O
garbo ainda tem valor nos dias de hoje?
Um amigo, antigo
escoteiro como eu no escotismo sempre aderiu à modernidade defendendo as
posições tomadas pelos novos lideres que nunca ou quase nunca consultaram
ninguém. Decidiram por si só, não ouve transparência, não ouve pelo menos uma
pesquisa junto aqueles que fazem o escotismo em suas localidades. São tantos os fatos acontecidos que escrevi
dezenas de artigos, mas que no fundo eram como ecos no alto de uma montanha que
sabemos serão repicados até desaparecer nos vales sombrios. Sempre tentei
aceitar muitas das novas posições assumidas, esperava e ainda espero os resultados
que dificilmente acontecem. Estamos sós nos meios educacionais, não temos
penetração nos meios empresariais. A mídia só comenta nossos erros e a defesa
de todas as outras organizações infantis e juvenis acontecem menos no
escotismo. Mas e daí?
Boa pergunta, e dai? Bem
ele tem lutado ao seu modo com a maneira legal do uso da vestimenta, muitas
vezes documentada onde poucos se preocupam do que pensam a comunidade como um
todo. Um vizinho meu um dia me viu de uniforme e disse? Existe ainda este?
Balancei a cabeça. – Olhe senhor Osvaldo estive no desfile e vi uma turma vestido
de todo jeito. Não havia uniformidade como já tinha visto antes. Eu nada tinha
a dizer. Calei. Pensei comigo como sempre penso sobre o garbo que tanto nos
orgulhamos um dia. Garbo, elegância de modos e de gestos, porte imponente,
marcial. Será esta a publicidade que queremos? As defesas são diversas. Muitos
explicando que o mundo de hoje é outro. A educação é outra. Eu como um Velho Chefe
Escoteiro me senti só. Ainda me sinto. Tive que engolir a vestimenta e as
explicações dos novos donos do poder e daqueles que não dizem nada aceitando a
imposição sem indagação. A culpa não é deles. Acostumados a servir e aceitar
nada disseram.
Enfim, o mundo de hoje já
não é meu. Nunca foi, mas teve uma época diferente. Quando um dia entrei em um
arraial bem longe da minha civilização, com a patrulha escoteira bem formada e
juntou de gente na praça nos olhando. Claro, caqui chapelão e bem postados dissemos
bom dia. Foi então que um senhor chegou perto de nós e disse: - Sempre Alerta! E
olhou para a multidão e disse: São escoteiros minha gente, meninos do bem, de
coragem de cidadania! Olho-me no espelho quando visto meu uniforme querido.
Fico a pensar porque não houve um pouco de garbo, de brilho na confecção da
vestimenta. Acostumado com o meião cinza me arrepio com a meia pequena.
Exemplos do meu Chefe e seu porte garboso via sua camisa dentro da calça e
todas as peças bem engomadas ou passada a ferro. Acostumado com o chapelão me
estremeço com os chapéus de pano usados hoje. Acostumado com o garbo e o porte Escoteiro
me pergunto se mudei tanto se hoje não é ontem e como será o amanhã.
Já me disse um dos novos
chefes consciente da mudança existente no mundo que os de hoje também terão
histórias para contar quando chegarem à minha idade. Que seja. Não desmereço,
mas seria tão bom uma uniformização mais respeitosa, mais abrangente, mais
sedutora a conquistar a comunidade brasileira como nós o fizemos um dia. Se éramos
poucos como alguns pretendem dizer eu posso garantir que não somos nada. Nossa
representação é mínima nos 5.500 municípios brasileiros. Quando teremos força,
quando teremos apoio quando teremos um nome escrito no coração de cada um não
sei se será no meu tempo. Mas não desmereço ninguém. Quem sabe um dia entra na
liderança nacional alguém que raciocina que pensa que sem exemplos sejam verbais,
pessoais ou ilusórios não seja como um motivo de aceitação somente por parte de
quem está, mas também daqueles que nos olham e nos julgam por mais que possamos
dizer que isto não é importante.
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