Crônicas
de um Velho Chefe Escoteiro.
To be, or not to be – Ser ou não ser, eis a questão.
Adianta escrever sobre o que hoje é considerado escotismo moderno? Que
escotismo é esse? Eu pergunto aos lideres escoteiros que são os donos das
ideias e das normas quais foram os resultados? Sei que poucos como você que
hoje luta em uma sessão escoteira vai ler este artigo até o fim. Aqueles que
possuem status escoteiros irão fechar a pagina por não concordarem com o que escrevi.
Tem hora que me sinto tolhido por resultados tão pequenos alcançados até hoje.
A maioria dos novos que chegaram ou estão chegando estão fechados em uma redoma
escoteira satisfeitos com seu escotismo feito como acreditam que devia ser
feito. Eles pouco acreditam em uma só palavra do que escrevo. Preferem meus
contos, meus sonhos, minhas histórias, pois delas podem tirar exemplos na sua
labuta semanal em uma sessão escoteira. Nossos lideres regionais e nacionais
nem aqui aparecem. Para que? Para ler um Velho idiota a falar o que não deve? Eles
estão lá onde sempre estiveram. Nas páginas do seu site da UEB e dali não
arredam o pé.
Você conhece alguém do CAN, da DEN ou outro órgão importante da União
dos escoteiros do Brasil que dão plantão nas páginas das redes sociais? Conhece
algum que aqui postam visando dar mais visibilidade, mais aprendizado, tirando
dúvidas pesquisando idéias ouvindo sugestões, sentindo pelas palavras dos mais
humildes como está difícil fazer escotismo hoje no Brasil? Sei de alguns que
tem páginas aqui. Escrevem esporadicamente. Os membros da equipe de formação,
os mais graduados nem pensam em escrever ou discordar de alguém que postou
algum de bom ao escotismo. Eles estão em um patamar mais elevado tem maiores conhecimentos
Escoteiro e nunca virão aqui ouvir quem sabe o que não querem ouvir. Vez ou
outra um novo membro da liderança regional vem aqui publicar seus programas,
suas ideias, atividades que ele preparou. Pergunte a ele se consultou alguém,
se discutiu com alguém, se fez uma pesquisa com os jovens o que eles acham
disto.
Estamos vivendo uma época
onde existe uma pequena parcela que se encontraram no escotismo, acham que tem
ideias novas, acreditam que podem mudar e fazem de tudo para ter o status que
muitos já têm. Pertencer a Casta da Liderança é um sonho de muitos. Não hesitam
em humilhar, em desfazer, em se mostrar prepotentes na sua ânsia de poder. Eles
estão em todos os lugares. Julgam-se os melhores, são daqueles que dizem ou
está comigo ou contra mim. A arrogância é tão grande que sempre achei que a UEB
é quem deveria servir aos seus associados. Mas não, ela fez questão de colocar
no final da promessa do Chefe “Servir a União dos Escoteiros do Brasil”. Isto é
correto? Uma vez li um livro do Pensador e Escritor Aldous Huxler que me chamou
a atenção. Dizia ele:
“Uma
organização não é consciente nem viva”. Seu valor é instrumental e derivado.
Não é boa em si; É boa apenas na medida em que promoveu o bem dos indivíduos
que são partes do todo. Dar primazia às organizações sobre as pessoas é
subordinar os fins aos meios. Tudo estaria a salvo se toda a população fosse
capaz de ler e se permitisse que toda espécie de opiniões fosse dirigida aos
homens, pela palavra ou pela escrita, e se pelo voto, os homens pudessem eleger
um legislativo que representasse às opiniões que tivessem adotado!
Mas não é isto que nossos
lideres pensam. Eles não consultam, não perguntam, não são transparentes, nunca
fizeram pesquisas sérias nas unidades Escoteiras. Acham que não precisam disto.
Arvoram-se em donos da verdade. Sem perceber tomam atitudes que podem levar
nosso nome ao esquecimento. Nosso proselitismo nosso marketing praticamente
acabou. Os órgãos de comunicação nada falam sobre nós. Se antes se dizia Sempre
Alerta, Uma só palavra, Ser Escoteiro é ter honra hoje não. Estes nomes agora
registrados no INPI assusta á quem um dia for usar se não sofrer um processo a
qualquer tempo. Se no passado era comum falar do Escoteiro, da sua boa ação, de
sua formação, da sua palavra e sorrisos ao dizer Sempre Alerta isto não existe
mais. Todos aceitam sem reclamar. Pagam às taxas sabendo que não tem desconto, a
maioria não participa de atividades regionais ou nacionais porque não podem
pagar.
Os jovens nunca são
consultados. É brincadeira quando dizem que os Jovens Lideres fazem isto. Jovens?
18 a 26 anos? Pode até ser chamado assim, mas quantos com esta idade estão
trabalhando, se formando em faculdades, atuando como chefes e sendo responsável
por si próprio? O Sênior, o Escoteiro ou mesmo o lobo passou a ser massa de
manobra. Um Líder da União dos Escoteiros do Brasil colocou no POR que a camisa
solta está dentro da norma. Todos passaram a usar. Não perguntaram ao público o
que acham. Não sabem dos comentários ruins que fazem ao nosso respeito com este
tipo de usar a vestimenta. Chefes se apresentam como querem. Não se igualam com
seus jovens. São chapéus, são lenços, são escolhas cujo exemplo deixam a
desejar. Porque pelo menos se mudaram não levaram a sério a apresentação
pessoal? É moda? Quem faz assim? Qual associação que se preza age desta
maneira? Conhecem alguma organização que se apresenta assim?
Já vi muitos dos mais
ligados a Casta dos Nobres da UEB dizer que chega de Baden-Powell. Dizem eles
que precisamos de sangue novo. (o deles é claro). Precisamos de novos rumos
educacionais. Fazem questão de falar em nome dos jovens que os tempos agora são
outros. Não deram oportunidades a eles de dar opinião e mostrar os dois lados
da questão. Todos aceitam. Sorriem quando recebem informações de mudança.
Sorriem quando lhes é jogado uma nova norma, um novo plano. Batem palmas nas
eleições, mas ainda não se tocaram que as chapas eleitas são a continuidade dos
que estão saindo. Temos aí uma nova eleição na Liderança Nacional, os
candidatos são os mesmos que irão dar continuidade a um programa falido que não
deixa crescer, não deixa mostrar que o escotismo é sim, uma organização de
jovens sem similar.
Mesmo sabendo que muitos não se
interessam mais pelas palavras de Baden-Powell eu não me canso em repetir o que
disse: - “A maior ameaça a uma democracia é o homem que não quer pensar pôr si
mesmo e não quer aprender a pensar logicamente em linha reta, tal como aprendeu
a andar em linha reta”. A democracia pode salvar o mundo, porém jamais será
salva enquanto os preguiçosos mentais não forem salvos de si mesmos. Eles não
querem pensar, desejam apenas ir para frente, seguindo a ponta do nariz através
da vida. E geralmente, estes, alguém os guia puxando-os pelo nariz!
- Saia
da sua estreita rotina se quer alargar sua mente.
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