Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Objetivos de um (a) Chefe Escoteiro (a)


Conversa ao pé do fogo.
Os sete pilares da sabedoria.
Objetivos de um (a) Chefe Escoteiro (a)

               Os Sete Pilares da Sabedoria descreve a revolta na Arábia contra os turcos, vista por um inglês que nela tomou parte. No que seria aparentemente uma simples crônica militar, Lawrence da Arábia teceu um painel inusitado de retratos, descrições, filosofias, emoções, aventuras e sonhos. Para levar a cabo sua missão, serviu-se de uma extraordinária erudição, uma memória impecável, um estilo que ele próprio inventou... “Uma total desconfiança em si mesmo e uma fé ainda maior”.

               Nada há ver como o que pretendo colocar aqui. Acredito servir apenas como uma lembrança. O tema é outro. Tenho notado uma quantidade razoável de definições sobre o Chefe Escoteiro colocada em diversos sites escoteiros. Estão transformado o chefe em um super homem, dotado de poderes incríveis, um super herói e esquecendo que ele é apenas um educador. Claro todas são válidas, e não podemos deixar de valorizar seu trabalho. No entanto estão esquecendo muito seu principal papel. O JOVEM! Porque digo isso? Não estou a par do que se aplicam hoje nos cursos de formação, mas no passado os jovens eram nos currículos aplicados a principal preocupação nossa. Tudo era dirigido de maneira tal que o Sistema de Patrulhas tivesse prioridade total. Agora não vejo tanto. Sem que os tempos são outros, mas com o programa atual ainda não provaram se o escotismo tem dado certo. Alguns se preocupam, no entanto muitos adultos estão agindo como escoteiros (as), vibram com as atividades que fazem e nem se lembram de saber se eles, a principal razão de ser do escotismo está também vibrando como ele.

                   Observo no retorno ou mesmo quando é aberta a inscrição para qualquer evento nacional ou regional, um escotista dizer: Eu vou! Quem vai? Eu fui! Espetacular! Ainda não vi dizerem – Vou levar toda minha tropa. Lutei para ela ir. Consegui ajuda externa e ninguém ficará para trás. Afinal o evento seria para eles eu sou um mero coadjuvante. Se for seria só para ajudar no que for preciso.  Se não forem todos, eu não irei! Não seriam mais brilhante ou mesmo magnífico esses dizeres? Estamos deixando os jovens na berlinda. Muitos estão saindo. A exigência do registro e da taxa tem impedido muitos de participarem. Nem sempre isto é possivel e os lideres são taxativos, sem a taxa e o registro não podem participar. Agora mesmo ao término do ELO, muitos deles me disseram que não foram. E estão magoados por não terem ido. Não tinham como pagar a taxa e muitos não foram registrados em seu grupo.
                   Não sou psicólogo e nem pretendo entrar no assunto que a eles competem. Mas será que todos estão tentando conhecer o jovem ou a jovem de sua tropa? De sua alcatéia? Saber o que estão pensando, seus desejos, suas desventuras, como estão no colégio, suas amizades e como estão se portando espiritualmente? Uma tarefa hercúlea. Não seria interessante que ele ou ela procurasse o jovem que está faltando às reuniões e perguntar, meu amigo ou minha amiga! Sentimos falta de você! Você é importante lá, todos gostam de você! E quem sabe ele ou ela diria o porquê não está indo?

               Mas não é isto que vejo. Estou vendo muitos desistirem. São pequenas duvidas que vão aos poucos transformando seus sonhos aventureiros em desilusão. Claro, sem generalizar. Mas observem nas atividades escoteiras. Um grande número de patrulhas formando com dois, três ou no máximo quatro membros. Nas alcatéias também. Por quê? Acabou a patrulha? Antes era um orgulho todos os presentes e dizerem para o chefe ou a chefe – Patrulha completa chefe! Mas sei que muitos chefes se preocupam outros nem tanto. Estão esquecendo que ouvir os jovens, saber o que eles pensam está ficando no esquecimento. Vejo muitas sessões fazendo atividades sociais com três ou quatro e o Chefe sorridente como se a atividade fosse dele.

                  Ivone Boechat deixou escrito: - Ensinar é aprender. Ensinar não é transmitir conhecimentos. O educador não tem o vírus da sabedoria. Ele orienta a aprendizagem, ajuda a formular conceitos, a despertar as potencialidades inatas dos indivíduos para que se forme um consenso em torno de verdades e eles próprios encontrem as suas opções.  Acho que já li algum parecido nos livros de BP.

                 Meus amigos escotistas de todos os ramos. Vamos lembrar sempre do nosso objetivo. Claro podemos e devemos ter nossas atividades como adultos e para isto devem ser programadas. Eu mesmo quando da idade de vocês adorava uma Indaba no campo, diferente, formados em patrulha, fazendo e construindo campismo dos bons. Mas a prioridade é o jovem. Sempre ele. Nada justifica o contrário. Lembre-se que toda vez que um jovem abandona o escotismo você tem grande parte da culpa. Involuntária é claro, mas para isso se tornou um educador. Leia bastante. Procure saber o que se passa na mente dos jovens. Não vá pelo que os outros disseram. Pesquise, ande, fale, comente. Perdemos muitos porque estamos esquecendo que nosso objetivo é um só – Formação de caráter, ética de bom viver, dinamismo, cidadania e liderança. E se assim fizermos teremos a certeza de ter contribuído um pouquinho para que esta nação tenha homens que um dia todos nós possamos orgulhar.


Senhor conceda-me a serenidade para aceitar aquilo que não posso mudar a coragem para mudar o que me for possível e a sabedoria para saber discernir entre as duas. Vivendo um dia de cada vez, apreciando um momento de cada vez, recebendo as dificuldades como um caminho para paz, aceitando este mundo cheio de pecados como ele é, assim como fez Jesus, e não como gostaria que ele fosse; Confiando que o Senhor fará tudo dar certo se eu me entregar à Sua vontade; Pois assim poderei ser razoavelmente feliz nesta vida e supremamente feliz na outra.” Amém! (R.Niebuhr).

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