Conversa ao é
do fogo.
Os símbolos
escoteiros oriundos de Gilwell Park.
O Parque de Gilwell e o Curso da Insígnia de Madeira
trouxeram ao Escotismo uma série de símbolos que nos são, ainda hoje, bastante
familiares: o lenço, a anilha, o colar de contas, o portão dos leopardos e o
machado enterrado no tronco.
O lenço
Gidney
criou o chamado 1º Grupo de Gilwell e o respectivo lenço, em 1921. Fazem parte
deste grupo, por tradição, todos os dirigentes, de todo o mundo, portadores da
Insígnia de Madeira. Aos primeiros formandos dos cursos era entregue um lenço,
de cor exterior cinzenta (cor da humildade) e interior rosa-vermelho, pertença
do parque, passando a usar todos um lenço igual, independentemente da posição
que ocupassem no escotismo. No final do curso, os lenços eram devolvidos ao
parque. Posteriormente, o cinzento exterior foi substituído por um tom
bege-areia, não havendo registo de quando passou a ser usada esta cor. Chegou a
ser usado um lenço feito totalmente com o tartan do clã Maclaren, em homenagem
ao homem que doou o dinheiro necessário para a compra do parque, mas, devido ao
custo excessivo do tecido, o tartan passou a figurar apenas num retângulo no
vértice do lenço. Inicialmente, o lenço do 1º Grupo era também usado pelo staff
do parque, mas, a partir de 1924, passou a ser restrito aos portadores da
Insígnia de Madeira. O tartan é propriedade registada do clã Maclaren. O seu
uso é permitido apenas no lenço de Gilwell e não pode ser usado para outro fim.
O colar
Originalmente,
B-P tinha pensado em oferecer aos formandos do curso dois pendões para o
chapéu, à semelhança do que os oficiais americanos usavam. Entretanto, enquanto
vasculhava nas recordações que tinha trazido de África e da Índia, encontrou um
colar com contas de madeira, tendo optado por estas. Ainda assim, as suas
primeiras ideias para o uso das contas foram para o chapéu, a imitar os
pendões, ou na casa de um dos botões do casaco. Em breve, B-P decidiu alterar
estas ideias, provavelmente pelo fato de que os portadores da Insígnia de
Madeira só poderiam usar as contas quando estivessem com o chapéu (ao ar livre)
ou de casaco. O uso das contas num colar, usando um atilho de couro, permitiria
aos seus portadores usá-las em todas as circunstâncias. A ideia do atilho e do
colar poderá ter tido origem noutra recordação que B-P trouxe de África.
Durante o Cerco de Mafeking, numa das rondas que B-P fazia frequentemente pela
cidade, um rapaz indígena interpelou-o, admirado por ele não andar a assobiar e
sorrindo, como era costume. Numa breve troca de palavras, em que B-P se mostrou
menos esperançado quanto ao futuro, dadas as condições adversas e dramáticas do
cerco, o rapaz ofereceu-lhe um atilho de couro, que lhe tinha sido dado pela
mãe à nascença, para dar sorte e afastar os maus espíritos. Nesse mesmo dia, a
cidade recebeu a notícia de que o Coronel Plumer e as suas tropas iriam chegar
a Mafeking nos próximos dias.
A Insígnia de Aquelá
De 1922 a
1925, aos formandos do curso para Chefes de Alcateia que terminassem com
sucesso, era oferecido um dente canino de lobo - A Insígnia de Aquelá -, em vez
das contas de madeira. Os formadores destes cursos recebiam dois dentes.
Em 1925, a mesma comissão que decidiu acabar com o uso do dente, instituiu o uso de uma pequena conta colorida, imediatamente acima do nó do colar, para identificar a secção a que respeitava o curso tirado: amarela para lobinhos, verde para escoteiros e vermelha para seniores. Em 1927, a mesma comissão decidiu-se por cancelar o uso da conta. O padre Jacques Sevin, fundador dos Scouts de France, foi um dos recebeu a Insígnia de Aquelá (dois dentes).
Em 1925, a mesma comissão que decidiu acabar com o uso do dente, instituiu o uso de uma pequena conta colorida, imediatamente acima do nó do colar, para identificar a secção a que respeitava o curso tirado: amarela para lobinhos, verde para escoteiros e vermelha para seniores. Em 1927, a mesma comissão decidiu-se por cancelar o uso da conta. O padre Jacques Sevin, fundador dos Scouts de France, foi um dos recebeu a Insígnia de Aquelá (dois dentes).
Colares com mais de quatro contas
Quando os
primeiros países estrangeiros começaram a ministrar os seus próprios cursos de
Insígnia de Madeira, os diretores desses cursos eram nomeados representantes do
Parque de Gilwell nos seus países, usando um colar com cinco contas, uma
suposta tradição lançada por B-P. O próprio B-P usava um colar com seis contas.
O outro colar de seis contas que surgiu foi oferecido por B-P a Sir Percy
Everett, que o auxiliou desde os primeiros dias do escotismo e esteve
diretamente ligado à formação de dirigentes. Em 1949, Everett entregou o seu
colar de seis contas ao Chefe de Campo do Parque de Gilwell, John Thurman, para
ser usado pela pessoa responsável pela formação de adultos em Inglaterra,
tradição que se mantém ainda hoje.
A anilha
No início da década de 1920, B-P terá sugerido
ao staff do parque a criação de uma anilha especial para ser usada com o lenço
de Gilwell. William Shankley, um australiano de 18 anos, membro do staff do
parque, terá usado um atilho de couro (muito usados para fazer fogo por
fricção, uma prática comum nos primeiros cursos) para produzir um Nó de Cabeça
de Turco com duas voltas, que foi adotado como anilha oficial de Gilwell. O termo
“woggle”, que não é usado fora do escotismo, pode ter sido ideia do próprio
Shankley, mas Gidney tornou-o popular, ao publicar um artigo sobre o assunto na
revista “The Scout”, em 1923. Em 1943, o Chefe de Campo, John Thurman,
instituiu a atribuição da anilha aos dirigentes que completassem a primeira
parte (formação básica) do curso, sendo o lenço e o colar de contas atribuídos
no final da segunda parte do curso (formação avançada).
O machado no tronco
Francis
Gidney, o primeiro Chefe de Campo em Gilwell, procurava um símbolo especial
para o parque, que marcasse uma grande diferença entre este e a sede nacional,
apesar de ser, também, propriedade da associação. Gidney queria que o símbolo
representasse bem as atividades ao ar livre e a técnica escotista, que eram
vividas em Gilwell, em contraste com o ambiente administrativo e comercial dos
serviços centrais. Os cursos ministrados no parque eram muito práticos e o uso
do machado era frequente, sendo dada muita importância a questões de segurança
com estes e outras ferramentas. Sempre que não estavam a uso, os machados
deviam ser cravados num tronco, para evitar acidentes, pelo que havia bastantes
machados em troncos espalhados pelo parque. Foi neles que Gidney se inspirou ao
criar o símbolo de Gilwell.
Portão dos Leopardos
Construído
por Don Potter, em 1928, é, ainda hoje, um elemento simbólico do Parque de
Gilwell. O portão marca a entrada do Parque de Gilwell, embora não seja usado.
O portão tem este nome por causa de dois pequenos leopardos, esculpidos em
madeira, no topo de cada uma das cancelas. Um dos leopardos desapareceu, há
muitos anos atrás, tendo sido substituído, mas voltou a desaparecer, tendo
Potter feito outro, em 1997, quase aos cem anos de idade. Potter fez parte do
staff de Gilwell durante vários anos, tendo-se especializado no trabalho com
madeiras.
História maravilhosas
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