Meu nome é
Osvaldo... Um Escoteiro!
Muitos sabem pouco sobre mim. Afinal
mesmo colocando minhas fotos e se assim o faço é para mostrar que devemos levar
a sério nosso uniforme, pois ele significa muito para que saibam quem somos quase
não comento minha vida escoteira e o que sou. Alguns mais antigos conhecem este
Chefe que não difere nada de milhares que existem no movimento Escoteiro.
Desculpe, mas alguns estão dizendo que sou uma lenda viva, eu? Impossível.
Lendas são narrativas “fantasiosas” transmitidas pela tradição oral através dos
tempos. Não sou lenda. Nunca fui. Meu escotismo é jogado aberto e sem censuras,
talvez seja este um motivo de me considerar uma oposição ao escotismo moderno. Para
mim nem BP foi uma lenda. Ele existiu, foi real, fez o que ninguém fez pela
juventude com um programa fácil de assimilar e que hoje estão tentando
complicar.
Estou com 73 anos, entrei em 1947 há
quase 67 anos, portanto se eu não conhecesse o escotismo não deveria estar
aqui. Mas olhe meu escotismo como dizem por aí foi aquele de “raiz”. Aquele que
o jovem pensava e agia. Onde os chefes eram mais irmãos e menos pais. Onde os
chefes sorriam quando fazíamos e não como hoje que muitos ainda querem fazer.
Onde o respeito, a palavra, o exemplo e a sinceridade faziam parte de nossa
formação. Acampei demais, atividades aventureiras sem fim. Não dei a volta ao
mundo, mas conheci lugares lindos para ver e sentir que a vida vale a pena ser
vivida. Não fiquei rico com o escotismo, até fiquei mais pobre e hoje no fim da
vida luto com extrema dificuldade, mas sou feliz ao meu modo, muito feliz. Não
sou doutor ou formado em Faculdade ou Universidade e meus conhecimentos foram
adquiridos na Escola da Vida. Acreditava e acredito que o escotismo é para
todos e não para uma classe privilegiada como o escotismo está caminhando hoje.
Não adoto a postura que nossos dirigentes mantêm. Consideram-se sem perceber
uma casta. Aquela que pertencem tem tudo e os que não pertencem não tem nada,
há não ser ouvir e concordar com os poderosos.
Eu
também já fui desta casta. Fui Presidente de uma região escoteira que na época era
chamado de Comissário Regional. Eu fui em MG e SP membro da equipe de formação
antes chamada de equipe Nacional de Adestramento. Dirigi centenas de cursos.
Aprendi mais que ensinei. De um simples Chefe de sessão eu vivi grandes
momentos. Mas por favor, dizer que sou uma lenda viva? Nunca fui e nunca serei.
Acho que foi o Paulo Coelho quem escreveu em seu livro o Alquimista que a lenda
pessoal é aquilo que você sempre desejou fazer. Todas as pessoas, no começo da
juventude, sabem qual a sua lenda pessoal. Nesta altura da minha vida vivo de
sonhos e recordar o passado, entretanto à medida que o tempo vai passando, uma
misteriosa força tenta provar que é impossível realizar o sonho da lenda
Pessoal.
Não gosto de cara feia e sei que não sou
bonito. No passado assustava os jovens pela minha maneira de ser. Demorava em
mostrar que o meu coração era aberto a todos e não havia nenhum sinal de
caminho a evitar. Fiz milhares de amigos, tinha facilidade para arregimentar
adultos a trabalharem pelo escotismo, mas sempre fui contra os chefões, os que
se sentem acima do bem e do mal no escotismo e hoje estamos cheios deles.
Aqueles que sem consulta se arrogam como dono da verdade. Sem ao menos
pesquisar impõe normas e apetrechos que nada tem a ver com o escotismo alegre e
solto que BP nos deixou. Se quiserem mesmo saber não faço registro na UEB há
anos. Motivo? Evitar conchavos, evitar admoestações, evitar tomar atitudes que
um Velho Escoteiro que se julga ético e cavalheiro possa tomar.
Poderia ter fundado a minha própria
organização escoteira, mas isto seria trair a minha consciência, pois entrei
como lobo pertencendo a UEB e quero morrer sendo da UEB, mas sem ser um simples
“pau mandado” onde o mote é dizer que se não está satisfeito vá a assembleia,
lá é o lugar certo para discordar, ou se não quer pertencer ou cumprir o sétimo
artigo da lei, cala-te ou pegue seu chapéu e vá embora. Aceito as outras
organizações escoteiras que existem no Brasil. Os considero irmãos de ideal. É um direito de eles discordarem e viverem o
ideal de BP como acreditam. Isto se chama democracia. Quero ter o direito de
discordar, de sugerir (e isto sempre fiz) sem criar inimigos. Conheço inúmeros casos
em regiões que muitos foram perseguidos por discordarem. Sei de um caso que no
grupo onde um Chefe recebeu o comunicado pessoal de exclusão do movimento
quando do cerimonial de bandeira. Um absurdo!
Não acuso os dirigentes de hoje a não
ser de nunca terem feito na liderança uma democracia participativa, uma
democracia plena, aberta e transparente sem limites conforme o direito
universal do homem. Para mim chega de ver a prepotência de alguns (não todos)
onde os que estão fora se querem algum têm de ir atrás. Parece o Gansinho
descrito do livro de BP O Caminho Para o Sucesso. Por favor, nunca me digam que
posso sugerir e participar e nem tampouco que devemos aceitar em nome dos
nossos jovens. Isto para mim é um insulto, pois sei muito bem como se rege e
funcionam os Estatutos da UEB. Um estatuto que não foi discutido por todos os
grupos Escoteiros. Impossível? Só para os que não querem pensar. Não tenho
mesmo registro e nem Grupo Escoteiro. Este último é impossível, pois minha
saúde não deixa. Enquanto pude tive o orgulho de participar de cinco grupos e
no último provei que do zero aos 180 participantes era questão de tempo. Os
lideres que sempre combati cavalheirescamente desde a década de 60 nada diferem
dos de hoje. Ouve claro, exceções onde grandes homens escoteiros participaram
da liderança nacional.
Portanto meus amigos eu não sou um
suprassumo na especialidade escoteira e nunca serei uma lenda imortal. Eu sou o
Osvaldo um Escoteiro, o contador de causos e história, mas que conhece nosso
movimento como ninguém. Até os últimos dias na terra irei lutar dentro dos
meios que disponho (a facilidade da escrita) e tentar até meu último suspiro
dizer que o escotismo é lindo, que o amor que ele poderia reger sobre a terra
não tem tamanho para medir. Sempre direi a todos que um sorriso vale mais que
mil palavras, dizer que ser amigo e irmão de todos são ponto de honra, e dizer
ainda a todos sem exceção que abraçaram a causa, seja ela onde for merece que
tiremos o chapéu (pobre chapéu que um dia nos representou tão bem) e digamos: A
fraternidade é uma só, ser fraterno com alguns e outros não, não faz parte do
que BP nos legou. Meu sonho é que seja feito uma nova mentalidade na arte de
fazer o escotismo. Democracia, ética, respeito, fraternidade e respeitar a
opinião de todos que dele participam! E olhe mesmo dizendo que se não tenho
registro não tenho direitos, eu digo que sou Escoteiro e ninguém, ninguém mesmo
vai dizer que não sou!
Sempre alerta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado pelos seus comentários