Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Guia do
Lobinho.
- “Aos Pais, Akelás, Baloos e Bagheeras, a
todos que lidam com Lobinhos, esperando que saibam adaptar as ideias deste Manual
(e nenhuma delas é inovação) a vida do menino na Alcateia ou fora dela”.- Chefe
Carlos Gusmão.
Epa! Calma, não é
um novo manual de Lobinhos, nada disso, estou apenas abrindo as páginas do Guia
do Lobinho do Chefe Carlos Gusmão de Oliveira Lima. Foi o primeiro que tive a
oportunidade de conhecer e ler lá pelos idos de 1958. Simples, apenas 90
(noventa) páginas, mas aprendi muito com ele.
Parecia pequeno, mas meus
amigos da Alcateia tinha coisa do arco da velha. Tinha a História de Mowgly,
formaturas, provas de pata tenra, lei e promessa, bastão totem, máximas da
Jângal, lema, saudação, grande uivo , uniforme e religião. Falava na fraternidade mundial, a Matilha, o
conselho de primos, as provas de uma e duas estrelas, bandeira, hino nacional,
nós, destreza, higiene, relógio, transito, especialidades... Gente quanta
coisa!
E as especialidades que
ensinava? Muitas. Gostava de Primeiros Socorros, ginásticas, habilidade Manual
e Economia. Ensinava o Hino a Bandeira e Nacional. E a passagem? Sentia firmeza
quando lia sobre ela. Pequeno o manual, pequeno mesmo, mas me deleitava com a
parte de Excursões, Torneios, Visitas e Acantonamentos. Chefe Gusmão dizia que
o Campo ou a Floresta eram os melhores locais para divertidas atividades de
Lobinhos.
Era no campo que
se realizavam os jogos, cantos, provas e muitas vezes um bom banho de cachoeira
ou um regato raso. Ele recomendava que se fosse para o campo não esquecesse o
calção e toalha. Era bom demais. E as frutas silvestres? Recomendava que não se
esquecesse de pedir permissão para excursionar nas terras desconhecidas. Como
os escoteiros ele insistia que todos devem deixar o local ainda mais limpo do
que encontrou.
Falava muito dos torneios de
jogos, representações e provas entre os lobinhos. Insistia que o importante é
que tudo deve ser bem divertido e perder ou ganhar não deve modificar a alegria
dos moradores de Seeonee. Recomendava sempre a fraternidade e para isto nada
melhor que visitas a outras alcateias, pois ali se poderia fazer bons amigos
para quando passassem para a cidade dos homens eles se reencontrassem novamente
mostrando que os Badenianos são irmãos de sangue para sempre.
E no final do Manual ele
escreveu:
- Quando você já tiver nove anos e
seis meses de idade, Akela convidará você para fazer um acantonamento. Voce irá
com os chefes e os lobinhos maiores passar três ou cinco dias fora de casa,
dormindo no chão, em uma barraca, ajudando na cozinha, fazendo atividades nos
campos e vivendo a vida de Mowgly como ele gostava. E finalizava: - “É quase um
acampamento de Escoteiros”!
- “Guia do Lobinho, de Carlos Gusmão
de Oliveira Lima. Um manual que nunca esqueci”!
Nota – Anos se passaram, Guias e
Manuais de Lobinhos deixaram para trás os escritos por Baden-Powell e o Chefe Carlos
Gusmão. Muita coisa mudou. Penso que deve ter sido para melhor, mas o Guia do
Lobinho do Fundador e do Chefe Gusmão deixaram saudades para quem os leu e teve
a oportunidade de aplicar o que ali estava escrito e ensinado. Melhor Possível.
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