Um dia no campo é pouco para isto assim repetir sempre anualmente é válido para que ele seja executado sem erros.

              Estas atividades feitas no campo são deliciosas. Para isto deve ser programado um sábado ou domingo em local previamente escolhido onde não possa haver senões para que o Escoteiro ou a Escoteira se sinta livre e sem preocupações com terceiros. Se por acaso algum Chefe se interessar no Percurso de Giwell eu tenho um material em PDF feito por um distrito Escoteiro excelente. É só pedir no meu e-mail: ferrazosvaldo@bol.com.br


Divirtam-se e lembrem-se: - Escotismo é aventura. Escotismo se faz lá no campo e não na sede. 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Como fazer uma boquinha em uma passeata.


Como fazer uma boquinha em uma passeata.

Todo dia uma turma bem treinada com bandeiras e boné aprontam pelas ruas da cidade. Não tem mais hora nem lugar. Não perguntam se podem, nem tampouco se preocupam com quem vem e com quem vai. Eles invadem ruas, invadem prédios terrenos e quem sabe um dia vão invadir o prédio da UEB! É lá que está a grana! Rarará! – Sempre de vermelho, com estrelas no peito gritam palavra de ordem. Tem um tipo tenente gritando e dando instruções: - Faça isto faça aquilo. Dizem as más línguas que são contra tudo e contra todos. A polícia acompanha e se achar que tem baderna desce o pau. A imprensa claro deita e rola, vez ou outra um repórter toma uma cacetada no traseiro. Tem todo tipo de passeata. Os contra os a favor e os que não tem o que fazer e lá estão a se divertir. Boa mesmo é a parada Gay. A turma se diverte, canta ri e requebra. E os tais Black Bloc? Deitam e rolam na baderna. Quebram tudo pela frente. Sempre mascarados e soube que eles tem patrocínio. Será que a grama é alta? Bem com a pança que tenho não vai rolar ser um mascarado. Vou ser reconhecido logo!

Um amigo meu motorista de ônibus vendo a minha penúria me perguntou: - Chefe! Porque não se inscreve nestes grupos? Olhe é cinquenta a sessenta paus por dia. Tem passeata que são mais de noventa paus. Dão camiseta, boné um sanduiche de mortadela e um suquinho para molhar a garganta. Para o Senhor e a Chefe Célia dá mais de 100 mangos por dia! Três vezes por semana é mais que um salario mínimo que o governo te paga. Pensei na coisa. Duro como estou quem sabe vale a pena. Dizem que as tais passeatas duram pouco tempo. O suficiente para botar fogo em pneus e gritar palavras de ordem. Pensei que com meu status de Chefe Escoteiro poderia ser um destes tenentes a comandar sua Tropa de descamisados, o tutu deve ser maior. E quando eles invadem prédios, terrenos e o escambal? Isto virou uma praga. Não sessa não para todo o dia tem um aqui outro ali. Já está ficando monótono e dizem que o Stedile tem um exercito de descamisados. General Lula já disse que se pisarem no seu calo na Lava Jato ele chama o Exercito do Stedile.

Mas voltando a grana, quem paga tudo isto? Se por um lado tem os bens vestidos que se juntam na paulista gritando palavra de ordem e comendo churrasquinho acompanhado de cerveja importada, tem os outros que de vermelho vão virar o país de cabeça para baixo. Semana passada tinha uma consulta na Santa Casa de Misericordia. As sete da matina. Quase dois anos depois iam marcar minha operação de catarata número dois. Depois dela seria um lobinho segunda estrela na pinta. (dois olhos abertos). Eu sabia que vendo com os dois olhos podia catar minhocas na mata do Tenente e pescar. Que sete horas nada. Na São João uma passeata. Claro hoje só ando de ônibus. Gasolina não dá e o Paliozinho tá ruim de motor. Desci, havia mais de quatro quilômetros para chegar ao hospital. O Tenente dos descamisados gritando palavra de ordem. Botaram fogo na São João. Lembrei-me de um proverbio americano: - Se não pode vencer seu inimigo alie-se a ele.


Procurei o Capitão dos descamisados – Doutor, não tem uma vaguinha para eu e a Célia? O cara me olhou de jeito: - Te conheço malandro. Te conheço. Você é aquele tal de Chefe Osvaldo que no Facebook fica falado asneiras. A UEB já me preveniu. Me disseram que se me procurasse que lhe desce umas borrachadas para aprender a respeitar. Sai dali correndo. Não era sonho, era real. Dizem que quem caça acha e eu um pobre Velho Chefe Escoteiro fiquei esperando até as onze para acabar a passeata e de ônibus chegar a Santa Casa. Demoraram um ano para me chamar. – A atendente no guichê nem me olhou e nem piscou. Atrasado não dá. Vou remarcar para 2018! Moça! É o ano das eleições! – Vou ter de aguentar o Cunha e o Renan até la? Não dá para quebrar o galho? Alguém me cutucou. Olhei, ali estava o Stedile em carne e osso. - Já marcou? Disse. Então “casca” fora. Tem muitos da meu exercito querendo marcar uma consulta!