Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Escotismo adulto. Você gostaria de fazer?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Escotismo adulto. Você gostaria de fazer?

            Cresce entre adultos Escoteiros a ideia de fazerem um escotismo entre eles. Na Europa a ideia já germinou e uma organização floresce. Aqui no Brasil muitos já se interessaram em filiar e dizem (em não sei) a própria UEB está estudando a filiação com uma organização própria. Onde isto vai dar não sei. Outros não concordam com a UEB ser exclusivista. Acham que o Escotismo adulto deve caminhar com suas próprias pernas. Eu como mineiro fico na minha matutando. Tudo que aparece sobre o tema eu leio e tento entender bem o que seria Escotismo adulto. Sou meio tapado com estas coisas. Sei que a palavra já diz tudo, mas precisa mesmo ter uma organização a parte? Claro que discordo da UEB ser a mentora, pois logo aparecem “sumidades” Escoteiras a determinar isto e aquilo desfigurando o sentido da ideia. Sei não. Eu vejo o Escotismo Adulto de outra forma. Uma organização poderia ser bem vinda se ela viesse nos oferecer liberdade e democracia. Se ela fosse viva e cheia de fraternidade. Se ela tivesse a ideia de dar aqueles que não tiveram a oportunidade de fazer um escotismo mateiro os levar para o campo com liberdade sem imposição.

              Vejo, no entanto que isto nem sempre transparece nas ideias europeias. Claro que uma organização voltada para a boa ação é sempre bem vinda. Quem sabe eles pretendem dar todo apoio às associações Escoteiras que estão com dificuldades ou mesmo dar facilidades ao crescimento dos jovens nos Grupos Escoteiros. Por outro lado vejo uma infinidade de adultos voluntários que nunca tiveram a oportunidade de fazerem um escotismo autêntico, no sistema de patrulhas, nos acampamentos de Gilwell, e entre sí jogarem gostosamente os maravilhosos jogos Escoteiros como aqueles que a meninada se diverte em tropas Escoteiras. Todos que fizeram escotismo quando jovens, entre eles muito se comenta com saudades “daqueles tempos” e logo a mente os transporta para os acampamentos vivendo a vida de um Escoteiro fazendo tudo que a oportunidade lhe deu. Pensando assim eu vejo uma possibilidade de se ter um programa de Escotismo Adulto. Voltado para as atividades Escoteiras que uns nunca fizeram e outros com lembranças boas querendo retornar a Gilwell.

                 Muitos confundem Indabas com atividades preparatórias para programas, cursos e em algumas existem um pouco do escotismo aventureiro, mas sempre com o líder ensinando e falando e apitando. Não sei se isto é válido para uma volta aos tempos de menino ou mesmo sonhar ser um menino Escoteiro que nunca foi. Sei que existem milhares de Chefes que não tiveram a oportunidade de viver uma vida de campo. Quem armou uma barraca e dormiu sob ela em um campo de patrulha junto com outros chefes? Quem junto a uma patrulha construiu um ninho de águia? Quem construiu uma ponte pênsil ou seguiu uma pegada de um animal qualquer na floresta? Que ficou até a madrugada contando estrelas e cantando com seus amigos chefes da patrulha? E quantos mais decidiram fazer uma jornada seguindo um mapa, um percurso de Giwell, utilizando o Passo Escoteiro ou o Passo Duplo? Quem pode um dia transmitir mensagens em semáforos ou Morse a distancia principalmente em um jogo noturno? Sei que muitos que não foram escoteiros sonham com isto. Mas feito de maneira a “Escoteira” decidindo por sí só ou pela patrulha unida.

                       Como seria bom olhar para o outro lado da estrada. Uma patrulha de chefes ou várias, caminhando como se fossem jovens patrulheiros naquela trilha a procura de um bom lugar para acampar. Quem sabe tendo um Monitor eleito democraticamente e sabendo que poderia ser retirado por qualquer “audácia” de impor suas ideias. São muitas coisas que muitos chefes sonham. Seria este o Escotismo Adulto que eu penso. Um escotismo aventureiro para chefes. Sem apitos, sem gritos, sem imposições e sempre voltado democraticamente no pensamento de todos. Uma patrulha de chefes que seria viva para sempre. Um sai outro entra. A patrulha de chefes tem normas para eleições, tem normas de amizade e fraternidade. Ela a patrulha poderia ser formada por chefes do próprio grupo ou do distrito. Tem normas de respeito e ética e todas elas nunca escritas, mas sempre sabida. – Ei Patrulheiros da Raposa! Tudo pronto para o acampamento de verão? Sei que existem muitas necessidades para se atingir a maioridade. Mas não dizem que se conhece o Escoteiro no acampamento? Porque então não acampar com os chefes para conhecê-los melhor?

                         Não acho impossível isto acontecer. Com alguns acampamentos os chefes do grupo e do distrito não teriam outro diapasão? Quem sabe viver em uma patrulha daria oportunidade para entender melhor nossas deficiências e as deficiências dos outros chefes? Lembre-se que aqui falo de Chefes Escoteiros Aventureiros e mais nada. Sem imposição e se tiver um dirigente ele seria previamente eleito, mas determinado há um tempo mínimo na liderança, pois seria substituído por outro a seguir. Afinal ele não gostaria de estar lá na patrulha? Sei que é difícil começar, mas não dizem que tudo tem um começo? Se alguém na liderança não apoiar eu acredito que falta apoio aos Adultos Escoteiros. Eles não podem ser massa de manobra como até hoje. Levados pela mão aonde o dirigente acha que é o caminho. Eles não estão dando aos chefes Escoteiros a possibilidade de discordar, de sugerir, e de votar. Portanto pensem bem afinal vocês não tem sonhos? E porque não realizá-los? Só lembre-se que o acampamento é para chefes e dos chefes mais ninguém. Os Pioneiros e seniores já tem o seu. Aquele é seu agora é sua vez.

                       Eu sei que a ideia de BP era voltada para os rapazes e moças. Tudo que ele fez foi em função da formação individual, o desenvolvimento da liderança e formar caráter e civismo para jovens. Mas hoje temos milhares de adultos Escoteiros que nunca fizeram tais técnicas e tais atividades. Afinal, eles não têm este direito? Conversem entre si se acham que a sugestão é valida. Discutam se acreditam que a outra forma europeia é mais valida. Quem sabe o embrião que está surgindo na Europa não seria válido aqui? Mas se querem também fazer escotismo, viver a vida mateira e aventureira como adulto e junto a outros adultos está na hora de se por em ação. Como diz um amigo meu, pé no pedaço, preparem o programa, mochila as costas, uniforme no lombo, chapéu Escoteiro, uma bandeira e escolham sua trilha e parta para onde o vento os levar, cantando uma bela canção! Bons ventos e bons caminhos!


“Saudades de quando junto a amigos chefes, embrenhávamos na mata, fazíamos uma clareira e ali vivíamos a vida de um escoteiro. Quantas amizades foram marcadas para sempre”!

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