Conversa
ao pé do fogo.
As
eleições Escoteiras estão chegando.
Municipais? – Não.
Escoteiras. Uai! Então temos eleições? – Claro que sim Zé das Quantas. Pergunte
ao escoteirinho de Brejo Seco. Ele já ouviu falar. Agora todo ano tem. Renovam o
CAN o Congresso Escoteiro e as Assembleias Regionais. – Mas isto não é bom? –
Seria Zé, mas nada de novo no front. Você precisa ver as propostas. Cada uma
“mais maió de grande” que a outra. A gente lê, fica de cabeça para baixo e lê
novamente e não entende nada. Enquanto isto os "çabios” do nosso escotismo
vão alterando sua forma, suas tradições, os métodos de educação que B-P deixou
e assim o barco vai seguindo nas águas turvas de um rio que não tem mais fim. Remar
sua própria canoa já era. Agora são eles que estão no leme. E o futuro?
Grandioso! Eles fazem mil promessas. Sob a nossa batuta o escotismo será outro
em pouco tempo. Quando ouço isto vou para a floresta conversar com o Tatu Bola
e fico ali me esquecendo da vida!
Não sou chegado a este tal de
planejamento Estratético, programa educativo e tantos outros que estão sendo
praticados. Vejo falar nisto há muitos anos. Muitos candidatos vibram. Gosto de
ver eles nas fotos. Vocês já observaram as fotos de quantos escotistas e
dirigentes estão nas páginas das redes sociais? São candidatos. Falam bem
deles. Caramba! Você os vê de uniforme, de vestimenta sorrindo, alguns com a camisa
para fora (é norma dizem), chapéus esquisitos, meias brancas pretas e já uma
vermelha pintada de amarela. E as fotos deles em cursos (belo exemplo para os
cursantes) em reuniões de cúpula, em restaurantes, recebendo certificados,
promoções, medalhas, em passeios para descanso após uma reunião, pois ninguém é
de ferro. Fotos de meninos e meninas Escoteiras? Nem pensar. Parece que eles
são o escotismo e não o contrário. Só postam os mais humildes, os mais simples.
De vez em quando um coitadinho aparece recebendo uma Correia de Mateiro e um
Lis de Ouro. Os grandões estão onde devem estar. Na cúpula sorrindo, abraçando
recebendo medalhas sendo elogiados e o escambal.
Se tiverem um tempo visitem
suas páginas. Uns gatos pingados em volta da bandeira. Desculpe, tem alguns que
tem sessões completas, mas é difícil de ver. Alguns candidatos são de grupos
Padrão Ouro. Uma vez cobrei fotos da patrulha no campo, suas pioneiras,
formados para a inspeção ou só a patrulha em jornada. E os lobos? Estes pelos
menos aparecem mais. As chefes sabem que ali está seu manancial de motivação e
são mais perseverantes com a motivação. Já há alguns anos que a maioria dos
estados apresentam suas chapas de candidatos ao poder. Isto é bom. Democracia plena?
Isto não. – Os estatutos são claros, dizem. Eu me pergunto se isto está certo.
Depois de eleitos fazem o mesmo que os outros fizeram. Lutar para mudar o
errado, lutar para valorizar nossos voluntários, lutar para que as taxas sejam
a menor possivel, lutar para que haja transparência, consulta as bases e boas
discussões de temas ainda não vi em nenhuma chapa.
O que vejo hoje são adultos falando bonito, esquecendo-se
de ouvir o jovem (base primordial da formação escoteira) procurando ser servido
em vez de servir. Nas ultimas eleições elogiei uma chapa em São Paulo. Este ano
não. Depois das eleições os que me procuraram nunca mais me disseram Sempre
Alerta. Sei que ainda tem estados que as eleições são proforma. Sempre o mais
antigo dirigente dizendo quem vai assumir.
Quem sabe alguma chapa terá como proposta alguns destes itens?
- Lutar
por uma democracia plena, onde todos adultos terão direito de votar e ser
votado, fazer uma grande pesquisa nacional para ouvir e analisar as opiniões
sobre a evasão escoteira em todas as unidades locais.
- Montar
uma comissão de novos e antigos para analisar e sugerir as vantagens do que
antes tínhamos tais como: Tradições, simbolismo e místicas Escoteiras,
programas progressivo, nomenclaturas etc.
- Voltar
a discutir as vantagens do Sistema de Patrulha (tão esquecido hoje) e as bases
fundamentais do escotismo feito por Baden-Powell. Lutar com todas as forças
para que as taxas possam ser ao alcance do mais humilde Escoteiro ou do
Escotista, dando a ele oportunidade de estar presente nas grandes atividades
nacionais.
- Fazer
um marketing agressivo com empresas, dirigentes educacionais, no intuito de
conseguir apoio não só logístico como financeiro, mostrando a comunidade
brasileira o que é e para que serve o escotismo. Ter bons profissionais para
trabalhar junto aos órgãos federais, empresariais e organizações de comunicação
para conseguir apoio e ou patrocínio para nossas atividades suavizando assim as
enormes taxas que não estão ao alcance de todos.
Não coloquei aqui alguns temas que são
preocupação de alguns escotistas. A homoafetividade e o reconhecimento de
outras afirmações de crenças e não só o ateísmo. Que sejam bem vindas estas
discussões, que se estude a possibilidade de atender suas necessidades, mas
tudo sem prejudicar a grande maioria de jovens que hoje praticam o escotismo
conforme vem fazendo há tempos. Como sou um Velho Escoteiro arcaico não vou de
encontro aos novos tempos. Para mim é difícil acompanhar as novas metodologias
tão apregoadas por boa parte dos candidatos. Não sou pedagogo e nem entendo
nada disto. Eu ainda acredito que a modernidade e o passado podem andar de
braços dados. No entanto quando meia dúzia passa a fazer mudanças sem consultas
à maioria isto se torna uma ditadura onde não temos defesa e nem podemos cobrar
os erros no futuro.
Em anos anteriores
erroneamente dei meu aval a alguns candidatos em regiões e na Própria direção
nacional. Foi uma mancada. Não sou eleitor e dificilmente posso comparecer as
Assembleias. Afinal além de Velho sou um aposentado e nem “tutu” para a gasolina
tenho, que de lá pagar um hotel, refeições e a nunca esquecida taxa de
participação. E cá prá nós, chegar lá com a voz sumida, sem poder pedir a palavra,
sem poder discutir nada em um breve seminário e onde terei que ver e ouvir os
eruditos com propostas portentosas o melhor mesmo é ficar em casa. Ops!
Esqueci, não sou registrado, portanto não existo para a União dos Escoteiros do
Brasil. Já vivi muito estes parâmetros em outras eras. Nunca acreditei nas
promessas feitas. Mas ainda bem que aparecem novos candidatos novas chapas,
pois quem sabe um dia tudo vai mudar? Não foi um general amigo de Baden-Powell
que na Segunda Guerra Mundial disse que – O possivel vamos fazer agora! O
impossível daqui a pouquinho!
Meus
parabéns aos eleitos, que eles sejam felizes para sempre!
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