Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Pensamentos
abstratos de um domingo qualquer.
Hoje é domingo, dia de
descanso, para muitos sair passear, para outros ficar de bem bão, na varanda,
esquentando sol de inverno, pensando no futuro sem esquecer seu passado. Hoje
estou fazendo um “esculacho”, ou melhor, um inventário dos meus últimos anos de
vida. Escoteiramente falando tentei, matematicamente somei e dividi. Lembro
como era bacana, sair por aí, com a escoteirada, pé na estrada a acampar em
qualquer lugar. É aqui Chefe? Pergunte a patrulha, veja os demais monitores.
Vocês decidem! E na sede? Risadas, gargalhadas, programa na mão passando de
mãos em mãos. Assistente aqui, Chefe acolá, trombeta tocando, bandeiras
faiscando ao sol da tarde de verão. Um jogo amigo, uns caindo outros
levantando, mas os sorrisos pagavam qualquer distração. Minha casa era a casa
dos Escoteiros. Chefes, monitores, noviços e lobatos lá estavam para tomar um
cafezinho, ou uma limonada gelada. O tempo foi passando, a velhice chegando e
sem perceber deixei tudo na estrada perdida, presa no meu passado que um dia
foi bom demais.
Nossa como acampei como
engolia quilômetros de estrada com meu pisante Vulcabrás. Subia encostas
“lambidas” dormia nas samambaias amigas, que a chuva caísse que o mundo
acabasse, mas lá estávamos nós varando
trilhas, percorrendo o mundo em volta de nós que afinal de contas não era tão
grande assim. Não havia um pai que sorria pensando em usar a calça curta como
nós. Em um grupo chegaram a trinta e tantos, beleza! Cursos de montão para
eles. Vários se tornaram Insígnias, estão por aí alguns na labuta outros
deixaram a luta por não concordarem com os homens de então. A verdade
verdadeira que é que tentei fazer estradas, pontes, tuneis impossíveis. Peguei
de jeito o desvio que pensei ser o certo. Os bons que se diziam irmãos mandando
a granel. Mudando, exigindo, batendo o martelo a dizer: - Cumpra-se! Não era
minha praia. Adoro praia, mas aquela que vejo os gaviões do mar, as gaivotas
com seus bailados dizendo para a gente não se preocupar.
Chegou o momento de
parar, as pernas não obedeciam como antes. O corpo curvado, a mente firme sim,
e pensei: - Porque não continuar? Ofereci meus préstimos, não houve resposta.
Os novos tomaram meu lugar e esqueceram que passei o que eles vão passar.
Poderia ajudar, mas educadamente se calaram como a dizer – vá viver e lembrar
seus tempos. Este agora é meu e farei dele o que quiser. Tomei uma resolução,
não me querem vivo e a cores? Faço então meus contos, meus amores abro um
pedaço da vida nas histórias, passo a viver o passado, mas trazendo o presente.
Foram cinco grupos, ou melhor, são cinco, nunca foram abandonados. Crescendo
todos por todo lado. Duas páginas e uma Fanpage. Ali estão minhas histórias,
algumas de sonhos de outrora, outras verdades nunca ditas que precisam viver
novamente. E quem se importa com os mandantes? Sei que são deles o escotismo
delirante que agora estão a fazer. Corto um galho de goiabeira, deixo secar e
preparo minha borduna. Que eles sintam na pele os que meus dedos vão transmitir.
Tento escrever sonhos
sonhados, faço questão de sorrisos por todo lado. Não digo não a ninguém que me
procura. Quero fazer amigos e todos são bem vindos às paginas e nos grupos que
um dia abracei. Se me escrevem respondo. Não como um chefão Escoteiro. Para mim
e faço questão somos todos irmãos. Se entendo de escotismo o outro entende de
fato que nem sei em nunca ouvi falar. Assim empatamos. Para aumentar os meus
domínios onde serei lido por outros, abri blogs, vários, até um não Escoteiro,
com contos da carochinha, do amor da paixão de um homem ou de uma mulher.
Espalharam mundo afora, América, Europa, Ásia e o escambal. Como um sertanejo
vou vivendo meus sonhos de arco íris. Se possivel mostrar que o escotismo é
irmandade, que um sorriso vale mais que um senão, que um abraço é gostoso, que
um aperto de mão sincero tem muito mais valor.
Tento ao meu modo falar de honra, de hombridade, de igualdade entre nós.
Tenho meus dias chuvosos e
quem não tem? Mas quem me lê, quem me escreveu quem me procurou ou mesmo
aqueles que tive a honra de apertar a mão sabe que não escondi o que sou. Um
amigo, que gosta de um abraço, que ama seu Sempre Alerta, que procura
transmitir um escotismo gostoso, jeitoso, cheio de simplicidade, nunca
burocrático, quem sabe ensinar a contar estrelas; ver por dentro a natureza, o
cantar da passarada; o uivar de um amigo quati, uma onça perdida, ou seja, o que
for. Não vai nos fazer mal. Sei por experiência. Não sei até onde vou. Enquanto
tiver forças farei o que faço, e se alguém não me der um abraço não irei me
importar. Paciência. Um dia ele vai compreender que não é o tal, não é dono da
verdade, e esquecerá as excentricidades e vai me considerar um irmão.
Bom domingo meus queridos
amigos. Que o sol faça sua trilha, e que a estrela olhe para você nas noites
dormidas sob o manto do Senhor. Eu te desejo tudo de bom, e como eu acredite,
pode não ser hoje, mas um dia todos saberão que o escotismo é bom demais. Um
escotismo altaneiro, onde se canta o Rataplã com orgulho, onde se esquece dos
inimigos, onde habita um sorriso solto nos lábios e no coração. Escotismo é
assim, sem essa de cara amarrada, voz truncada, duvidando do seu irmão. Sorria!
É bom demais sorrir, abrace! Você não será desmerecido por abraçar. Um abraço é
gostoso demais. Diga Sempre Alerta! Isto significa muito para todos nos e
finalmente mostre que somos um movimento de ação e de fraternidade. Não tem
aqui ninguém mais que o outro. Seja onde for, somos uma irmandade que um dia
vai trazer a paz e o amor entre os homens.
Sempre Alerta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado pelos seus comentários