Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Politica e democracia escoteira.


Crônicas Escoteiras.
Politica e democracia escoteira.

               Um amigo comentava em uma lista e dizia que nestas eleições havia um envolvimento grande na politica e na escolha de seus candidatos a Presidente da República por parte de adultos Escoteiros e até seniores e guias. Perguntava-se se isto era válido e se fosse porque não o faziam também na escolha de seus dirigentes Escoteiros em todos os níveis. Se por um lado eles tinham plena liberdade de expressão, podiam dizer o que pensam de tal candidato e muitos por lerem em outros sites retransmitiam em suas páginas suas ideias como se fossem deles porque no escotismo não faziam o mesmo? Vê-se que nas redes sociais as discussões nem sempre são éticas e as ofensas em público dos candidatos a presidente são copiadas abertamente.  Entendo que a participação deve merecer o respeito que caracteriza os Escoteiros. Nota-se que não existe um consenso ou uma maioria por um candidato. Havia sim uma divisão de escolha. Mas eu também me pergunto o porquê não existe esta participação quando da escolha na liderança Escoteira. Porque não existe um aprofundamento para ver as promessas de cada um, de saber o passado dos dirigentes candidatos Escoteiros e do que acontece nas decisões (O blog Café Mateiro tem uma exposição delas).

                   Enquanto muitos são pródigos em dizer os erros e acertos dos candidatos a Presidente da nação no escotismo isto não existe. Ninguém quer saber o que a direção nacional do escotismo faz. Se ela realiza um bom trabalho se ela interage conforme as normas, se ela é ética e transparente. Poucos lêem suas atas, suas discrepâncias e tudo que ali é decidido em quatro paredes. O número de membros Escoteiros que conhecem os Estatutos e o estudam para saber a validade é mínimo. Dificilmente alguém inquire e tudo é aceito sem nenhuma discussão. Nota-se que desde que entraram para o escotismo se prenderam em uma espécie de disciplina sem contestação. Em um blog chamado Café Mateiro, seu idealizador um estudioso sobre o escotismo nacional e internacional escreve as discrepâncias, os desmandos, as escolhas e determinações que emana dos dirigentes. Ninguém contesta a atuação dos dirigentes. O que eles decidem e fazem não importa para os membros da associação. Escolheram uma vestimenta e durante anos a mantiveram a sete chaves, sem uma pesquisa séria se precisávamos mudar, sem consultas as bases e sem transparência e só apresentando como fato consumado em uma Assembleia Nacional (uma festa digna de um Fashion Week nacional). (procure alguém fora do eixo dos diretores que participou das decisões e escolha).

               Poucos deram suas opiniões. Aceitaram sem reclamar e muitos apoiaram sem ao menos saber se ouve uma pesquisa nacional para mudar. Nem contestaram se a confecção da vestimenta ficou de posse de uma só empresa. De quem era esta empresa e porque foi escolhida, se era caro ou barato, o porquê não ter o direito de confeccionar em sua cidade, e nem se perguntaram a liberdade em escolher quase uma dezena de tipos de uniforme. Se ela a vestimenta seria uma forma de uniformização não é o que se vê hoje em dia e tudo é prescrito no POR, portanto é válido cada um vestir como quiser. Ninguém perguntou por que tão pouco tempo para ser extinto o traje, já que qualquer uniforme tem duração mínima de três a quatro anos. Se alguns gastaram fábulas na confecção do Traje isto não foi discutido por todos que o portavam. Não questionaram o porquê da uniformização dos dirigentes quase obrigatória para dar exemplo a pedido da própria direção nacional. A explicação foi de que o marketing era importante para o conhecimento de todos. Nota-se que poucos entenderam o escarnio do modo com que disseram que o Caqui seria ainda válido junto com a vestimenta. Ninguém perguntou o porquê à obrigação de em atividades representativas da UEB principalmente no exterior seria obrigatório o uso da Vestimenta e fica-se pensando porque se o caqui também foi liberado e aprovado porque não pode ser usado.

                 Mas tem muitas outras indagações que deveriam ser feitas. O apoio de alguns lideres nacionais a um candidato Escoteiro, já que não fizeram o mesmo por outros. Sabemos que estatutariamente isto não é permitido. Ninguém nunca questionou a forma como os estatutos são produzidos, onde a formula é uma só. E todos sabem que ele foi escrito a poucas mãos e a aprovação é a mesma que sempre realizam na Assembleia Nacional. Ali sempre foi estatutário que a condução ou eleição dos diretores é feita por poucos votantes não mais do que 0,3% do nosso efetivo Escoteiro nacional. Uma organização como a nossa, onde as assembleias são feitas por estados, onde a participação dos que tem direito a voto também não condiz com a realidade de cada Grupo Escoteiro podemos dizer que também a democracia deixa a desejar. Ninguém contesta o porquê ainda não abriram as portas de tudo que se faz, dando transparência, ouvindo os interessados de norte a sul, fazendo pesquisa e consultas ou mesmo atividades afins para discussões entre todos de norte a sul. Ninguém contesta para saber se o que estão determinando é o correto. Ninguém quer saber o porquê muitos se afastaram depois de se manifestarem contra. Outros que discordaram sofrendo na pele as imposições dos politicamente corretos isto sem considerar o patrulhamento ideológico que muitos insistem em dizer que não existe, mas que nós sabemos que sim.

                  Em uma eleição para Presidente em nosso País há uma competividade que foge a compreensão de muitos. Se de um lado e outro se extrapola nas suas acusações eles dizem fazer parte da politica. Mas no escotismo não. Não há interesse em pesquisar, em saber a verdade do que acontece nas reuniões de diretores seja nacional ou regional cujas explicações nem sempre são satisfatória. O que eles decidirem está decidido. Eles têm o direito estatutário de decidir o que quiserem. Ninguém contesta. Ninguém pergunta se não poderia ter sido feito uma pesquisa com todos, ninguém quer saber se o gato correu atrás do rato. O mote sempre vem em primeiro lugar – Estamos aqui para colaborar com nossos meninos e meninas. Quem quiser vá a Assembleia. E os que foram sabem que não é bem assim. Ali o jogo dos dirigentes é jogado e lambari é pescado. Dizem que existe um guarda chuva que nos protege e tudo que é feito é para melhorar o que temos. E assim pensam todos. A uma sincronização perfeita nesta roda que gira. O eixo que comanda é aceito tranquilamente pelos demais. Quem sofreu perseguições por discordar, que sofreu patrulhamento ideológico sabe como é, mas a maioria diz que não existe. E enquanto isto não temos direito a votar e ser votado. Não temos direito de ser consultados, não temos direito em ver o que acontece como são escolhidos alguns dirigentes ou mesmo a DEN (Diretoria Escoteira Nacional).


                   Ai eu fico pensando. Lutar pelo bem do Brasil em uma eleição democrática para presidentes de acordo com minhas convicções vale. Lutar para que haja transparência, para que também possamos eleger pessoas que julgamos dignas de nosso voto no escotismo não vale. Ser mais um dos 0,3% votantes é uma tarefa gigantesca.  Afinal o que somos? Para onde caminhamos? Seria este o escotismo que queremos? E antes de finalizar, porque está luta na escolha dos Presidentes do Brasil e no escotismo continuamos humildes chefes só a pensar na formação dos jovens? Afinal não temos o direito de pensar de escolher? De sugerir? Transparência, pesquisas, ouvir a todos, votar e ser votado. Um dia poderemos conseguir?     

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