Conversa
ao pé do fogo.
“O
Poder”
Poder é o direito de deliberar,
agir, mandar e, dependendo do contexto, exercer sua autoridade, soberania, a
posse de um domínio, da influência ou da força. Segundo a sociologia, poder é a
habilidade de impor a sua vontade sobre os outros. Existem diversos tipos de
poder: - O Poder social, o Poder econômico, o Poder militar, o Poder politico
entre outros. O contrário são as necessidades de alguém que não precisa poder,
são os chamados educadores. Para ser um é preciso muito mais que ter
conhecimento. È preciso ser humano e jamais supervalorizar o intelecto e a
razão em detrimento do amor e da emoção. É uma vontade de ajudar pessoas e dar
a elas mais oportunidades no futuro.
Entre o
Poder e o Educador.
- Chefe
Idelfonso Lavosier. Dirige uma Tropa Escoteira de elite em um Grupo Escoteiro
muito bem estruturado. Se sente bem. Tem apoio, não precisa se desdobrar para
conseguir as necessidades da Tropa. É metódico, sabe onde pisa e conhece a
maioria dos jovens de sua sessão. Sabe que seus pais são universitários, ótimo
poder aquisitivo, dão uma proteção enorme aos seus filhos, exigem respeito para
com eles, não toleram gritos e atividades que venham a prejudicar sua saúde.
Ele sabe que qualquer erro seu será chamado à atenção. Já soube de alguns pais
que revoltados com a ação de alguns chefes levaram os casos aos tribunais.
- Chefe
Marcondes Lusiel. Terminou o segundo grau. Empregado em uma fábrica de
parafusos. Não conseguiu ainda ser promovido a encarregado nem supervisor.
Acredita que tem condições e seus chefes não reconhecem. Não acredita em
tratamento educacional na base do amor e da educação. É constantemente
humilhado pelos seus superiores na fábrica. Encontrou no escotismo uma espécie
de desforra. Acha que formar caráter é preciso exigir muito mais que os jovens
podem dar. Insiste em se mostrar como o dono das ideias. Finge que na Corte de
Honra ouve seus monitores, mas no final é ele quem determina e diz o que fazer.
Não aceita opiniões, costuma dar palestras por tempo indeterminado. Acredita
que bons jogos são aqueles de força, de astúcia e se alguém se machucar é
porque não serve para ser Escoteiro.
- Chefe
Alessandro Benevides. Insígnia de Madeira. Dirige a Tropa pensando em ter um
cargo maior. Sabe que merece. No grupo só ele possuem e mais ninguém. Já pensou
em ir para outro grupo. Não foi por causa de sua filha que disse que se saísse
nunca mais seria escoteira. É displicente nos programas. Vez ou outra faz algum
curso, mas sente um peixe fora d’água com as sessões dadas pelos formadores.
Acha que sabe tudo. Ele é quem devia estar ali dando palestras. Comparece em
todas as reuniões do distrito e região. Faz amizades com todos, pois sabe que
um dia terá que contar com cada um. Não valoriza muito seus monitores, sistema
de patrulhas para ele é proforma, pois não acredita muito. Afinal em sua
insígnia pouco se falou sobre isto.
Chefe
Maria Eugênia Soares. Entrou por causa do filho. Ia todos os dias levá-lo e
resolveu ser um deles. Inteligente aprendeu em pouco tempo a mística da jângal,
seu desenvolvimento suas normas e crescimento conforme os projetos da UEB. Sabe
bem sobre a mística. De assistente foi para Akelá onde atua. Não entende porque
a Alcatéia não tem um numero considerável, pois sempre está com oito a doze
lobos. A evasão não é grande, mas a procura é quase nenhuma. Participa das
reuniões das chefes de lobinhos no distrito, mas as discussões nunca deram a
ela as respostas que precisava. É bem vista entre os chefes. Educada nunca
eleva sua voz. Sabe tratar a todos com educação e considera-se uma pessoa
responsável com boa formação para educar jovens.
Chefe
Portland Neto. Formação secundária. Não se considera bonito, mas sabe que seu
sorriso destrói qualquer forma de superioridade por parte de outros. Tem uma
ótima Tropa com quase vinte e oito jovens. Tem uma evasão menor que dois por
cento ao ano. Trabalha com monitores. Deixa boa parte do programa nas mãos
deles. Ensina como formar com um sorriso nos lábios, dá a eles seu chifre do
Kudu e poder de formar para jogos, palestras, cerimonias e bandeiras. Sempre
após a inspeção pede que um dos monitores faça nele uma inspeção também. Não
anda abraçado, mas sabe dar um abraço e um sempre alerta que motiva a quem o
recebe. Os pais são seus amigos. Sempre o convidam para um almoço, um lanche ou
um passeio qualquer. Nunca foi humilde demais, sempre respeitou seus superiores
sem badalar, lisonjear ou mesmo adular para ter seus favores.
Quem manda
aqui? Quem tem o poder? Porque as pessoas buscam o poder? Dizem que o dinheiro
não é tudo, no deserto, por exemplo, não serve para nada. Será porque muitos
tem o sonho de mandar, de realizar, de comandar e receber elogios, promoções em
forma de poder? Isto leva a valorizar mais as amizades, o lado social, os
desafios de liderança, ascensão social? Ao contrário quais as vantagens de ser
um educador? Somos felizes com nossas atividades de formação de jovens? Quando
a semente que plantamos cai em solo fértil é motivo de orgulho? Será que como
educadores nos transformamos ao mesmo tempo em fonte de conhecimento? Será que
sem perceber nos transformamos ao mesmo temo em ponte e fonte do conhecimento
para dar a ele uma razão de viver e ter um futuro melhor? Será que ajudamos o
jovem ou a jovem a pensar e com despertamos sua consciência crítica do futuro
cidadão para saber cumprir e exigir seus direitos? Fica o sentimento do amor
fraternal e a certeza que em muitos corações seremos sempre lembrados.
Ter poder ou ser
um educador? Grandes homens da história foram humildes sem ter a intenção de
mandar. Mandela dizia que para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem
aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar. O educador nada mais é que
alguém que ensina a fazer o bem, a mostrar o caminho do sucesso aos seus
escoteiros e lobos. Nosso fundador Lord Baden-Powell deixou escrito o que
achava sobre um Chefe Escoteiro: - “A tarefa
do Chefe Escoteiro (que verdadeiramente é interessante) consiste em explorar o
íntimo de cada jovem, descobrir a sua personalidade para então encontrar e
desenvolver o que é bom, deixando o ruim de lado.” Baden-Powell.
Fim.
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