Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Crônicas de um Velho Escoteiro. As sete maravilhas do escotismo no mundo.


Crônicas de um Velho Escoteiro.
As sete maravilhas do escotismo no mundo.

“As sete maravilhas do mundo antigo são uma famosa lista de majestosas obras artísticas e arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica, cuja origem atribui-se a um pequeno poema do poeta grego Antípatro de Sídon. Das sete maravilhas, a única que resiste até hoje praticamente intacta é a Pirâmide de Quéops, construída há quase cinco mil anos”.

                     Em meio a um enorme tapete de árvores, espremido em meio aos prédios, vinha eu absorto na Rua Gonçalo de Carvalho, na região central de Porto Alegre, e que tem a fama de ser “a mais bonita do mundo”. Eis que uma senhora de uns setenta anos, simpática, cabelos brancos prateados, com um sorriso daquele de conquistar corações me parou em frente ao numero 650 e perguntou de chofre:

- Chefe! Quais as sete maravilhas do Escotismo no mundo? Não esperava por aquela pergunta e nem conhecia a Senhora. Fiquei pensando como ela sabia que eu era Escoteiro. Ban Ban! Claro eu usava meu distintivo de flor de lis na lapela. – Senhora! Não seria as sete maravilhas do mundo? – Não senhor Vado, eu disse em alto e bom som: - As sete maravilhas Escoteiras do Mundo! Parei com um sorriso sem graça. Além de saber que era Escoteiro também sabia meu nome. Minha cuca fervia e não sabia o que dizer. – Não pense muito Chefe, diga logo, não quero que poetize o que todos sabem o que é!

                     Que seja. Não pensei duas vezes e comecei a desfiar o que pensava ser as sete maravilhas Escoteiras no mundo. – Só sete senhora? São tantas! – Quero sete, quero responder aos meus netos que são lobinhos. O senhor sabe ou não sabe? – Vamos ver eu disse, e sem pestanejar comecei:

- Primeira - A Promessa Escoteira. – Por quê? Ela perguntou. Porque ela fica para sempre em nossa mente e em nosso coração. É o dia mais bonito de um Escoteiro!
- Segunda – O cerimonial de bandeira – Por quê? Porque ele é quase igual em todo mundo. Ele transmite para cada jovem o amor à pátria!
- Terceira  -  Acampar – Por quê? Não tem quem não diz que acampar é a melhor coisa do mundo?
- Quarta – Fogo de Conselho – Por quê? Senhora, quem participa de um Fogo de Conselho não esquece nunca mais!
- Quinta – O nascer e o por do sol em um acampamento – Por quê? É lindo. Nenhum Escoteiro pode ser chamado assim se ainda não viu o nascer e o por do sol no campo!
- Sexta -  Fraternidade – Por quê? Porque somos o único movimento de jovens sem fronteiras que diz sermos irmãos em qualquer lugar do mundo!
- Sétima – Parei. Fiquei pensando – Chefe e a resposta? Senhora estou em duvida, tem tantas que não sei como fechar à última. Ela sorriu. Quem sabe poderia ser A Canção da Despedida? – A senhora já participou? Não mas meu filho que é Chefe Escoteiro diz que é a hora mais linda do mundo quando se canta a Canção da despedida!

                Olhei para ela espantado. Uma família Escoteira a me perguntar quais são as sete maravilhas escoteiras do mundo? Ela em um fechar de olhos desapareceu. Lá ao longe ela virava uma esquina de volta ao seu lar; Continuei a andar a procura do Shopping Total. Disseram-me que era em frente à Rua Mais Bonita do Mundo. Moço! Pode-me dizer onde fica... Ele me olhou e respondeu educadamente.  – Senhor Escoteiro, as ruas que circundam o Shopping Total são de fundamental importância para a capital gaúcha. Entre elas está esta que o senhor atravessa, a Gonçalo de Carvalho. Saiba que ela recebeu o título da “Rua Mais Bonita do Mundo”. O senhor está vendo, um verdadeiro “túnel verde” de inigualável beleza. Primeira Rua no Estado a receber esse título, a arborizada Gonçalo de Carvalho sagrou-se como o patrimônio histórico, paisagístico, cultural e ecológico de Porto Alegre em 2006!

                  Não tinha mais nada a dizer. Sorria comigo mesmo. Olhei para ele de novo, me piscou um olho e apontou em sua lapela uma flor de lis em ouro. Risos. Escoteiros não dão bobeira, disse para mim mesmo fazendo uma mesura como se estivesse com meu chapéu de três bicos. Agradeci e parti ao destino que havia escolhido. Escolhido? Acho que não, foi o porteiro do Hotel Deville Prime que quando perguntei me olhou e disse: - Escoteiro mineiro! Quer conhecer minha cidade? Va a Rua Gonçalo de Carvalho e nunca mais esquecerá minha amada Porto Alegre! E não é que ele também estava com uma flor de lis de lapela?


Nota - O que sempre pensei ser as sete maravilhas Escoteiras do mundo. E também uma homenagem aos meus amigos gaúchos pelo prestígio e amizade. Obrigado! 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Ele era apenas o cozinheiro, mas um cozinheiro feliz.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Ele era apenas o cozinheiro, mas um cozinheiro feliz.

                       Maquidonalde era cozinheiro da Patrulha Raposa. Não perdia oportunidade para mostrar seus conhecimentos culinários e suas qualidades de poeta de cozinha. Varapau o monitor o adorava. Dizia calmamente que sem um bom cozinheiro uma patrulha não era nada. – Turma vai com calma, deixe-o a vontade. Não critiquem. É um péssimo cozinheiro aquele que não pode lamber os próprios dedos!

                     – Maquidonalde sorria e enquanto fazia aquela macarronada deliciosa deixava a turma do prato saborear suas palavras: - Patrulheiros, qualquer um pode fazer vocês se deleitarem com a primeira garfada de um prato, mas só um cozinheiro de verdade pode fazer você sentir prazer até no último! A patrulha esfomeada ouvia sem dizer nada. – Sabem que o melhor tempero da comida é a fome? E quando ele dizia: - A boia tá pronta era uma algazarra um bater de pratos e caneca com sorrisos incontáveis.

Hoje me lembrei de Maquidonalde. Perdi a conta dos tempos que saboreei suas iguarias. Sabia de tudo, a cozinha no campo para ele não tinha segredo. Fritava peixes que se desmanchavam na boca de tão saborosos. Fazia sopas incríveis com Lobrobô do mato, com Mandioca e até mesmo com maxixe e mamão do mato. Era uma época que ainda podíamos caçar um quati, um tatu e fritar umas rolinhas na vara do fogão de barro. Tudo hoje mudou, para melhor é claro. Mas eu ainda dou valor a um bom cozinheiro. Aquele que além de bom mateiro sabe cativar seus escoteiros com um manjar gostoso demais!


Belos tempos... Tempos que não voltam mais!

Nota: - Acampar... Excursionar... Dormir sob as estrelas... Uma bela atividade aventureira! Bom demais, melhor que tudo, quem já faz e experimentou não esqueceu jamais! 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017


Rastros do fundador.
Definição do Escotismo.

                  Como dizia Baden-Powell, o Espírito Escoteiro é a essência do Movimento. – “Não há nada como estar “Sempre Alerta”, para que possa parecer possível, ainda que possa não parecer provável”!

                  Pelo termo “Escotismo” designa-se o serviço e atribuições dos escoteiros, exploradores, caçadores, marinheiros, aviadores, pioneiros e fronteiros. O Escotismo é uma escola de cidadania por meio da arte da vida nos bosques. O Escotismo é uma sugestão para uma alegre diversão ao ar livre, lançada por acaso, e que acabou por revelar-se também um contributo prático para a educação.

Eis algumas das coisas que o Escotismo não é:
- Não é uma organização de caridade para ser dirigida por pessoas da alta sociedade para benefício das crianças pobres;

- Não é uma escola com programas definidos e critérios de exame;

- Não é uma brigada de oficiais e soldados onde, à força de paradas e formaturas, se inculca virilidade nos rapazes e nas moças;

- Não é um espetáculo onde se obtêm resultados superficiais por meio de uma remuneração em insígnias de competência, medalhas, etc.

Todas estas coisas vêm do exterior, enquanto a formação escoteira vem de dentro para fora.
                 O Escotismo é um jogo de rapazes, sob a direção de rapazes, em que os irmãos mais velhos podem oferecer aos mais novos um ambiente saudável e encorajá-los a praticar atividades saudáveis, que os ajudarão a desenvolver o civismo.

                 O Escotismo não é uma ciência para estudar com solenidade, nem um conjunto de doutrinas e textos. Nem é, tão pouco, um código militar graças ao qual se instale disciplina nos rapazes ou se reprima a sua individualidade e iniciativa, à custa de formaturas e de exercícios repetitivos. Não. – O Escotismo é um alegre jogo ao ar livre, onde rapazes e moças podem, em conjunto, entregar-se à aventura como irmãos mais velhos e mais novos, colhendo saúde e felicidade, habilidade manual e espírito de serviço.

                   Todo O Movimento (dos Escoteiros, escoteiras, seniores e Guias) pode definir-se resumidamente como uma fraternidade mundial de Serviço. Sim, o Escotismo é um jogo. Mas por vezes ponho-me a pensar se, com toda a nossa literatura, regulamentos, inquéritos no The Scouter, conferências, cursos de formação para Comissários e outros dirigentes, etc., não parecerá que estaremos a fazer dele um jogo demasiado sério.

                  Se lhe tivéssemos chamado o que ele era, a saber, “Sociedade para a Propagação das Qualidades Morais”, o rapaz não se teria propriamente precipitado para aderir. Mas chamar-lhe escotismo e dar ao rapaz a oportunidade de se tornar um explorador em embrião, foi algo completamente diferente.

Baden-Powell.

Nota de rodapé: -  O Escoteiro é ativo praticando o bem, e não passivo sendo bom. O conhecimento deliberadamente procurado perdura, o não procurado não. O rapaz aprende pela prática, não por decreto. Amar é, para ele, um mero estado de espírito, enquanto a expressão do amor, ou seja, prestar serviço é algo que ele pode fazer - o que é totalmente diferente. Baden-Powell.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Na subida da montanha da vida, eu vou pensando...

           Vejamos... Será que sou entendido em minhas explanações do que penso do escotismo? Vez ou outra me pergunto pelas respostas que tenho. São poucas, mas me deixam cismático ou reflexivo. Há tempos tento me adaptar ao modismo, ao tal do modernismo, as escolhas, as afirmações do correto e incorreto e nem sempre sou aprendiz de feiticeiro como devia ser. Vejamos nas últimas postagens o que me deixou “abestado” se fui se cheguei ou se atingi o meu intento.

OS DEZ ARTIGOS DA LEI ESCOTEIRA.
Pelo que deduzi os chefes ainda se preocupam em levar aos jovens o misticismo e a aplicação da Lei. Tentei mostrar uma nova forma de chamar a atenção sobre ela e pensei com meus botões que poderiam copiar, pedir há um escoteiro mais afoito para ler e quem sabe depois dar dez ou quinze minutos para as patrulhas discutirem o teor e pensar a respeito opinando, fazendo em seguida um bate rebate nos moldes de uma gostosa dinâmica de grupo. Lembro que em um curso que dei, fomos todos até um pequeno lago, convidei para um banho, e em pleno lago num jogo divertido, fizemos uma bela dinâmica de Lei e Promessa. Valeu? Não sei. Perguntem a quem esteve lá.

INSPEÇÃO DE GILWELL.
Poucos comentaram. Um disse que isto não existe mais. Outro ampliou o horizonte na metodologia da inspeção. Será que ela está sendo esquecida? Ora, ora se isto acontece aonde iremos chegar? Quem sabe convidar os “çabios” da Escoteiros do Brasil para uma boa retrospectiva e uma inspeção na mente de cada um nos moldes da psicanálise de Sigmund Freud? Penso que a avaliação do desempenho estimula o potencial do jovem, eles tem oportunidade de crescimento, sentem-se valorizados e passam a entender melhor os objetivos que devem alcançar na vida hoje e no futuro. Então não vale a pena?

OS DONOS DO PODER II.
Nada. Nenhum comentário. É como se o que escrevi não tivesse nenhum valor. Bato na minha cabeça, dou um salto no vento, corro atrás de uma tempestade, tento pegar um raio para me esquentar do frio e no alto da minha burrice penso: - Eles estão certos? Será que a maioria acha que sou quadrado e obcecado com um escotismo infantil e irresponsável do passado? Será que me esqueço do vistoso, grandioso, portentoso do escotismo feito hoje? Sei não. Prefiro pensar que eles estão certos e eu errado. Cobrar resultados é uma utopia. Cada um acha que tem os seus e não abre mão. Ou então sempre o receio de perder o que tem, afinal cada um não almeja um pouco de poder? Pedras que voam e corro a me abrigar na caverna do Balu e com ele me hibernar com medo das respostas. Kkkkkk.

O QUE IMPORTA É A BOA AÇÃO.
Espiritualmente os cristãos acreditam que sem boas obras não há lugar no paraíso. Baden-Powell acreditou que quando o escotismo se espalhasse por centenas de nações isto seria importante para uma maior união que ele chamava fraternidade e com isto um ajudaria o outro para que a igualdade pudesse acontecer entre todos. Como seria hoje no mundo moderno desenvolver a boa ação? A moeda, o nó no lenço, o salto do bolso direito para o esquerdo não deve valer mais. Pegar na marra a velhinha na travessia, amarrar latas vazias no cachorrinho para ver os outros sorrirem das atitudes modernas? Que tipo de boa ação nos dias atuais seria melhor? Catar lixo e varrer praças, nas beiras dos rios e nas estradas sem perguntar aos jovens se é isto que querem? Bem melhor me resguardar e ficar pensativo esperando respostas.

E O UNIFORME CAQUI?
Melhor esquecer. Vai partir como tantos que partiram. E quem se incomoda? Os donos do Poder fazem e desfazem sem consultas, sem pesquisas. E a gente fica sem saber como e por que. Como diz o Chico Buarque: - “Diz que eu não sou de respeito, diz que não dá jeito de jeito nenhum. Diz que eu sou subversivo, um elemento ativo e feroz ao bem-estar comum. Apaga a luz e fecha as cortinas, por favor”!

BLOCOS, ARTIGOS, CONTOS E O ESCAMBAL.
Tornei-me um sacripanta. Odeio-me por isto. Visto-me de donzela, de Madre Tereza de Calcutá e me ponho a campo para jogar aos que se interessam o que escrevo de escotismo. A maioria simpática amiga agradável. Mas outros? – Chefe! – Dizem-me. Manda tudo que tiver!!!!!! Putz, para não falar outra palavra e mandar ele a ... Outro diz: - Se quiser mande e vou tentar ler! Batata! Um Chefe de escol! – E tem aquele que diz: - Mande os três, mande logo pois não vou ficar enviando um e-mail por dia. Paspalho me chamo. Tá dodói, não aguenta e fica se oferecendo pensando que faz uma boa ação? Vá voar em um cata-vento “bestado”, é melhor!

DE TRETA EM TRETA O GALO CANTOU.

Cantou sim. Cantou para os jovens que se arriscaram a ser escoteiros. Como diz o velho Chefe, ele entrou pensando que seria assim, mas não foi. Pensou e tentou mas não conseguiu adaptar ao tal escotismo que lhe ofereceram. Quem sabe a turma da esquina lhe dá melhor atenção. Melhor é esquecer a fama de complexado e me tornar um banido aceitando a mudança da promessa. Me censuro por achar que a maioria deveria ser ouvida. Me culpo por não me tornar um seguidor humilde daqueles que não podem pensar e só seguir. Me censuro por não me deixar convencer com facilidade e não concordar sempre com o que dizem os “çabios” da corte do rei. Pelo sim pelo não, continuo na trilha que escolhi, seja errada ou não, prefiro assim. Abraços fraternos amigos e desculpem, sem ofensas tá!

Nota de rodapé: - Feriado, dia de lembrar quando o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República do Brasil em 15 de novembro de 1889. Haja tempo. Será que ele ficaria feliz nos dias de hoje? Republica, a monarquia já era. Enfim em vez de escrever sobre ela, sobre o Brasil sobre a evolução do poder e da corrupção, lá vou eu mesquinhar meus escritos e pensar se deveria mesmo escoteiramente ter escrito o que escrevi. Pô, acho que não sei...

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Inspeção de Gilwell.


Inspeção de Gilwell.

Tive a honra como escoteiro, sênior, pioneiro e Chefe participar de centenas de Inspeções em minha vida escoteira. Vivi com orgulho toda sua fase desde a espera do Chefe até os comentários quando do cerimonial de bandeira, onde não faltavam elogios e nunca uma reprimenda. Quem sabe uma flâmula ou um totem ricamente escrito em um belo couro feito pelo Chefe. Acho que fui o primeiro a introduzir também a inspeção pelos monitores no campo da chefia, onde orgulhosamente eu e os chefes esperávamos os monitores que sorridentes nas suas poses faziam a inspeção com galhardia. Aqui somente uma explanação como é uma Inspeção de Gilwell. Há muito mais, onde entra o amor, o coração o respeito e a dignidade entre os chefes e seus escoteiros.

HISTÓRICO:
Desde os primórdios do escotismo que as inspeções fazem parte de seu Método Educativo, quer seja como colaborador na formação do caráter, no desenvolvimento do garbo e da disciplina ou até como fator organizacional. Pelo seu nome "Inspeção de Gilwell" podemos dizer: Que são as inspeções com características daquelas utilizadas e formuladas em Gilwell Park (consideradas por muitos como "a Meca ou o Norte" do Escotismo).

Todos os Cursos Avançados em Gilwell Park eram elaborados e executados com inúmeras peculiaridades que colaboravam para a formação dos adultos, dando suporte para o seu trabalho educativo. Uma destas peculiaridades seriam as Inspeções, um mecanismo muito utilizado por Baden-Powell para enfatizar alguns dos aspectos comentados no início deste texto. Habitualmente ouvimos inúmeros outros termos como referência para estas inspeções, e adotando o nome de Inspeção de Gilwell a muitas coisas que não fazem parte dela, contudo, não temos o intuito de engessar o seu conteúdo, se prendendo apenas no passado, mas norteando nossos acampadores e aventureiros naquilo que seja realmente pertinente e importante para o processo educativo do jovem.

OBJETIVOS EDUCACIONAIS:
Como elemento de apoio educacional é utilizado no Método escoteiro e no Programa de Jovens, trabalhando alguns temas, tais como:
- Ajudando a trabalhar a higiene pessoal e do ambiente em que vive;
- Evidenciando o garbo e a disciplina, requeridos na preparação e durante a atividade;
- Trabalhando a união e a cooperação coletiva, vivenciados pelos jovens integrantes da pequena comunidade (patrulha);
- Motivando a criatividade, democracia e as atividades físicas:
- Criando hábitos, introduzindo noções e estabelecendo medidas.

CARACTERÍSTICAS:  
As inspeções servem para conferir e aprimorar quesitos de higiene, manutenção e arrumação durante acampamentos e similares. Porém podem ser empregadas na sede ou no canto de patrulha, com a finalidade de instrução ou averiguação dos equipamentos sob a guarda da Patrulha. São destinadas principalmente aos Ramos Escoteiro e Sênior e devem ser praticadas também nos cursos oferecidos aos Escotistas para aprimorar seus conhecimentos. A Inspeção deve ser positiva e bem feita, sem sensibilidades, porém, com uma atitude delicada para não ofender ou ferir. Também deve ser imparcial e progressiva.

Se há número suficiente de pessoas na Equipe de Escotistas, distribua entre eles partes ou itens da inspeção, por exemplo: inspeção das pessoas (uniformes, aspecto, higiene), cozinha, barracas, material individual, construções e etc. Deixe os membros de a Equipe visitarem as Patrulhas separadamente, pois assegura que toda a tropa esteja simultaneamente sob inspeção e nenhuma Patrulha fica esperando, ociosa ou tente completar trabalhos de última hora. As críticas, comentários devem ser feitos às Patrulhas na hora da inspeção.

Uma boa opção para as tropas com poucos escotistas (um ou dois) seria o agendamento de Inspeções, isto é, marcar durante o dia quando cada patrulha será Inspecionada (não se esqueça de fazer um rodízio destes horários). Conforme o acampamento for progredindo, ponha os monitores dentro da Cena, por exemplo: os monitores acompanham os membros da Equipe de Escotistas, as Patrulhas inspecionam umas as outras, ou forme Patrulhas mistas para inspecionar locais designados.

O método de outorgar diariamente flâmulas de eficiência, usados por muitos anos em Gilwell produz bons resultados. Para isso é necessário simplesmente fixar um padrão para cada dia e outorgar uma flâmula a todas as Patrulhas que alcancem este padrão. A tropa deve ser incentivada a alcançar um padrão ou nível, e não a se classificar por ordem de mérito ou simplesmente atrás de uma flâmula.

As Inspeções servem para incentivar e jamais desencorajar. Elogie antes de criticar e só critique construtivamente. Tenha como alvo um alto padrão, mas nunca a uniformidade. As patrulhas devem ser incentivadas a preservar a sua própria maneira de tratar o local e o equipamento, desde que estejam dentro dos limites corretos. Iniciativa e individualidade (não confundir com individualismo) são valorosos quando contribuem para o bem comum.

APRESENTAÇÃO:
Quando da realização das inspeções, a Patrulha fica a espera dos chefes em frente ao Pórtico de entrada de seu Campo de Patrulha, e é rotina uma alegria nestas horas onde ficam cantando ou conversando sobre o que cada um fez para merecer estar ali.

Lembrem-se os jovens respeitam a justiça e tem um sentimento real da imparcialidade.

Nota de rodapé; - Alguns amigos aqui do Facebook já publicaram sobre as Inspeções de Gilwell. Nas ofertas dos meus Blocos este artigo já foi oferecido e muitos já o tem em seu poder. Já conheci Patrulhas que dificilmente se achava algum fora do lugar, panelas sujas, campo com objetos que nada demonstram ter nascido ali. A corte de honra sempre determinava como ia ser a inspeção do dia e todos se preparavam para conseguir obter os padrões e claro, recebendo uma bela flâmula ou um Totem ricamente preparado. Espero que o artigo sirva para dar luz de como fazer e agir em uma Inspeção de Gilwell. Sucesso aos patrulheiros hoje amanhã e sempre! 

sábado, 11 de novembro de 2017

Gilwell Park.


Gilwell Park.

O centro de treinamento de Gilwell Park fica na Inglaterra próximo a sua capital Londres. Gilwell Park é o centro de treinamento do escotismo mundial. Baden Powell em sua época que precisava dar melhor conhecimento e adestramento aos que se aproximavam como lideres de tropa. Para isto foi criado o centro de Gilwell. Muitos chefes de todas as partes do mundo fizeram e ainda fazem lá seus cursos. Até alguns anos passados era de lá que saiam as normas de cursos, e como deveriam ser realizados. Hoje não mais. Uma pena.

 O descobridor de Gilwell foi P.B Nevill recomendando por um subchefe de tropa de Bethnal Green, chamado Gayfer. Em oito de março foi feita a primeira visita de inspeção. Os primeiros a acampar ali, conforme os arquivos oficiais da associação inglesa foi o clã de pioneiros do Sr. Nevil. Desta data até sua inauguração, escoteiros e pioneiros realizaram acampamentos de limpeza, abertura de caminhos e vias de circulação e plantio de árvores.

Gilwell Park foi inaugurado em Vinte e cinco de julho de mil novecentos e dezenove  sendo que BP recebeu os convidados com o tradicional chá Inglês, a esposa de Maclaren, cortou as fitas com cores escoteiras na porta principal.

Nesta ocasião BP agradeceu a W. Bois Maclarem  por generosidade de desprendimento a causa escoteira, condecorando-o com o “LOBO DE PRATA”.

O primeiro curso de formação escoteira, realizado em Gilwell Park, aconteceu de 8 a 19 de setembro de 1919 (onze dias) e foi dirigido por Francis Gidney, o primeiro Chefe de Campo de Gilwell, contando com a participação do próprio Baden-Powell.


Quando se diz que um dia quero voltar a Gilwell significa que o Chefe precisa reciclar, ficar mais bem preparado para sua função em sua sessão escoteira. O centro de adestramento de Gilwell Park adquirido em 1915 teve diversos lideres como chefes de Campo existindo até hoje. Por lá passaram milhares de chefes fazendo cursos e se atualizando posteriormente.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Conversa ao pé do fogo. Os Jogos no movimento Escoteiro – Parte II.


Conversa ao pé do fogo.
Os Jogos no movimento Escoteiro – Parte II.

Ficou acordado na Corte de Honra que os jogos nas reuniões serão uma escolha da Tropa”. O Chefe ficará encarregado somente dos chamados “Jogos surpresa”. Cada Patrulha fará mensalmente sugestões apresentadas pelos escoteiros. Os monitores transmitirão entre si e aos demais às sugestões apresentadas por toda a Tropa. Nenhum jogo terá a formalidade de obrigação e sim jogado espontaneamente, não só pelo caráter competitivo, mas também pela simplicidade de jogar e divertir!
(transcrito de uma ata de Corte de Honra).

                  Definitivamente não vou dar aqui uma aula sobre como fazer e usar jogos nas atividades Escoteiras. Quem sou eu para isto. Vou somente dar o exemplo que ouvi de um Velho Lobo que me contou suas andanças em visitas a Tropas Escoteiras e ali pode ver se o método escoteiros estava sendo levado em consideração pelos jogos apresentados. Vejamos o que ele disse:

- Primeiro exemplo.
Uma visita em uma tropa de um bairro nobre, onde os jovens demonstravam ter conhecimentos intelectuais acima da média, e com um ou dois monitores bem adestrados e outros ainda tentando conhecer melhor suas potencialidades. Os demais aspirantes, já que a rotatividade dava para ver na apresentação das patrulhas. Conversando com alguns chefes (Um com insígnia) ele pode observar um Assistente dirigindo um jogo. Pomposamente formou às patrulhas, chamou os monitores, (ainda bem!) deu às instruções e estes tiveram um tempo para orientar suas equipes. Perfeito, era assim que devia ser feito. - O Jogo iniciou sem muito entusiasmo. Era complicado e cheio de regras. O Assistente parou o jogo pôr três vezes. Até que se deu pôr satisfeito. Deu para ver no olhar do Assistente sua satisfação pela vitória alcançada! - Ele tinha ganhado o jogo! - Os jovens estavam ali, parados, cansados, com ar de quem estão acostumados e muito obedientes e disciplinados!

- Segundo exemplo.
- Nesta Tropa o Chefe fez questão de mostrar um fichário muito bem feito e acabado que foi devidamente colocado em arquivo no seu Windows. Um pai entendido era o responsável para classificá-lo. Os jogos estavam perfeitamente organizados, distribuídos pôr tipo, função, objetivo etc. Tudo conforme palestras do tema em curso. – Foi perguntado quem escolhia os jogos e como saber dos resultados após aplicação. Ele respondeu que era ele mesmo, pois sabia e conhecia a reação dos jovens (comentou baixinho que era professor de Educação Física e formado em psicologia infantil). Participara de vários cursos de Recreação e Jogos e alardeou que sempre o convidavam para participar da equipe de formação sendo bem considerado em suas palestras. O Chefe visitante notou que ele era o único a dirigir e comandar. O jovem ali não se manifestava. Ele já conhecia tais tipos. Muitas vezes pelos jogos se conhece o Adestramento da tropa. Pobre dos rapazes!

                Ele teve o prazer de conhecer muitas tropas Escoteiras em suas andanças. Em cada uma várias surpresas. Mas teve uma que mostrou o verdadeiro espirito do sistema de patrulhas no desenvolvimento dos jogos. Ele me disse que o que mais o deixava triste eram chefes sempre se justificando e se lamentando sem ver que tudo de errado era sua culpa. Disse que conhecia muito desses chefes lamurientos.

            Mas vejamos o que ele viu nesta tropa. - Olhe fiquei perplexo com tamanha confusão. Não havia apitos, chefes dirigindo, todos bem formadinhos feitos soldadinhos. A sinalização era feita com as mãos. Graças a Deus minha audição seria poupada daquela vez! - Ali estavam eles, em dupla, pôr Patrulha três ou quatro em outro canto. Todos espalhados. Notei logo a maneira do Adestramento. A Tropa era pequena, três patrulhas no máximo seis em cada uma. O Chefe estava alçado em um poste simples dentro da sede, junto a mais dois monitores amarrando um cabo.

             Ninguém olhava sinal que aquilo era comum. Mais dois monitores estavam com um Assistente recebendo instruções. Ninguém correu para me receber. - Não deram conta da minha presença. Fiquei a vontade e percorri cada Patrulha com satisfação. Era um Adestramento dos bons. Não só aos monitores como também os demais escoteiros da Patrulha. Ele já conhecia este plano de reunião. Estava em casa! Logo que o Chefe da Tropa me avistou me cumprimentou de longe e se desculpou pôr não poder me dar muita atenção.

            - Um monitor se apresentou educadamente pedindo licença e dizendo ao Chefe sobre o jogo que seria realizado daí a alguns minutos. Apesar de combinado previamente (havia programa!) a maioria gostaria de fazer o jogo do mês anterior. O que o Chefe achava? - Ele concordou de imediato e pediu ao Monitor que preparasse o material. Bem acho que vocês não precisam saber qual das tropas está fazendo o certo. Pena que não foi filmado o olhar, a feição e a alegria reinante antes, durante e depois do jogo. Aquilo sim era diversão!

                     Jogos são sempre uma preocupação para os chefes não importa a sessão. Esquecem que o manancial são os próprios jovens que participam. Quem deve gostar são os jovens e não os chefes. Quantas boas ideias eles podem dar e garanto que irão vibrar com os jogos que tirarem da sua imaginação. Não sou um expert em jogos, mas dou algumas sugestões: - Procure desenvolver nas matilhas e nas patrulhas qualidades de liderança. “Se pretendermos que, nas horas vagas, eles saibam brincar sozinhos, devemos propiciar a eles a prática da direção das próprias atividades”.

                   Para começar, partilhe com todos às suas responsabilidades de orientador de jogos. Vá aos poucos, delegando-lhes obrigação e autoridade, desde que tais coisas estejam à altura de suas capacidades. Dê-lhes não apenas incentivo para a prática da Direção, mas também, tempo. E não esquecer nunca: - Permita que a turma escolha, de vez em quando o jogo que vai realizar e eleja o seu dirigente. Discuta com elas os resultados dos jogos e faça-as participar do planejamento do programa semanal.


                    Theodore Roosevelt Presidente americano disse: “Creio nos jogos ao ar livre e pouco me importa que sejam jogos brutos ou violentos e que ocasionalmente alguém se machuque. Não simpatizo com o sentimentalismo exagerado que pretende manter os jovens embrulhados em algodão. Na luta pela vida o homem formado ao ar livre sempre demonstrou ser melhor. Quando vocês brincarem, joguem duro e quando trabalhar trabalhem duro. Mas não deixem que os jogos e os desportos prejudiquem seus estudos”.

Nota de rodapé: “Senhor, ensina-me a ser obediente ás regras do jogo. Ensina-me a não proferir nem receber elogio imerecido. Ensina-me a ganhar, se me for possível. Mas se eu não puder, acima de tudo, Ensina-me a perder!” (inscrições encontradas nas paredes da Biblioteca real do Palácio de Buckingham). Mais um capítulo sobre jogos. Que cada um tire sua conclusão e compare com o que faz atualmente. Boa leitura.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Conversa ao pé do fogo. Os jogos no Movimento Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
Os jogos no Movimento Escoteiro.

                                 A importância atribuída aos jogos pelos Ingleses data de séculos. Inúmeros jogos, hoje difundidos em todos os países do mundo, são originários da Grã-Bretanha. Sempre fizerem parte integrante da vida do povo inglês. Deve-se a John Atracam, Escotista da Universidade de Edimburgo, o primeiro trabalho sobre o valor biológico do jogo e a Spencer, uma das contribuições mais valiosas sobre a posição do jogo no programa de educação física infantil. Para Spencer (1820-1903) a ginástica é um sistema de exercícios factícios. Embora sempre melhor que a ausência de exercício, jamais será um substituto de valor igual aos jogos.

                             Os jogos produzem uma excitação mental agradável e exercem uma influência altamente fortificante. A felicidade assim obtida é o melhor dos tônicos. Na Alemanha Guts Muths (1759-1839) realizou grande obra consagrando seu nome como “avô da educação física alemã”. O valor educativo dos jogos lhe mereceu atenção especial e uma das suas obras dedicada a realçar o valor dos jogos como exercício e recreação do corpo e do espírito é a primeira obra fundamental do gênero escrita por um Escotista de educação física.

                           Mas ninguém exerceu uma influência tão surpreendente, não só na Alemanha como em todo o mundo como Groos, psicólogo a quem se deve a elaboração de uma filosofia do jogo, exposta em suas obras básicas. Ele considerou o jogo sob tríplice aspecto do exercício preparatório, da atividade complementar e da recreação, não deixando de acentuar que a descarga alivia os impulsos (catarse) e deve ser também considerada no estudo teológico do jogo. Na França foi elaborado e publicado pelo Ministério da Guerra o “Regulamento Geral de Educação Física” dividido em três partes: a primeira bases fisiológicas e pedagógicas, a segunda do treinamento esportivo e a terceira da educação física.

                          Partindo do princípio de que o jogo não pode constituir um método completo de Difusão do Conhecimento Escoteiro, o texto original reconhece que o jogo é a regulamentação mais ou menos metódica de movimentos instintivos que todo ser vivo é levado a realizar espontaneamente ao sentir a necessidade de exercício. Afirma, igualmente, que o jogo constitui a forma de ginástica mais apropriada para a infância porque se adapta às aptidões físicas da criança como às suas exigências morais. É ao mesmo tempo, higiênico e recreativo. Do ponto de vista físico não exige esforços muito intensos nem contrações musculares excessivamente localizadas.

                          A sua prática é acompanhada sempre de prazer e este constitui para a criança o mais notável excitante da energia vital e o mais ativo estimulante para fazê-lo perseverar no exercício físico. O extremo interesse que as crianças demonstram pelos jogos e a alegria com que eles se entregam são tão importantes quanto os exercícios que os acompanham.

Porque as crianças jogam: - A criança joga para satisfazer um instinto. Desde a mais tenra idade vemos que além das atividades de comer, beber e dormir, imprescindíveis para o desenvolvimento orgânico geral da criança resta-lhe somente lúdica. O bebê não joga para ganhar e sim para satisfazer um instinto primário de jogar. O mesmo acontece nos períodos dos três aos sete e dos sete aos doze anos. No primeiro, estando criança já na posse dos mecanismos perceptíveis e motores, o seu desenvolvimento psíquico se dirige para os interesses concretos. As suas funções de aquisição, a atenção, a memória, a associação são utilizadas com maior intensidade. O mesmo acontece com a curiosidade, à observação e a atenção que constituem tendências educativas.

                         No segundo, dos sete aos 12 anos, surgem os interesses especiais e objetivos. Somente ao penetrar na pré-adolescência, ao transpor o limiar da adolescência e no princípio desta, surgem os interesses éticos e sociais aos quais está intimamente ligado o instinto combativo. Despontam então as tendências e os sentimentos típicos do desejo de ganhar. O amor-próprio muito desenvolvido, a vaidade exagerada que se manifesta sob todas as formas, não só do ponto de vista de ser um bom jogador, um ótimo esportista, como nos atributos físicos e exteriores, o arranjo do penteado, o traje, a linguagem, os gestos, as atitudes estudadas são revestimentos da intensa vaidade do adolescente.

                       O desejo de ganhar não constitui o móvel da ação infantil de jogar. Esse desejo aparece mais tarde, caracterizando o período adolescente. A prova que a criança joga para satisfazer um impulso e não para ganhar está no fato observado diariamente e com frequência espantosa de que, integrando uma turma, time ou grupo evidentemente mais fraco que o adversário, nem por isso deixa de jogar. Joga não uma, duas, três vezes, mas quantas lhe forem proporcionadas. Pouco lhe importa perder ou ganhar. O que ela quer é jogar. No jogo individual, a saber, de dois jogadores um contra o outro, sucede o mesmo.

                     A recusa de jogar quando não há possibilidade de ganho dá-se raramente, sempre com crianças que, dotadas de certas aptidões naturais como agilidade, velocidade ou força, colhem louros nas competições individuais de que participam. Posto à frente de outra criança, também dotada ou superior, manifesta desprazer em jogar. O seu sentimento de superioridade abala-se fortemente. Reluta ao verse colocada diante de uma situação nova, inédita, um adversário igual ou superior, embora da mesma idade. Há um conflito interior que a faz sofrer. Não pode mais ser a primeira, a melhor, a única.

Jogos no Escotismo. - Quando os jovens falam de Escotismo, contando aos amigos as novidades, são os jogos que causam a maior impressão, e isto não ocorre por acaso. O Movimento Escoteiro, quando foi idealizado pelo seu fundador, Baden Powell, utilizou-se sempre do efeito “mágico dos jogos”. Os jogos são meios pelos quais os fins educacionais do Movimento são atingidos. Esta vontade natural de competir, tão comum nos jovens, os acompanha desde a infância, dotando-os de espírito de tolerância, da vontade de progredir, do respeito pelas regras e pelos companheiros.

Breve continuação deste artigo sobre jogos.

Nota de rodapé: - As bases do Jogo Escoteiro – O Escotismo é a educação pela ação. Sugere atividades atraentes onde se aprende a partir das experiências realizadas. Existe sempre um toque de surpresa e emoção. - Cada ramo é motivado por um apelo próprio à faixa etária: a fantasia dos Lobinhos; a aventura dos Escoteiros e Escoteiras; o desafio dos Seniores e Guias. Um relato sobre jogos que terá uma continuação posteriormente.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Um pouco de historia de Baden Powell (BP) As sementes africanas no escotismo.


Conversa ao pé do fogo.
Um pouco de historia de Baden Powell (BP)
As sementes africanas no escotismo.

“No dia de hoje, muitas mentes escoteiras se volvem ao tumulo de Robert Baden-Powell e Olave Baden-Powell em Nyeri, no Quênia, perto do Monte Quênia. Lord Baden-Powell e sua esposa Lady Baden-Powell estão enterrados no Cemitério de São Pedro, no Parque Natural Wajee. Sua lápide tem um círculo com um ponto no centro, que é sinda de fuga para “going Home”, ou seja, “eu ter ido para casa”. Quando sua esposa Olave morreu, suas cinzas foram enviadas para o Quênia e enterrado ao lado do seu marido. Quênia declarou o túmulo de Baden-Powell um monumento nacional”.

                     Indo em direção ao Outspan Hotel em Nyeri os visitantes se defrontam com uma placa fixada em uma árvore numa curva da estrada. O Outspan recebe muitos visitantes: alguns que vão lá enquanto visitam Nyeri a serviço ou negócios, outros que vão em férias, há aqueles que a usam como base para a escalada do famoso monte, e há aqueles que lá vão especialmente para conhecer a famosa "Paxtu", a última casa de Baden-Powell, fundador dos Movimentos Guia e Escoteiro.

                        B-P visitou a África oriental pela primeira vez os atuais países do Quênia, Uganda e Tanzânia em 1906, e registrou as suas impressões tanto em palavras quanto em imagens em seu livro Sketches in Mafeking and East África, publicado em 1907. Ele não retornou lá até 1935 quando realizou inspeções de escoteiros em gincanas organizadas em todo o país. Ele então visitou o seu velho amigo, Major E. Sherbrooke Walker, M.C., que foi o primeiro secretário particular de BP após a fundação do Movimento Escoteiro e que tinha posse da primeira Fiança de Escotista (n.t.: nomeação?) emitida. Após numerosas aventuras Erie Walker construiu o Outspan Hotel in Nyeri e o ainda mais famoso Treetops.

                       BP mais uma vez apaixonou-se pela "bela visão das planícies até o topo careca e nevado do Monte Quênia", descrita após a sua visita em 1906, e então quando no inverno de 1937 foi aconselhado pelo seu médico a descansar foi para Nyeiri que ele foi. Quando ele nos deixou - Escreveu Erie Walker em seu livro Treetops Hotel descrevendo a partida de B-P do Quênia em 1938, `Lord Baden-Powell estava envelhecido. (Ele estava com 81 anos). "Quanto mais próximo de Nyeri, mais próximo da felicidade", ele disse, "Eu voltarei para passar o resto da minha vida no Outspan.”.
'E então ele nos pediu que construísse uma casa de campo antes dele voltar para aquela que ele disse seria a sua terceira e última morada. Ele marcou um lugar no jardim. Quanto, ele disse, custará para construir uma pequena casa com uma sala de estar, uma ampla varanda, dois quartos, dois banheiros e duas lareiras?

                          `Eu fiz um cálculo rápido. "Doze mil pés quadrados, a dez shillings por pé quadrado", Eu respondi, "chega a seiscentas libras". (O que nós construiríamos a este custo agora!). Ele consequentemente adquiriu ações em nossa pequena companhia com aquele valor, com a qual nós construiríamos a casa, mobiliaríamos, e faríamos um jardim privado, com alegres flores, e com uma fonte e banheira de pássaros em frente à varanda. Ele tinha debatido como chamar a casa e pensou em vários nomes. 'Finalmente ele disse: "Eu chamei aminha casa em Bentley `Pax' por que eu a comprei no dia do Armistício após a Primeira Guerra Mundial. Eu acho que vou chamar a minha casa aqui de `Pax', também (too em inglês).” Após isto ela sempre foi conhecida como "Paxtoo", ou "Paxtu”.

                           B-P. e Lady B-P comemoraram suas bodas de prata em 1937 e escoteiros e bandeirantes de todo o mundo fizeram uma coleta para presenteá-los. `Nós utilizamos parte do presente de bodas de prata dado pelos Escoteiros e Bandeirantes' escreveu B-P em O Scouter de Maio de 1938, para construir para nós mesmos uma casa de campo em Nyeri. Nós a chamamos de "Paxtu", desde que ela será uma segunda "Pax" para nós (two=dois em inglês), e uma lembrança permanente da generosa boa vontade do Movimento.

                          Em outubro de 1938, ele retornou para Nyeri para viver em Paxtu, e jamais deixou a África Oriental outra vez. A casa permanece quase igual quando ela foi construída, apesar do velho teto makuti ter sido substituído por um metálico, e o jardim foi drasticamente arrancado em 1964, mas a fonte e a banheira de pássaros permanecem. A casa agora está junta ao bloco principal do hotel com uma série de apartamentos. Uma descrição da casa foi feita por B-P em uma carta ao ator, Cyril Maude, em 1939: - Nós nos sentamos aqui sob um contínuo brilho de sol (com mangueiras para regar nosso jardim) e jamais, desde que nós chegamos aqui, quatro meses atrás, falhamos em ter um dia ensolarado para um desjejum na varanda. Em anexo uma foto da cabana que nós construímos para nós e achamos ótima de todas as maneiras. Uma sala de estar no centro, com toda a frente aberta, com portas de vidro dobráveis.

                          Em cada lado um quarto de dormir com closet, banheiro, lavatórios, etc. e dependências de empregados ao fundo, com um caminho coberto até o hotel, 200 jardas adiante, de onde vêm todas as nossas refeições. Nós temos água quente e fria, com luz elétrica e aquecimento, um jardim encantador (cresceu muito após a foto) e uma gloriosa vista através da floresta e planície até o Monte Quênia com o seu pico nevado. ' Por vinte anos, até a morte da Srtª Miss Corbett em 1963, a casa foi habitada por Jim Corbett, velho amigo de B-P, autor de Man-eaters of Kumaon e outros livros conhecidos, e sua irmã Maggie.


Em 1964 Escoteiros e Bandeirantes do Quênia contribuíram para a compra de um marco que foi colocado no jardim em frente à casa, o qual porta a seguinte inscrição: "Este monumento foi doado pelos Escoteiros e Bandeirantes do Quênia em memória de Lord Baden-Powell of Gilwell, seu primeiro Fundador, que viveu aqui de outubro de 1938 até a sua morte em oito de janeiro de 1941." Ao mesmo tempo o sinal na alameda de entrada e a placa esculpida em cedro na própria casa foram doados pela Associação Escoteira do Quênia para manter viva a memória do Fundador, e para guiar os incontáveis visitantes que vêm de toda a parte do globo para visitar a última morada do Fundador e sua tumba no cemitério perto dali.

Nota de rodapé: - Para aqueles que ainda não conheciam a história de casa de BP no Quênia. “Nós a chamamos de “Paxtu”“. Ela será uma segunda "Pax" para nós e uma boa lembrança permanente da generosa boa vontade do Movimento. Um pequeno relato de onde repousa o nosso Líder na sua ultima jornada na terra:
“No dia de hoje, muitas mentes escoteiras se volvem ao tumulo de Robert Baden-Powell e Olave Baden-Powell em Nyeri, no Quênia, perto do Monte Quênia. Lord Baden-Powell e sua esposa Lady Baden-Powell estão enterrados no Cemitério de São Pedro, no Parque Natural Wajee. Sua lápide tem um círculo com um ponto no centro, que é sinda de fuga para “going Home”, ou seja, “eu ter ido para casa”. Quando sua esposa Olave morreu, suas cinzas foram enviadas para o Quênia e enterrado ao lado do seu marido. Quênia declarou o túmulo de Baden-Powell um monumento nacional”.