Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sexta-feira, 24 de março de 2017

Eleições Escoteiras, para que servem?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Eleições Escoteiras, para que servem?

            Vem aí a realização do Congresso Nacional, ou melhor, Assembleia nacional Escoteira. As regiões em sua maioria já devem ter feito as suas. Muitos chefes estão se candidatando a cargos diversos neste universo de poucos novos lideres. Nas páginas do Facebook já temos candidatos que prometem tudo. Eu sei que a maioria dos membros da associação não dão bola. Não irão lá. Para eles o importante é estar com suas crianças. É preocupante quando a plebe se cala e não se preocupa com seus direitos principalmente em poder sugerir, comentar e votar. A parafernália de artigos nos Estatutos confundem a muitos e os mais sabidos correm para se apinhar no poder. Não podemos nos deixar enganar pelo site pelos sorrisos e pelas posturas dos dirigentes da UEB.

             Muitos daqueles que tem prestigio são sempre condecorados e exercem algum cargo no escotismo são unânimes e dizer que nosso sistema é perfeito. Será? Menos de 0,3% do efetivo nacional vota, decide, sugere e sempre um bom numero destes nem comparece ao evento. Os mais antigos se arvoram do poder. E fazem e desfazem do que acham ser seu escotismo ideal. Aplicam normas, diretrizes, inventam sem ao menos ter a decência de consultar as ULs (Grupos Escoteiros) sobre alterações mudanças, sistemática de novas concepções da formação do jovem e do adulto. Os chefes atuantes em grupos se fecham em sua redoma da sessão e à medida que vê seu caminho cerceado, não reclama e se isto faz tem sempre um “Superior” para lhe chamar a atenção.

              Enquanto isto a maioria dos dirigentes do alto escalão vão continuando no poder. A eles tudo podem, amigos do rei são seus amigos. Reparem que sempre quando acontece estas eleições são eleitos os mais vistosos, os que já ocuparam poder na associação e passam os anos nada muda. Eu mesmo incentivei a alguns amigos para eleger alguém que julgava merecedor e ele hoje na esfera do poder nada fez para dizer que pelo menos tentou mudar as diretrizes que nos são impostas. Exemplo maior foi à implantação da vestimenta. Ninguem foi consultado. Não ouve pesquisa de campo. Na época a vestimenta se tornou um segredo de estado até que em uma Assembleia bem distante em uma apoteose de um “Fashion show” digno de desfiles de moda realizados no Anhembi em São Paulo mais de 20 modelos desfilaram para alegria dos que lá estavam.

               Se a ideia era reorganizar a uniformização que muitos achavam estar meio descuidada, tudo piorou. Fizeram 19 tipos. Mesmo com algumas normas no POR ninguém deu bola. A apresentação se desleixou. Ninguém em sã consciência pode dizer que a sociedade brasileira aplaudiu e o escotismo vai caindo no esquecimento já que nosso principal marketing a postura e garbo não tem respaldo daqueles que um dia admiravam e conheciam os escoteiros.

               Muitos irão a Assembleia Nacional. Se meu conselho valesse já que sou um caqueano de mão cheia, que votem em alguém que se preocupa mesmo a acabar com esta mazela de continuidade onde parece mais a casa do bolinha, onde menina não entra e só entra quem for do clube. Tudo na alta cúpula é feito para dar continuidade aos donos do poder. Mudanças só quando termos um eleito, de alto espirito Escoteiro daqueles forjados no aço de Baden-Powell bater a mão na mesa e dizer: - Vamos deixar que todos associados possam dar sua opinião. Quando sentir que existe mais segurança e menos vaidade, quando sentir que agora temos chefes dignos que se voltam para uma democracia plena. Quem sabe se ainda estiver vivo irei fazer novamente meu registro na UEB e nunca EB.

              A politicagem desavergonhada do nosso Congresso Nacional em Brasília em que políticos que não tem a mínima decência fazem tudo para continuar no poder não pode ser imitada pelo Escotismo a seguir a mesma trilha. Somos todos responsáveis para que a maioria dos jovens do Brasil possam também participar do escotismo, independente de sua classe social ou escolha espiritual. Escotismo não é só para ricos. Não é lugar de fofocas, de donos do poder que não se preocupam com opiniões de outros. Não é lugar para decisões sem consulta e que muitas vezes atuam com falsa ética escoteira. Os resultados estão aí. Somos em população jovem o país com menor numero escoteiro em quantidade e qualidade comparados com outras nações.


              Não sei se você que pode votar seja o que foi eleito por uma região ou então com poderes adquiridos, irá levar a sério minhas palavras. A luta para um escotismo democrático é longa. A escolha é sua. Veja bem em quem vai votar!  

    Precisamos de homens e mulheres dignos para dirigir o escotismo brasileiro. Infelizmente são poucos que lutam para um escotismo democrático que dê possibilidade a todos de votar e ser votado, dar a todos os jovens direitos de praticar o escotismo, independente de sua classe social ou escolha pessoal. Hoje pobre não faz escotismo. Hoje temos um regime representativo que não consulta não pesquisa e nem pensa em estar junto à plebe escoteira em seus grupos para ouvir. Será que algum dia estes Manda-Chuva do poder serão substituídos?

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