Conversa ao pé do fogo.
Vou-me embora para Pasárgada.
Uma adaptação do poema de Manoel Bandeira.
- Hoje o dia para mim foi de coceira no pé. Cabeça
balançando, piolho escorregando, vontade de dormir e não mais acordar. Vontade
de virar a esquina me esconder na faxina. Será Tristeza? Moleza? Pode ser, mas Escoteiro
como eu não foge da raia. Escrevo o que me dá na telha. Digo o que penso, se
chorar tiro meu lenço, pois afinal estou no fim da idade e não tenho mais tempo
para ter saudade do que podia ter feito e não fiz. Me pergunto bem baixinho: -
Valeu a pena chefinho? Alguém se importa? Porque não para de escrever? Se não
saia de traz da porta. Amanhã é outro dia. Vou fazer a vida mudar, porei meu
uniforme bacana e sairei por aí escoteirar. Vou falar coisas bonitas, contar ditos
e não ditas, afinal é de B-P que a turma gosta e o velho chato de galocha, vai
vivendo uma ilusão. Pois neste dia tão bonito vai ter escotismo de montão!
Vou-me embora pra Pasárgada!
Vou-me
embora pra Pasárgada Lá sou Escoteiro do rei
Lá vestirei meu caqui querido Com o chapéu que escolherei.
Lá vestirei meu caqui querido Com o chapéu que escolherei.
Vou-me
embora pra Pasárgada Aqui eu não posso acampar,
Lá não tem UEB e burocracia, Só paisagens para amar.
Terei aventuras mil que Que Baden-Powell sorridente
Dirá: Osvaldo felicidades, saiba que Escoteiro não mente.
·.
Lá não tem UEB e burocracia, Só paisagens para amar.
Terei aventuras mil que Que Baden-Powell sorridente
Dirá: Osvaldo felicidades, saiba que Escoteiro não mente.
·.
Lá
armarei minha barraca No pico do monte feliz.
Andarei de bicicleta escalarei mil montanhas
Subirei na pedra dos sonhos, tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado deito na beira do rio,
Andarei de bicicleta escalarei mil montanhas
Subirei na pedra dos sonhos, tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado deito na beira do rio,
Na
sombra do abacateiro, pois como bom Escoteiro,
Voltarei
de novo a cantar e sorrir.
E
quando sentir saudades Mando chamar meu monitor
Para me contar lindas histórias que no tempo de eu menino
Me lembro do meu Chefe a contar.
Vou-me embora pra Pasárgada,
Para me contar lindas histórias que no tempo de eu menino
Me lembro do meu Chefe a contar.
Vou-me embora pra Pasárgada,
Em Pasárgada tem de tudo
É outra civilização Tem um processo seguro
De fazer escotismo de montão.
Tem escotismo prá pobre, Tem escotismo sem par...
Tem escoteiras bonitas Para a gente namorar.
É outra civilização Tem um processo seguro
De fazer escotismo de montão.
Tem escotismo prá pobre, Tem escotismo sem par...
Tem escoteiras bonitas Para a gente namorar.
E
quando eu estiver mais triste mais triste que não tem jeito
Na conversa ao pé do fogo ouvirei histórias do peito.
Vou embora para Pasárgada. — Lá sou Escoteiro do rei —
Terei o grupo que eu quero no bairro que escolherei.
Na conversa ao pé do fogo ouvirei histórias do peito.
Vou embora para Pasárgada. — Lá sou Escoteiro do rei —
Terei o grupo que eu quero no bairro que escolherei.
Vou-me embora pra Pasárgada.
Aqui
eu não volto mais,
Adeus
UEB dona de tudo,
Adeus
amigos queridos,
Adeus...
Não sei quando vou voltar...
O poema correto de Manoel Bandeira pode ser visto na
internet. Ele vai me desculpar!
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