Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

terça-feira, 11 de agosto de 2015

E aí Zé, saiba que você é o único culpado!


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
E aí Zé, saiba que você é o único culpado!

              Acho que sim. Ele é um Zé. Atrasado na modernidade. Tem culpa por não aceitar tantas mudanças, culpado por querer ver um escotismo que já não é mais seu. Culpado porque ainda acredita em um escotismo forte e reconhecido pela população brasileira. Mas será que ele tem a solução? Será que não olha para si mesmo e se sinta perdido em um emaranhado de dirigentes, diretores, presidentes e chefes que acreditam que o mundo hoje é outro? Será que ele queria aceitar as mudanças, e mesmo assim fica implicando com tudo que lhe é jogado sem que tenha sido consultado ou pelo menos solicitado a opinar? Porque ele implica tanto? Afinal este escotismo é como uma folha solta e perdida que o vento levou e vai se perder no mar. Nada vai mudar o seu destino. Então porque Zé não se dobra aos donos do poder Escoteiro que acreditam que terão a solução nos seus novos programas e na sua maneira de agir? Porque tenta explicar o inexplicável a tantos que o leem e nem concordam consigo?

                  Esse Zé é demais. Ele devia parar para pensar. Mas pensar o que Chefe? Diz-me o Zé. Este não é o caminho, o caminho outro. É mesmo Chefe? Mas Zé, qual então é o caminho? O seu? Afinal a verdade é só sua? Acorda Zé, abra os olhos e os ouvidos. Afinal você não se olha no espelho? Veja você é um Velho Escoteiro e seu lugar não é mais aqui! – Eu sei Zé que você quer falar, dizer, será que já não falou demais? Olho para si mesmo tu és nada, apenas um humilde servo dos deuses do escotismo. Eles sabem tudo, são doutores, pedagogos, pensadores Professores universitários e você? Quantas vezes te escreveram para dizer que você não sabe de nada, que está errado, que escreves errado, que tem um português arcaico? Zé você é um chefinho de nada, eles nem sabem que você existe! Eles sabem que você é um analfabeto, não fala a linguagem deles que mal terminou uma classe na escola e hoje  sabe alguma aprendeu na Escola da Vida.

                  Você Zé não tem história. Tem? Verdade? Faz escotismo há muito tempo? E daí Zé? – Onde estava o seu diploma superior? Você não tem nada, portanto não azucrina os sábios escoteiros que hoje estão a dirigir seu escotismo que ama. Claro que você tem culpa. Você se fechou no passado e tenta viver em um presente que não é seu. Porque não aceita o real? Porque não aceita a nova visão escoteira? Porque não aceita a nova maneira de se vestir de se trajar? – Isto mesmo Zé, és o único culpado, afinal não adianta dizer que pode ser uma vestimenta ou farda, traje ou uniforme, mas o orgulho de ser um Escoteiro vem em primeiro lugar. O modernismo hoje Zé aceita que alguém põe um lenço no pescoço e saia por aí a dizer que é Escoteiro. Nem me venha dizer que aprendemos com orgulho o exemplo dos chefes, aprendemos que mesmo com o Rock and roll que estava chegando, com a TV preto e branco mostrando uma nova era, de maneira nenhuma esquecíamos nossa machadinha e facão para ir cortar lenha num belo e gostoso acampamento.

                     Zé meu amigo, você é culpado de tantas coisas que fez. Nem venha me dizer que não tem culpa por fazer um escotismo Badeniano, com princípios aventureiros sendo honesto consigo ao obedecer uma Lei Escoteira. Eu sei que nunca aceitou perder um jovem ou um chefe nas tropas que participou e nos grupos que colaborou. Você se arvorou nas ideias de B.P e se esqueceu do resto, que o mundo estava mudando. Não adianta chorar e se sentir culpado pelos pais que azucrinou. Pelos políticos que negociou um lugar ao sol, todos sabiam que seu escotismo era tudo e vinha em primeiro lugar. A evasão era mínima. Era uma luta sem trégua. Ouvir e ser ouvido, aprender a fazer fazendo. Hoje você sabe que não é mais assim. Não adianta fechar os olhos para a má uniformidade, para a maneira que se portam ao copiar dos outros um lenço mal colocado, um chapéu inventado, um calçado de qualquer cor. Esqueça Zé. Em breve você vai para as estrelas e ninguém nem vai chorar por você. Ninguém vai ficar no seu lugar. Olhe os que estão chegando nem querem saber como era ou como vai ficar. Eles adoram a modernidade Zé eles não ouviram falar do passado como era quando faziam de verdade um escotismo que acreditavam.

                         Dificilmente Zé você vai ver meninos e meninas correndo pelas campinas, de mochila e bandeirola deixando que o vento os leve para onde quiser levar. Hoje seu tempo não é mais seu. Aceite uma Alcatéia com oito ou dez, Uma Tropa com duas ou três patrulhas de quatro a cinco cada uma. Aceite e ache tudo normal até as divergências de chefes que deviam se considerar irmãos. Se eles não se entendem Zé caia fora da briga. Nem me venha dizer que nunca aceita o que os donos do poder fazem hoje. No meu tempo! No seu tempo Zé? Risos. No seu tempo é como a história daquela mocinha da TV em seu programa humorístico, para comentar sua vida em Pato Branco. Eu sei Zé que naquele tempo vocês eram irmãos, se respeitavam, trabalhavam como irmãos. Eu sei que acampou com Doutores, Deputados Formadores. Que acampou com Escoteiro Chefe, Regional e o escambal. Nem me venha dizer que dormiam na mesma barraca, lavando as panelas, cortando o vento com o machado, vivendo juntos como uma equipe que queria se acreditava ser uma fraternidade.

                    Zé não discuta você é culpado e está errado. Recolha-se a sua insignificância. Não queira ser um salvador da pátria.  Não tente vender as histórias que conta do passado, elas não tem valor mais. Hoje todos falam em nome da juventude. Ela agora é levada pelos adultos e quando acontece um fato anormal, eles se assustam. Dizem que não foi assim que programaram. Melhor Zé é fazer continência para os novos doutores de escotismo. Eles sabem onde colocar a sintaxe. Onde é o verbo e o adverbio. Nem sabes o que significa o PI. E o cálculo estequiométrico? Lembra do seu menino que lhe disse ter se formado Engenharia Mecatrônica. Zé você sabe o que é isto? Seria a integração sinergética da engenharia mecânica com a eletrônica e o controle inteligente por computador em projetos e processos?


                      Hã! Chega Zé. Melhor parar por aqui. Não tenha duvidas que o erro seja seu. Aceite esta nova concepção do Escotismo. Não vá lutar com os doutores e sua argumentação fantástica. Os velhos tempos foram substituídos pelos novos tempos. Nem vem dizer Zé que conheces de cor e salteador o escotismo de outrora. Você nem entende as novas nomenclaturas que eles fizeram para mudar o escotismo de ontem para o de hoje. Esqueça seu joguinho de caqui, de chapelão. Esqueça que temos um nome a zelar. Deixe os chefões de hoje fazer suas normas que eles mesmos fazem para se manter no poder. Zé não adianta você está errado. Eles sim são os certos!

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