Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Rio Doce, Onde tudo começou. Mataram o meu rio e parte da minha história.


Rio Doce, Onde tudo começou.
Mataram o meu rio e parte da minha história.

                       - É muito triste quando o ser humano usa o que poderia ser bom, para destruir o próximo e sua autodestruição, impondo medos... No momento que algo vira discussão e desrespeito, já não existe mais nada ali, a causa e a verdade para que nos propusemos a lutar em união, não tem mais o porquê... Se tentarmos ajudar, praticar algo que nos foi ensinado de bom... Nos tornamos alvo... Tudo que existe um sistema e interesses não existe seres humanos e natureza.... Existe destruição e o meu coração chora e grita, pois gostaria de salvar o mundo e todos os seres vivos... Mas o ser chamado humano tem escolhas e a maioria prefere sempre usar o pior lado... Não compreendem que o resumo de tudo é a nossa evolução espiritual, o amor e o perdão.

                       - Somos preto e branco, pois os dois é preciso, para agir com amor e razão, para o nosso equilíbrio... Nada pode ser demais, pois sofremos... Não podemos modificar tudo, pois sofremos... Mas só sofremos quando esquecemos que temos que amar sem esperar e dar amor para os que realmente querem amor... Ajudar, tentamos... Mas não são todos preparados para ajuda, pois precisam ainda se ajudar... Ninguém vê o seu coração de verdade... Só a capa que vai voltar para Terra. Abençoados sejam ♡ nunca podemos regredir por sombras que só usam quem quer ser usado para nos abalar. Sejamos a cura para o nosso planeta. (MC Beth - livro natureza desconhecida)

            Mataram o meu rio e parte da minha história, mas não mataram minhas lembranças. Elas irão existir para sempre. O homem sempre o homem a destruir a quem sempre deu a ele a alegria de viver. Linda Natureza, é lamentável que a estejam destruindo! Mais lamentável ainda por aqueles que nascerão e não terão a chance de conhecê-la em toda sua essência e plenitude. Onde está o rio que tanto amei? O rio que me fez Escoteiro, o rio que deu de beber a um Escoteiro e sua patrulha, que alimentou com seus peixes, com seus pés de ingás, com suas goiabinhas chinesas? Com suas lindas corredeiras para contar histórias? Onde estão às cavernas do São Raimundo que tantas vezes dormimos ou em suas praias próximas a Aimorés? Onde estão as piteiras que nasciam na Ilha dos Araujos em suas margens nos dando a benção de fazer belas jangadas para o rio atravessar? Ah! Rio Doce que nunca vai sair da minha memória.

             Brincando de mocinho e bandido, nas suas margens pusemos para correr os valorosos soldados do nosso exército invencível, usando a astucia de uma abobora feiticeira a balançar nas suas águas límpidas e belas muito acima do Riacho Grande. E meus amigos índios de Crenaque? Onde vão pescar? Onde irão contar suas histórias em volta de fogueiras toscas na beira do rio a lembrar de seus antepassados? Dói fundo. Saber que nunca vou esquecer com nossos bólidos de aço a margear a estrada de ferro procurando aventuras, atravessando pontilhões enormes com medo dos milhares de vagões gritantes a passar. Fervendo água para nos lavar nas noites frias e soturnas dos belos acampamentos em Derribadinha, Conselheiro Pena ou na cidade onde nasci – Barra do meu Cuieté!

              O que vai ser da minha cidade onde cresci? Onde o escotismo meu deu vida, me deu canoas, me ensinou a fazer jangadas no Curtume do Gato Preto junto aos valorosos companheiros de jornadas. Valadares... Governador? Não o conheci, mas amava minha cidade. E lá na Pedra do Ibituruna olhar a cidade ver o rio serpenteando em sua volta, sorrindo para os que queriam pescar. Que subida meu Deus! Patrulha! Amanhã é as cinco, vamos descer o rio de jangada. Supimpa. Sem lugar para parar. O dia inteiro a navegar. Governador Valadares que me deu o sonho Escoteiro, Grupo São Jorge, lenço verde e amarelo, amor no coração a descobrir que a vida escoteira tem valores que só quem vive quem sabe onde pode chegar... Na sua palavra, na sua ação, no seu caráter e na sua vontade de ser mais alguém a agradecer a Deus por estar ali com companheiros, escoteiros como eu. Ah! Meu Nosso Senhor levai para longe o barro que invadiu e destruiu parte dos meus sonhos de amor ao Rio Doce.

                Helinho, Israel, Tãozinho, Chico, Darcy e Fumanchu e eu. Bolinha ou Vado escoteiro. Esquecê-los? Nunca mais. E o Fumanchu? Como era o nome dele? Tonhão? Cozinheiro de primeira pescava e cozinhava um peixe com farofa de milho como ninguém. Tudo pescado nas frescas águas do meu Rio Doce ou adjacentes. Não dá para esquecer o Tatu bola que passamos dois dias nas margens de Resplendor para pegar. Ninguem queria matar. Uma dó danada. Chiquinho dizendo que a carne era saborosa. Israel pegou o facão. Casca dura, procurar um lugar para enviar sua faca escoteira. Alguém gritou! – Olhem é uma “onça pintada”. Pimba! O tatu aproveitou e se foi. O Terceiro Escoteiro da Patrulha Lobo ainda lembra afinal uma historia escrita nos contos da vida. Linda de morrer, seu totem passeou por todo o rio que hoje está a morrer... Se já não morreu. Adianta dizer aos homens para não destruir em poucos dias o que a natureza levou milhões de anos para construir? Nunca mais, nunca mais vou ouvir o som das cotovias embaixo do pontilhão de Derribadinha. Nunca mais mataram o meu rio. Mas nunca matarão minhas lembranças!

“A vida dos animais e de toda a natureza”. não pode ser destruída pelos humanos.
Como podemos ignorar e destruir tamanha beleza e perfeição?
Não temos o direito de matar, seja para a nossa alimentação, vestimenta,
dinheiro, poder ou lazer. Destruindo a Natureza estamos automaticamente nos destruindo. Somos filhos da Natureza e nossos irmãos são todos os seres que aqui dividem esta vida. Lagrimas caem dos céus a cada ato insano
dos humanos que a cada dia vendem a sua alma atrás do sucesso.

Por um despertar da consciência de cada um.
Por uma forma de viver mais digna e correta.
Mesmo estando aqui só de passagem,
temos por obrigação fazer o bem.

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