Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

segunda-feira, 5 de março de 2018

Coisas da vida. Apenas um Chefe Escoteiro.



Coisas da vida.
Apenas um Chefe Escoteiro.

                        - Uma Chefe me enviou a seguinte mensagem: - Chefe Osvaldo, se possível gostaria de escrevesse algo sobre a evasão e “confusão” entre chefes e dirigentes. Em minha cidade existem chefes novos que já trocaram de lenços três vezes (?). Pregam lealdade, amizade e sorrisos nas dificuldades, mas no primeiro senão tiram o time de campo e lá vão eles abrir novos grupos. O pior é que parecem novos inimigos, não cumprimentam ninguém e fico pensando do que valeu a promessa que fizeram. Afinal grupos na mesma cidade que não tem fraternidade me pergunto: - Isto é escotismo?

                           - É minha simpática amiga. Novos tempos. Tem explicação? Quem sabe é a confusão que se meteu a União dos Escoteiros o Brasil, na ânsia ou preocupação de novos grupos filiados ao “inimigo” e tudo é válido. Ninguém pergunta por que saiu, por que começar um novo e se deixou saudades de onde nasceu. Nunca vi isso e nunca pensei em ver. Mas qual o exemplo que os dirigentes dão? “Se não joga no meu time, não lhe dou a mão e nem considero você um amigo meu”!

                           A expansão apregoada muitas vezes é uma atabalhoada mania de dizer que cresci, mas não garante o tempo que vai durar. Se um dirigente processa outro que não quer mais ser servil e mesmo que ele tenha promessado no passado o que pode se esperar de chefes que não aceitam as lideranças onde nasceram? Claro que muitos tem “longevos” assumindo a posição de “mando”, “dono” de “´proprietário” e esquecem-se da democracia que pensam estar ensinando, mas não executando no seu habitat.

                          Afinal somos humanos, cheios de erros e acertos. Ainda não chegamos ao abraço no beijo inocente, no aperto de mão dado com o coração. O sonho do poder, de ser melhor, de comandar em vez de orientar. Uma desconfiança do que ele quer, do que deseja, se meu “terreiro” é desejado e se meu poder pode ser contestado. De que adianta uma promessa? “Prometo pela minha honra” – Que honra? Deus pátria e lei escoteira? Costumava em meus cursos insistir nesse ponto. Pensou bem amigo o que significa ser Chefe? – É você o exemplo e mais ninguém!

                           Há uma conduta de muitos respondendo ou exigindo que sejam os melhores: - “No meu grupo padrão estaremos sempre em primeiro lugar”. E olhe que repetem aos ventos que a filosofia escoteira chegou para ficar... Eu mesmo já fui intransigente. Querendo que os demais fossem como eu era. Era perfeito? Escoteiro Modelo? Isto existe? BP pensou que deveríamos ser perfeitos?

                            Ele nos ensinou fraternidade, ensinou lealdade, disse que a felicidade é alcançada fazendo os outros felizes. Aprendemos? Caminhamos para ser uma linda utopia de Xangri-lá? A felicidade suprema? Claro que não, mas não seria este o objetivo de uma fraternidade universal? Exemplos, precisamos sim de exemplos e tem muitos que não podem dar.

                             Dizem que os exemplos vem de cima, não àqueles exemplos de sorrisos falsos, mas de atos que se transformam em poemas de amor, de respeito, de fraternidade do orgulho em dizer: - Somos todos irmãos! Eu estou aqui para ajudar você no que der e vier! Não tenho mais argumentos. A Chefe me pegou de raspão. Hoje precisava ficar na saudade, na minha barraca de molho acreditando que logo estaria pronto para uma excursão. Não estou, volto para lá e pensando:     

– “Você não precisa ser um Chefe Escoteiro dentro dos padrões esperados. Basta levar a sério a lealdade, a irmandade e a fraternidade. Basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto da Cotovia, dos ventos e das canções da brisa. Tem que saber sorrir e dizer muito obrigado. Tem de ser humilde e aceitar criticas. Enfim tem que ter muito amor no coração”. Difícil? Acho que não!

Nota - Para os erros há perdão. Para os fracassos, chance. Para os amores impossíveis, tempo. Não deixe que a saudade sufoque que a rotina acomode, e que o medo impeça de tentar. Chefes? São fortes, mas não arrogantes. Sinceros? Talvez. Corajosos? Porque não? Mas que eles cativem uma pessoa de forma pura. Que sorriem com coração e que te olhem com carinho. Afinal nossa causa não é de amor paz e fraternidade?

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