Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O garbo ainda tem valor nos dias de hoje?


O garbo ainda tem valor nos dias de hoje?

                            Um amigo, antigo escoteiro como eu no escotismo sempre aderiu à modernidade defendendo as posições tomadas pelos novos lideres que nunca ou quase nunca consultaram ninguém. Decidiram por si só, não ouve transparência, não ouve pelo menos uma pesquisa junto aqueles que fazem o escotismo em suas localidades.  São tantos os fatos acontecidos que escrevi dezenas de artigos, mas que no fundo eram como ecos no alto de uma montanha que sabemos serão repicados até desaparecer nos vales sombrios. Sempre tentei aceitar muitas das novas posições assumidas, esperava e ainda espero os resultados que dificilmente acontecem. Estamos sós nos meios educacionais, não temos penetração nos meios empresariais. A mídia só comenta nossos erros e a defesa de todas as outras organizações infantis e juvenis acontecem menos no escotismo. Mas e daí?

                     Boa pergunta, e dai? Bem ele tem lutado ao seu modo com a maneira legal do uso da vestimenta, muitas vezes documentada onde poucos se preocupam do que pensam a comunidade como um todo. Um vizinho meu um dia me viu de uniforme e disse? Existe ainda este? Balancei a cabeça. – Olhe senhor Osvaldo estive no desfile e vi uma turma vestido de todo jeito. Não havia uniformidade como já tinha visto antes. Eu nada tinha a dizer. Calei. Pensei comigo como sempre penso sobre o garbo que tanto nos orgulhamos um dia. Garbo, elegância de modos e de gestos, porte imponente, marcial. Será esta a publicidade que queremos? As defesas são diversas. Muitos explicando que o mundo de hoje é outro. A educação é outra. Eu como um Velho Chefe Escoteiro me senti só. Ainda me sinto. Tive que engolir a vestimenta e as explicações dos novos donos do poder e daqueles que não dizem nada aceitando a imposição sem indagação. A culpa não é deles. Acostumados a servir e aceitar nada disseram.

                      Enfim, o mundo de hoje já não é meu. Nunca foi, mas teve uma época diferente. Quando um dia entrei em um arraial bem longe da minha civilização, com a patrulha escoteira bem formada e juntou de gente na praça nos olhando. Claro, caqui chapelão e bem postados dissemos bom dia. Foi então que um senhor chegou perto de nós e disse: - Sempre Alerta! E olhou para a multidão e disse: São escoteiros minha gente, meninos do bem, de coragem de cidadania! Olho-me no espelho quando visto meu uniforme querido. Fico a pensar porque não houve um pouco de garbo, de brilho na confecção da vestimenta. Acostumado com o meião cinza me arrepio com a meia pequena. Exemplos do meu Chefe e seu porte garboso via sua camisa dentro da calça e todas as peças bem engomadas ou passada a ferro. Acostumado com o chapelão me estremeço com os chapéus de pano usados hoje. Acostumado com o garbo e o porte Escoteiro me pergunto se mudei tanto se hoje não é ontem e como será o amanhã.


                   Já me disse um dos novos chefes consciente da mudança existente no mundo que os de hoje também terão histórias para contar quando chegarem à minha idade. Que seja. Não desmereço, mas seria tão bom uma uniformização mais respeitosa, mais abrangente, mais sedutora a conquistar a comunidade brasileira como nós o fizemos um dia. Se éramos poucos como alguns pretendem dizer eu posso garantir que não somos nada. Nossa representação é mínima nos 5.500 municípios brasileiros. Quando teremos força, quando teremos apoio quando teremos um nome escrito no coração de cada um não sei se será no meu tempo. Mas não desmereço ninguém. Quem sabe um dia entra na liderança nacional alguém que raciocina que pensa que sem exemplos sejam verbais, pessoais ou ilusórios não seja como um motivo de aceitação somente por parte de quem está, mas também daqueles que nos olham e nos julgam por mais que possamos dizer que isto não é importante.

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