Conversa ao pé do fogo.
O escotismo de ontem e de hoje.
Não creio estar a falar
de algo capaz de causar admiração a quem me lê, porque a evolução que o Escotismo
no mundo veio a sofrer desde que Robert Baden-Powell meteu mãos ao trabalho e
procurou dar um sentido à vida da juventude do seu tempo, ainda que o tenha
feito na perspectiva da sociedade inglesa, um pouco diferente de tudo o que se
possa imaginar em termos de cidadania no mundo... Porque eivada de princípios
nada consentâneos com a velha, mas sempre atual "Liberdade... Igualdade...
Fraternidade..." que a Revolução Francesa disseminou pelo mundo.
A Inglaterra sempre foi
puritana, arrogante, racista, elitista e outras coisas de igual similitude, mas
Lord Baden-Powell of Gilwell, o Fundador do Escotismo, conseguiu fazer aprovar
um Movimento que apenas alguém como ele poderia criar, por ser capaz de
entender o Mundo de então, envolvido em ações tendentes à mudança das
coisas que respeitavam à liberdade e igualdade dos Povos, levando a que ele, BP
- como é carinhosamente conhecido - tivesse estado em missão na Índia e na
África do Sul, por exemplo, a tomar parte em guerras que lhe
proporcionaram gerar a ideia de criar um Corpo de Cadetes que viesse a constituir
a retaguarda das forças combatentes, executando aquelas tarefas que não exigiam
participação nos combates, como por exemplo, a entrega de mensagens ou de gêneros
alimentícios entre as populações.
Sabendo como estavam a viver os jovens na sua Inglaterra distante, BP
começou por escrever o "Aids to Scouting" para a
formação dos seus soldados, mas depressa fez publicar na imprensa
londrina fascículos do similar dedicado à juventude, a que deu o título de
"Scouting for Boys", que foi rapidamente adotado pelas instituições
escolares, pois viram naquelas ideias expostas nas páginas do jornal um modo de
darem um sentido à vida dos jovens que lhes eram confiados. Em pouco tempo o
Escotismo começava a abrir as portas do êxito, pois começavam a organizarem-se
patrulhas de jovens em busca de um ideal de vida que os pudesse tornar em
jovens cujo destino já não seria uma incógnita, mas sim cientes do seu valor
enquanto pessoas capazes de serem arautos de um mundo novo, mais solidário,
mais participativo, mais virado para Deus e para o Próximo.
Para isso passou a juventude a seguir um ideal em que havia uma Lei,
havia Princípios e havia Compromisso de Honra, para além de estarem
subordinados a uma Divisa simples, mas eficaz: BE PREPARED ou SEMPRE
ALERTA. Quem está alerta está de algum modo preparado para a vida. Talvez por
essa razão a Coroa inglesa manifestou ao herói de Mafeking o interesse em que
ele dedicasse o seu tempo ao desenvolvimento do método escotista, o que BP fez
com entusiasmo.
Não pretendo escrever mais uma biografia do Homem mais conhecido no
mundo... E não digo depois de Cristo porque pareceria heresia, uma vez que Deus
é intemporal e é tudo em todos, logo não há maior personalidade que esse Deus
que se fez Homem... Aí Jesus é o maior de todos os tempos,
porquanto é apresentado sempre como Deus, que é, e como Homem, que
assumiu ser por amor aos Homens. No que concerne a BP, a dimensão é apenas
humana... E aí poderá ser considerado um Cidadão do Mundo em toda a plenitude.
O meu intuito é apenas estabelecer fronteiras entre o Escotismo/Escotismo e
o espírito e pensamento do Fundador, vogando no Tamisa dos tempos da Londres Vitoriana até
à Londres onde pontifica Isabel II. Se o irei conseguir, amanhã
se saberá, pois está nas mãos daqueles que aceitam o Escotismo como escola de formação
integral dos jovens segundo o sistema legado por Lord Baden-Powell, contido na
"Bíblia" do Escotismo que se chama “ESCOTISMO PARA RAPAZES”.
Boa caça, o tema poderá ter uma continuação algum
dia.
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