Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

sábado, 27 de janeiro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. As férias Escoteiras do Chefe Tibúrcio.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
As férias Escoteiras do Chefe Tibúrcio.

                      Não discuto. Posso dizer sem errar que são merecidas. Afinal enfrentar uma estrutura de um grupo escoteiro juntamente com sua atividades profissionais e familiares durante um ano não é para qualquer um. Conheci um Chefe Escoteiro que quando chegava o fim do ano ele se entristecia nos últimos sábados de reunião. Como não era muito dado a dar ouvidos aos escoteiros ele fazia questão de fazer o programa sozinho. Programa? Imagine! Rabiscava antes de sair uns horários que ele chamava de BOIA. No jargão Escoteiro significava “Bandeira, oração, inspeção e o A eu fico pensando até hoje que podia significar”. Alerta? Avante? Pois é.

                     Ele sabia que ao chegar à turma já estaria dando um arranco numa “pelada” e poucos estariam em seus cantos de Patrulha. Quem sabe uns poucos lá estavam, pois sonhavam em receber um dia o seu Lis de Ouro. Coisa impossível já que naquela tropa isto era um “sonho impossível”. O tal Chefe adorava quando julho chegava, e em dezembro e janeiro ele se mandava com a família para a praia. Ainda bem. Era um Chefe que tinha algumas posses. Um carrinho, uma casinha, um empreguinho que lhe dava um tudo extra para viajar.

                    Um dia, um “Lambisgoia Escoteiro” lhe perguntou: - Tibúrcio, (era o Chefe) você sabe quantas horas se dedica aos seus escoteiros? - Ele olhou de banda com raiva e não disse nada. Ele sabia, já tinham dito para ele. Quatro reuniões de sábados por mês, no caso dele multiplicado por nove meses seriam trinta e seis reuniões. Muitas? Poucas? Mas e as atividades extra sede? Os acampamentos e excursões? Os desfiles? Os “limpa lixo” para se mostrar que são mestres em colaborar com a comunidade? Ele preferia ficar calado. Não tinha assistentes e só ele para suar de “coitado”.

                  No início tentou motivar sua “patroa” para entrar. Deu como exemplo o Zeca Pantufa cuja esposa era uma excelente Chefe de lobinhos. Nada. Ela foi algumas vezes, mas viu que ali não era sua praia. Seus dois filhos vibraram no início, mas agora iam mais por exigência dele. O interessante é que tinha meninos querendo entrar apesar de muitos querendo sair. Querendo não, eles saiam mesmo. Sumiam e não davam mais notícias. Não adiantava ele vociferar que se não viessem até dia tal estariam expulsos.

                Quando fez seu primeiro curso até que deu uma “vibratória” na sua mente. Planejou horrores coisas “fantásticas” para sua tropa. Como diz o velho ditado, “Uma Volta a Gilwell” pode ajudar. Até que sim. Depois viu que os cursos eram mais burocráticos, uma preocupação enorme em ferir os “estatutos do adolescente” Cursos para saber como funciona a Nave mãe, aprender a “mexer” com o tal PAXTU que elegantemente em prestigio a última morada do Chefão, substituiu o famoso SIGUE. Infalível nas suas informações e contra-informações. Técnicas de campo nada!

                Ele pensava porque os escoteiros não aproveitavam nas férias os Campos de Férias que ofereciam estupendas atividades e que sempre vivem lotados. Ele fazer um acampamento escoteiro de longa duração? “Necas de catibiriba”. Adorava suas férias, viajava, descansava e muitas vezes pensou em passar o bastão de chefia para outro. Tocou no Assunto com Nicodemos o Chefe do Grupo e nada. – Não tenho ninguém em vista.  Pensou como Ponte Alto do outro grupo ainda participava com todos nas férias, fazendo acampamentos de longa duração.

               Deixemos Tibúrcio com seus problemas. Ele agora retorna das férias. Sua “patroa” cobra dele muitas atividades sociais nos fins de semana. Seus filhos têm outras escolhas. Ah! Seria bom se eu entrasse de férias escoteiras para sempre! Pensava tristonho quando se dirigia para mais uma reunião. E eu aqui no meu cantinho das minhas criações ainda me “batuto” se devemos ou não ter férias no escotismo. Quantas horas escoteiramos por ano? Vai dar tempo de preparar a escoteirada ou a lobada para conquistar seus sonhos?

              Ainda bem que não tenho férias. Sendo aposentado não faço nada. Chega de escrever, a todos meu Sempre Alerta sem o famigerado SAPS. Já falei dele por aqui. É madeira de dar em doido a preguiça de dizer Sempre Alerta para Servir. Podem rir, eu tenho os meus motivos. Qualquer dia desse retorno para encher a paciência e contar a longa e saudosa história do SAPS. Até as próximas férias... Se Deus quiser!

Nota - As férias estão terminando. Os Grupos Escoteiros de volta as atividades. Poucos acamparam durante as férias e outros sabem que uma parte da escoteirada e lobada não vão estar presentes nesta primeira reunião. Quem sabe muitos irão desaparecer para sempre. É sempre assim, fim de férias novo recomeço. Bem vindos! Boa caça! Avante para o campo e que seja muito poucas, mas muito poucas mesmo as reuniões de sede.

       

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