Conversa
ao pé do fogo.
Dicas
que podem ajudar você!
A tralha individual
Houve um tempo que um escoteiro sempre se esforçava para conseguir toda sua
tralha individual mesmo que demorasse anos. Essa tralha era composta de seu
uniforme completo, inclusive o chapéu de abas largas, calçado preto e só usado
quando estivesse em atividade escoteira. Não iria faltar o canivete escoteiro,
a faca escoteira (com talco para proteger das ferrugens), o cabo trançado
pronto para ser usado e colocado do lado direito do uniforme preso ao cinto. O
apito era seguro por um trançado de couro marrom e preso no pescoço em cima do
lenço. O cantil à esquerda. A machadinha pequena (com capa) dentro da mochila.
Muitos ainda possuíam sua própria bússola. Eu sempre carregava minha velha
Silva de guerra. A mochila era escolhida a dedo. Alguns com ajuda dos pais
faziam a sua própria. Sempre limpa, uma ou duas vezes por semana era aquecida
por algumas horas ao sol para evitar mofo. (não se esquecia de fazer o mesmo com
o saco de dormir) Sempre levávamos bem enrolado, uns 30 metros de sisal. Como
ajudava. Havia ainda alguns que gostavam do bornal. Eu nunca me privei de um.
Resolvia muito minhas necessidades urgentes nas atividades aventureiras.
Hoje temos as jovens participando. Acredito que elas também podem e devem ter
seu material de campo completo. Alguns já compram tudo logo que iniciam as
atividades isto se as condições financeiras dos pais assim o permitem. Eu
engraxei muito sapato para ter tudo que sonhei. Acredito que o esforço
individual, a economia, (o escoteiro é econômico e respeita o bem alheio) o
trabalho voluntario sempre deve ser incentivado. Nada de só receber.
Valorizamos o que adquirimos com trabalho e suor de meses e meses de luta. O
desleixo, a falta de cuidado não é próprio de bons escoteiros.
Afinal, o que são atividades
aventureiras?
Só o nome diz o que significa. Aventura! Descobertas! Experiências que nunca
foram feitas. Viajar para outras localidades, sempre com o principio de ser um
e não mais um herói dos seus sonhos. Vejamos algumas atividades
aventureiras interessantes. Marchas de longa duração com a tropa - acampamentos
volantes – bivaques – jornadas - excursões diurnas ou noturnas – escaladas –
Aventura ciclística (neste incluímos as jornadas e bivaques usando este tipo de
transporte). Sem esquecer é claro do bom e agradável acampamento escoteiro.
Existem outras. Mas fico com essas para melhor explicitar o raciocínio. Em
todas elas deve haver o principio de crescimento técnico. O chefe deve saber a
potencialidade de cada participante.
Partir para estas atividades deve-se
lembrar da máxima ao sair para o mar. Se vai avie-se em terra. Assim ter a tralha
individual completa ou quase, podemos partir para varias atividades
aventureiras agradáveis e inesquecíveis que irão marcar em muito nosso
crescimento Escoteiro. Isto feito estamos dando possibilidade de uma formação
sem similar na educação escoteira, preconizada por Baden Powell. Atividades ao
ar livre. Acredito que uma boa sessão escoteira, incluindo aí os seniores e
guias não deve permanecer em suas sedes por mais de quatro reuniões
consecutivas. Se isso acontece, é preciso repensar o programa.
Antes de
explicar algumas atividades (sei que a maioria dos grupos já fazem normalmente)
comentaremos algumas dicas para que essas se tornem mais agradáveis. Lembro que
essas atividades devem ser bem programadas, se possível com a participação do
Conselho de Patrulha e devidamente aprovada pela Corte de Honra e dos chefes da
tropa. A chefia sempre entra com boa dose de experiência e quem sabe uma ou
outra atividade surpresa. Sem as opiniões dos jovens nada poderá ter o sucesso
esperado. Afinal ela está sendo feita para eles.
A “matutagem” de cada um - Ração
individual e coletiva.
Matutagem e ração individual e a alimentação imprescindível para a
atividade aventureira. Ela tem um papel importante em qualquer atividade
escoteira. Estamos pensando que esta atividade poderia ser feita a pé, de
bicicleta, ou utilizando meios de transportes municipais e estaduais (ônibus ou
trens). Um veículo ir acompanhando está fora de cogitação, salvo em
acampamentos prolongados. Deve ser fácil de preparar e para isso a patrulha já
estará bem treinada. Um cozinheiro experiente, vasilhame mínimo e embutido na
mochila ou bornal próprio. No passado chamávamos de ração A, B e C. Cada jovem
tem sua lista, distribuída pela patrulha anualmente. Vejamos:
- Ração A –
Exclusiva para pequenas atividades de um só dia. Consiste em lanche individual
reforçado acompanhado de um chá ou café quente. Não pode faltar. Um fogão
mateiro simples vale um acampamento. Nada de suco. Uma patrulha é composta de
cinco a oito membros. Calcula-se quanto de café, açúcar (não esquecer material
de limpeza) ou similar e dividir entre todos. Será levado bem acondicionados em
sacos plásticos no bornal ou na mochila. Um intendente ou cozinheiro da
patrulha é responsável para recolher quando for feita uma refeição.
- Ração B –
Para atividades de dois ou mais dias. Prepara-se um cardápio simples. Fácil de
transportar e que não estrague dentro das mochilas e bornais. Lembramos que
deve ser suficiente para alimentação de cada um. Se for dois dias terão dois
almoços, um jantar, dois cafés e um lanche noturno. O que levar fica a critério.
Não leve além do necessário e com um cardápio extenso. Nada de cardápio
complicado. Será distribuído por todos exatamente conforme a Ração A. Tudo bem
acondicionado, em sacos plásticos, e colocado na mochila ou bornal. Não esquecer
que aí se incluem óleo, sal, material de limpeza. Cuidado com a falta de
fósforos ou isqueiro. Se não tem um bom mateiro para fazer fogo sem fósforos é
melhor se prevenir. Não é fácil fazer fogo. Sem treino só na TV e no Cinema
tudo dá certo. Sem técnica e experiência, usar pedras ou pauzinhos é dor de
cabeça.
-
Ração C – Para acampamentos de dois ou mais dias. O cardápio deve ser um pouco
mais detalhado. Feito a lista de materiais as quantidades serão conforme os
participantes. Uma mãe experiente poderá dar excelentes sugestões e
quantidades. Se for uma atividade no sistema de patrulhas, a chefia em seu
campo terá uma barraca de intendência para acondicionar tudo que foi levado.
Sempre é bom esquecer-se de veículos de apoio. Afinal não é uma atividade
aventureira?
Nota – Qualquer
acampamento deve produzir na imaginação do jovem, que ele esta em um local
distante, inexplorado e que está aprendendo a viver a vida de forma diferente.
Para isso é importante que não haja residências por perto ou a vista, veículos,
postes de luz, nada que possa dar a idéia que ele esta próximo da civilização.
Breve outras dicas.
Obrigado.
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