Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Síntese de
uma semana que passou.
Levantei
tarde. Meu corpo só pedia cama. Velho não tem jeito. Ainda prostrado na cama
com as mãos embaixo da cabeça meus pensamentos correram por tempos passados e
tempos de hoje. Isto eu faço sempre. Seis dias de 2018. Só? Só, não tem mais. Tenho
que sobreviver por mais um ano. Será que dá? Amigos e amigas insistem em dizer
que não posso partir. Dizem que minhas histórias não podem parar. Seria bom se
isso fosse verdade. Não brigo com o mundo, não brigo com meu destino. Aceito
sem discutir. Não dou nó em pingo d’água. Presto continência aos doutores e não
fujo da “raia”.
Como sempre escrevi na
segunda, na terça na quarta quinta e sexta. Antes os sábados eu aplaudia a
meninada escoteira pela reunião gostosa que ia acontecer. Hoje não. A maioria
em férias. Entendo. É necessário aproveitar para dar uma viajada nas pelejas da
vida. Quem não precisa? Eu sei Chefe que você tem outros afazeres e não só
escotismo. Não discuto. Escotismo não é uma escola diária onde as matérias são
dadas conforme a formação dos alunos. É uma maneira de aprender brincando,
cantando e fazendo coisas que na sala de aula não existe. Nosso Líder dizia que
o campo e aprender a fazer fazendo vivendo em grupo é o suficiente. Uma vez por
semana por menos de três horas é o suficiente.
Quatro por mês, quarenta por
ano, descontando dois meses de férias. Juntando os acampamentos excursões e o
escambal, temos uma média de duzentas horas por ano. Dizem que não precisamos
mais. Outros reclamam. Eu prefiro não dizer nada, vivi os dois lados da razão e
minha opinião eu prefiro não dar. Muitas vezes calando não esticamos discussões
que não levam a nada.
- Voltando à semana, no dia
primeiro escrevi o artigo com o título Os Sonhos não Podem Morrer. Foi uma
espécie de mea-culpa pelas respostas ferinas que dei a alguns que não
concordaram com meu pensamento. Faço isso sempre, mas é duro você passar na
escola escoteira por setenta anos e ver um aprendiz desdizer do que você disse.
Isto hoje é frequente. Temos muitos cientistas escoteiros que sabem onde devemos
caminhar sem medo de errar.
- No dia dois prestei uma
homenagem à canção “A Árvore da Montanha”. Achei que ela merecia um tributo por
parte dos escoteiros. Queira ou não do lobinho ao pioneiro, do Chefe ao
dirigente todos conhecem o repique da Arvore da Montanha. Como sempre era uma
história simples e poucos se arriscaram a comentar. – No dia três em minha crônica
perguntei: - “Qual o melhor acampamento para você?”. Fiz uma resenha do ontem e
do hoje, da falta de locais, de materiais e que muitos estão trocando o campo
pela boa ação na cidade, limpando córregos, praças ruas e o escambal. Isto tem
futuro? Ninguém ousou comentar.
- Hã! No dia três também postei
um conto. “A dor de uma saudade”. Para chorar e poucos se arriscaram a ler. No
dia quatro lasquei uma nova foto de BP em minhas paginas e grupos. Baden-Powell
e seus comentários abespinhados, nem preocupantes, mas analítico no seu modo de
pensar. Pela foto (ela tá bonito pacas!) e pelos comentários houve uma revoada
nos comentários e compartilhamentos. Neste mesmo dia publiquei “As Associações
Escoteiras no Brasil.”. Foi à conta. Dezenas de comentários a favor e alguns
contra. Bateu o recorde da semana em compartilhamentos. Fico feliz quando dou
uma martelada no dedo e todos gritam de dor. Risos.
- Ontem dia cinco Escrevi mais
uma carta a Baden-Powell. Fictícia é claro. Ele não vai receber. Uma pena. Mas
quem sou eu um pobre mortal enviar uma carta espiritual a Baden-Powell? Necas
de catibiriba. Mas me senti bem ao escrever. Poucos concordaram comigo. À noite
a minha história “De ilusão também se vive”, não repercutiu. O sonho e a morte
do Chefe Polar não teve muitas adesões. Histórias são assim, compridas poucos
leem do começo ao fim. Entendo.
Queira ou não foi uma boa
semana. Meus boas noites foram recordações do meu tempo de escoteiro. Muitos
não acreditam e eu não obrigo ninguém a acreditar. Eu e Célia todas as tardes vamos
para a varanda para ver a vizinhança passar. Tarde! Dizem. Eita gente educada. Não
temos montanha para ver o por do sol, fingimos que vemos suas cores indo se
misturar com o negrume da noite. No pensamento já estou a martelar meus
escritos da próxima semana. Dia nove só um.
Já me considero um Velhote
fazendo um novo aniversário. Comerei um pedaço de bolo, atenderei telefonemas
de quem me quer bem e lerei os escritos dos amigos me desejando parabéns. Gosto
disso. Muitos não se arriscarão a escrever, preferem os “chatos” símbolos
Smiley e Emoji. Ops! Desculpem. Ainda sou da moda antiga prefiro um escrito de olá,
tudo bem, mas que venham símbolos, não vou reclamar.
Eita velho chato. Um dia um Chefe
me disse: - Chefe nem morto iria participar do seu grupo. Voce é um pé no saco.
Kkkkkk. Pois é, tem gente que gosta tem gente que não. Como dizia o Chefe Wander
meu compadre: - E ele ficou com uma cara de “Besta” enfiou a viola no saco e se
mandou para as montanhas. Dizem que vive lá até hoje!
Boa tarde.
Nota - Uma resenha da semana que
passou e do que escrevi. Nada de novo no Front! Comentários que li daqueles que
se arriscaram ler. Como sempre sou danadamente crítico e velhote metido a Impeesa,
um lobo dorminhoco que dorme demais. Evitei ao máximo contestar quem foi
contrário aos meus pensamentos. Afinal eles estão na ativa e eu escondido na Toca
da minha morada e pouco posso sair para ajudar. Uma bela e linda tarde para
todos, abraços fraternos!
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