A conspiração
do Silêncio.
Revoltar é
vencer a batalha?
- Estão a conspirar
contra os escoteiros? Quem sabe sim, mas são fatos isolados e que revoltaram
alguns jovens participantes do JOTI. Quantos foram os conspiradores? Pelo que
eu saiba um só. Sei que ele disse impropérios não condizentes com a linguagem
de pessoas civilizadas. Mas um só? Será que não existem tantos mais por aí que
fazem o mesmo? Afinal estamos em um país onde uns poucos se usurparam do poder,
outros tantos eleitos aproveitam para se servir do dinheiro alheio, a corrupção
só está sendo desvendada por um grupo de valentes e audazes membros de duas
instituições, onde um Juiz não se fez de rogado e contra tudo e contra todos
colocou figurões nos seus devidos lugares. A cadeia.
Como então nos
revoltarmos com um só que com seus impropérios fizeram os escoteiros se
sentirem ofendidos? Eu também sem estar lá, sem participar e sem conhecer o “moço”
conspirador me revoltei. Mas como revoltar? E as outras celebridades o que
disseram? De quem é a culpa de tudo isto? Propagandear no Facebook, postando em
páginas, grupos, Fanpage é válido, mas será que atingiremos os egos dos revoltados
contra o escotismo? Sem culpa os organizadores do JOTI. Afinal era apenas um
item para procurar uma celebridade. Mas “diabos” este moço com este palavreado era
uma celebridade? Uma vez escrevi aqui sobre um colunista articulista da Folha
de São Paulo em um artigo publicado por ele que desmerecia o escotismo conforme
sua experiência de jovem Escoteiro. Alguém deu bola? Alguém se revoltou? Quando
o Bial gritou sobre nós o mundo Escoteiro desabou. E assim foram outros tantos
que adoram desmerecer nossa organização.
Mas eu pergunto, sempre
somos nós os culpados por não fazer um belo marketing das vantagens do escotismo?
Dizem que ficamos presos à sede escoteira, quase não saímos, e dificilmente
aparece na impressa um comentário, uma explicação ou mesmo alguém de fama para
dizer que o escotismo é bom, que Baden-Powell foi um dos maiores educadores
pensadores do seu tempo, que seu livro Escotismo para Rapazes é um dos três mais
vendidos no mundo. Afinal, dizem que vendemos biscoitos, nunca vendi, sei que
os americanos vendem. Atravessar a velhinha na rua se escasseou. As velhinhas
desapareceram. O que fazemos realmente para sermos reconhecidos pela
comunidade? Plantar árvores? Limpar praças? Sei não, perguntem para os
escoteiros se eles gostam disto.
Sempre vejo nos meios
publicitários, homens e mulheres que exaltam nos diversos fóruns educacionais, elogiam
e copiam pensadores, pedagogos e educadores fora do país, e têm aqueles
célebres e já conhecidos comentaristas e palestrantes falando sobre tudo menos
o escotismo. Se um dia pudéssemos fazer uma pesquisa em âmbito nacional, fico
em dúvida se mais da metade da população brasileira sabe onde andam os
escoteiros, o que eles estão fazendo, suas finalidades, e se por acaso existem
remanescentes ex-Escoteiros famosos a propagandear o Escotismo e seus valores para
a formação do jovem. Muitos de nós nem mesmo sabemos explicar com palavras
simples o que somos. Quando nos perguntam sempre a resposta é a já conhecida
que nada explica e nada se entende.
Perguntem aos Dirigentes
da UEB, das Regiões. Eles serão unânimes em dizer que estão fazendo tudo para
sermos reconhecidos. Tudo? Alguém conhece um bom conferencista ou palestrantes
da UEB a propagandear o escotismo em nosso país? Alguém sabe de programas nas
emissoras de TV onde se reúnem diretores, professores para discutir sobre a
educação dos jovens se por acaso o escotismo foi tema ou se algum representante
Escoteiro nacional foi convidado? Onde estão nossos lideres para nos defenderem
destes sacripantas que desandam a falar mal de nós? O que eles fazem para que
sejamos conhecidos que nosso programa seja discutido, que na teoria da educação
sejamos pelos menos lembrados?
Ficamos sós. O que
dizem é que os grupos se movimentem, que a juventude escoteira de hoje cresça e
um dia quando for alguém importante lembrar-se de nós. Estamos perdendo muito
para outros órgãos de juventude e a preocupação não sinaliza que devemos nos
embrenhar nesta seara e desvendar o caminho para o sucesso. Bradar ou dar um
alerta que estamos vivos, que lutamos que fazemos o possivel agora e o
impossível daqui a pouco fica no silêncio dos grandes dirigentes nacionais.
Lamentar é bom, mas lutar por um ideal com participação de todos e melhor.
Perguntem, portanto aos nossos lideres regionais, perguntem também aos
nacionais. Postar aqui a revolta pode até ter algum resultado, mas pequeno,
alcance mínimo para aqueles que não vivem no meio Escoteiro. Infelizmente
existe sem percebermos uma Conspiração do Silêncio que não sabemos de onde
parte. Sem que ninguém perceba estamos a reboque de uma época que até hoje não
mostrou aos brasileiros o que somos e o que podemos dar a nação.
Como disse Oscar Wilde, o descontentamento é o primeiro passo na evolução de um
homem ou de uma nação. Ser grande é abraçar uma grande causa. Mas lembremo-nos
que uma andorinha só não faz verão!
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