Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

As eleições Escoteiras estão chegando.


Conversa ao pé do fogo.
As eleições Escoteiras estão chegando.

                  Municipais? – Não. Escoteiras. Uai! Então temos eleições? – Claro que sim Zé das Quantas. Pergunte ao escoteirinho de Brejo Seco. Ele já ouviu falar. Agora todo ano tem. Renovam o CAN o Congresso Escoteiro e as Assembleias Regionais. – Mas isto não é bom? – Seria Zé, mas nada de novo no front. Você precisa ver as propostas. Cada uma “mais maió de grande” que a outra. A gente lê, fica de cabeça para baixo e lê novamente e não entende nada. Enquanto isto os "çabios” do nosso escotismo vão alterando sua forma, suas tradições, os métodos de educação que B-P deixou e assim o barco vai seguindo nas águas turvas de um rio que não tem mais fim. Remar sua própria canoa já era. Agora são eles que estão no leme. E o futuro? Grandioso! Eles fazem mil promessas. Sob a nossa batuta o escotismo será outro em pouco tempo. Quando ouço isto vou para a floresta conversar com o Tatu Bola e fico ali me esquecendo da vida!

                 Não sou chegado a este tal de planejamento Estratético, programa educativo e tantos outros que estão sendo praticados. Vejo falar nisto há muitos anos. Muitos candidatos vibram. Gosto de ver eles nas fotos. Vocês já observaram as fotos de quantos escotistas e dirigentes estão nas páginas das redes sociais? São candidatos. Falam bem deles. Caramba! Você os vê de uniforme, de vestimenta sorrindo, alguns com a camisa para fora (é norma dizem), chapéus esquisitos, meias brancas pretas e já uma vermelha pintada de amarela. E as fotos deles em cursos (belo exemplo para os cursantes) em reuniões de cúpula, em restaurantes, recebendo certificados, promoções, medalhas, em passeios para descanso após uma reunião, pois ninguém é de ferro. Fotos de meninos e meninas Escoteiras? Nem pensar. Parece que eles são o escotismo e não o contrário. Só postam os mais humildes, os mais simples. De vez em quando um coitadinho aparece recebendo uma Correia de Mateiro e um Lis de Ouro. Os grandões estão onde devem estar. Na cúpula sorrindo, abraçando recebendo medalhas sendo elogiados e o escambal.

                   Se tiverem um tempo visitem suas páginas. Uns gatos pingados em volta da bandeira. Desculpe, tem alguns que tem sessões completas, mas é difícil de ver. Alguns candidatos são de grupos Padrão Ouro. Uma vez cobrei fotos da patrulha no campo, suas pioneiras, formados para a inspeção ou só a patrulha em jornada. E os lobos? Estes pelos menos aparecem mais. As chefes sabem que ali está seu manancial de motivação e são mais perseverantes com a motivação. Já há alguns anos que a maioria dos estados apresentam suas chapas de candidatos ao poder. Isto é bom. Democracia plena? Isto não. – Os estatutos são claros, dizem. Eu me pergunto se isto está certo. Depois de eleitos fazem o mesmo que os outros fizeram. Lutar para mudar o errado, lutar para valorizar nossos voluntários, lutar para que as taxas sejam a menor possivel, lutar para que haja transparência, consulta as bases e boas discussões de temas ainda não vi em nenhuma chapa.

                          O que vejo hoje são adultos falando bonito, esquecendo-se de ouvir o jovem (base primordial da formação escoteira) procurando ser servido em vez de servir. Nas ultimas eleições elogiei uma chapa em São Paulo. Este ano não. Depois das eleições os que me procuraram nunca mais me disseram Sempre Alerta. Sei que ainda tem estados que as eleições são proforma. Sempre o mais antigo dirigente dizendo quem vai assumir.  Quem sabe alguma chapa terá como proposta alguns destes itens?

- Lutar por uma democracia plena, onde todos adultos terão direito de votar e ser votado, fazer uma grande pesquisa nacional para ouvir e analisar as opiniões sobre a evasão escoteira em todas as unidades locais.
- Montar uma comissão de novos e antigos para analisar e sugerir as vantagens do que antes tínhamos tais como: Tradições, simbolismo e místicas Escoteiras, programas progressivo, nomenclaturas etc.
- Voltar a discutir as vantagens do Sistema de Patrulha (tão esquecido hoje) e as bases fundamentais do escotismo feito por Baden-Powell. Lutar com todas as forças para que as taxas possam ser ao alcance do mais humilde Escoteiro ou do Escotista, dando a ele oportunidade de estar presente nas grandes atividades nacionais.
- Fazer um marketing agressivo com empresas, dirigentes educacionais, no intuito de conseguir apoio não só logístico como financeiro, mostrando a comunidade brasileira o que é e para que serve o escotismo. Ter bons profissionais para trabalhar junto aos órgãos federais, empresariais e organizações de comunicação para conseguir apoio e ou patrocínio para nossas atividades suavizando assim as enormes taxas que não estão ao alcance de todos.
                
                      Não coloquei aqui alguns temas que são preocupação de alguns escotistas. A homoafetividade e o reconhecimento de outras afirmações de crenças e não só o ateísmo. Que sejam bem vindas estas discussões, que se estude a possibilidade de atender suas necessidades, mas tudo sem prejudicar a grande maioria de jovens que hoje praticam o escotismo conforme vem fazendo há tempos. Como sou um Velho Escoteiro arcaico não vou de encontro aos novos tempos. Para mim é difícil acompanhar as novas metodologias tão apregoadas por boa parte dos candidatos. Não sou pedagogo e nem entendo nada disto. Eu ainda acredito que a modernidade e o passado podem andar de braços dados. No entanto quando meia dúzia passa a fazer mudanças sem consultas à maioria isto se torna uma ditadura onde não temos defesa e nem podemos cobrar os erros no futuro.

                          Em anos anteriores erroneamente dei meu aval a alguns candidatos em regiões e na Própria direção nacional. Foi uma mancada. Não sou eleitor e dificilmente posso comparecer as Assembleias. Afinal além de Velho sou um aposentado e nem “tutu” para a gasolina tenho, que de lá pagar um hotel, refeições e a nunca esquecida taxa de participação. E cá prá nós, chegar lá com a voz sumida, sem poder pedir a palavra, sem poder discutir nada em um breve seminário e onde terei que ver e ouvir os eruditos com propostas portentosas o melhor mesmo é ficar em casa. Ops! Esqueci, não sou registrado, portanto não existo para a União dos Escoteiros do Brasil. Já vivi muito estes parâmetros em outras eras. Nunca acreditei nas promessas feitas. Mas ainda bem que aparecem novos candidatos novas chapas, pois quem sabe um dia tudo vai mudar? Não foi um general amigo de Baden-Powell que na Segunda Guerra Mundial disse que – O possivel vamos fazer agora! O impossível daqui a pouquinho!    


Meus parabéns aos eleitos, que eles sejam felizes para sempre!

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