Apenas uma
reunião de Gilwell.
Não eram tantos, mas era um
número considerável para aquela reunião de Gilwell em uma floresta perto da
cidade. Um bom bocado nunca tinham participado e esperavam ansiosos pelo seu
inicio. Sempre tiveram o sonho de estar lá, junto com irmãos escoteiros que
tiveram de se esforçar para pertencer com orgulho do 1º Grupo de Gilwell. Muitos
comentavam que o que ali se passava era confidencial, outros não escondiam que
era uma reunião de amigos, uma historia uma lenda, e confraternizar com a
Canção de Gilwell lembrando o título de sua matilha ou patrulha e cantar como
se ainda estivessem em cursos passados.
A espera do inicio fazia com
que muitos olhassem no relógio, conversassem entre si, para que a impaciência
não tomasse conta do sonho de ser mais um do 1º Grupo de Gilwell. Finalmente
foram chamados ao salão. Em circulo olhavam uns para os outros, os mais novos e
mais antigos o que se deduzia que ali a fraternidade reinava de maneira concreta
e real. Ninguem esperava, mas adentrou a sala um Velho Escoteiro, fisionomia
carcomida pelo tempo, com um toque, toque de sua bengala, foi até onde estava o
dirigente da reunião e educadamente pediu a palavra. Todos o fitaram e esperavam
ansiosos no que ele ia dizer.
- Caros amigos e irmãos
de Gilwell, estamos aqui reunidos alguns pela primeira vez, pensando como seria
e como deve nosso encontro e nos transformar na Grama Verde Gilwell onde
histórias ficaram marcadas para sempre em volta do fogo na clareira. Muitos de
vocês já ouviram falar do primeiro encontro onde Baden-Powell dirigiu uma breve
palavra a todos. Não vou repetir suas palavras e sim acrescentar outras que
vale a pena ter a atenção de todos. – Vocês sabem, essa nossa vida é tão
curta... O tempo em que ficamos neste mundo é tão breve... E esquecemos que
existem tantas coisas boas, úteis, concretas e que, principalmente, estão ao
nosso alcance e as deixamos de lado. Não lhe damos a atenção necessária. Talvez
por não acreditarmos que os momentos e os detalhes são únicos. Ou talvez por
esquecermos que as oportunidades podem ser descartadas, mas dificilmente
repetidas.
- Deu uma parada,
respirou fundo e continuou: - Estamos sempre nos queixando pelas grandes obras
que não podemos realizar e deixamos de lado aquelas pequenas que nos são
possíveis. Vivemos desejando asas, enquanto nossos pés nos convidam a pisar
firme no chão. Acreditamos que a nossa felicidade está naquilo que desejamos e
deixamos de amar o que possuímos. Nossa vida é breve e temos muita coisa útil a
realizar. De modo algum se justifica nossa busca por satisfações efêmeras,
enquanto nossa realização está justamente naquilo que já é nosso.
- Respirou fundo e
terminou dizendo: - Devemos nos lembrar de que passaremos por este caminho,
este mundo, uma só vez. Precisamos, portanto, aproveitar estas oportunidades
única e breve, precisamos reconhecer que somos chefes e se estamos aqui foi
porque Deus nos deu esta missão. Que o espírito de BP esteja neste encontro,
que Gilwell signifique para todos mais que apenas um lenço e um certificado...
Sempre Alerta!
Deu um sorriso, e saiu da
mesma maneira que entrou desaparecendo na penumbra da floresta onde se
realizava a reunião!
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