Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Um pouco do autor.





Apenas um Velho Chefe Escoteiro. Nada mais...

Há tempos, me tornei uma cópia de escritor de temas, artigos, tudo baseado no Movimento Escoteiro que conheci desde 1947. Época em que tive a honra de ser aceito como lobinho da matilha marrom. Os anos passaram e quando passei a frequentar a elite escoteira nacional, comecei também como tantos a dar sugestões, sentindo a necessidade de manter viva na memória o escotismo como o conheci. Desde 1968 que escrevo sobre tudo. Nunca desisti das minhas escritas. Para alguns sem valor para outros uma confirmação do que acreditam como eu.
  
“Histórias que os Escoteiros não Contaram”, foi o título inicial. Nem me lembro mais porque dei este nome, quem sabe por que fui o primeiro a escrever fascículos desta maneira. Me copiei de antigas publicações do Delta, um comissário de um condado inglês que me trouxe muitos dividendos. Comecei a escrever em 1986. Não parei mais. Surgiram outras fases, e minha escrita foi aumentando até chegar aos dias de hoje com mais de cinco blogs escoteiros e mais dois enveredando por caminhos diferentes, o que não é o caso deste introito.

Os fascículos são escritos muitas vezes de forma sucessiva, tentando mostrar o crescimento interior e a evolução dos acontecimentos. Narrado por um "Velho" Escoteiro figura não muito vulgar ao nosso meio, por ser cheio de surpresas, egocêntrico, com manias próprias da idade (nem sempre isto acontece), tem um coração enorme. Acompanhado de sua esposa a Vovó, uma alma cheia de luz, sempre a seu lado, e para completar o trio, um Chefe Escoteiro iniciante, interessado em aprender e que se tornou um amigo inseparável do "Velho".

Aqui não há nomes, indicações de locais, datas. Tudo é fictício, irreal, fatos narrados até podem ser comparativos com varias situações, mas não existe nenhuma forma de censuras a quem quer que seja. Os fascículos não pretendem ensinar, apesar de que alguns acham isto. E fico feliz em que pensem assim. No entanto o intuito é de divertir, conhecer personagens interessantes no nosso meio escoteiro. Claro sempre existe uma “pitada” aqui e ali, destinada a melhorar nossas performances no dia a dia de nossa labuta escoteira.

Repito os fascículos não são para contestação. Como disse não sou um escritor e nem tenho facilidades de expressar com clareza o que penso. Como já dizia Baden Powell, meu conhecimento da escrita foi adquirido na Universidade da Vida. Aceito críticas, sugestões e do fundo do coração desejo que nossos dirigentes alcancem o sucesso que estão buscando. São nossos sonhos desde que entramos para este movimento maravilhoso.

Fiquem a vontade, e olhe, tente ler os artigos conforme sequência numerada. É mais fácil de entender.

Sempre Alerta

Os personagens.

O Chefe Escoteiro é aquele que está na ativa e se preocupando com os rumos do Escotismo. Ele não se preocupa em ser um chefão. Quer apenas ajudar aos jovens na sua trilha de aventuras.

O "Velho" não está presente, já participou do Movimento, acredita ainda em toda a metodologia criada pôr Baden Powell, mas aceita as mudanças com  ressalvas. É um “chato”, excêntrico e tradicionalista pôr natureza!

 Vovó é aquela que ficou em casa, vendo a vida passar junto ao  seu marido dando tudo de si para o Escotismo esquecendo-se dela mesma e cuidando da família. Existem mulheres assim. São minoria, mas existem!

O Chefe Escoteiro, o Velho e a Vovó fazem o triunvirato das histórias dos fascículos. Todas as personagens são fictícias. O escotismo hoje é totalmente diferente do passado. Não pretendemos sugerir aqui onde se basear para a prática do melhor escotismo. Mas você pode ter uma melhor compreensão de tudo para que suas ideias sejam clareadas e sua mente compreenda melhor como praticar e conhecer o escotismo.


Contatos por e-mail - elioso@terra.com.br

Matar ou morrer! Já leu? Não? Veja uma pequena parte da historia: - O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO GAVIÃO NEGRO.


Matar ou morrer!
Já leu? Não? Veja uma pequena parte da historia:
 - O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO GAVIÃO NEGRO.

            Dezoito horas e quinze minutos. Sinaleiro ouviu um trovão no céu. O foguete do Chefe Nemo parecia um tiro de canhão. Os patrulheiros da Falcão tremeram. Dominó olhou para Sinaleiro de olhos arregalados. – Calma Dominó é só um jogo. Lembre-se você é um falcão e um falcão não tem medo! Olhou para os outros dizendo: – Logo que entrarmos na mata vamos nos separar. Não ficar longe mas nunca juntos. – Fechem os olhos por dois minutos e vão se adaptar logo a escuridão.  

              Continuou: - É um jogo e temos de matar para não morrer.  – Sinaleiro riu baixinho. Sabia que seria uma barra chegar ao Forte. Quase três quilômetros. Todos monitores receberam o mapa da selva. Andaram menos de cem metros e a trilha sumiu no meio da mata. Amarrou a bússola em seu pescoço. A senha era o grito do Sabiá Laranjeira. A selva estava muda. Nenhum som.

          Corredor tinha orgulho de sua patrulha. Treinaram semanas o grito do bugio com perfeição. Camuflados Corredor e os patrulheiros não sentiam medo. Era uma Patrulha unida. Anos juntos fazendo escotismo. Tinham histórias para contar. Ninguém disse nada quando entraram na mata e a escuridão os pegou em cheio. Quase não viam nada. Montanha parecia dominar a escuridão. Olhos abertos para não ser morto desprevenido. Sabia que mataria mais de dez. Jurou que seria o campeão.

            Eram peritos em andar em matas. Inclusive à noite. Ficaram cinco dias treinando como rastejar em florestas. Sabiam que poderiam perder, mas seriam páreo duro. Deram uma parada. Corredor só ouvia a sua respiração. E a mata? Ela não respondia? Porque este silêncio? Aqui não têm animais e pássaros noturnos?

              Professor olhou com carinho para Pequeno Polegar. Ele fingia que não tinha medo, mas Professor sabia que ele tremia. Fique ao meu lado disse! Noviço, entrou há quatro meses. Parecia um lobinho apesar dos seus onze anos. Fora Lobinho Cruzeiro do Sul e chorou muito quando passou para a tropa. Mas quem não chorou? Professor conseguiu que sua tia fizesse oito toucas ninjas negra. Ficaram ótimas. Dava para impressionar principalmente à noite.

               Fez o possível para treinar os patrulheiros da Lobo Cinzento na mata do Onça. Esqueceu-se de treinar uma senha, mas sabia que sempre estariam por perto se fizesse algum sinal. Sinal no escuro? Faltava pouco para começar a matança. Matança? Isto não o preocupava. Interessante é que sentiu que a floresta se calava. Nenhum sinal mortal parecia viver dentro dela.

            Dentuço sussurrou para Centeralfo. – Estamos nos distanciando! Não podemos nos dispensar e sumir na escuridão da selva. – Têm razão Dentuço, chegue perto de cada um e diga para ficarmos próximos. Os patrulheiros da Patrulha Quati eram na maioria fortes, altura normal, mas bem maiores que os outros Escoteiros das demais patrulhas. Centeralfo não sabia se seria uma vantagem ou desvantagem. Todos se achavam vencedores do jogo.

             Eram vitoriosos nos jogos de Scalp. Ganhavam com facilidade o troféu eficiência. Centeralfo era um grande mateiro. Conseguiu tocar um quati e um tatu sem perceberem sua presença. Assustava com a floresta calada. Por quê? Olhou para cima, para os lados, com dizem os lobinhos abriu os olhos e os ouvidos e nada. O único som que ouviu foi de um estalo de um galho que alguém da patrulha pisou.

               Chefe Nemo, Chefe Euclides, Goiabada e Calango os seniores estavam calados próximo ao Forte. Sentados um ao lado do outro na Pedra Grande onde montaram seu staff. Todos de olhos na floresta. – Diabos pensava Chefe Euclides, que coisa esquisita! A mata não fala? Era mesmo de assustar. Não havia lampiões acesos. Nem tochas. Essas só às cinco da manhã onde todos se encontrariam. O relógio marcava uma meia. Chefe Nemo não gostava do que estava acontecendo.

               - Jogo é jogado e lambari é pescado pensava. Sentia algum fantasmagórico no jogo. Almas do outro mundo dizem não gostar de ser incomodadas. A ilha era uma delas? Não preparação não viram nada. Três meses dentro da selva. Os pássaros cantavam, os bichos corriam prá lá e prá cá. Ouviram um estalo. Outro e parou. Goiabada o Sênior levantou e pegou um bastão. Não tinha medo de alma do outro mundo. Que venham os demônios, estou preparado. Gostava de um jogo Quebra-pau. Calango outro sênior olhou para cima e assustou. Um enorme Gavião Negro voava nos céus. Era um vulto fantasmagórico e não esperado.

              Trinta Escoteiros avançavam cautelosamente na floresta escura. Ninguém via ninguém. Cada Patrulha escolheu um canto da ilha. Três da manhã. Eles sabiam que breve iriam se encontrar. Que Deus tivesse piedade de quem corresse, seria presa fácil ao ficar longe dos seus amigos. Nenhum som. Só se ouvia a própria respiração. Era uma aventura inesquecível. Pensavam que seria a única. Rezas e orações pipocavam nas mentes dos escoteiros. Nervos a flor da pele. Professor suava, não tremia, mas estava em uma situação anormal que nunca aconteceu com ele.

             Sinaleiro de olhos arregalados buscava na floresta algum sinal. Os patrulheiros sumiram de sua vista. Corredor pela primeira vez na vida teve medo. Isto é anormal pensou. Onde estão todos para lutarem? Que espera infernal. Centeralfo parou. Sua respiração ofegante. Medo? Impossível, Centeralfo não sabia o que significava a palavra medo. Sentiu um barulho esquisito, era um galho de árvore a toda velocidade em direção ao seu rosto. Não deu para desviar.

             Sinaleiro via a sua frente uma figura espectral pulando freneticamente como se fosse um zumbi do outro mundo. Tremeu! Meu Deus! Não gritou, pois Sinaleiro era um Escoteiro de verdade. Um barulho monstro como se o inferno estivesse chegando a terra caiu sobre a floresta. Mil latas explodindo no chão. Uma torrente de água jorrando do céu sem parar, Cafuné foi jogado ao ar preso por um cipó dois metros acima do chão de cabeça para baixo gritando feito um louco e pedindo socorro. Ninguém se entendia, os planos foram por agua abaixo, 30 meninos Escoteiros se encontraram naquela escuridão alguns gritando outros chorando e muitos sendo mortos sem dó e sem piedade...

- Epa! Essa é só uma parte do meu livro: - O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO GAVIÃO NEGRO! Quer ler todas a história? Peça no meu e-mail e recebe em PDF de graça. ferrazosvaldo@bol.com.br. Não peça por aqui. Não vai dar para atender. Só no meu e-mail. E melhor vai junto outras quatro para você viajar no fantástico mundo dos escoteiros. Aguardo seu e-mail.


Nota - Ainda não leu? São cinco livros com histórias narradas de forma simples e direta, mas com uma pitada de aventura que não pode faltar aos escoteiros e chefes. Todas em PDF e gratuito. Histórias eletrizantes onde você vai vibrar com cada uma delas. Contada de maneira simples, e com aquela pitada de quero mais. Peça no meu e-mail e terei prazer em enviar para você! Em PDF. Peça na minha caixa postal ferrazosvaldo@bol.com.br e terei prazer em saber que vai ler. Se vai gostar não sei!

quinta-feira, 29 de março de 2018

Minhas publicações



Olá,
Estou colocando a disposição dos meus amigos escoteiros ou não, quase tudo que escrevi até hoje sobre escotismo. São contos, histórias, artigos, técnicas escoteiras, simbolismo, místicas, temas sobre Baden-Powell e também os meus sonetos de boa noite.  Muitas das publicações não são de minha autoria. Compactei os contos para facilitar a leitura e ter sempre a mão quando quiser ler. Tudo em PDF e sem ônus. Não existe nenhum livro ainda publicado. O sonho persiste. Ficar guardado sem oferecer aos amigos seria um contrassenso do meu lema Servir! Se estiver interessado peça primeiro a Lista dos Blocos pelo meu Imbox ou pelo e-mail para conhecer os títulos oferecidos. Os Blocos são numerados de 01 a 27. Ao receber e fazer o pedido se atenha as instruções na Lista. Fora dela não poderei enviar o pedido. Acredito que todos sabem da minha saúde que me impossibilita ficar além do tempo na internet. Lembre-se é um prazer atender você. Fraternos abraços e Sempre Alerta!
Chefe Osvaldo

Nota – Os que quiserem compartilhar em outros grupos ou páginas fiquem a vontade. Quem sabe tem outros que irão se interessar. Obrigado.

domingo, 18 de março de 2018



Prezados amigos leitores.

Por algum tempo estarei desativando dois blogs que publico minhas postagens de contos e artigos escoteiros. Este é um deles. Devido a problemas de saúde está difícil manter minhas postagens neles. Ainda continuo na luta escrevendo e publicando em dois outros blogs que ficarão na ativa nas publicações diárias.

No blog do Chefe Osvaldo (vado1941.blogspot.com) o mais antigo dos meus blogs estarão os artigos escoteiros e alguns contos interessantes.

No blog as Maravilhosas Histórias Escoteiras – (Historiasescoteiras.blogspot.com/) você poderá ler todas as minhas histórias já publicadas e a publicar.

Se você é um aficionado em conhecer o escotismo na visão de Um Velho Chefe Escoteiro sua participação e leitura será uma honra nos meus dois blogs.

Minhas sinceras desculpas por deixar inativo blogs cuja participação dos leitores eram frequentes.

Fraternos abraços e meu Sempre Alerta!
Chefe Osvaldo Ferraz.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Conselhos de Baden-Powell. Perseverança.



Conselhos de Baden-Powell.
Perseverança.

- A divisa do Escoteiro é “Nunca dar-se por vencido até que venha a morte” e, seguindo-a, livrar-se-á de muitos apuros, quando tudo parece correr-lhe mal. Para isso é preciso um misto de audácia, paciência e força, a que chamamos “tenacidade”.

- Quando tudo parece correr mal, sorri e canta o estribilho: “Insista, insista, insista” e verás como afinal tudo sai bem. Um grande passo para o êxito é ser capaz de suportar as desilusões. Um Escoteiro de verdade é sempre o mais paciente dos homens; não fica aborrecido se não conseguir logo à primeira; antes espera e trabalha serenamente e com determinação até que por fim “vai lá” - tanto nas pequenas coisas como nas mais importantes.

- “O carvalho foi em tempos uma plantinha”. Se alguma vez sentires fugir a esperança de vires a ter êxito na vida partindo de um modesto princípio, lembra-te de que até mesmo o carvalho, essa árvore tão grande e vigorosa, começou por ser uma pequena planta caída no chão.

- Nunca te dês por vencido até o estares mesmo; continua a lutar contra os perigos e dificuldades não cedas perante eles, e acabarás provavelmente por sair vencedor. Quando o teu entendimento te disser que tal é impossível, responde-lhe: - “Não, impossível não. Vejo bem o que poderia ser. Posso tentar. Posso vencê-lo, posso, posso, posso, e vou mesmo vencê-lo!” E aposto dez contra um que vencerás.

- “Nada é difícil para um homem com força de vontade”. Se tiveres vontade de conseguir alguma coisa, consegui-la-ás mesmo, seja o que for que se erguer no teu caminho.
Do livro “Rastros do fundador”.

Nota – Às vezes me pego a folhear os escritos de Baden-Powell o que me faz muito bem. Leia BP, conheça BP, siga BP. Acho que foi assim que meu amigo Rinaldi me ensinou. Estou tentando desvendar as páginas do que BP escreveu no seu “Rastro do fundador”. Um dia chego lá. Não está fácil. Se estiveres em dificuldades, este seu comentário tem mil e uma utilidades. Amigo, entenda BP e sorria, vale a pena!

quinta-feira, 8 de março de 2018

Conversa ao pé do fogo. Carta prego para lobos existem?



Conversa ao pé do fogo.
Carta prego para lobos existem?

Nota – “Carta prego são instruções lacradas em um envelope, para desenvolver nos jovens o espírito de aprender fazendo, proselitismo, técnicas e aprendizado de agir junto a comunidade ou mesmo com a natureza. Tem horários determinados tanto para o início como no fim. Costuma-se premiar a Patrulha ou Matilha que conseguiu atingir um número de pontos previamente combinados. Os prêmios podem ser: - Flor de Lis de Lapela, moeda da boa ação, caixa de bombons etc.”.

               Já vi chefes de lobos serem contra esta atividade. Penso diferente. A carta prego tem tudo para dar ao lobinho o espírito de liderança, equipe e aprender a fazer fazendo. São coisas de escoteiros? Claro que não. Acredito que devemos treinar os jovens na Alcateia com vivência suficiente para devidamente preparados na passagem pra a “cidade dos homens”. É lá que vão viver um dia. Portanto a carta prego tem um lugar especial na formação dos lobinhos.

                Ela é divertida, dá oportunidade aos lobinhos de aprender fazendo e se virar mesmo sem sua chefia por perto. (vija instruções abaixo). Se bem preparada desperta no lobo o desejo de seguir o Mowgly na sua caçada em Seeonee. Lembremos que nos escoteiros e seniores o sentido é igual, mas o modo de fazer é diferente. Importante que eles saibam que os chefes não estarão presentes.

                 Claro que todos os passos sempre irão existir algum adulto responsável. Serão sim acompanhados, mas a distancia. Para isso tudo deve ser bem preparado e planejado. É nessa hora que precisamos de pais, mães e ou pioneiros para ajudar. O principio é mostrar que temos confiança não só no lobo como na Matilha. Devemos, portanto preparar as matilhas principalmente como atuar em equipe. Nada melhor que instruir o lobo a ser disciplinado e obedecer sempre aos Velhos Lobos.           

               - Obedecer ordens, manter a Matilha unida, obedecer ao primo, e seguir sua lei. Tudo bem treinado antes na sede. Eu costumava ouvir muito os primos e os segundos, pois eles sempre tem o que dizer e opinar. Não se hoje ainda existe o Conselho de Primos, ele sempre foi a base para a discussão de um bom jogo ou uma boa atividade. Diferente da Corte de Honra ou Conselho de Monitores. 

                    - Pensemos em uma Carta Prego pela primeira vez com duração de mais ou menos uma hora. As próximas terão tempo maior. É possível? Claro que sim. Se todos os cuidados forem tomados o sucesso é garantido. Aprender errando e fazendo é um dos princípios para que as Cartas-Prego do futuro sejam cada vez melhores. Comece em volta da sede ou um local próximo com instruções claras tais como – Abrir a carta as “tantas” horas e cumprir as determinações. Exemplo: Descobrir alguém que já foi escoteiro, pai de escoteiro ou que tenha uma história escoteira para contar.

                     - A carta prego é entregue ao Primo e a sua Matilha com seriedade e poucas palavras: Os chefes já discutiram antes sobre ela. Exemplo: - No horário determinado leiam e cumpram o que está escrito no verso do envelope. Ao chegar ao destino abram a carta e sigam suas instruções. Cumpram o horário com responsabilidade. Não esquecer de ter uma boa equipe de mães pioneiros ou simpatizantes para ajudar. Cuidado, pois tem algumas que querem resolver, principalmente se tem filhos. Isto está fora de cogitação. Quem sabe inventar um código caso precisem de ajuda. Girar um lenço sobre a cabeça?

                  - Se deu certo a primeira veja a motivação para a segunda a terceira e depois dar um tempo. Esta já pode ser feita mais distante da sede. Ir de transporte público (ônibus) em um local aprazível com um bosque, um Zoológico, um parque bem arborizado. Não se assustem, haverá fora das vistas deles por perto. Não só no local como no ônibus. Não esquecer o necessário para eles desenvolverem as tarefas.

                        - As instruções são simples e diretas. Exemplos: - Em frente a casa de numero X se apresentem ao proprietário, expliquem o que são os escoteiros e os lobos, de onde surgiu. Fazer perguntas conforme um questionário previamente montado. Não esquecer de perguntar se acham válidos nosso movimento. - Preparar dois pais ou dois chefes, que em determinado local estarão em frente um ao outro, separados por três ou quatro metros. Um com uma sacola cheia de objetivos e outro com uma vazia. Irão jogar para o outro que guardará imediatamente na sacola vazia. Cabe a Matilha identificar e anotar o objeto.

                           - E assim as instruções vão sendo desenvolvidas. Quantas? A critério dos chefes e do horário disponível. Não esquecer o horário de lanche, água etc. Cada um deve levar em uma sacola ou mochila sua “matutagem”. Levar também um cantil ou um similar de plástico. Deixo-os sozinhos nesta hora. Estão aprendendo! Lembre a eles que não poderão ficar próximo de outra Matilha. Estão aprendendo a se virar.

                            - Sei que alguns dirigentes não são a favor de tais atividades. Acham que isto fica bem para os escoteiros e os lobos não. Eu digo o contrário. É notável a alegria deles com uma bússola, seguir mapa (simples) saber o que é sotavento, pontos cardeais e colaterais. Quem sabe uma prova de uso do nó de evasão. Eles preparam necas de Chefe. – Seguir para o rumo Oeste, ande duzentos passos virar para sudoeste e percorrer mais duzentos passos. Anotar tudo que acharem interessante no seu caderno de Matilha. Isto é bom demais! Já estão até pensando como vai ser na Tropa Escoteira.

                          - As etapas serão desenvolvidas pela chefia. Uma boa carta prego tem de motivar, ter gosto de quero mais, curiosidade em abrir e ver as instruções. Cobrar horários e não esquecer da lista de material individual.   Lembremos que é uma diversão. Um primeiro passo, fazer fazendo. Errando até fazer o certo. Chefes? Pais? Ótimo. Distantes e próximos e de olhos bem abertos.

                           - Pensem das vantagens de uma atividade como essa. Esqueçam as criticas que isto é coisa de escoteiros. Quem sabe por falta de boas atividades mateiras muitos jovens ficam pouco tempo depois da passagem. A Lei e a promessa do lobo deve ser sempre lembrada. Não se esqueçam em fazer uma dinâmica como todos no final para saber o que acharam. Vocês vão se surpreender.
Desejo a todos SUCESSO! Que os lobos possam viver a CARTA PREGO quem sabe nos Tempos das Falas Novas bem próximo ao Rio Waingunga em Seeonee.

Nota - CARTA PREGO. Já ouviu falar? Já fez? Gostou? Pode comentar? Aqui uma sugestão. Leiam analisem e vejam se vale a pena fazer uma. Não vão naquele velho chavão que isso é coisa de escoteiros. Lobinhos não? O que fazia Mowgly na Selva? Seguindo o Baloo e a Bagheera puxado pela mão? Pelo dito e não dito, pelo menos pensem, não custa nada tentar!


segunda-feira, 5 de março de 2018

Coisas da vida. Apenas um Chefe Escoteiro.



Coisas da vida.
Apenas um Chefe Escoteiro.

                        - Uma Chefe me enviou a seguinte mensagem: - Chefe Osvaldo, se possível gostaria de escrevesse algo sobre a evasão e “confusão” entre chefes e dirigentes. Em minha cidade existem chefes novos que já trocaram de lenços três vezes (?). Pregam lealdade, amizade e sorrisos nas dificuldades, mas no primeiro senão tiram o time de campo e lá vão eles abrir novos grupos. O pior é que parecem novos inimigos, não cumprimentam ninguém e fico pensando do que valeu a promessa que fizeram. Afinal grupos na mesma cidade que não tem fraternidade me pergunto: - Isto é escotismo?

                           - É minha simpática amiga. Novos tempos. Tem explicação? Quem sabe é a confusão que se meteu a União dos Escoteiros o Brasil, na ânsia ou preocupação de novos grupos filiados ao “inimigo” e tudo é válido. Ninguém pergunta por que saiu, por que começar um novo e se deixou saudades de onde nasceu. Nunca vi isso e nunca pensei em ver. Mas qual o exemplo que os dirigentes dão? “Se não joga no meu time, não lhe dou a mão e nem considero você um amigo meu”!

                           A expansão apregoada muitas vezes é uma atabalhoada mania de dizer que cresci, mas não garante o tempo que vai durar. Se um dirigente processa outro que não quer mais ser servil e mesmo que ele tenha promessado no passado o que pode se esperar de chefes que não aceitam as lideranças onde nasceram? Claro que muitos tem “longevos” assumindo a posição de “mando”, “dono” de “´proprietário” e esquecem-se da democracia que pensam estar ensinando, mas não executando no seu habitat.

                          Afinal somos humanos, cheios de erros e acertos. Ainda não chegamos ao abraço no beijo inocente, no aperto de mão dado com o coração. O sonho do poder, de ser melhor, de comandar em vez de orientar. Uma desconfiança do que ele quer, do que deseja, se meu “terreiro” é desejado e se meu poder pode ser contestado. De que adianta uma promessa? “Prometo pela minha honra” – Que honra? Deus pátria e lei escoteira? Costumava em meus cursos insistir nesse ponto. Pensou bem amigo o que significa ser Chefe? – É você o exemplo e mais ninguém!

                           Há uma conduta de muitos respondendo ou exigindo que sejam os melhores: - “No meu grupo padrão estaremos sempre em primeiro lugar”. E olhe que repetem aos ventos que a filosofia escoteira chegou para ficar... Eu mesmo já fui intransigente. Querendo que os demais fossem como eu era. Era perfeito? Escoteiro Modelo? Isto existe? BP pensou que deveríamos ser perfeitos?

                            Ele nos ensinou fraternidade, ensinou lealdade, disse que a felicidade é alcançada fazendo os outros felizes. Aprendemos? Caminhamos para ser uma linda utopia de Xangri-lá? A felicidade suprema? Claro que não, mas não seria este o objetivo de uma fraternidade universal? Exemplos, precisamos sim de exemplos e tem muitos que não podem dar.

                             Dizem que os exemplos vem de cima, não àqueles exemplos de sorrisos falsos, mas de atos que se transformam em poemas de amor, de respeito, de fraternidade do orgulho em dizer: - Somos todos irmãos! Eu estou aqui para ajudar você no que der e vier! Não tenho mais argumentos. A Chefe me pegou de raspão. Hoje precisava ficar na saudade, na minha barraca de molho acreditando que logo estaria pronto para uma excursão. Não estou, volto para lá e pensando:     

– “Você não precisa ser um Chefe Escoteiro dentro dos padrões esperados. Basta levar a sério a lealdade, a irmandade e a fraternidade. Basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto da Cotovia, dos ventos e das canções da brisa. Tem que saber sorrir e dizer muito obrigado. Tem de ser humilde e aceitar criticas. Enfim tem que ter muito amor no coração”. Difícil? Acho que não!

Nota - Para os erros há perdão. Para os fracassos, chance. Para os amores impossíveis, tempo. Não deixe que a saudade sufoque que a rotina acomode, e que o medo impeça de tentar. Chefes? São fortes, mas não arrogantes. Sinceros? Talvez. Corajosos? Porque não? Mas que eles cativem uma pessoa de forma pura. Que sorriem com coração e que te olhem com carinho. Afinal nossa causa não é de amor paz e fraternidade?

sábado, 3 de março de 2018

Bons e velhos tempos... Meu amigo Chefe Caetano.


Bons e velhos tempos...
Meu amigo Chefe Caetano.

              Hoje não irei publicar um conto escoteiro. Muito menos um artigo. Lembrei-me de um amigo muito querido que está no céu e a ele quero prestar minha homenagem. O conheci quando fui o Chefe do 151º Grupo Escoteiro Águia Branca com sede na Igreja dos Remédios em Osasco SP. Pai de um escoteiro e uma escoteira em pouco tempo mostrou suas qualidades como Chefe em nosso grupo e porque não no Distrito de Osasco como Comissário Distrital.

             No final da década de setenta entrei no Águia para ficar pouco tempo. O Grupo estava quase fechando. Quis o destino que nos meus doze anos que lá permaneci ficamos amigos.  Com sua ajuda e de muitos outros chefes tive a honra de fazer do Águia um grupo com mais de cento e sessenta participantes.

              Chefe Caetano foi incansável em tudo que praticou no escotismo. Participante assíduo junto com sua esposa Chefe Marisa, era presente em todas as reuniões e nos acampamentos. Foi em São Lourenço da Serra, um local maravilhoso que acampávamos frequentemente que tomei sua promessa escoteira. Foi um dia especial, céu de brigadeiro, acampados por três dias, todos uniformizados para o cerimonial de bandeira vi como o Chefe Caetano levava a sério sua promessa.

             Chefe Caetano teve um trabalho estupendo no grupo Escoteiro Águia Branca. Ele e a Chefe Marisa davam apoio a tudo que realizávamos e quantas vezes cantamos, sorrimos, dançamos a “Piaba” de uma maneira descontraída e feliz. Sai do Grupo em 1990 por motivos profissionais. Caetano ainda continuou anos como Distrital de Osasco. Todos os grupos do Distrito tinham por ele muita admiração e respeito.

             Faleceu jovem ainda, deixou saudades. Ficamos ausentes por muitos anos um do outro. Cada um com seus motivos o que compreendo perfeitamente. Seus filhos continuaram no Escotismo fazendo o que todos os jovens querem quando se tornam escoteiros. Liz de Ouro e Escoteiro da Pátria. Mais tarde seu filho mais velho, hoje homem feito e com filhos se tornou Chefe do Grupo dando todo apoio ao Águia Branca mostrando que era uma família de estirpe escoteira a quem com orgulho tiro meu chapéu.

              Esteja onde estiver Chefe Caetano está em meu coração. Foram quase onze anos de puro deleite e felicidade, onde duas famílias fizeram de uma união o que chamamos de fraternidade escoteira.

Para você Marisa, para toda sua família e para o Chefe Caetano em especial, eu tiro meu chapéu e com orgulho digo: - Sempre Alerta meu amigo! Para sempre!

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Guia do Lobinho.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Guia do Lobinho.

 - “Aos Pais, Akelás, Baloos e Bagheeras, a todos que lidam com Lobinhos, esperando que saibam adaptar as ideias deste Manual (e nenhuma delas é inovação) a vida do menino na Alcateia ou fora dela”.- Chefe Carlos Gusmão.

                     Epa! Calma, não é um novo manual de Lobinhos, nada disso, estou apenas abrindo as páginas do Guia do Lobinho do Chefe Carlos Gusmão de Oliveira Lima. Foi o primeiro que tive a oportunidade de conhecer e ler lá pelos idos de 1958. Simples, apenas 90 (noventa) páginas, mas aprendi muito com ele.

                     Parecia pequeno, mas meus amigos da Alcateia tinha coisa do arco da velha. Tinha a História de Mowgly, formaturas, provas de pata tenra, lei e promessa, bastão totem, máximas da Jângal, lema, saudação, grande uivo , uniforme e religião.  Falava na fraternidade mundial, a Matilha, o conselho de primos, as provas de uma e duas estrelas, bandeira, hino nacional, nós, destreza, higiene, relógio, transito, especialidades... Gente quanta coisa!

                    E as especialidades que ensinava? Muitas. Gostava de Primeiros Socorros, ginásticas, habilidade Manual e Economia. Ensinava o Hino a Bandeira e Nacional. E a passagem? Sentia firmeza quando lia sobre ela. Pequeno o manual, pequeno mesmo, mas me deleitava com a parte de Excursões, Torneios, Visitas e Acantonamentos. Chefe Gusmão dizia que o Campo ou a Floresta eram os melhores locais para divertidas atividades de Lobinhos. 

                   Era no campo que se realizavam os jogos, cantos, provas e muitas vezes um bom banho de cachoeira ou um regato raso. Ele recomendava que se fosse para o campo não esquecesse o calção e toalha. Era bom demais. E as frutas silvestres? Recomendava que não se esquecesse de pedir permissão para excursionar nas terras desconhecidas. Como os escoteiros ele insistia que todos devem deixar o local ainda mais limpo do que encontrou.

                  Falava muito dos torneios de jogos, representações e provas entre os lobinhos. Insistia que o importante é que tudo deve ser bem divertido e perder ou ganhar não deve modificar a alegria dos moradores de Seeonee. Recomendava sempre a fraternidade e para isto nada melhor que visitas a outras alcateias, pois ali se poderia fazer bons amigos para quando passassem para a cidade dos homens eles se reencontrassem novamente mostrando que os Badenianos são irmãos de sangue para sempre.

                 E no final do Manual ele escreveu:

- Quando você já tiver nove anos e seis meses de idade, Akela convidará você para fazer um acantonamento. Voce irá com os chefes e os lobinhos maiores passar três ou cinco dias fora de casa, dormindo no chão, em uma barraca, ajudando na cozinha, fazendo atividades nos campos e vivendo a vida de Mowgly como ele gostava. E finalizava: - “É quase um acampamento de Escoteiros”!

- “Guia do Lobinho, de Carlos Gusmão de Oliveira Lima. Um manual que nunca esqueci”!

Nota – Anos se passaram, Guias e Manuais de Lobinhos deixaram para trás os escritos por Baden-Powell e o Chefe Carlos Gusmão. Muita coisa mudou. Penso que deve ter sido para melhor, mas o Guia do Lobinho do Fundador e do Chefe Gusmão deixaram saudades para quem os leu e teve a oportunidade de aplicar o que ali estava escrito e ensinado. Melhor Possível.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A natureza do jovem no escotismo ou fora dele. Por Baden-Powell.



A natureza do jovem no escotismo ou fora dele.
Por Baden-Powell.

- À medida que entramos na nossa carrancuda velhice, temos tendência a esquecermo-nos de que em tempos fomos jovens. A primeira coisa a fazer é, pois, estudar o próprio rapaz; descobrir os seus gostos e antipatias, as suas qualidades e defeitos, e orientar por estes a sua educação. Os rapazes querem variedade. Não fiques surpreendido quando eles se cansam de uma coisa. Mantém-te alerta, tem já pronta a seguinte. Uma criança não pode estar quieta durante dez minutos quanto mais horas inteiras, como por vezes se lhes exige na escola.

- Temos de nos lembrar de que está atacada mental e fisicamente, do «frenesim do crescimento». O melhor remédio para isto é mudar de assunto, deixá-lo sair para uma corrida, ou para uma dança guerreira. Há cinco por cento de bem até no pior dos carácteres. O que é interessante é descobri-lo, e depois desenvolvê-lo até atingir uns 80 ou 90 por cento. O rapaz tem em geral absoluta confiança nas próprias forças. Por isso não gosta de ser tratado como criança nem que o mandem fazer coisas ou lhe digam como hão-de fazê-las.

- O rapaz é geralmente fino como uma agulha. O rapaz não é capaz de se apegar a um trabalho durante mais de um ou dois meses porque precisa de mudança. Quando encontra alguém que se interessa por ele, o rapaz corresponde e vai para onde o levam. Os rapazes são ordinariamente amigos leais entre si, e a amizade é quase um sentimento natural neles. Gosto de comparar o homem que procura levar os rapazes a estarem sob boa influência a um pescador que pretende apanhar peixe. Se o pescador iscar o anzol com a comida de que ele próprio gosta, é provável que não apanhe muitos peixes. Usa, portanto, como isca, o alimento de que os peixes gostam.

- O mesmo se dá com os rapazes, se tentarmos pregar-lhes aquilo que consideramos coisas elevadas, não os apanharemos. A única maneira é estender-lhes alguma coisa que realmente atraia e os interesse. Porque é que a psicologia do rapaz se pode comparar a uma corda de violino? Porque precisa ser afinada no tom exato, e pode então emitir música a valer. Em grande parte, o rapaz adquire a correção do espírito através de ações corretas, na medida em que a ação do homem é inspirada pelo seu espírito.

- É por isso que encorajamos no Lobinho a seguir no Escoteiro, o hábito de praticar boas ações, e é assim que através das ações se desenvolve nele o espírito de ser útil; e por último, como Escoteiro e como homem, é o espírito que o inspira a servir e a sacrificar-se. Se um homem não consegue entender-se em dez minutos com rapazes que não esperam por outra coisa, devia ser fuzilado!

Lord Baden-Powell of Gilwell, do seu livro: - Rastros do fundador!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Luz! Câmara! Ação!



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Luz! Câmara! Ação!

                         Estava pensando em fazer uma transmissão ao vivo no Facebook.  Falar de escotismo... Novidade? - Tem assunto melhor? Estarei vestido a caráter, pose de Baden-Powell com sua linda bengala presente de M’hlala Panzi um Chefe Zulu que o apelidou de “O Lobo que nunca dorme”! Vestirei o meu caqui querido, calça curta sim senhor! Colocarei as poucas medalhas que me deram e depois quiseram tomar. Meus certificados de Agradecimento e de Mérito não vão aparecer. Impossível colocá-los na parede para dar um ar importante neste vídeo da minha imaginação.

                        Tão falado nos meus contos, não posso deixar de lado o meu bastão com ponteira de aço, duas e meia polegada, construído com um belo tronco de uma Jataipeba, escolhida entre as melhores tais como o Pau-Santo, a Abiurana, o Angelim-vermelho e tantas outras. Zé Venâncio foi quem deu o acabamento na ponteira de puro aço inox de Molibdênio vanádio e que por anos manteve intacta a ponta fina que escolhi.

                       Deslumbrado com meu plano, nem prestei atenção à campainha. Sempre tem um chato para não me deixar sonhar. Sou educado, insatisfeito com a interrupção do meu plano fui até lá. Dois caras de terno e gravata azul com o emblema da Rede Globo. – Gritaram: O Doutor José Bonifácio de Oliveira, vulgo Boninho quer o senhor fazendo um vídeo de uniforme para saudar o futuro Presidente, General Bolsonaro. General? Só rindo. Não voto nele nem morto!

                      Nem sei por que me procuram. Até o Boachat me quer no seu programa e recusei. Sabia que dia menos dias o Silvio Santos ia telefonar! O que estava havendo? Meu plano era falar de “escoteiro” num vídeo mixuruca do Youtube. Afinal minha voz parece taquara rachada, não aguento mais do que três minutos e essa turma me quer para ser poste do Brasil? Foi só falar e a rua encheu de carro preto último tipo. Lá estava o Michel Vampiro, o Alkmin Picolé de Xuxu, o Gilmar aquele “soltudo” dizendo que era meu fã. Luciano na calçada gritou: Vado Escoteiro! Dá-me seu apoio e levo seu pálio 2003 batido prú Lata Velha!

                     Deus do céu! O que estava havendo? O Lula gritando com um Cohiba Behike soltando fumaça e na outra uma 51 que bebia no gargalo sorria para mim. A Marina desceu sem graça, num vestidinho de chita só para mostrar que era lá do Sertão Amazonense. E não foi só ela. Uma enorme fila se formou no portão da minha barraquinha bangalô onde não cabe quase ninguém. O primeiro da fila era claro o Bolsonaro, o prendo e arrebento. Em seguida o Álvaro Dias, depois o Arthur Virgílio, O Ciro Gomes, o Cristovam Buarque o Eyamel cantando que é um “democrata cristão”, a Manuela D’Ávila o Enrique Meirelles e o Rodrigo Maia.

                      Vi ao Longe o Collor, o homem do saco roxo, e o Temer com sua capa de Drácula rindo feito um danado pensando que também podia chegar lá. Assustei! Fiquei “inté” com medo de tanta gente fardada. Ainda bem que o Moro e o Bretas não deram as caras.  Gente o que este povo achava que eu sou? Escrevo contos, faço pilheria e gozação com a turma do CAN e da DEN, mas eles merecem! São chatos de galocha! Não vou convencer ninguém para presidente. Façam-me favor, desta turma que está aí se juntar todo mundo não vale um sorriso de um lobinho pata tenra entrando na Alcateia e dando o grande uivo pela primeira vez!

                  Pensei comigo, vou matar esta turma de raiva. Fui lá dentro, coloquei meu lindo uniforme caqui (adoro pacas!) e meu chapéu de abas largas, peguei meu bastão ponteira de aço inox, do lado à faca tipo Stallone, meti três doses do meu uísque Ballantines e duas pedras no bucho e fazendo pose de Baden-Powell retirei meu cachimbo um autêntico Dunhill que não usava a mais de trinta anos, olhei aquela cambada na minha porta e dei o grito Zulu de guerra!

                   Minha pose era do velho Stallone, adoro sua pose de machão mal amado. Gosto de sua voz, firme, forte como se fosse derrotar o mundo. Lembrei-me do que disse ao fazer o Rambo XXIII: - Se o meu maldito corpão aguentar vai ser muito bom. Caso contrario, não vai ser Rambo Lutando, vai ser meu fã numero um o Arnold Schwarzenegger. Não vou gritar com a boca aberta, Banguelo não tem vez. Tentarei ao máximo não tossir, pois caso contrario eu sei que vou cair! Esta turma vai conhecer o Vado Escoteiro, que pegou uma onça pelo rabo e a jogou para Shery Kaan matar a fome!

                  Se o Daiello, o Joesley o Cabral e o Geddel chegar, levo eles para Curitiba. O CAN e o DEN que se vire para registrá-los no PAXTU! Ora bolas, queria fazer um vídeo, um simples vídeo nas páginas do Facebook. Para dizer a verdade, seria sem altivez... Eu nem sabia o que diria. Quem sabe na hora H cantaria o rataplã? E agora esta turma quer meu apoio para desgraçar a nação? Nem morto, nem morto Senhor Presidente da UEB!

                Ops! Acordei! Era a Célia me abraçando. Eita querida mulher, hoje seu aniversário, vou beijá-la, abraçá-la e vou esvaziar minha garrafa de Royal Salute 62 Gun 1000 ml, precinho camarada, só três mil dólares! E depois nas horas dos comes e bebes duro como estou vou oferecer um bom café mateiro, sob um céu estrelado, numa Jangál de mata fechada, a fogueira subindo aos céus e ficarei pensando: Este ano não voto nesta cambada! Nem que O Presidente da Região Escoteira de São Paulo vire bodoque! Upalalá!

Nota – Vez ou outra dá na telha escrever besteira, sem eira nem beira só para divertir. Se você é um autêntico puxa saco desta cambada que quer ser presidente, ou se é um perfeito candidato a formador e diretor da UEB, não vale a pena ler. É com eles que me divirto! Kkkkkk.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. As coisas não são como a gente quer.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
As coisas não são como a gente quer.

                   Não são mesmo. Já pensou você olhar uma pessoa e dizer o que pensa? Se for seu tipo tudo bem se não forem serão palavras mordazes que ninguém quer ouvir. Não isto não pode acontecer. Temos que refrear o pensamento nossos impulsos. Já pensou você em um curso escoteiro, cansado, vontade louca de dormir e um formador falando, e falando e falando... Será que ele gostaria de ouvir o que tinha a dizer? Seria seu fim como Chefe escoteiro.

                   Isto sem contar seu Chefe, seus amigos antipáticos e até mesmo quando reclama de Deus por não satisfazer seus desejos. Mas ele é diferente, ele ouve ele entende. Ainda bem! Mas hoje não vou falar dos que nos cercam, vou ficar no escotismo. Como faço dele uma filosofia de vida adoro expressar o que penso e o que não posso fazer. Ah! Escotismo. Pensando bem o que seria do amarelo se todos gostassem do azul?

                  Diz a poetiza se todos nós fossemos iguais, ninguém tendo de menos ou demais, quão monótona esta nossa vida seria quanto sossego, quanta calma... Que tédio que paz... Já pensou? Ô Chefe, deixa de ser malandro, bacana, seja um pouco de nós! E a Chefinha, bonitinha, conquistando o Chefe e quem sabe é seu marido? Coisa boa não vai acontecer!

                 E o Dondinho lobinho filhote da chefona, que quer a todo custo das especialidades e sem ter idade o Cruzeiro do Sul? – Putz! Que raiva! E a mamãe Zezé, a mamãe Lurdinha pegando no meu pé? Chefe e meu filho? Só tem trinta especialidades e o filho da Neném tem quarenta? Pô! O melhor é calar. Xarape! Não diga nada pode se magoar ou magoar alguém.

                Eu não sou fã de carnaval. Sempre achei que estes dias eram bons para acampar. Uma vez me oferecem cem reais para tocar meu clarim no Desfile do Ilusão Esporte Club. Famoso na minha cidade na época. Cem paus não eram de desprezar. Eram três dias e com trezentos paus eu iria comprar uma faca nova e um canivete suíço. Aceitei! Vestiram-me uma bata azul na frente do carro alegórico. O cara me beliscando; - Toca. Toca! Que vergonha! O som fanhoso!

               Um dos diretores encheu um lenço de lança-perfume. Enfiaram em minha cara, em questão de minutos toquei tanto que se houvesse ali algum Faraó ele me levaria para ser seu representante do povo... Tocando Clarim! Mas voltemos ao tema. Hoje como sempre recebi diversos pedindo para entrar em minhas páginas. Não nego. Nunca neguei. Mas preciso de nome, de foto de algum a identificar. Nem sempre colocam.

               Francamente não é fácil parabenizar alguém com nome de Periquita Bruxa Louca, Juvenal Xerife Escoteiro ou Maria fulana dos Campos do Arrebol. E as fotos? É educado e gostoso olhar o perfil de alguém. Principalmente uniformizado. Adoro. Mas lá vem os sem camisa, os tatuados (?) os cheios de brinco (Putz!), os fazendo caretas, os caras de gato ou cachorro e aqueles que fazem apologia aos seus candidatos.

              Pensando bem é melhor não abrir mão de falar e dizer o que quiser. Iremos ofender muita gente. Um sorriso nos lábios e um palavrão na mente. E olhe chega de Chefe feroz, dizendo que vai fazer isto e aquilo. E aqueles que não perdoam? E os que se comprazem a ficar discutindo pontos de vista na postagem de alguém? Brucutu! Vou ficando mais doce, deixando o azedo no ar. Bom demais ser velho. Muitos aceitam mesmo não querendo aceitar.

              Vou me demitindo e partindo, indo prús raio que o parta! Abraços fraternos, um aperto de mão, mas como vou abraçar e apertar a mão do fantasma sem foto, a cara do gato, do cachorro ou do papagaio? Gente mil desculpas. Cada um tem livre arbítrio para ser o que quiser! Excelente carnaval. No lugar dele eu preferia um bom e ótimo acampamento escoteiro. Este sim iria me fazer vibrar!

Nota – Meu comentário de hoje é que se você tem no seu perfil a cara do seu gato, do seu cachorro ou do seu papagaio, não leia esta crônica não vale a pena. E se não tiver foto no seu perfil cuidado, pode um dia virar fantasma e sair por aí!