Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Conversa ao pé do fogo. Uma questão de principio ou... Hábito de comportamento.


Conversa ao pé do fogo.
Uma questão de principio ou...
Hábito de comportamento.

                      Estamos vivendo uma fase “Sui Generis! No escotismo Brasileiro. Quem sabe acontece também em países considerados de primeiro mundo. Para alguns o método Badeniano é imutável para outros sujeitos a adaptações. Sinais de novos tempos. Hã! Novos tempos! Isto abre a porta para muitos que chegam ao escotismo e veem aqui um manancial para liberar suas ideias e criatividades. Se você comenta sobre o que disse BP tem vários para contradizer. Sempre com a mesma alegação: - Tempos modernos”.

                     Não sou um estudioso do escotismo em outros países. Lembro-me do Embaixador Juracy Magalhães em 2014 quando disse: - “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil” – Ele ironizava os “entreguistas” nos anos 70 e 90. Agora fazemos o mesmo. Países da Europa e dos EUA são modelos. Os que têm maior número de membros como Indonésia (8,1 milhões) Índia (2,4 milhões) Filipinas (1,8 milhões) Tailândia e Bangladesh com seu milhão não servem como exemplo.

                  Mudar? Alterar? Novas normas e novas metodologias? Pode até ser. Não discuto. Mas quem disse que irá dar os resultados esperados? Temos sofrido uma série de mudanças, de experimentos, afinal somos cobaias? E os países copiados, deram certo? Falar da Inglaterra onde nasceu o escotismo ou dos americanos com sua perfeição de primeiro mundo fico na duvida se serve para nós. E tudo foi mudando. Veio o Traje, a Vestimenta, o novo programa educativo tão decantado, mudaram o símbolo da flor de lis, das especialidades, dos distintivos de classe. Tudo isso diziam para o “bem do escotismo”. Os outros estão mudando Chefe! Precisamos mudar também! Novos tempos!

                  Não discuto quando tudo é discutido com as bases, as Unidades Locais, e quais foram os resultados. Não sei se é o nosso caso. Basta alguém escrever sobre BP sua metodologia, para vir um dizer que hoje se ele estivesse vivo faria diferente. Será que Jesus Cristo se estivesse entre nós hoje faria tudo diferente? Bom para pensar, mas só vendo poderíamos dizer. Cada um tem seu principio de normas ou padrões de conduta. Alguns se calam outros alardeiam.

                 Para aqueles que viveram o escotismo no passado o hábito de comportamento foram mantidos. Viveram assim e acreditam que este é o escotismo verdadeiro. Alguns preferem ficar em OF não se manifestando. Outros aceitam as mudanças sem se manifestar. É um direito. Uns poucos adoram mostrar seus conhecimentos burocráticos tentando provar como se fosse de alguma religião mostrando o que se deve compreender dos versículos bíblicos. - Quais os resultados? Deram certo? Temos exemplos para dar?

                 Não sei se li ou alguém me contou que os Americanos quando pretendem mudar parte do seu programa escoteiro eles escolhem algumas tropas que durante anos são observadas e testadas na nova programação ou metodologia. São anos e anos. Só quando os jovens estiverem na fase adulta eles terão as respostas para a mudança em todo o efetivo. Aqui no Brasil? Muda-se da noite para o dia. E se não deu certo alguns meses depois se muda de novo.

                 Não vou ficar repetindo se o método Badeniano é o melhor ou não. Todos que ingressam no escotismo já devem conhecer. Será que os novos dirigentes tem direito a mudar toda uma história, todo o trabalho de um homem que criou este movimento com tantos adeptos? Reclama-se que não se pode mais fazer campismo, que o aprender fazendo pode ser feito de outra forma, que o jovem de hoje não tem condições de assumir seu próprio desenvolvimento e que o Sistema de Patrulha não é tão importante. BP é ultrapassado, o moderno trazido pelos novos pensadores e pedagogos tem muito mais valor?

                Discute-se hoje tanto que nem sei se este caminho é o sucesso com que todo esperam. Liberdade, fazer fazendo, ouvir os jovens, acampamentos, uniformização, garbo e boa ordem são aos poucos substituídos por outras maneiras que não aquela tradicional do fundador. As reuniões de sede são frequentes. O campo é difícil de ir e nem sempre o líder tem tempo para acompanhar. Brinco com minha consciência que hoje temos muito mais Chefes Turistas que no passado. Eles não se importam com o simbolismo, a mística, nem ligam para o tradicional. Adoram viajar, ser “staff” namorar quando se pode e vestir do jeito que gosta.

                Não sou contra adaptações desde que discutidas e levantando-se em consideração o que pensam as unidades locais. Que tenha contendores de ambos os lados. Do presente e do passado. Seguro-me no que sempre pensei. Precisamos mudar os estatutos, dar direito a todos do escotismo, adultos ou não de poder participar de sua vida escoteira. Dos maiores poder votar e ser votado, de ter direitos em todas as convocações legais e estatutárias e poder discutir e deliberar nos temas propostos.

                Sei que não sou um “expertise” no escotismo. Já temos demais deles atuando. Mas eu gosto de expressar meu pensamento. Não sei se tenho direitos, pois vive tudo que se pensa no escotismo desde menino lobinho até hoje. Disseram: - Perda de tempo Chefe! Perda ou não bato na mesma tecla. Sinceramente não estou vendo resultados a não ser chefes voluntários falando maravilhas do que fazem. Poucos se dão ao luxo de mostrar o que fazem na realidade. Quantos passou para escoteiros? Quantos ficaram e passaram para sênior? Quantos na sua vida atual dão seu testemunho nas vantagens da educação escoteira?

               Enfim, mais uma vez levanto minha voz. Nas letras e ideias somente. A minha voz real não existe mais. Se os tempos bons estão chegando eles não são mais os meus. Vida longa ao escotismo, que ele não caia nas mãos de pensadores e pedagogos demagógicos que irão mudar tudo o que um dia fez o nosso fundador.


Nota – Para não perder o andar da minha caminhada de Velho Chefe Escoteiro, mesmo trôpega, continuo escrevendo o que acredito na minha formação escoteira. Disseram-me que sou um contestador e não existe nada de útil nas minhas palavras. Prefiro me esconder na frase famosa dos mexicanos: “Ai Gobierno soy contra” – “No hay Gobierno? Soy contra também”! Alegria de velhos escoteiros duram pouco. Logo quem sabe estarei assistindo a tudo isso em um palco criado no universo, onde poderei aplaudir ou chorar com os resultados.

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