Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O grito de Patrulha.


Conversa ao pé do fogo.
O grito de Patrulha.

              O escotismo é interessante. À medida que vamos conhecendo seus estilos, seus fatos, suas histórias e tradições mais e mais entregamos nossos corações. Ele nos conquista de tal maneira que para muitos é difícil explicar. A cada dia que vamos prestando atenção a tudo que acontece em volta, uma marca vai ficando e nunca mais sai da nossa mente. E como marca. Hoje me lembrei do grito de minha patrulha. Simples, sem mistérios. Dizem que o grito a gente nunca mais esquece. Sei que vocês também sabem seu valor. Gritos são tradições imutáveis. Existe para dar vida a Patrulha. É como se ela quisesse dizer: - Jovens, se unam como um todo em volta da fraternidade, aqui somos um só. E como é delicioso, agradável quando se vê uma Patrulha orgulhosa dando seu Grito de Patrulha.

             Cada tropa tem seu estilo. Cada uma tem sua história. Tem aquelas que as patrulhas ficam em circulo fechado, ombro a ombro bastão ao meio, todos ali segurando o bastão e o Monitor eleva acima o totem da Patrulha. O grito é dado. Um orgulho danado. Observem que ao terminar todos estão sorrindo.  Tem outras patrulhas  que formam em linha e todos olhando a frente com o Monitor com bastão levantado dão seus gritos sorrindo deliciosamente. Não importa como. O grito de Patrulha não é do Monitor do sub de ninguém. Ele é de todos. Quando ele é feito deve ser escolhido por votação e não por imposição. Todos devem dar suas sugestões. Mas prestem atenção quando do grito. Por ele sabemos se a tropa está firme nos seus ideais, se a Patrulha é unida, se o oitavo artigo está ali presente sempre. Os gritos mostram muito. A valentia amiga e simpática do Monitor e o prazer e alegria do mais novo em participar.

            E quando terminam? Uma apoteose. Vejam o olhar! Vejam o orgulho de pertencer a Patrulha. Só quem esteve lá sabe como é. Não importa se o grito é longo, curto, se é em português, latim, francês, inglês, ou mesmo em linguagem galáctica ou em tupi-guarani. Não importa mesmo. Mas sabem o que é mais importante? Nunca aceitar que troquem o grito. Ele é uma tradição e tradições se mantem firmes no coração de cada um. Alguém que assumiu a monitoria não gosta? O Chefe também? Mas meu amigo, quantos ali passaram e deram este grito? Você está esquecendo que eles um dia junto a outros escoteiros que aí não estão mais gritaram alto, com toda a força dos seus pulmões? Sentiram a vibração da Patrulha? O orgulho de pertencer a ela? Portanto grito não se muda nunca. É eterno. Para sempre. Forever!

           Os gritos são dados quase a todo instante. Uma forma da patrulha dizer: Sempre Alerta Chefe, aqui estamos presentes! Seja no início da reunião, no final de um jogo, terminando uma atividade qualquer. Na bandeira, na inspeção e olhe, já vi patrulhas cansadas, em trilhas longas que paravam e davam o grito. Bom demais. O ânimo voltava. E o grito ao levantar no acampamento? Alvorada, cedo, orvalho caindo, um frio danado e lá estão todos a gritar. Bastão o meio, totem levantado e segura aí amigo, o grito vai sair gostoso. E nas noites escuras, ou de lua cheia, que sono meu Deus! Que frio danado! Mas o grito será dado. Com chuva ou sem chuva lá está a Patrulha a mostrar que tem orgulho, tem união e seu grito nunca pode ser esquecido. Conheci patrulhas que deram seus gritos por montes e vales, em altas montanhas, em diversos estados, dentro de vagões em viagens intermináveis, em ajuris, em ARP, e olhe uma vez eu vi uma Patrulha com orgulho dando o grito orgulhoso quando juntos a um candidato a presidente do Brasil. Depois de eleito foi uma decepção. Mas ele ouviu aquele grito, se assustou sorriu e disse para a patrulha: – Sempre Alerta!

          Eu sei que existem os gritos de tropa, de grupo claro todos são importantes, mas o Grito da Patrulha é único. Ele dá uma comichão no corpo, uma sensação deliciosa de ser mais um. E quando alguém vai embora? Nunca mais volta? Dá-se o grito da despedida. Sem choro, pois dizem que escoteiros e escoteiras não choram. É só uma maneira de homenagear, de mostrar que ele foi importante assim como o foi quando adentrou a Patrulha. Ele se foi, achou melhor ter ido embora. Mas levou consigo o grito e temos certeza que leva também o escotismo em seu coração. O que eu gosto mesmo é ver o olhar de um jovem novato quando do primeiro grito. Não existe nada que possa substituir o olhar, o sorriso a voz ao gritar, o ser a vibrar por dentro e dizer, agora eu sou mais um.


          Que as patrulhas gritem. Alto e em bom tom. Que mostrem a todos sua força, sua vontade seu orgulho em ser Escoteiro. Grito de Patrulha, quem já deu nunca mais vai esquecer!

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