Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

domingo, 24 de agosto de 2014

Interpretação e aplicação do Livro da Jângal.


Conversa ao pé do fogo.
Interpretação e aplicação do Livro da Jângal.

            Nunca fui um estudioso da Mística da Jângal. Fui Chefe de Alcateia por dois anos, mas tinha um defeito, era muito voltado ao sistema de patrulhas e queria que os lobos fossem assim também. Levava a Alcateia para acampar, cozinhar, viver aventuras que sempre dizia ser a procura de Mowgly na Selva. Meus lobos eram bons de Morse, semáforas e duas matilhas em uma atividade construíram um Ninho de Águia. Mal feito é claro, mas construíram. Nas jornadas pelas florestas encontrávamos o Shery Kaan o Balu, a Bagheera e tantos outros com jogos camuflados que eu criava. Desisti. Adorava os lobos, pois fui um deles e quando senti que não estava no caminho certo procurei os novos cursos que apareciam na época. Eu me matriculava e me decepcionava. Não era o que pensava. Melhor dar vez a quem gosta e tem na alma o coração de um lobinho mais moderno. Soube que em cada década modificaram um pouco o passado do que pensava ser um lobismo perfeito. Parece que as estrelas no Boné que indicava lobo segunda e primeira estrela foram extintos. Hoje existe cuidados extremos no trato com as alcateias. Já vi lobos em reuniões a cantar, desenhar cortar papeis e fiquei pensando o que os segurava ali. Na escola e em casa faziam isto e ir para uma reunião para fazer o mesmo? Quem sabe foi os jogos que os seguraram por algum tempo na Alcateia. Vi outras Alcatéias em atividade e gostei do que vi, nestas pelo menos a chefia interpretava bem o Livro da Jângal. Não posso criticar. Não sou um expert como era nos meus tempos de lobo.

            Quando comecei minha saga de diretor de curso, os chefes de lobos se assustavam comigo. Achei melhor me cercar do que melhor tinha na liderança nestas andanças pela Jângal. Dou risadas pelos comentários que recebi dos Famosos DCIMs da época, quando uma vez fui a uma cidade bem longe da capital para dar um CAB Escoteiro e lá vi mais de oitenta chefes reunidos querendo participar. Não disseram a eles que seria um curso para chefes de tropa. Lá estavam chefes de lobos e seniores. Como sou um idiota escoteiro completo, na hora fiz três cursos simultâneos. Não ia decepcionar aqueles que sonhavam em aprender e aplicar em seus grupos os conhecimentos de seu ramo.  Um de Chefe Escoteiro, um de Lobos e um de Seniores. Estava comigo só dois assistentes. Falei com eles - Riram e me disseram por que não? Corria por todo lado como um louco. Eu tinha na pasta o manual do curso e não me apertei com o programa. Cinco chefes que foram só para ver o inicio eu os lacei. Agora serão meus assistentes. Saia-me bem na Tropa Escoteira e na sênior. Na Alcateia sempre esquecendo. Ainda bem que tinha uma assistente que conhecia mais que eu. Se naquela época eu tivesse conhecimentos profundos da Interpretação do livro da Jângal teria sido muito mais fácil. Claro que apareceram os críticos, eles existem para que? Para criticar é claro. Afinal em cada década aparecem os Papas do escotismo para mudar. Eles sabem o que é bom para nós. O “negocio” é obedecer. Sei que hoje a literatura e muito do método da nova pedagogia para lobos mudaram um pouco.

            Mas eu insisto que todos os chefes de lobinhos tem a obrigação de ler se não cinco pelo menos dez vezes o Livro da Jângal por ano. Eu me delicio com ela, amo de montão e tiro o chapéu para Rudyard Kipling que além de ter escrito o Livro da Jângal é autor também de KIM e outros clássicos infantis. Kipling é considerado um dos maiores escritores para crianças, pois seus clássicos da literatura infantil dão mostra de um talento versátil e brilhante. Portanto o Livro da Jângal é uma história formidável só comparada ao Escotismo para Rapazes de BP livro de cabeceira e considero obrigatório e que deve ser lido pelo menos vinte página por mês. Ano passado folheando a internet me deparei com o Livro em PDF do Chefe Blair de Miranda Mendes. Tratava-se da Interpretação do Livro da Jângal. Baixei na hora. Blair é um Velho Lobo amigo lá das Minas Gerais, ativo e participante até hoje. DCIM e quem o conheceu como eu lá pelos idos de 1968 teríamos juntos muitas histórias para contar. Se hoje tivermos que escolher os dez mais entendidos em lobismo no Brasil o Blair seguramente estará entre eles. Ele teve assistentes para escrever o livro, mas é muito bom. Aconselho a todos da área do lobismo que o tenham em seus arquivos e o leiam sempre. Vale a pena, pois para os novatos uma nova visão do lobismo para as reuniões semanal. Se você não o têm me escreva – Elioso@terra.com.br e envio para você na hora.


              E como na Jângal de Mowgly eu desejo a todos os chefes de Alcateia uma Boa Caçada e boas leituras e claro, nunca esquecendo o que A velha Serpente disse quando Mowgly chorava para ir à cidade dos homens. – Somos irmãos de sangue pele lisa, tu e eu!         

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