Tempestades em copo d’água e como
evitá-las.
Por Lord Baden-Powell.
“Eu não brinco de mais nada em seu quintal”, era o refrão de
uma encantadora canção, coisa muito típica de criança que não gosta da maneira
que uma brincadeira está se desenvolvendo, e no final das contas, “faz uma cara
emburrada” e vai tentar outra brincadeira em outro lugar, ou então vai “contar
pra Mamãe”.
Isto faz um expectador adulto sorrir, mas ele mesmo não está
livre desse tipo de vaidade egoísta.
Eu frequentemente estive no papel da “Mamãe”, e é quase
inacreditável que pessoas adultas ou quase adultas possam tratar coisas
insignificantes tão a sério e tão mesquinhamente como fazem alguns. Se eles
tivessem um pouco de senso de humor ou uma visão mais abrangente, poderiam ver
o outro lado da questão ou o objetivo maior, e também iriam rir da pequenez
dessas coisas.
Faz lembrar o quanto sente uma pessoa ao retornar de nosso
grande e vasto Império para uma pequena e velha ilha, e encontrar nossos
políticos arrancando os olhos uns dos outros por algum problema bairrista! Eles
não percebem que a guerrinha deles é somente uma piada para o expectador
externo.
Eles provavelmente se sentiriam bastante magoados se não
fossem sepultados na Abadia de Westminster como “Estadistas”, mas somente como
“Pequenos Políticos”.
Como a “Mamãe”, fui chamado outro dia num caso que era
evidentemente considerado de grande importância pelas partes envolvidas na
contenda, mas que pareceria ridiculamente simples para alguém de fora que viu
ambos os lados e o objetivo maior que supostamente era o objetivo comum deles.
Minha resposta para eles foi a que poderia ser aplicada a
muitos casos semelhantes em que os contendores não enxergam o caminho certo a
seguir. A resposta foi:
“É curioso para mim que pessoas que professam serem bons
cristãos frequentemente se esqueçam de, em uma dificuldade desse tipo, fazer a
pergunta simples: ‘O que teria feito Jesus Cristo nestas circunstâncias? ’ e se
guiar de acordo.”
Tente isto da próxima vez que estiver em alguma dificuldade
ou dúvida de como proceder.
Nos primeiros dias do nosso Movimento havia muitas pequenas
disputas locais que eram realmente secundárias na maioria dos comitês, e que
nunca ocorreriam se os membros pudessem se lembrar de seus deveres e agir de
acordo com eles. Ultimamente, porém, essas sociedades contestadoras parecem ter
diminuído, dando lugar para conselhos de mútua cooperação e ajuda, e tudo
caminha bem.
Março de 1911.
nota: Quando me dou conta que Baden-Powell
lá por volta do século passado escreveu temas cuja validade nunca deixou de
acontecer nos tempos de hoje, fico pensando porque muitos dos nossos chefes e
dirigentes ainda não se “tocaram” que o escotismo é simples demais para ser complicado.
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