Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Crônicas de um Velho Escoteiro. O bom e velho acampamento Escoteiro.



Crônicas de um Velho Escoteiro.
O bom e velho acampamento Escoteiro.

                 Nunca será substituído. Sempre lembrado e sempre marcado na vida de quem já participou. Ficaram semanas de espera do dia, o corre, corre das patrulhas a preparar seus materiais, revisar barracas, contar os espeques, o varão, dobrar com aquele carinho que aprendeu. E o Saco de Patrulha? – Intendente, tudo nos trinques? Tem facão? Machadinha? Lima morsa? Tem martelinho? Serrotinho? E as panelas brilhando como sempre? Não esqueça o coador de café, chega de coar nas meias! Rs. E assim tudo vai sendo preparado e empacotado.

              Não se esqueceram da ultima reunião de patrulha – O Monitor lembrou a cada um sua função no campo. – Patrulha! Ele disse, poderemos não ser o melhor, mas temos que mostrar que não somos os piores. Lembrem-se do nosso lema! Alguns eram Patas tenras, mas a maioria conhecedora e com bons mateiros. Gostavam do que faziam, adoravam o campo, e se chovesse melhor ainda.

                  E chega o dia, saída as oito, ônibus cheio, material colocado no bagageiro, um corre-corre divertido, todos com um sorriso diferente. Os mateiros se ajeitam, os novatos tentam entender aquela algazarra gostosa e organizada durante a viagem. As canções começam, um dos chefes está lá na frente sorrindo. Ele sabe do valor de um acampamento Escoteiro. Os monitores tiram uma pequena soneca. Sabem o que virá quando chegarem lá. Conhecem o local, pois foram antes com o Chefe. Boa aguada, bambus à vontade, uma pequena floresta a sudeste, algum gado solto no campo, uma bela lagoa que todos tomarão cuidado na hora do banho.

                 Cada monitor recebeu a cópia do programa, do cardápio, dos horários. A Corte de Honra discutiu há exaustão. Todos os monitores bons acampadores. A saída para um acampamento sempre é um espetáculo a parte. Mães, pais, avós, tias e vizinhos todos ali a olharem seu pequerrucho, sabem que vai ser o seu primeiro dia fora de casa, uma preocupação do que vai acontecer. Ele sozinho no mato? E as cobras? E se ele cair em um buraco? E se ele se afogar? E se cortar com o facão? Lista de remédios entregue. Pedidos, cuidado com ele Chefe! Mil coisas passam na mente destes super protetores. Esqueceram que um dia eles irão partir criar família ser o homem ou a mulher que esperavam ser. Não vale a pena?

                O Chefe sabia que esta era a norma. Todos devem aprender a lutar pela vida, ter seu lugar ao sol, tomar decisões. Chegou a hora que eles terão que decidir o que vão fazer e para onde ir. Tomadas de decisões, olhar seu próprio material, aprender a lavar, a cozinhar, a saber que ali eles não estão sós. São uma patrulha, quem sabe seis, sete oito jovens como ele a viver a vida de herói da selva. Um herói diferente, um herói que viveu na floresta, que sentiu na pele o vento da chuva, que sabe que não vai fraquejar.

                   E eis que chegam no local do acampamento. Pastos enormes, capins, arvores, sons de bichos, de pássaros, quem sabe o som do regato que corre para o mar. Hora de trabalho. Monitores escolhem seu campo. Carregam material, o sol a pino, alguns fraquejam, mas são soberbamente lembrados de suas responsabilidades pelos monitores. Todos sabem que a armação do campo não é fácil. Armar barracas, montar o fogão suspenso de barro, Toldos para defenderem da chuva. As pioneirías irão surgir quem sabe um Pórtico, e tudo que precisam para sobreviver no campo.

                  Três apitos, sinal de reunir. A bandeira já está preparada. A Patrulha de Serviço não perdeu tempo. Eles sabem o que fazer. São meninos bons mateiros Escoteiros. A bandeira sobe farfalhando no ar, o vento bate, ela reflete o orgulho dos que estão ali pelo seu país. Um jogo, tempo livre para um lanche, pois só haverá o jantar e uma bebida quente na hora de recolher. Poxa! Alguém come um biscoito. Não pode. O lema é um por todos e todos por um. O direito de um é de todos.

                 Vem à tarde, o cansaço começa a aparecer. Os chefes também montaram seu campo. Irão dar liberdade a cada Patrulha para ter sua casa, seu campo e viver entre amigos em equipe aprendendo a fazer fazendo. Os chefes irão ter sua cozinha, suas pioneirías e só irão aos campos se convidados ou em casos especiais. A noite chega fumaça no fogão, olhinhos fixo na frigideira que frita linguiças. Uma fome enorme! Ninguém tira os olhos, aguardam o cozinheiro chamar. Um bate o garfo ou colher no prato, na caneca, um barulho gostoso anunciando a fome que estão sentindo. Hora de encher o prato, pode ter ou não repeteco. Agradecem a Deus. Sentados nos bancos em volta da mesa contam piadas, sorriem e comem a vontade.

               A noite chega, as estrelas no céu brilham. Um jogo noturno, um medo enorme dos novatos, mas no final sorriso em profusões. Hora de dormir, depois da corte de honra um toque longo do Chifre do Kudu. É hora do silêncio no campo. Boa noite! Lá se foi o primeiro o segundo e o terceiro dia. Todos cansados, mas alegres. Cada patrulha fez tudo que podia no seu campo. Tem mesa, cadeiras, bancos, um cercado para lenha lonado, uma casa de bambu pequena para abrigar o material de sapa. Construíram um belo WC contra o vento bem lá atrás do acampamento! Fossas de líquido, de detritos fossas de todo jeito.

                Hoje tem Fogo de Conselho. A espera é longa, as patrulhas se preparam, cada uma vai se apresentar no palco das estrelas que irão assistir de camarote. Um cometa passa saudando a todos. Mais um fogo para lhes dar o calor e lembranças que ficarão gravadas na mente por toda a vida. Um final maravilhoso! Mãos entrelaçadas, olhos húmidos a cantar que não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus. Uma palma Escoteira, hora de dormir, monitores fazem sua última corte de honra e rememoram o que ali aconteceu. Todos sorriem, hora de dormir também.


                   A chegada, quase todos dormindo, cansados, mas a mente preparada para o próximo. Aprenderam a viver na selva, aprenderam a fazer fazendo, agora sabem que não são mais pata tenra, são Escoteiros e escoteiras aventureiros e mateiros prontos para a vida. A chegada, mães, pais, tios, primas, avós todos a esperar preocupados. Mal sabem eles que tem filhos e filhas agora preparados para tomar decisões. Nada como um bom acampamento escoteiro para sentir a mudança que irão ver em seus filhos. O acampamento vai deixar saudades, vai deixar marcas profundas, lembranças de um tempo que ficará na história no livro da vida de cada um!

Nota - Escotismo! Que poder você tem? O que faz para construir tantos sorrisos, valentes jovens a aprender o bem e o mal? Foi a Promessa que fez um dia? Foi o acampamento? E ele chega a casa, conta tudo, pais, mães, tias, avós primas, vizinhos em volta a ouvir. – Eu não tive medo! Eu enfrentei a escuridão, eu enfrentei a chuva, aprendi a amar meus irmãos e... Meus pais, acampar foi a maior aventura que um Escoteiro ou uma Escoteira pode viver!       

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