Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Programando o programa. (Parte I)


Conversa ao pé do fogo.
Programando o programa. (Parte I)
(aguardem a segunda e terceira parte)

                   Todo mundo conhece, todos os escotistas fazem. Afinal nada se produz sem ele. Alguns simples, outros complexos, mas todos com o mesmo objetivo. Conheci em minhas atividades escoteiras, muitos programas bons, outros nem tanto. Junto a tantos outros amigos escotistas, fizemos programas de sessões, de Diretoria, de Conselho de Chefes, de Atividades Especiais, de Grandes Jogos, de Região Escoteira, De Ajuris, de Elos, de Adestramento, de Atividades Nacionais e até algumas internacionais. Quando planejamos os programas das sessões e do grupo eles devem se entrelaçar. Como? Pensando em termos que todos os órgãos do grupo os têm (um programa). Alguns grupos todo final do ano fazem uma reunião própria para este tema, (Indabas dos chefes em regime de acampamento é muito válido) e costumam convidar a diretoria e alguns pais que sempre colaboram nos programas anuais. Isto facilita muito para se planejar adequadamente.

                      Se um programa geral é feito isto ajuda em muito as sessões escoteiras para fazerem os seus e a diretoria do grupo. Ninguém gosta quando um programa diz uma coisa e a diretoria ou o distrito programa outro sem avisar. Conheço Grupos Escoteiros que no final do ano sempre dão oportunidade aos jovens através das patrulhas e da Corte de Honra sugerir as datas do ano seguinte. Quantas excursões, quantos acampamentos, quantas atividades aventureiras e assim por diante. Os lobos também quem sabe podem ser consultados. O Diretor Técnico é responsável para que não haja comprometimento de alguma atividade que não conste do programa geral do grupo. Difícil imaginar um bom programa onde ele sofre constantemente modificações, adaptações e é fustigado por terceiros para ser alterado.

                     O Diretor Técnico, o Conselho de Chefes e a Diretoria tem a obrigação de manter o programa conforme se discutiu e foi aprovado. É importante notar que os melhores programas de sessões e que mantem os jovens ativos e Até B-P. no Escotismo para Rapazes dizia que o melhor programa é aquele desenvolvido pelos rapazes e moças. Afinal são eles a parte interessada e eles o fazem com perfeição em seus bairros, na sua rua, com os amigos que ali estão sempre juntos por anos e anos a fio. Difícil? Não. É bom lembrar que quem deve gostar do programa são eles e não o chefe. Estes estão ali para ajudar, orientar dar o rumo e finalizar os dados que ficaram faltando.

                     Alguns chefes pensam diferentes. Acham que os jovens não estão preparados e deixar por conta deles não haverá nada prático. Muitos irão sair, pois vão ver tudo diferente. Pode até ser. Mas foi tentado? Foi dado a eles ideias sugestões, instruções e aberto um leque de oportunidades? Não estou aqui a dizer que o que escreverem será feito. Tampouco será deixado de lado. Para isto deve ser discutido minuciosamente no Conselho de Patrulhas, no Conselho de Monitores e só após junto a Corte de Honra (muitas tropa só tem a Corte de Honra) será tomada uma decisão de qual programa será o escolhido. Nenhum programa ficará sem o “tempero” do chefe e dos assistentes. O que seria o “tempero”? – Jogos, canções, técnicas Conversa ao Pé do Fogo, e claro sugestões que não estarão ao alcance deles. Tais como, atividades distritais, regionais e nacionais. Mas é importante que estas não ocupem nada mais que 10% do programa anual.

                 Alguns chefes se ressentem com tantas atividades oferecidas pelo distrito, região e a Nacional. Dosar sem prejudicar o programa da Tropa é minha sugestão. Estes órgãos devem ter seus programas com antecedência e enviado aos grupos. Ninguém deve ser obrigado a fazer um programa que não foi planejado. Ninguém gosta de sugerir, aprovar e ver tudo alterado sem uma explicação lógica. Os rapazes e moças contam com suas atividades e quando elas são suprimidas deixam uma lacuna difícil de ser modificada no futuro. Se derem oportunidade aos jovens na sua sessão para fazer, montar e quem sabe até dirigir um programa em sua tropa, eu garanto que a evasão irá diminuir e muito. Deixe que façam sempre e verifiquem se a presença está melhorando, se os sorrisos aumentaram e se a procura agora é maior. Se for assim estão no caminho certo.

       Aquela velha tendência de reunir chefes e assistentes para fazerem entre si os programas a curto, médio e prazo sem ter um esboço feito pela tropa nem sempre alcançam os resultados desejados. É possível reunir jovens e fazer estes programas. O importante é fazer de tudo para manter a patrulha unida, ter um numero satisfatório de presença e lutar para que a unidade se preserve por muitos anos. Muitos dirão que dificilmente uma patrulha se mantem com seus próprios elementos por anos. Nenhum Chefe gosta de chegar à sede e ver as patrulhas formando com três ou quatro. É ruim fazer um programa com poucos e isto dificilmente será mantido por muito tempo. Torno a repetir, trabalhar para manter o jovem na Tropa é tarefa dos monitores, trabalhar para que os monitores façam corretamente suas responsabilidades com a patrulha é tarefa do chefe. Ninguem gosta de chegar à sede e ver que o programa é ruim, que os jogos não tem o sabor que esperam, e sabemos de antemão que é o primeiro passo para a desistência.  

      Lembramos sempre que BP criou um estilo, um método (Sistema de Patrulhas) e fugir dele é confirmar que os resultados não serão satisfatórios. Temos hoje uma evasão desconhecida. Ela prejudica muito o crescimento interior do jovem e isto contamina os demais. Sei de muitas tropas e alcateias cuja presença desanima muito não só os jovens como também a chefia. O pior é depois das férias muitos não voltam mais. Crescimento técnico, intelectual, e moral faz parte do adestramento Escoteiro. Ensinar o jovem a caminhar com as próprias pernas faz parte do jogo. É tão bom saber que uma patrulha está junta por anos e podemos confiar que tudo vai dar certo. E depois do passar dos anos, ver aqueles que foram nossos jovens, estarem dentro da comunidade agindo como verdadeiros escoteiros.


       O melhor caminho para o sucesso é ver os rapazes e moças reunidos por um bom tempo, alegres, motivados e esperando sempre a próxima reunião, o próximo acampamento ou a próxima atividade externa. Um Grupo Escoteiro é uma família. Unida. Fraterna. Onde o respeito mostra o grau de crescimento de cada um. Você faz parte da família. Veja onde é seu lugar e trabalhe para que todos sintam felizes no desenvolvimento de suas tarefas. 

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