Conversa ao pé do fogo.
O terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo.
Um dia eu
escrevi aqui dizendo que fui o Terceiro Escoteiro Escriba da Patrulha Lobo. Era
assim no passado, pelo menos em nosso grupo o São Jorge. Um amigo passou a me
chamar assim. Sinceramente gostei. Até me orgulhei. Fiquei pensando no passado
quando todos nós apresentávamos a quem quer fosse dizendo sua posição na
Patrulha. Era bom, era sadio, um orgulho danado e olhe não importava se fosse o
primeiro ou o sétimo Escoteiro. O primeiro era o monitor, ainda indicado pelo Chefe,
mas prevalecendo a antiguidade. O segundo era o sub monitor. O terceiro tinha
seu tempo na patrulha e assim o quarto, o quinto o sexto e o sétimo. A
formatura não se modificou. O Monitor à frente e o sub por último. Soube por
fontes fidedignas que a maioria dos países onde tem o movimento Escoteiro se
formam assim também. Nossa apresentação pessoal a chamado do Chefe era supimpa.
Posição de sentido, olhando os olhos do Chefe, meia saudação e gritante a
dizer: Chefe, o terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo se apresentando!
Um pouco
militarizado? E daí? Isto dava um certo ar de importância para nós. Fico
pensando os novos pensadores, os novos doutores em pedagogia, filosofia e
tantos outros que abominam o regime militar. – Escoteiros? Nunca eles dizem.
Eles tem experiência no tema? Vivenciaram? Fizeram pesquisas dos que assim
procederam se deu ou não certo? Bobagem, eles só imaginam. Por causa de uma
ditadura que também sou contra criaram raízes negativando o pseudo militarismo Escoteiro.
Tudo bem podem dizer passado é passado, mas o que foram fazer os escoteiros no
desfile olhe bem a palavra desfile no Ibirapuera este ano e em todos os anos
anteriores? Escoteiros não marcham, andam com orgulho e cabeça em pé, não fazem
ordem unida. Pamonha de chefia que não sabe o que diz. Desculpe o termo. Eu fui
com orgulho o terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo. Gostava de juntar os
cascos e me apresentar.
Era assim
mesmo, nos orgulhávamos do que fazíamos. O intendente, o cozinheiro, o bombeiro
lenhador, o construtor de pioneirías o aguadeiro o lenhador e tantos cargos criados
da imaginação. Sempre tínhamos dois ou mais cargos na patrulha no campo e na
sede. Havia um certo respeito entre nós. A patrulha tinha união. Éramos mais
que irmãos. Pudera ficávamos anos quase sempre com a mesma função e ninguém reclamava.
Sair? Nunca ninguém pensou ou pensava em fazer. Quando o monitor passava para
seniores a gente até chorava. Havia reuniões na sede, em casa de cada um para
tratar de todos os assuntos que uma patrulha deve tratar. Havia Conselhos de
Patrulha, Conselho de Tropa e Corte de Honra. Só participei de uma quando fui a
Sub Monitor e o monitor faltou. Fazíamos atas e eu me orgulhava da que fazia da
patrulha. Onde você via um logo tinha outro e outro. Sete meninos metidos a
homens como disse um pafúncio escritor ou cantor.
Uma vez recebemos uma visita de um Grupo
Escoteiro de Nova Lima, cidade próxima a Belo Horizonte. Comandado pelo Chefe Dedé.
Um parrudo Chefe do interior que foi anos mais tarde exonerado. Os motivos não
vou dizer aqui. Que bonito quando chegaram mais de cem meninos, uniforme caqui,
chapelão, uma banda de fazer inveja. O desfile deles e nós na cidade encantou
todo mundo. Nos demos as mãos, acampamos na Ilha dos Araujos, local ermo arborizado
hoje uma pequena cidade. Eles sempre sorrindo e nós também. Chefe João Soldado
me chamou para fazer um relatório. Junto o Chefe Dedé. Melhor lembrar que ele
naquela época já era Insígnia. Estiquei-me todo, juntei os cascos. – Chefe! Terceiro
Escoteiro escriba da patrulha Lobo se apresentando. O Chefe Dedé me olhou, não
se assustou. Ficou em posição de sentido e me saudou – Prazer Escoteiro, Chefe Dedé
do Grupo Escoteiro Nova Lima. Orgulhoso em te conhecer! Fez uma continência, me
deu a mão esquerda apertou, sorriu de tal maneira que nunca mais esqueci aquele
momento.
Era uma
patrulha de escol, nem melhor nem pior do que muitas que ficaram marcadas na
mente dos velhos escoteiros de outrora e quem sabe dos novos de hoje também.
Não sou militar, mas tenho admiração por eles. Erros todos cometem, sejam eles
ou chefes escoteiros. Sinto que esta vazia tomada de posição, onde nada se pode
fazer sem um ou outro a criticar, deviam primeiro analisar, ver o que deu certo
ou não. Não fazer como hoje, muito palavrório, muita explicação, mas escotismo
mesmo daqueles de BP quase nada. Escotismo é movimento, é campo, é acampamento.
É perguntar a escoteirada o que eles querem fazer e orientar mostrando o melhor
caminho a seguir. Não como muitos que postam em todo lugar: Escoteiros! Amanhã
vamos plantar, vamos limpar a praça e mostrar que podemos ajudar. Sem críticas,
mas perguntem primeiro e expliquem depois.
Apenas uma
pequena história, do terceiro Escoteiro escriba da Patrulha Lobo. Fiz minha
passagem e depois minha rota para os seniores. Até hoje estou dando meu Sempre
Alerta. Orgulho de ser um como todos vocês. Se ainda pudesse pegava meu tarol
ou meu tambor, engatava uma terceira e saia a marchar por aí. Ver o povo batendo
palmas se orgulhando, ver os foguetes no ar saudado a marcha ou o tocar de um
clarim. Mas por favor, não critiquem, pois em termos de acampamentos de grandes
atividades aventureiras, de ter uma mente sã, amor no coração e orgulho de sua
lei, não fico a dever nada a ninguém que foi ou é Escoteiro. Eu faço de tudo
para que os jovens de hoje também tenham orgulho, pelo menos fiquem dois anos
em uma patrulha não um só, pois tem aqueles que sabemos que nunca irão sair.
Mas não seria tão bom que daqui a sessenta anos, eles ou elas orgulhosamente
também pudessem dizer: - Eu sou o quarto Escoteiro Cozinheiro da Patrulha
Águia. Com muito orgulho!
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