Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Garbo, elegância e boa aparência. Isto ainda existe entre nós?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Garbo, elegância e boa aparência. Isto ainda existe entre nós?

                    Quando jovem Escoteiro meu Chefe dizia para mim: - Vado Escoteiro, garbo significa elegância, distinção, graça, boa aparência, bom porte, galhardia. Ser garboso é ser esbelto, bem apessoado, ter porte vistoso, elegante, é se vestir bem, é ser impecável. E isto faz de nós orgulhosos de sermos escoteiros. Não sei por que, mas isto ficou na minha mente para sempre. Aprendi que um uniforme representa uma organização mundial, se não desse exemplo o que pensariam os outros? Outro dia vi aqui um comentário de uma Vovó escoteira. Ela dizia: Chefe, como já relatei anteriormente sou somente avó de lobinho, mas o que tenho notado é que parece haver um certo desleixo, nem todos usam uniformes somente o lenço, cada um se veste como quer, na época em que minha filha participava do escotismo era diferente. Havia muita disciplina, todos uniformizados impecáveis, não entendo essa mudança. Pois através do uniforme distinguia-se que eram escotistas. Houve realmente essa mudança? O que dizer para ela?

                Eu sei que nos dias de hoje muitos que se tornaram escoteiros pensam diferente. Existe uma gama de adultos que acham que garbo é sinônimo de militarismo. E dai se for? Eu sei que não é. Eu sei que muitas organizações não militares primam em se apresentar bem para que sejam bem vistos e isto trás orgulho aos participantes. Eis que a UEB adotou a vestimenta. Não sou contra apesar de ser um caqueano de coração. Porque esta cisma com o militar? Afinal quantos deles foram escoteiros quantos deles ainda participam do movimento e quantas coisas boas estão fazendo na formação dos seus jovens? Porque criaram tantos tipos de vestimenta? Em que lugar do mundo isto existe? Tem os politicamente corretos que defendem. Dizem: Somos um país tropical de extensão enorme. Cada estado tem o direito de escolher. Verdade? Para mim não. Isto não passa de uma desculpa desconexa sem pé e sem cabeça. Para mim a UEB quando adotou a vestimenta com estas possibilidades deixou aberta uma janela que julgo ser a maior confusão e desordem na apresentação escoteira de todos os tempos. Sem entrar no mérito vejam o que B.P disse:

“A farda escoteira, pela sua uniformidade, constitui agora num laço de fraternidade entre os rapazes do mundo inteiro”. O uso correto do uniforme e a elegância na aparência de cada Escoteiro, individualmente, tornam-no um motivo de crédito para o nosso Movimento. Mostra que está orgulhoso de si mesmo e da sua tropa. Pôr outro lado um escoteiro desleixado, mas vestido, pode causar aos olhos do público, uma péssima impressão sobre todo o movimento. Mostrem-me um desses tipos e lhes afianço que provarei que ele é um daqueles que não conseguiu pegar o verdadeiro Espírito Escoteiro e não se orgulha de ser membro da nossa Grande “Fraternidade”. B.P.

                         Porque simplesmente não adotaram a manga curta e comprida? A calça curta e comprida? Quem disse que a liberdade de escolha nos daria maior apresentação do escotismo junto à sociedade brasileira? Quantos me disseram que com a vestimenta muitos jovens que não gostavam do caqui iriam correr para serem escoteiros? – Sem desdizer tenho várias testemunhas duas delas que nem sabiam que eu e Celia éramos Escoteiros – Minha vizinha comentou com a Celia minha Esposa – Dona Celia, fiquei horrorizada com o desfile de hoje. Os escoteiros andavam, alguns conversavam o uniforme não entendi bem, todos diferentes. Olhe que já vi antes escoteiros desfilando, com seus uniformes garbosos, educados, respeitosos no lugar onde estavam. E quantos mais pensaram assim? Onde em que lugar do mundo está acontecendo está torre de babel escoteira? Onde existem tantas escolhas para cada um usar seu instinto democrático e de liberdade de vestir o que quiser? E de quem é a culpa de tudo isto? Para mim da UEB que fez e desfez sem consultar a ninguém, que determinou sem perguntar as razões e partiu célere para vender sua nova aquisição na loja escoteira.

                          Sei que não tem volta esta “bagunça” desculpe o termo. Agora é hora da ação dos chefes. Tentem pelo menos se igualar na apresentação dos seus jovens. Se cada um na Tropa ou na Alcatéia escolhe o que quiser teremos sempre esta apresentação que na opinião e de boa parte da sociedade brasileira que já viu discorda e comenta desastradamente a nova apresentação escoteira. É preciso ser mais realista, mais firme no garbo de sua sessão. Temos uma reunião por semana e colocar o lenço ou usar uma camiseta para um noviço ou pata tenra até que vá lá que espera o dia de sua promessa. Mas sempre assim? Qual a explicação? Se na hora que deviam estar devidamente uniformizados não estão para que serve ter um uniforme ou vestimenta? A boa apresentação não tem lugar e hora, é um hábito de comportamento. Não quero ser dono da verdade, mas quando jovem trabalhei para ter o meu uniforme, trabalhei para ter meu chapéu. Nossa apresentação na época era para nós ponto de honra.

                          Esta liberdade de escolha não leva nosso movimento a ser reconhecido como educacional e pedagógico. Nada disto. Qualquer educador, qualquer pedagogo ou mesmo aqueles que poderiam nos dar atenção em nossas pretensões quando verem isto se afastarão. Os comentários de quem não participa estão aí em todos os lugares, só não vê quem não quer. Alguns poucos chefes estão dando mau exemplo. Usam chapéus esquisitos que nada tem a ver com o que diz o POR. Usam camisa da vestimenta e calça de outra cor. Usam lenço mal postado, enfim eu sei até que muitos vestem seus uniformes ou vestimenta na sede. Tem vergonha? Então deviam ter vergonha também de serem chamados escoteiros. Estou sendo rude? Paciência tem limites. Nunca pensei que no fim da minha vida teria que ver estes absurdos que para mim serão um atraso no nosso crescimento e reconhecimento no futuro.


                      Sei que minhas palavras não serão bem recebidas por muitos. Peço desculpa, mas no fundo não sei se deveria pedir. Mesmo com os novos tempos se os novos pensadores escoteiros disserem que garbo é somente uma palavra que não conduz a nada, que nos trás uma aparência militarista eu continuo a ser um Escoteiro daqueles a moda antiga. Mesmo que digam que os tempos Badenianos já ficaram no passado eu ainda luto pelo nosso reconhecimento nos meios educacionais brasileiros. Ainda sonho em termos empresariais, educacionais e políticos ou quem sabe um Presidente da Republica Escoteiro, daqueles que se orgulham do que foram que deram valor a sua promessa escoteira. Bom mesmo seria acreditar que eles sabem o que é palavra, o que é honra o que é dignidade. Bom mesmo seria saber que seu caráter estava acima de qualquer suspeita. Melhor ainda que fossem transparentes nos seus atos sabendo que valorizando o escotismo estarão valorizando a própria nação brasileira!

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