Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
As férias Escoteiras
do Chefe Tibúrcio.
Não discuto. Posso dizer sem errar que
são merecidas. Afinal enfrentar uma estrutura de um grupo escoteiro juntamente
com sua atividades profissionais e familiares durante um ano não é para
qualquer um. Conheci um Chefe Escoteiro que quando chegava o fim do ano ele se
entristecia nos últimos sábados de reunião. Como não era muito dado a dar
ouvidos aos escoteiros ele fazia questão de fazer o programa sozinho. Programa?
Imagine! Rabiscava antes de sair uns horários que ele chamava de BOIA. No
jargão Escoteiro significava “Bandeira, oração, inspeção e o A eu fico pensando
até hoje que podia significar”. Alerta? Avante? Pois é.
Ele sabia que ao chegar à turma já estaria
dando um arranco numa “pelada” e poucos estariam em seus cantos de Patrulha. Quem
sabe uns poucos lá estavam, pois sonhavam em receber um dia o seu Lis de Ouro.
Coisa impossível já que naquela tropa isto era um “sonho impossível”. O tal Chefe
adorava quando julho chegava, e em dezembro e janeiro ele se mandava com a família
para a praia. Ainda bem. Era um Chefe que tinha algumas posses. Um carrinho,
uma casinha, um empreguinho que lhe dava um tudo extra para viajar.
Um dia, um “Lambisgoia
Escoteiro” lhe perguntou: - Tibúrcio, (era o Chefe) você sabe quantas horas se
dedica aos seus escoteiros? - Ele olhou de banda com raiva e não disse nada.
Ele sabia, já tinham dito para ele. Quatro reuniões de sábados por mês, no caso
dele multiplicado por nove meses seriam trinta e seis reuniões. Muitas? Poucas?
Mas e as atividades extra sede? Os acampamentos e excursões? Os desfiles? Os “limpa
lixo” para se mostrar que são mestres em colaborar com a comunidade? Ele
preferia ficar calado. Não tinha assistentes e só ele para suar de “coitado”.
No início tentou motivar sua “patroa”
para entrar. Deu como exemplo o Zeca Pantufa cuja esposa era uma excelente Chefe
de lobinhos. Nada. Ela foi algumas vezes, mas viu que ali não era sua praia.
Seus dois filhos vibraram no início, mas agora iam mais por exigência dele. O
interessante é que tinha meninos querendo entrar apesar de muitos querendo
sair. Querendo não, eles saiam mesmo. Sumiam e não davam mais notícias. Não
adiantava ele vociferar que se não viessem até dia tal estariam expulsos.
Quando fez seu primeiro curso
até que deu uma “vibratória” na sua mente. Planejou horrores coisas “fantásticas”
para sua tropa. Como diz o velho ditado, “Uma Volta a Gilwell” pode ajudar. Até
que sim. Depois viu que os cursos eram mais burocráticos, uma preocupação
enorme em ferir os “estatutos do adolescente” Cursos para saber como funciona a
Nave mãe, aprender a “mexer” com o tal PAXTU que elegantemente em prestigio a
última morada do Chefão, substituiu o famoso SIGUE. Infalível nas suas
informações e contra-informações. Técnicas de campo nada!
Ele pensava porque os escoteiros
não aproveitavam nas férias os Campos de Férias que ofereciam estupendas
atividades e que sempre vivem lotados. Ele fazer um acampamento escoteiro de
longa duração? “Necas de catibiriba”. Adorava suas férias, viajava, descansava
e muitas vezes pensou em passar o bastão de chefia para outro. Tocou no Assunto
com Nicodemos o Chefe do Grupo e nada. – Não tenho ninguém em vista. Pensou como Ponte Alto do outro grupo ainda
participava com todos nas férias, fazendo acampamentos de longa duração.
Deixemos Tibúrcio com seus problemas.
Ele agora retorna das férias. Sua “patroa” cobra dele muitas atividades sociais
nos fins de semana. Seus filhos têm outras escolhas. Ah! Seria bom se eu
entrasse de férias escoteiras para sempre! Pensava tristonho quando se dirigia
para mais uma reunião. E eu aqui no meu cantinho das minhas criações ainda me “batuto”
se devemos ou não ter férias no escotismo. Quantas horas escoteiramos por ano? Vai
dar tempo de preparar a escoteirada ou a lobada para conquistar seus sonhos?
Ainda bem que não tenho férias. Sendo
aposentado não faço nada. Chega de escrever, a todos meu Sempre Alerta sem o
famigerado SAPS. Já falei dele por aqui. É madeira de dar em doido a preguiça
de dizer Sempre Alerta para Servir. Podem rir, eu tenho os meus motivos. Qualquer
dia desse retorno para encher a paciência e contar a longa e saudosa história
do SAPS. Até as próximas férias... Se Deus quiser!
Nota - As férias estão
terminando. Os Grupos Escoteiros de volta as atividades. Poucos acamparam
durante as férias e outros sabem que uma parte da escoteirada e lobada não vão
estar presentes nesta primeira reunião. Quem sabe muitos irão desaparecer para
sempre. É sempre assim, fim de férias novo recomeço. Bem vindos! Boa caça! Avante
para o campo e que seja muito poucas, mas muito poucas mesmo as reuniões de
sede.
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