Apenas
um pequeno poema, nada mais...
A
Super Lua!
(Peça
por peça coloquei minha farda, amada como o sonho de primavera, sapatos, meião,
calça curta e camisa, lenço e anel. E quase esqueci o meu chapéu! E lá fui eu,
a procura da lua, da Super Lua tão abençoada por Deus e o céu se esqueceu de
abrir, não vi a lua, fardado fiz minha saudação e disse que iria esperar ela
voltar, não importa o tempo pois para ela eu sou imortal!)
No escuro da floresta, onde se
desenlaça o vento, onde brilha a lua sobre as águas modorrentas do riacho, vejo
uma névoa dançante querendo tapar meus olhos para não ver, uma gaivota de prata
se desprende do ocaso, a vela do mar balança, as ondas altas, as estrelas
brilhantes. Foi ontem ou foi hoje que a lua despiu seu véu e flutuou errante no
céu com um brilho sem par e foi dormir para voltar muito tempo depois! Quimera
que não me deixou ver a lua fincada no céu, nuvens cinzentas que se prostraram
no ar e há esconderam no firmamento. A noite findou, a lua se foi e me lembrei
do poeta que disse ter pena da lua, tanta pena coitadinha, tão branca na rua e
ele a viu chorar sozinha! Só ela triste, tão triste na minha rua sempre a chorar
sozinha. E então chego à janela, e fico a olhar para a lua e docente eu fico a
chorar com ela!
Foi um poeta quem me contou,
que a lua foi ao cinema, passava um filme engraçado, a história de uma estrela
que não tinha namorado. Não tinha porque era apenas uma estrela bem pequena,
dessas que, quando se apagam ninguém vai dizer... Que pena! – Era uma estrela
sozinha, ninguém olhava para ela, e toda luz que ela tinha cabia numa pequena
janela... Foi então que a lua ficou tão triste com aquela história de amor, que
até hoje a lua insiste, amanheça, por favor! E eu triste com a pequenina estrela
tentei me distrair com a lua, que no céu estava sozinha brilhante com seu
fulgor. Seria a lua Azul, tão bela e conhecida, ou seria a super lua que no céu
gigante aparece, logo quando a tarde se vai e aos poucos anoitece trazendo
estrelas e a lua que todos querem ver.
Não vi a super lua, não vi a
lua azul. Brilhante e fulgurante que no céu sorriu ao mundo. Quando ela voltar,
lá por volta de 2033, e se não chover nem ventar, se a lua e o sol forem
limpos, e se houver festa no mar, se o chão se cobrir de flor e o endereço dela
estiver claro, e o mundo livre de dor, irei ver a lua meu distinto amor... E
nada mais eu vou dizer, se o tempo não tiver fim, se a terra e o céu se
encontrarem na porta do meu jardim, eu direi a ela, volte, não esqueci de você,
cantarei uma canção com violas de eternamente, toadas saída da mente e eu
ficarei aguardando por favor... Lua, minha lua! Espere por mim!
A Lua.
Quando eu morrer e no frescor de lua,
Da casa nova me quedar a sós,
Deixa-me em paz na minha quieta rua...
Nada mais quero com nenhum de vós!
Quero é ficar com algumas poemas tortos
Que andei tentando endireitar em vão...
Que lindo a Eternidade, amigos mortos,
Para as torturas lentas da Expressão!...
Eu levarei comigo as madrugadas,
Pôr de sóis, algum luar, asas em bando,
Mais o rir das primeiras namoradas...
E um dia a morte há de fitar com espanto
Os fios de vida que eu urdi, cantando,
Na orla negra do seu negro manto...
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