Conversa
ao pé do fogo.
Quem
foi Rudyar Kipling.
Joseph Rudyard Kipling nasceu em 30 de dezembro de 1895 e faleceu em 18
de janeiro de 1936. Conhecido
por seus livros "The Jungle
Book" O Livro da Selva que escreveu em 1894, foi um dos mais famosos
escritores no gênero infantil. Just So Storeie, Puck of Pook’s Hill e sua novela
KIM também um clássico para a formação escoteira, deu uma enorme contribuição à
juventude. Escreveu inúmeros poemas, aí incluindo Mandalay, Gonga Din e tantos
outros. É considerado o maior "inovador na arte do conto curto";
os seus livros para crianças são clássicos da literatura infantil; e o seu melhor trabalho dá
mostras de um talento narrativo versátil e brilhante.
Foi um dos
escritores mais populares da Inglaterra, em prosa e poema, no final do século XIX e início do XX.
O autor Henry James
assim comentou sobre ele: "Kipling me impressiona pessoalmente como o
mais completo homem de gênio (o que difere de inteligência refinada) que eu
jamais conheci.". Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1907, tornando-se o primeiro autor
de língua
inglesa a receber esse
prêmio e, até hoje, o mais jovem a recebê-lo. Entre outras distinções, foi
sondado em diversas ocasiões para receber a Láurea de Poeta Britânico e um
título de Cavaleiro,
as quais rejeitou. Ainda assim, Kipling tornou-se conhecido (nas palavras de George Orwell)
como um "profeta do imperialismo britânico".
Muitos viam
preconceito e militarismo em suas obras, e a controvérsia sobre esses temas em
sua obra perdurou por muito tempo ainda no século XX. De acordo com o crítico
Douglas Kerr: "Ele ainda é um autor que pode inspirar discordâncias
apaixonadas e seu lugar na história da literatura e da cultura ainda está longe
de ser definido. Mas à medida que a era dos impérios europeus retrocede, ele é
reconhecido como um intérprete incomparável, ainda que controverso, de como o
império era vivido. Isso, e um reconhecimento crescente de seus extraordinários
talentos narrativos, faz dele uma força a ser respeitada". Seu poema
"If" (Se) é símbolo dos Cadetes da Academia da Força Aérea.
Uma de suas
obras o "Livro da Selva" foi adotado por Robert Baden-Powell, fundador do Escotismo como fundo de cena para as atividades
com jovens de 7 a 11 anos, denominando os jovens dessa faixa etária como
lobinhos. Prestamos aqui uma homenagem com seu poema “SE”. Escrito para seu caçula, John, então com apenas 12 anos, que Kipling
escreveu naquele ano este poema que entraria para a galeria de seus textos mais
célebres, se uma reunião de conselhos enfileirados com ternura e sabedoria para
o menino, também ele destinado a morrer de forma trágica e prematura. John
seria abatido aos 18 anos no front da Primeira Guerra Mundial, sem talvez
chegar a ser o homem com que o pai sonhou ao assinar o poema. Um poema
que todo Escoteiro e escoteira deviam ler e meditar.
“Se”.
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses, no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta à vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses, no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta à vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
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