Conversa ao
pé do fogo.
Uma questão
de principio ou...
Hábito de
comportamento.
Estamos vivendo uma fase “Sui
Generis! No escotismo Brasileiro. Quem sabe acontece também em países
considerados de primeiro mundo. Para alguns o método Badeniano é imutável para outros
sujeitos a adaptações. Sinais de novos tempos. Hã! Novos tempos! Isto abre a
porta para muitos que chegam ao escotismo e veem aqui um manancial para liberar
suas ideias e criatividades. Se você comenta sobre o que disse BP tem vários
para contradizer. Sempre com a mesma alegação: - Tempos modernos”.
Não sou um estudioso do
escotismo em outros países. Lembro-me do Embaixador Juracy Magalhães em 2014 quando
disse: - “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil” – Ele ironizava os “entreguistas”
nos anos 70 e 90. Agora fazemos o mesmo. Países da Europa e dos EUA são
modelos. Os que têm maior número de membros como Indonésia (8,1 milhões) Índia
(2,4 milhões) Filipinas (1,8 milhões) Tailândia e Bangladesh com seu milhão não
servem como exemplo.
Mudar? Alterar? Novas normas
e novas metodologias? Pode até ser. Não discuto. Mas quem disse que irá dar os
resultados esperados? Temos sofrido uma série de mudanças, de experimentos,
afinal somos cobaias? E os países copiados, deram certo? Falar da Inglaterra
onde nasceu o escotismo ou dos americanos com sua perfeição de primeiro mundo
fico na duvida se serve para nós. E tudo foi mudando. Veio o Traje, a Vestimenta,
o novo programa educativo tão decantado, mudaram o símbolo da flor de lis, das
especialidades, dos distintivos de classe. Tudo isso diziam para o “bem do
escotismo”. Os outros estão mudando Chefe! Precisamos mudar também! Novos
tempos!
Não discuto quando tudo é
discutido com as bases, as Unidades Locais, e quais foram os resultados. Não
sei se é o nosso caso. Basta alguém escrever sobre BP sua metodologia, para vir
um dizer que hoje se ele estivesse vivo faria diferente. Será que Jesus Cristo
se estivesse entre nós hoje faria tudo diferente? Bom para pensar, mas só vendo
poderíamos dizer. Cada um tem seu principio de normas ou padrões de conduta. Alguns
se calam outros alardeiam.
Para aqueles que viveram o
escotismo no passado o hábito de comportamento foram mantidos. Viveram assim e
acreditam que este é o escotismo verdadeiro. Alguns preferem ficar em OF não se
manifestando. Outros aceitam as mudanças sem se manifestar. É um direito. Uns
poucos adoram mostrar seus conhecimentos burocráticos tentando provar como se
fosse de alguma religião mostrando o que se deve compreender dos versículos
bíblicos. - Quais os resultados? Deram certo? Temos exemplos para dar?
Não sei se li ou alguém me
contou que os Americanos quando pretendem mudar parte do seu programa escoteiro
eles escolhem algumas tropas que durante anos são observadas e testadas na nova
programação ou metodologia. São anos e anos. Só quando os jovens estiverem na
fase adulta eles terão as respostas para a mudança em todo o efetivo. Aqui no Brasil?
Muda-se da noite para o dia. E se não deu certo alguns meses depois se muda de
novo.
Não vou ficar repetindo se o método Badeniano é
o melhor ou não. Todos que ingressam no escotismo já devem conhecer. Será que
os novos dirigentes tem direito a mudar toda uma história, todo o trabalho de
um homem que criou este movimento com tantos adeptos? Reclama-se que não se
pode mais fazer campismo, que o aprender fazendo pode ser feito de outra forma,
que o jovem de hoje não tem condições de assumir seu próprio desenvolvimento e
que o Sistema de Patrulha não é tão importante. BP é ultrapassado, o moderno
trazido pelos novos pensadores e pedagogos tem muito mais valor?
Discute-se hoje tanto que nem
sei se este caminho é o sucesso com que todo esperam. Liberdade, fazer fazendo,
ouvir os jovens, acampamentos, uniformização, garbo e boa ordem são aos poucos substituídos
por outras maneiras que não aquela tradicional do fundador. As reuniões de sede
são frequentes. O campo é difícil de ir e nem sempre o líder tem tempo para
acompanhar. Brinco com minha consciência que hoje temos muito mais Chefes
Turistas que no passado. Eles não se importam com o simbolismo, a mística, nem
ligam para o tradicional. Adoram viajar, ser “staff” namorar quando se pode e vestir
do jeito que gosta.
Não sou contra adaptações desde
que discutidas e levantando-se em consideração o que pensam as unidades locais.
Que tenha contendores de ambos os lados. Do presente e do passado. Seguro-me no
que sempre pensei. Precisamos mudar os estatutos, dar direito a todos do
escotismo, adultos ou não de poder participar de sua vida escoteira. Dos
maiores poder votar e ser votado, de ter direitos em todas as convocações
legais e estatutárias e poder discutir e deliberar nos temas propostos.
Sei que não sou um “expertise”
no escotismo. Já temos demais deles atuando. Mas eu gosto de expressar meu
pensamento. Não sei se tenho direitos, pois vive tudo que se pensa no escotismo
desde menino lobinho até hoje. Disseram: - Perda de tempo Chefe! Perda ou não
bato na mesma tecla. Sinceramente não estou vendo resultados a não ser chefes
voluntários falando maravilhas do que fazem. Poucos se dão ao luxo de mostrar o
que fazem na realidade. Quantos passou para escoteiros? Quantos ficaram e
passaram para sênior? Quantos na sua vida atual dão seu testemunho nas
vantagens da educação escoteira?
Enfim, mais uma vez levanto
minha voz. Nas letras e ideias somente. A minha voz real não existe mais. Se os
tempos bons estão chegando eles não são mais os meus. Vida longa ao escotismo,
que ele não caia nas mãos de pensadores e pedagogos demagógicos que irão mudar
tudo o que um dia fez o nosso fundador.
Nota – Para não perder o andar da
minha caminhada de Velho Chefe Escoteiro, mesmo trôpega, continuo escrevendo o
que acredito na minha formação escoteira. Disseram-me que sou um contestador e
não existe nada de útil nas minhas palavras. Prefiro me esconder na frase famosa
dos mexicanos: “Ai Gobierno soy contra” – “No hay Gobierno? Soy contra também”!
Alegria de velhos escoteiros duram pouco. Logo quem sabe estarei assistindo a
tudo isso em um palco criado no universo, onde poderei aplaudir ou chorar com
os resultados.
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