Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

quarta-feira, 15 de novembro de 2017


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Na subida da montanha da vida, eu vou pensando...

           Vejamos... Será que sou entendido em minhas explanações do que penso do escotismo? Vez ou outra me pergunto pelas respostas que tenho. São poucas, mas me deixam cismático ou reflexivo. Há tempos tento me adaptar ao modismo, ao tal do modernismo, as escolhas, as afirmações do correto e incorreto e nem sempre sou aprendiz de feiticeiro como devia ser. Vejamos nas últimas postagens o que me deixou “abestado” se fui se cheguei ou se atingi o meu intento.

OS DEZ ARTIGOS DA LEI ESCOTEIRA.
Pelo que deduzi os chefes ainda se preocupam em levar aos jovens o misticismo e a aplicação da Lei. Tentei mostrar uma nova forma de chamar a atenção sobre ela e pensei com meus botões que poderiam copiar, pedir há um escoteiro mais afoito para ler e quem sabe depois dar dez ou quinze minutos para as patrulhas discutirem o teor e pensar a respeito opinando, fazendo em seguida um bate rebate nos moldes de uma gostosa dinâmica de grupo. Lembro que em um curso que dei, fomos todos até um pequeno lago, convidei para um banho, e em pleno lago num jogo divertido, fizemos uma bela dinâmica de Lei e Promessa. Valeu? Não sei. Perguntem a quem esteve lá.

INSPEÇÃO DE GILWELL.
Poucos comentaram. Um disse que isto não existe mais. Outro ampliou o horizonte na metodologia da inspeção. Será que ela está sendo esquecida? Ora, ora se isto acontece aonde iremos chegar? Quem sabe convidar os “çabios” da Escoteiros do Brasil para uma boa retrospectiva e uma inspeção na mente de cada um nos moldes da psicanálise de Sigmund Freud? Penso que a avaliação do desempenho estimula o potencial do jovem, eles tem oportunidade de crescimento, sentem-se valorizados e passam a entender melhor os objetivos que devem alcançar na vida hoje e no futuro. Então não vale a pena?

OS DONOS DO PODER II.
Nada. Nenhum comentário. É como se o que escrevi não tivesse nenhum valor. Bato na minha cabeça, dou um salto no vento, corro atrás de uma tempestade, tento pegar um raio para me esquentar do frio e no alto da minha burrice penso: - Eles estão certos? Será que a maioria acha que sou quadrado e obcecado com um escotismo infantil e irresponsável do passado? Será que me esqueço do vistoso, grandioso, portentoso do escotismo feito hoje? Sei não. Prefiro pensar que eles estão certos e eu errado. Cobrar resultados é uma utopia. Cada um acha que tem os seus e não abre mão. Ou então sempre o receio de perder o que tem, afinal cada um não almeja um pouco de poder? Pedras que voam e corro a me abrigar na caverna do Balu e com ele me hibernar com medo das respostas. Kkkkkk.

O QUE IMPORTA É A BOA AÇÃO.
Espiritualmente os cristãos acreditam que sem boas obras não há lugar no paraíso. Baden-Powell acreditou que quando o escotismo se espalhasse por centenas de nações isto seria importante para uma maior união que ele chamava fraternidade e com isto um ajudaria o outro para que a igualdade pudesse acontecer entre todos. Como seria hoje no mundo moderno desenvolver a boa ação? A moeda, o nó no lenço, o salto do bolso direito para o esquerdo não deve valer mais. Pegar na marra a velhinha na travessia, amarrar latas vazias no cachorrinho para ver os outros sorrirem das atitudes modernas? Que tipo de boa ação nos dias atuais seria melhor? Catar lixo e varrer praças, nas beiras dos rios e nas estradas sem perguntar aos jovens se é isto que querem? Bem melhor me resguardar e ficar pensativo esperando respostas.

E O UNIFORME CAQUI?
Melhor esquecer. Vai partir como tantos que partiram. E quem se incomoda? Os donos do Poder fazem e desfazem sem consultas, sem pesquisas. E a gente fica sem saber como e por que. Como diz o Chico Buarque: - “Diz que eu não sou de respeito, diz que não dá jeito de jeito nenhum. Diz que eu sou subversivo, um elemento ativo e feroz ao bem-estar comum. Apaga a luz e fecha as cortinas, por favor”!

BLOCOS, ARTIGOS, CONTOS E O ESCAMBAL.
Tornei-me um sacripanta. Odeio-me por isto. Visto-me de donzela, de Madre Tereza de Calcutá e me ponho a campo para jogar aos que se interessam o que escrevo de escotismo. A maioria simpática amiga agradável. Mas outros? – Chefe! – Dizem-me. Manda tudo que tiver!!!!!! Putz, para não falar outra palavra e mandar ele a ... Outro diz: - Se quiser mande e vou tentar ler! Batata! Um Chefe de escol! – E tem aquele que diz: - Mande os três, mande logo pois não vou ficar enviando um e-mail por dia. Paspalho me chamo. Tá dodói, não aguenta e fica se oferecendo pensando que faz uma boa ação? Vá voar em um cata-vento “bestado”, é melhor!

DE TRETA EM TRETA O GALO CANTOU.

Cantou sim. Cantou para os jovens que se arriscaram a ser escoteiros. Como diz o velho Chefe, ele entrou pensando que seria assim, mas não foi. Pensou e tentou mas não conseguiu adaptar ao tal escotismo que lhe ofereceram. Quem sabe a turma da esquina lhe dá melhor atenção. Melhor é esquecer a fama de complexado e me tornar um banido aceitando a mudança da promessa. Me censuro por achar que a maioria deveria ser ouvida. Me culpo por não me tornar um seguidor humilde daqueles que não podem pensar e só seguir. Me censuro por não me deixar convencer com facilidade e não concordar sempre com o que dizem os “çabios” da corte do rei. Pelo sim pelo não, continuo na trilha que escolhi, seja errada ou não, prefiro assim. Abraços fraternos amigos e desculpem, sem ofensas tá!

Nota de rodapé: - Feriado, dia de lembrar quando o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República do Brasil em 15 de novembro de 1889. Haja tempo. Será que ele ficaria feliz nos dias de hoje? Republica, a monarquia já era. Enfim em vez de escrever sobre ela, sobre o Brasil sobre a evolução do poder e da corrupção, lá vou eu mesquinhar meus escritos e pensar se deveria mesmo escoteiramente ter escrito o que escrevi. Pô, acho que não sei...

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