Conversa
ao pé do fogo.
Qual
a diferença entre escoteiros e bandeirantes?
Desde 1909 até hoje
essa pergunta ainda existe, com o passar do tempo essa pergunta teve diversas
respostas. Muitos sempre tentavam comparar os dois movimentos em quantidade de
membros, como em ocupação no espaço terrestre, e quem sabe interplanetário, mas
extensa e complexa ficava a resposta para uma simples pergunta. Já podemos
considerar essa pergunta uma questão para decidir uma prova de vestibular ou
concurso, pois nem mesmo quem participa desses movimentos sabe responder essa
resposta de maneira exata, precisa e matemática. Existem diversas formas
de responder essa pergunta, muitas delas nem sempre agradam a todos, por isso a
complexidade, pois como tentaremos responder aqui essa pergunta, acreditamos
que ainda haverá muitas controvérsias.
Para começar a responder
essa pergunta e tentar ser o mais completo e exato possível, iremos utilizar,
aqui, algumas versões que foram coletadas, mas para ficar claro principalmente
aos leigos no assunto, vamos primeiro explicar do que se tratam em geral esses
movimentos que além de toda a diferença que existe entre eles, ninguém negará
que esses dois movimentos são irmãos de mesmo pai e de mesma mãe. Antes de
1909 o Movimento Bandeirante não
existia, aliás, esse movimento só começará a existir em 1919, e somente no
Brasil. Mas existia somente o Movimento
Escoteiro que é oficialmente iniciado em 1907, lá em Londres, feito
somente para meninos, aprenderem brincando e explorando o mundo a se tornarem
homens de bem.
Então em 1909, essa
brincadeira conquistou algumas meninas, que seriam as primeiras “scout girls”,
mas num mundo masculino. Eis que o Movimento Escoteiro ganhou uma tia, titia
Agnes, irmã do Fundador do Movimento Escoteiro Mundial Robert Baden Powell, que
logo depois daria uma mãe ao movimento, sua esposa Lady Olave Baden Powell. A
partir daí temos dois movimentos irmãos de mesmo pai e mesma mãe, Movimento dos
Escoteiros (WOSM) e Movimento das Escoteiras e Guias (WAGGGS). Até aqui
acredito que a resposta está simples e tranquila, porem o movimento desses
movimentos começou a complicar. E como estamos no Brasil, e a nossa pergunta
ainda não consta onde Movimento
Bandeirante entra nessa história, vamos pular para 1919 onde enfim
o Movimento Bandeirante aparece
e começa a complicar essa resposta.
Em 1919 o Movimento
das Escoteiras e Guias chega ao Brasil através, como consta nos registro, das
mulheres da elite carioca (e juramos isso não é coisa de novela), que
simplesmente implantaram o movimento feminino aqui no Brasil, fazendo uma
pequena alteração como uma tradução e homenagem, para o nome Bandeirante.
Ótimo então ficava simples, se um garoto pedisse ao seu pai, que gostaria de
ser escoteiro, bastaria levá-lo a um grupo escoteiro, onde diversos meninos
iriam brincar e aprender sob os princípios do escotismo a se tornar homens de
bem de uma maneira bem masculina. E se fosse uma menina bastava levá-la a um
núcleo bandeirante, onde várias meninas aprenderiam e brincariam também sobre
os princípios do escotismo, ou como seriam chamadas de bandeirantismo, a se
tornarem mulheres de respeito.
Não seria nada de mais
se em 1919, ser menina e participar de um movimento feminino não fosse visto
como algo um tanto revolucionário demais, e olha que não era, pois as meninas
aprendiam muito bem a cuidar da casa, a cozinha, a ser prendada, a ser uma
ótima esposa, mas sem querer elas aprendiam um pouco mais é claro, mas essa
versão talvez seja somente uma hipótese, afinal como o passar do tempo esses
movimentos foram vistos também como algo careta e sinônimo de pessoas bobas que
usam uniformes e meião. Mas confessamos que mesmo amando nossos uniformes por
causa de tudo que eles significam para nós, sabemos que é meio ridículo passear
por aí impecavelmente uniformizados, e quanto mais impecáveis estavam os nossos
uniformes mais orgulho temos deles, cada distintivo, cada broche, o meião, o
cinto, um chapéu, nosso lenço, às vezes rimos daqueles que não entendem.
Com o passar do tempo outra
hipótese seria que por serem movimentos irmãos, mas talvez também por isso um
tanto concorrente e competitivo pela atenção, os movimentos começaram a se
misturar, então meninas poderiam ser escoteiras e meninos poderiam ser
bandeirantes. Hoje isso já é visto como algo comum, mas existem histórias de
que as meninas no movimento escoteiras mesmo aceitas, só poderiam participar
realizando tarefas consideradas exclusivamente “de mulher”, mas no movimento
bandeirante por ser feminino, não existia tarefa só “de mulher” então os
meninos aprendiam logo a dividir todas as tarefas, mas se sentiam umas
menininhas e muitas vezes tinha vergonha de dizer que eram bandeirantes.
Desta maneira o Movimento Escoteiro por toda sua
origem e formação masculina ainda tem uma forte presença de aspectos masculinos
em suas atividades, e aparência, o que atraí muito meninos e meninas que tem
como interesse, atividades mais bruscas, mais agressivas, mais robustas, mais
físicas, coisa de pai pra filho. E o Movimento Bandeirante por outro lado pela origem feminina,
atraí mais meninos e meninas que gostam de atividades mais delicadas, mais
detalhadas, mais floreadas, ou coisa de mãe pra filha. Mas aqui entra outro
fato que pode confundir os interessados em ingressar em qualquer um dos
movimentos, vale também considerar a característica do grupo escoteiro ou do
núcleo bandeirante, pois pode haver núcleos bandeirantes que tem uma forte característica
do movimento Escoteiro,
como o contrário onde um grupo escoteiro com muitas características do movimento bandeirante. Afinal assim
como conhecemos muitos escoteiros que se tornaram bandeirantes, como deve haver
também muito bandeirante que se tornou escoteiro.
Aí surge uma pergunta por
que ambos os movimentos que são tão parecidos não se tornam um só? Diríamos que
isso é somente uma questão burocrática de briga de irmãos, que se divertem em
sempre discordar que são parecidos.
Mas vamos à parte física das diferenças:
Escoteiro
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Bandeirante
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- símbolo flor de lis (três pétalas)
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- símbolo trevo de três folhas
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- associado ao WOSM (Mundial)
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- associada à WAGGGS (Mundial)
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- União dos Escoteiros do Brasil
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- Federação de Bandeirantes do Brasil
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- uniforme da cor do tipo de escotismo e/ou faixa etária
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- uniforme azul marinho, e azul marinho e branco.
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- lenço colorido conforme o grupo escoteiro
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- 6 cores de lenço conforme faixa etária
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- nomenclatura: lobinho, escoteiro, pioneiro, sênior, chefe.
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- nomenclatura: abelha ou zangão, fada ou mago, B1, B2, guia,
guia-auxiliar, coordenador (a).
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- lei: o escoteiro é...
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- lei: ser bandeirante é... (antes era: a bandeirante é...).
|
“Como dissemos antes Ser
Bandeirante é ser leal e respeitar a verdade”, confessamos sim que estamos
puxando algumas sardinhas a mais para o nosso lado. Mas afinal amamos ou não o movimento
bandeirante?
Artigo retirado de um blog bandeirante da Internet.
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